HAVANA - A chefe da Agência de pequenas empresas dos Estados Unidos, María Contreras-Sweet, chegou a Cuba na segunda-feira, 20, para debater o tema com as autoridades da ilha, informou a chancelaria cubana.
"Ela se reunirá com o ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Rodrigo Malmierca Díaz, e com autoridades dos ministérios do Comércio Interior, Trabalho e Segurança Social", segundo a nota oficial.
María discutirá as reformas econômicas e visitará o megaporto de Mariel, onde Cuba ergue um enclave industrial com investimento estrangeiro. A visita acontece dois meses depois de o presidente Raúl Castro ter anunciado a intenção de legalizar pequenas e médias empresas privadas, inexistentes em Cuba desde sua nacionalização, em 1968.
Essas empresas seriam criadas a partir de pequenos negócios privados, que embora já contratem meio milhão de pessoas são reconhecidos pelo Estado como empreendimentos pessoais.
Paralelamente ao anúncio, foram aprovadas pelo Senado americano quatro emendas para liberar o comércio agrícola entre os dois países e as visitas de americanos à ilha, limitadas a 12 categorias aprovadas pelo presidente Barack Obama.
O caminho legal dessas quatro iniciativas "será longo", e "é pouco provável que as quatro emendas fiquem no texto final da Lei de Orçamento para os Serviços Financeiros e Governo Geral para o ano que vem", disse um funcionário da chancelaria à Agência Cubana de Notícias, embora tenha estimado "um avanço".
Os acordos entre EUA e Cuba desde a retomada das relações diplomáticas
Cuba e Estados Unidos estabeleceram relações diplomáticas em 20 de julho de 2015, após meio século de antagonismo políticos. Atualmente realizam um processo de "normalização" dessas relações.
"O governo cubano tem razões mais do que suficientes para querer continuar promovendo as pequenas e médias empresas na ilha", disse o economista Pavel Vidal em um artigo publicado segunda-feira pela revista digital OnCuba.
Ele acrescentou que "o apoio que pode vir da nova política dos EUA deve ser facilitado, e ambas as partes devem adaptar os mecanismos necessários para coloca-los em prática". / AFP