BERLIM - A capital alemã lembrou nesta quarta-feira, 9, os 27 anos da queda do Muro de Berlim diante do auge do populismo em muitas partes da Europa e da vitória do republicano Donald Trump para presidente nos EUA.
Os dois assuntos estiveram presentes durante o ato central realizado no monumento às vítimas na cidade, com a assistência do prefeito-governador de Berlim, Michael Müller, e com a participação de alunos de colégios noruegueses, franceses e alemães.
A queda do Muro, em 9 de novembro de 1989, foi lembrada como o começo da abertura de fronteiras na Europa, justamente em um momento no qual muitos países europeus estão estão construindo novas cercas.
"As fronteiras abertas eram o resultado da consciência de que a guerra não devia voltar nunca, mas não aprendemos nada. Na Europa voltam a ser construídos muros, os populistas têm conjuntura e o resultado eleitoral de ontem à noite nos EUA faz temer pela paz do mundo", disse Hildigund Neubert, presidente de uma iniciativa cidadã que se encarrega de manter viva a lembrança das pessoas que morreram na linha de separação.
Discurso de vitória de Donald Trump
"O populismo cresce em todas partes e há pessoas que se sentem com isso estimuladas a recorrer à violência", acrescentou.
Depois, no entanto, Hildigund lembrou que a queda da cerca em Berlim havia mostrado que era possível a resistência pacífica. "A queda do Muro não foi um ato violento, o Muro era uma obra da violência", disse. / EFE