WASHINGTON - Defensores do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentaram processos judiciais em três Estados onde sua vitória ocorreu por uma margem estreita para deter o pedido de apuração de votos feito pelo Partido Verde de Jill Stein e respaldado pela campanha de Hillary Clinton.
A candidata presidencial do Partido Verde lançou na semana passada uma iniciativa de arrecadação de fundos para financiar uma apuração de votos em Wisconsin, Pensilvânia e Michigan, Estados nos quais Trump ganhou de Hillary por poucos votos, apesar de a própria Stein ter obtido um apoio muito minoritário.
Em Michigan, o procurador-geral do Estado, Bill Schuette, argumentou que a solicitação de apuração representa "uma ameaça cara e arriscada para os contribuintes" e qualificou a atitude de Stein de "indesculpável".
Por sua parte, em Wisconsin foi apresentado um processo similar pelos grupos Great America PAC, e Stop Hillary PAC no qual se assinalava que a tentativa de voltar a contar os votos poderia "lançar dúvidas de maneira injustificada" sobre a vitória de Trump no Estado.
Por último, na Pensilvânia, um grupo de advogados ligados a Trump fez um pedido similar, já que consideram que a solicitação de Stein carece de validade legal.
De acordo com a campanha da candidata do Partido Verde, há provas "convincentes" de "anomalias" na votação nesses três Estados e, por isso, é necessário verificar fundamentalmente os resultados dos condados que dependem de máquinas de votação eletrônicas.
O apoio a Stein, que obteve pouco mais de 1% dos votos nas eleições, pode ter sido decisivo para inclinar a balança em favor de Trump e em detrimento de Hillary, que pode ter perdido o respaldo de alguns eleitores mais à esquerda.
Apesar de em um primeiro momento Hillary ter reconhecido a vitória de Trump, assim que o Partido Verde iniciou o pedido para a apuração, a democrata decidiu respaldar o processo.
"Dado que não tínhamos descoberto provas de pirataria informática ou tentativas externas de alterar a tecnologia eleitoral, não planejávamos exercer esta opção, mas agora que começou uma apuração em Wisconsin, pretendemos participar para garantir o devido processo de modo que seja justo para todas as partes", afirmou o conselheiro-geral da campanha de Hillary, Marc Erik Elias, em 23 de novembro. / EFE