Democratas usam lemas de Reagan, ícone dos republicanos, contra Trump


Menções à religião, demonstrações de patriotismo, defesa de valores familiares e outros pontos normalmente frequentes na agenda republicana foram utilizados na convenção que consagrou Hillary para apontar bilionário como um usurpador da legenda de Lincoln

Por Redação Internacional

Cláudia Trevisan,ENVIADA ESPECIAL / FILADÉLFIA, EUA

Ícone dos conservadores americanos, o republicano Ronald Reagan foi usado na convenção do Partido Democrata como antídoto para o cenário sombrio dos EUA promovido pelo adversário Donald Trump. Alguns dos principais oradores do evento fizeram referências à visão luminosa do ex-presidente em relação ao futuro do país e a sua crença na absoluta supremacia americana.

Reagan não foi o único símbolo republicano apropriado pelos democratas recentemente. Demonstrações de patriotismo, menções à religião e a defesa de valores familiares também ganharam espaço no evento realizado na Filadélfia, em um esforço para atrair moderados republicanos que não se identificam com Trump e o veem como um usurpador do partido de Reagan e de Abraham Lincoln.

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Doug Elmets ex-assessor de Reagan, discursa em convenção democrata Foto: AFP PHOTO / Nicholas Kamm

O candidato a vice-presidente na chapa de Hillary, o senador Tim Kaine, deixou de lado a sutileza e foi bastante explícito no convite aos órfãos republicanos: "Se algum de vocês estiver procurando pelo partido de Lincoln, vocês têm um lar aqui mesmo, dentro do Partido Democrata".

O presidente Barack Obama e Hillary Clinton, candidata à sua sucessão, incluíram em seus discursos referências a Reagan, historicamente desprezado por muitos democratas com a mesma paixão demonstrada por seus devotos republicanos.

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"Ronald Reagan chamava a América de 'uma luminosa cidade na colina'. Donald Trump a chama de uma 'dividida cena de crime' que só ele pode consertar", disse Obama. Hillary usou o slogan da campanha de Reagan de 1984 para atacar as posições de seu adversário: "Ele levou o Partido Republicano muito longe, da "Manhã na América" para a "Meia-noite na América".

Em campanha. O cientista político Norman Ornstein, do American Enterprise Institute, disse ao Estado que a convenção democrata foi marcada por um tom otimista e patriótico ao estilo de Reagan. O alvo eram os republicanos moderados e os independentes - a parcela do eleitorado que não se identifica com nenhum dos dois partidos e poderá definir o resultado da disputa presidencial em novembro.

"A convenção realizada na Filadélfia deixou claro que haverá um esforço dos democratas durante a campanha presidencial para que republicanos e independentes se sintam confortáveis com um eventual voto em Hillary Clinton", afirmou Ornstein, autor do livro It Is Even Worse Than It Looks (É ainda pior do que parece), no qual analisa a crescente polarização da política americana.

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Artistas, personalidades e peculiaridades marcam convenção democrata na Filadélfia

1 | 19

Convenção Democrata

Foto: REUTERS/Dominick Reuter
2 | 19

Convenão Democrata - Sarah Silverman

Foto: Joe Raedle/Getty Images/AFP
3 | 19

Convenção democrata

Foto: Jeff J Mitchell/Getty Images/AFP
4 | 19

Convenção Democrata - Elizabeth Banks

Foto: AP Photo/J. Scott Applewhite
5 | 19

Convenção Democrata

Foto: AP Photo/Matt Slocum
6 | 19

Convenção Democrata

Foto: AP Photo/John Minchillo
7 | 19

Convenção Democrata - Bernie Sanders

Foto: AP Photo/Mark J. Terrill
8 | 19

Convenção Democrata - Eva Longoria

Foto: AFP PHOTO / Nicholas Kamm
9 | 19

Convenção Democrata - Gabby Giffords

Foto: REUTERS/Dominick Reuter
10 | 19

Convenção Democrata - Meryl Streep

Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP
11 | 19

Convenção Democrata - Michelle Obama

Foto: Sean Simmers/PennLive.com via AP
12 | 19

Convenção Democrata

Foto: Sam Hodgson/The New York Times
13 | 19

Convenção Democrata

Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP
14 | 19

Convenção Democrata - Tubby Love

Foto: James Robinson/PennLive.com via AP
15 | 19

Convenção Democrata

Foto: Joe Raedle/Getty Images/AFP
16 | 19

Convenção Democrata - Elizabeth Warren

Foto: REUTERS/Jim Young
17 | 19

Convenção Democrata

Foto: Jim Wilson/The New York Times
18 | 19

Convenção Democrata - Donna Brazilie

Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP
19 | 19

Convenção Democrata

Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP

Ainda assim, de acordo com ele, o mais importante fator na definição do voto da maioria dos republicanos será o comportamento de Trump até o dia 8 de novembro, data das eleições.

Refletindo o desconforto de muitos seguidores do partido com o bilionário, dois republicanos participaram da convenção democrata e declararam o voto em Hillary. "Eu conheci Ronald Reagan. Eu trabalhei para Ronald Reagan. Donald Trump, você não é Ronald Reagan", afirmou Doug Elmets, republicano que foi assessor do ex-presidente Reagan na Casa Branca.

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Diretora para políticas de saúde da poderosa Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Jennifer Pierotti Lim declarou ter votado em candidatos conservadores durante toda sua vida.

"Eu acredito nos valores fundamentais do Partido Republicano: liberdade, igualdade e a ideia de que há direitos individuas que não podem ser subtraídos", observou Jennifer. "E porque o Partido Republicano abandonou esses valores neste ano, esta republicana votará em Hillary Clinton."

As menções positivas dos democratas em relação ao partido adversário foram além de Reagan. O candidato a vice-presidente mencionou também Barbara Bush, uma das mais queridas ex-primeiras-damas dos EUA e matriarca da família que viu um de seus filhos, Jeb, ser derrotado por Trump nas primárias eleitorais.

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Hillary Clinton iniciou nesta quinta-feira uma fase sem precedentes na história política americana. No último dia da Convenção Nacional Democrata, realizada na Filadélfia, ela aceitou oficialmente ser a candidata pelo partido democrata à Casa Branca.

Moderados. Em seu discurso no encontro da Filadélfia, Hillary também elogiou o senador John McCain, um republicano moderado, adversário de Obama em 2008, que passou cinco anos e meio como prisioneiro de guerra no Vietnã.

Em razão de torturas a que foi submetido, ele perdeu parte da mobilidade de seus braços. Logo depois de lançar sua candidatura, há pouco mais de um ano, Trump desqualificou a reputação de McCain como herói de guerra. "Eu gosto das pessoas que não foram capturadas", disse o bilionário.

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Na sexta-feira, a neta do senador, Caroline McCain, anunciou que votará em Hillary. "A lealdade ao partido nunca pode triunfar sobre a lealdade ao país. E lealdade ao partido não significa nada quando o partido foi envenenado", disse Caroline.

Cláudia Trevisan,ENVIADA ESPECIAL / FILADÉLFIA, EUA

Ícone dos conservadores americanos, o republicano Ronald Reagan foi usado na convenção do Partido Democrata como antídoto para o cenário sombrio dos EUA promovido pelo adversário Donald Trump. Alguns dos principais oradores do evento fizeram referências à visão luminosa do ex-presidente em relação ao futuro do país e a sua crença na absoluta supremacia americana.

Reagan não foi o único símbolo republicano apropriado pelos democratas recentemente. Demonstrações de patriotismo, menções à religião e a defesa de valores familiares também ganharam espaço no evento realizado na Filadélfia, em um esforço para atrair moderados republicanos que não se identificam com Trump e o veem como um usurpador do partido de Reagan e de Abraham Lincoln.

Doug Elmets ex-assessor de Reagan, discursa em convenção democrata Foto: AFP PHOTO / Nicholas Kamm

O candidato a vice-presidente na chapa de Hillary, o senador Tim Kaine, deixou de lado a sutileza e foi bastante explícito no convite aos órfãos republicanos: "Se algum de vocês estiver procurando pelo partido de Lincoln, vocês têm um lar aqui mesmo, dentro do Partido Democrata".

O presidente Barack Obama e Hillary Clinton, candidata à sua sucessão, incluíram em seus discursos referências a Reagan, historicamente desprezado por muitos democratas com a mesma paixão demonstrada por seus devotos republicanos.

"Ronald Reagan chamava a América de 'uma luminosa cidade na colina'. Donald Trump a chama de uma 'dividida cena de crime' que só ele pode consertar", disse Obama. Hillary usou o slogan da campanha de Reagan de 1984 para atacar as posições de seu adversário: "Ele levou o Partido Republicano muito longe, da "Manhã na América" para a "Meia-noite na América".

Em campanha. O cientista político Norman Ornstein, do American Enterprise Institute, disse ao Estado que a convenção democrata foi marcada por um tom otimista e patriótico ao estilo de Reagan. O alvo eram os republicanos moderados e os independentes - a parcela do eleitorado que não se identifica com nenhum dos dois partidos e poderá definir o resultado da disputa presidencial em novembro.

"A convenção realizada na Filadélfia deixou claro que haverá um esforço dos democratas durante a campanha presidencial para que republicanos e independentes se sintam confortáveis com um eventual voto em Hillary Clinton", afirmou Ornstein, autor do livro It Is Even Worse Than It Looks (É ainda pior do que parece), no qual analisa a crescente polarização da política americana.

Artistas, personalidades e peculiaridades marcam convenção democrata na Filadélfia

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Convenção Democrata

Foto: REUTERS/Dominick Reuter
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Convenão Democrata - Sarah Silverman

Foto: Joe Raedle/Getty Images/AFP
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Convenção democrata

Foto: Jeff J Mitchell/Getty Images/AFP
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Convenção Democrata - Elizabeth Banks

Foto: AP Photo/J. Scott Applewhite
5 | 19

Convenção Democrata

Foto: AP Photo/Matt Slocum
6 | 19

Convenção Democrata

Foto: AP Photo/John Minchillo
7 | 19

Convenção Democrata - Bernie Sanders

Foto: AP Photo/Mark J. Terrill
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Convenção Democrata - Eva Longoria

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Convenção Democrata - Gabby Giffords

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Convenção Democrata - Meryl Streep

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Convenção Democrata - Michelle Obama

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Convenção Democrata

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Convenção Democrata

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Convenção Democrata - Tubby Love

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Convenção Democrata

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Convenção Democrata - Elizabeth Warren

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Convenção Democrata

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Convenção Democrata - Donna Brazilie

Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP
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Convenção Democrata

Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP

Ainda assim, de acordo com ele, o mais importante fator na definição do voto da maioria dos republicanos será o comportamento de Trump até o dia 8 de novembro, data das eleições.

Refletindo o desconforto de muitos seguidores do partido com o bilionário, dois republicanos participaram da convenção democrata e declararam o voto em Hillary. "Eu conheci Ronald Reagan. Eu trabalhei para Ronald Reagan. Donald Trump, você não é Ronald Reagan", afirmou Doug Elmets, republicano que foi assessor do ex-presidente Reagan na Casa Branca.

Diretora para políticas de saúde da poderosa Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Jennifer Pierotti Lim declarou ter votado em candidatos conservadores durante toda sua vida.

"Eu acredito nos valores fundamentais do Partido Republicano: liberdade, igualdade e a ideia de que há direitos individuas que não podem ser subtraídos", observou Jennifer. "E porque o Partido Republicano abandonou esses valores neste ano, esta republicana votará em Hillary Clinton."

As menções positivas dos democratas em relação ao partido adversário foram além de Reagan. O candidato a vice-presidente mencionou também Barbara Bush, uma das mais queridas ex-primeiras-damas dos EUA e matriarca da família que viu um de seus filhos, Jeb, ser derrotado por Trump nas primárias eleitorais.

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Hillary Clinton iniciou nesta quinta-feira uma fase sem precedentes na história política americana. No último dia da Convenção Nacional Democrata, realizada na Filadélfia, ela aceitou oficialmente ser a candidata pelo partido democrata à Casa Branca.

Moderados. Em seu discurso no encontro da Filadélfia, Hillary também elogiou o senador John McCain, um republicano moderado, adversário de Obama em 2008, que passou cinco anos e meio como prisioneiro de guerra no Vietnã.

Em razão de torturas a que foi submetido, ele perdeu parte da mobilidade de seus braços. Logo depois de lançar sua candidatura, há pouco mais de um ano, Trump desqualificou a reputação de McCain como herói de guerra. "Eu gosto das pessoas que não foram capturadas", disse o bilionário.

Na sexta-feira, a neta do senador, Caroline McCain, anunciou que votará em Hillary. "A lealdade ao partido nunca pode triunfar sobre a lealdade ao país. E lealdade ao partido não significa nada quando o partido foi envenenado", disse Caroline.

Cláudia Trevisan,ENVIADA ESPECIAL / FILADÉLFIA, EUA

Ícone dos conservadores americanos, o republicano Ronald Reagan foi usado na convenção do Partido Democrata como antídoto para o cenário sombrio dos EUA promovido pelo adversário Donald Trump. Alguns dos principais oradores do evento fizeram referências à visão luminosa do ex-presidente em relação ao futuro do país e a sua crença na absoluta supremacia americana.

Reagan não foi o único símbolo republicano apropriado pelos democratas recentemente. Demonstrações de patriotismo, menções à religião e a defesa de valores familiares também ganharam espaço no evento realizado na Filadélfia, em um esforço para atrair moderados republicanos que não se identificam com Trump e o veem como um usurpador do partido de Reagan e de Abraham Lincoln.

Doug Elmets ex-assessor de Reagan, discursa em convenção democrata Foto: AFP PHOTO / Nicholas Kamm

O candidato a vice-presidente na chapa de Hillary, o senador Tim Kaine, deixou de lado a sutileza e foi bastante explícito no convite aos órfãos republicanos: "Se algum de vocês estiver procurando pelo partido de Lincoln, vocês têm um lar aqui mesmo, dentro do Partido Democrata".

O presidente Barack Obama e Hillary Clinton, candidata à sua sucessão, incluíram em seus discursos referências a Reagan, historicamente desprezado por muitos democratas com a mesma paixão demonstrada por seus devotos republicanos.

"Ronald Reagan chamava a América de 'uma luminosa cidade na colina'. Donald Trump a chama de uma 'dividida cena de crime' que só ele pode consertar", disse Obama. Hillary usou o slogan da campanha de Reagan de 1984 para atacar as posições de seu adversário: "Ele levou o Partido Republicano muito longe, da "Manhã na América" para a "Meia-noite na América".

Em campanha. O cientista político Norman Ornstein, do American Enterprise Institute, disse ao Estado que a convenção democrata foi marcada por um tom otimista e patriótico ao estilo de Reagan. O alvo eram os republicanos moderados e os independentes - a parcela do eleitorado que não se identifica com nenhum dos dois partidos e poderá definir o resultado da disputa presidencial em novembro.

"A convenção realizada na Filadélfia deixou claro que haverá um esforço dos democratas durante a campanha presidencial para que republicanos e independentes se sintam confortáveis com um eventual voto em Hillary Clinton", afirmou Ornstein, autor do livro It Is Even Worse Than It Looks (É ainda pior do que parece), no qual analisa a crescente polarização da política americana.

Artistas, personalidades e peculiaridades marcam convenção democrata na Filadélfia

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Convenção Democrata

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Convenão Democrata - Sarah Silverman

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Convenção democrata

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Convenção Democrata

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Convenção Democrata

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Convenção Democrata - Elizabeth Warren

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Convenção Democrata

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Convenção Democrata - Donna Brazilie

Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP
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Convenção Democrata

Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP

Ainda assim, de acordo com ele, o mais importante fator na definição do voto da maioria dos republicanos será o comportamento de Trump até o dia 8 de novembro, data das eleições.

Refletindo o desconforto de muitos seguidores do partido com o bilionário, dois republicanos participaram da convenção democrata e declararam o voto em Hillary. "Eu conheci Ronald Reagan. Eu trabalhei para Ronald Reagan. Donald Trump, você não é Ronald Reagan", afirmou Doug Elmets, republicano que foi assessor do ex-presidente Reagan na Casa Branca.

Diretora para políticas de saúde da poderosa Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Jennifer Pierotti Lim declarou ter votado em candidatos conservadores durante toda sua vida.

"Eu acredito nos valores fundamentais do Partido Republicano: liberdade, igualdade e a ideia de que há direitos individuas que não podem ser subtraídos", observou Jennifer. "E porque o Partido Republicano abandonou esses valores neste ano, esta republicana votará em Hillary Clinton."

As menções positivas dos democratas em relação ao partido adversário foram além de Reagan. O candidato a vice-presidente mencionou também Barbara Bush, uma das mais queridas ex-primeiras-damas dos EUA e matriarca da família que viu um de seus filhos, Jeb, ser derrotado por Trump nas primárias eleitorais.

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Hillary Clinton iniciou nesta quinta-feira uma fase sem precedentes na história política americana. No último dia da Convenção Nacional Democrata, realizada na Filadélfia, ela aceitou oficialmente ser a candidata pelo partido democrata à Casa Branca.

Moderados. Em seu discurso no encontro da Filadélfia, Hillary também elogiou o senador John McCain, um republicano moderado, adversário de Obama em 2008, que passou cinco anos e meio como prisioneiro de guerra no Vietnã.

Em razão de torturas a que foi submetido, ele perdeu parte da mobilidade de seus braços. Logo depois de lançar sua candidatura, há pouco mais de um ano, Trump desqualificou a reputação de McCain como herói de guerra. "Eu gosto das pessoas que não foram capturadas", disse o bilionário.

Na sexta-feira, a neta do senador, Caroline McCain, anunciou que votará em Hillary. "A lealdade ao partido nunca pode triunfar sobre a lealdade ao país. E lealdade ao partido não significa nada quando o partido foi envenenado", disse Caroline.

Cláudia Trevisan,ENVIADA ESPECIAL / FILADÉLFIA, EUA

Ícone dos conservadores americanos, o republicano Ronald Reagan foi usado na convenção do Partido Democrata como antídoto para o cenário sombrio dos EUA promovido pelo adversário Donald Trump. Alguns dos principais oradores do evento fizeram referências à visão luminosa do ex-presidente em relação ao futuro do país e a sua crença na absoluta supremacia americana.

Reagan não foi o único símbolo republicano apropriado pelos democratas recentemente. Demonstrações de patriotismo, menções à religião e a defesa de valores familiares também ganharam espaço no evento realizado na Filadélfia, em um esforço para atrair moderados republicanos que não se identificam com Trump e o veem como um usurpador do partido de Reagan e de Abraham Lincoln.

Doug Elmets ex-assessor de Reagan, discursa em convenção democrata Foto: AFP PHOTO / Nicholas Kamm

O candidato a vice-presidente na chapa de Hillary, o senador Tim Kaine, deixou de lado a sutileza e foi bastante explícito no convite aos órfãos republicanos: "Se algum de vocês estiver procurando pelo partido de Lincoln, vocês têm um lar aqui mesmo, dentro do Partido Democrata".

O presidente Barack Obama e Hillary Clinton, candidata à sua sucessão, incluíram em seus discursos referências a Reagan, historicamente desprezado por muitos democratas com a mesma paixão demonstrada por seus devotos republicanos.

"Ronald Reagan chamava a América de 'uma luminosa cidade na colina'. Donald Trump a chama de uma 'dividida cena de crime' que só ele pode consertar", disse Obama. Hillary usou o slogan da campanha de Reagan de 1984 para atacar as posições de seu adversário: "Ele levou o Partido Republicano muito longe, da "Manhã na América" para a "Meia-noite na América".

Em campanha. O cientista político Norman Ornstein, do American Enterprise Institute, disse ao Estado que a convenção democrata foi marcada por um tom otimista e patriótico ao estilo de Reagan. O alvo eram os republicanos moderados e os independentes - a parcela do eleitorado que não se identifica com nenhum dos dois partidos e poderá definir o resultado da disputa presidencial em novembro.

"A convenção realizada na Filadélfia deixou claro que haverá um esforço dos democratas durante a campanha presidencial para que republicanos e independentes se sintam confortáveis com um eventual voto em Hillary Clinton", afirmou Ornstein, autor do livro It Is Even Worse Than It Looks (É ainda pior do que parece), no qual analisa a crescente polarização da política americana.

Artistas, personalidades e peculiaridades marcam convenção democrata na Filadélfia

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Convenção Democrata

Foto: REUTERS/Dominick Reuter
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Convenão Democrata - Sarah Silverman

Foto: Joe Raedle/Getty Images/AFP
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Convenção Democrata - Elizabeth Banks

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Foto: AP Photo/John Minchillo
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Convenção Democrata - Bernie Sanders

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Convenção Democrata - Eva Longoria

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Convenção Democrata - Gabby Giffords

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Convenção Democrata - Meryl Streep

Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP
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Convenção Democrata - Michelle Obama

Foto: Sean Simmers/PennLive.com via AP
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Convenção Democrata

Foto: Sam Hodgson/The New York Times
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Convenção Democrata

Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP
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Convenção Democrata - Tubby Love

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Convenção Democrata

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Convenção Democrata - Donna Brazilie

Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP
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Convenção Democrata

Foto: Jessica Kourkounis/Getty Images/AFP

Ainda assim, de acordo com ele, o mais importante fator na definição do voto da maioria dos republicanos será o comportamento de Trump até o dia 8 de novembro, data das eleições.

Refletindo o desconforto de muitos seguidores do partido com o bilionário, dois republicanos participaram da convenção democrata e declararam o voto em Hillary. "Eu conheci Ronald Reagan. Eu trabalhei para Ronald Reagan. Donald Trump, você não é Ronald Reagan", afirmou Doug Elmets, republicano que foi assessor do ex-presidente Reagan na Casa Branca.

Diretora para políticas de saúde da poderosa Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Jennifer Pierotti Lim declarou ter votado em candidatos conservadores durante toda sua vida.

"Eu acredito nos valores fundamentais do Partido Republicano: liberdade, igualdade e a ideia de que há direitos individuas que não podem ser subtraídos", observou Jennifer. "E porque o Partido Republicano abandonou esses valores neste ano, esta republicana votará em Hillary Clinton."

As menções positivas dos democratas em relação ao partido adversário foram além de Reagan. O candidato a vice-presidente mencionou também Barbara Bush, uma das mais queridas ex-primeiras-damas dos EUA e matriarca da família que viu um de seus filhos, Jeb, ser derrotado por Trump nas primárias eleitorais.

Seu navegador não suporta esse video.

Hillary Clinton iniciou nesta quinta-feira uma fase sem precedentes na história política americana. No último dia da Convenção Nacional Democrata, realizada na Filadélfia, ela aceitou oficialmente ser a candidata pelo partido democrata à Casa Branca.

Moderados. Em seu discurso no encontro da Filadélfia, Hillary também elogiou o senador John McCain, um republicano moderado, adversário de Obama em 2008, que passou cinco anos e meio como prisioneiro de guerra no Vietnã.

Em razão de torturas a que foi submetido, ele perdeu parte da mobilidade de seus braços. Logo depois de lançar sua candidatura, há pouco mais de um ano, Trump desqualificou a reputação de McCain como herói de guerra. "Eu gosto das pessoas que não foram capturadas", disse o bilionário.

Na sexta-feira, a neta do senador, Caroline McCain, anunciou que votará em Hillary. "A lealdade ao partido nunca pode triunfar sobre a lealdade ao país. E lealdade ao partido não significa nada quando o partido foi envenenado", disse Caroline.

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