Análise: Quando um maluco concorre à presidência dos EUA
Me pergunto se os esforços jornalísticos no sentido de preservar uma cobertura justa não estariam correndo o risco de fazer Trump parecer normal, sem reconhecer abertamente o quanto ele é um candidato anormal
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Por Redação Internacional
Nicholas KristofThe New York Times
Uma das armadilhas mentais em que caímos é enxergar a política por meio de narrativas. Me indago se estaríamos novamente deixando que nosso trabalho coletivo de reportagem alimente percepções equivocadas.
Uma pesquisa da CNN/ORC revelou que, por uma diferença de 15 pontos porcentuais, os americanos consideram Donald Trump um candidato "mais honesto e digno de confiança" do que Hillary Clinton.
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Mas o site PolitiFact mostra que 13% das afirmações de Hillary verificadas foram consideradas falsas ou "mentiras deslavadas", em comparação com 53% das afirmações de Trump. É claro que Hillary maquia a verdade - mas isso nem se compara ao que Trump faz.
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Isso nos traz à espinhosa questão das falsas equivalências: seria irresponsabilidade jornalística citar ambos os lados e deixar que o leitor chegue às próprias conclusões, ainda que um dos lados aparentemente fabrique fatos ou faça comentários absurdos?
Há malucos que acreditam que a Terra é plana, e não merecem ser citados sem explicarmos que essa é uma opinião minoritária. O mesmo vale para um maluco que chegou a afirmar que a mudança climática é uma farsa elaborada pelos chineses, que pediu a proibição da entrada de muçulmanos e disse que vai construir um muro na fronteira, cuja conta será paga pelo México.
Os insultos de Donald Trump
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É nosso dever diante dos leitores indicar quando estamos escrevendo a respeito de um lunático. Ainda que se trate de um candidato à presidência. Na verdade, especialmente quando se trata de um candidato à presidência.
Assim, me pergunto se os esforços jornalísticos no sentido de preservar uma cobertura justa não estariam correndo o risco de fazer Trump parecer normal, sem reconhecer abertamente o quanto ele é um candidato anormal. Se o público considera Trump mais honesto que Hillary, algo deu errado. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
Nicholas KristofThe New York Times
Uma das armadilhas mentais em que caímos é enxergar a política por meio de narrativas. Me indago se estaríamos novamente deixando que nosso trabalho coletivo de reportagem alimente percepções equivocadas.
Uma pesquisa da CNN/ORC revelou que, por uma diferença de 15 pontos porcentuais, os americanos consideram Donald Trump um candidato "mais honesto e digno de confiança" do que Hillary Clinton.
Mas o site PolitiFact mostra que 13% das afirmações de Hillary verificadas foram consideradas falsas ou "mentiras deslavadas", em comparação com 53% das afirmações de Trump. É claro que Hillary maquia a verdade - mas isso nem se compara ao que Trump faz.
Isso nos traz à espinhosa questão das falsas equivalências: seria irresponsabilidade jornalística citar ambos os lados e deixar que o leitor chegue às próprias conclusões, ainda que um dos lados aparentemente fabrique fatos ou faça comentários absurdos?
Há malucos que acreditam que a Terra é plana, e não merecem ser citados sem explicarmos que essa é uma opinião minoritária. O mesmo vale para um maluco que chegou a afirmar que a mudança climática é uma farsa elaborada pelos chineses, que pediu a proibição da entrada de muçulmanos e disse que vai construir um muro na fronteira, cuja conta será paga pelo México.
Os insultos de Donald Trump
É nosso dever diante dos leitores indicar quando estamos escrevendo a respeito de um lunático. Ainda que se trate de um candidato à presidência. Na verdade, especialmente quando se trata de um candidato à presidência.
Assim, me pergunto se os esforços jornalísticos no sentido de preservar uma cobertura justa não estariam correndo o risco de fazer Trump parecer normal, sem reconhecer abertamente o quanto ele é um candidato anormal. Se o público considera Trump mais honesto que Hillary, algo deu errado. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
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Uma das armadilhas mentais em que caímos é enxergar a política por meio de narrativas. Me indago se estaríamos novamente deixando que nosso trabalho coletivo de reportagem alimente percepções equivocadas.
Uma pesquisa da CNN/ORC revelou que, por uma diferença de 15 pontos porcentuais, os americanos consideram Donald Trump um candidato "mais honesto e digno de confiança" do que Hillary Clinton.
Mas o site PolitiFact mostra que 13% das afirmações de Hillary verificadas foram consideradas falsas ou "mentiras deslavadas", em comparação com 53% das afirmações de Trump. É claro que Hillary maquia a verdade - mas isso nem se compara ao que Trump faz.
Isso nos traz à espinhosa questão das falsas equivalências: seria irresponsabilidade jornalística citar ambos os lados e deixar que o leitor chegue às próprias conclusões, ainda que um dos lados aparentemente fabrique fatos ou faça comentários absurdos?
Há malucos que acreditam que a Terra é plana, e não merecem ser citados sem explicarmos que essa é uma opinião minoritária. O mesmo vale para um maluco que chegou a afirmar que a mudança climática é uma farsa elaborada pelos chineses, que pediu a proibição da entrada de muçulmanos e disse que vai construir um muro na fronteira, cuja conta será paga pelo México.
Os insultos de Donald Trump
É nosso dever diante dos leitores indicar quando estamos escrevendo a respeito de um lunático. Ainda que se trate de um candidato à presidência. Na verdade, especialmente quando se trata de um candidato à presidência.
Assim, me pergunto se os esforços jornalísticos no sentido de preservar uma cobertura justa não estariam correndo o risco de fazer Trump parecer normal, sem reconhecer abertamente o quanto ele é um candidato anormal. Se o público considera Trump mais honesto que Hillary, algo deu errado. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
Uma das armadilhas mentais em que caímos é enxergar a política por meio de narrativas. Me indago se estaríamos novamente deixando que nosso trabalho coletivo de reportagem alimente percepções equivocadas.
Uma pesquisa da CNN/ORC revelou que, por uma diferença de 15 pontos porcentuais, os americanos consideram Donald Trump um candidato "mais honesto e digno de confiança" do que Hillary Clinton.
Mas o site PolitiFact mostra que 13% das afirmações de Hillary verificadas foram consideradas falsas ou "mentiras deslavadas", em comparação com 53% das afirmações de Trump. É claro que Hillary maquia a verdade - mas isso nem se compara ao que Trump faz.
Isso nos traz à espinhosa questão das falsas equivalências: seria irresponsabilidade jornalística citar ambos os lados e deixar que o leitor chegue às próprias conclusões, ainda que um dos lados aparentemente fabrique fatos ou faça comentários absurdos?
Há malucos que acreditam que a Terra é plana, e não merecem ser citados sem explicarmos que essa é uma opinião minoritária. O mesmo vale para um maluco que chegou a afirmar que a mudança climática é uma farsa elaborada pelos chineses, que pediu a proibição da entrada de muçulmanos e disse que vai construir um muro na fronteira, cuja conta será paga pelo México.
Os insultos de Donald Trump
É nosso dever diante dos leitores indicar quando estamos escrevendo a respeito de um lunático. Ainda que se trate de um candidato à presidência. Na verdade, especialmente quando se trata de um candidato à presidência.
Assim, me pergunto se os esforços jornalísticos no sentido de preservar uma cobertura justa não estariam correndo o risco de fazer Trump parecer normal, sem reconhecer abertamente o quanto ele é um candidato anormal. Se o público considera Trump mais honesto que Hillary, algo deu errado. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL