Perfil: Quem é Rex Tillerson, novo secretário de Estado dos EUA


Empresário de 64 anos nunca trabalhou para o governo, mas sua experiência no mundo dos negócios pode ser importante no momento de defender os interesses dos americanos

Por Redação Internacional

WASHINGTON - Rex Tillerson, principal executivo da ExxonMobil escolhido pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para ser o próximo secretário de Estado americano, construiu fortes laços com líderes de todo o mundo, mas o mais notável e polêmico deles é com o russo Vladimir Putin.

Formado em Engenharia, o empresário de 64 anos nunca trabalhou para o governo, mas sua experiência no mundo dos negócios pode ser uma ferramenta importante no momento de defender os interesses dos EUA.

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Rex Tillerson, novo secretário de Estado dos EUA ( Foto: EUTERS/Kevin Lamarque)

Sua relação com Putin aparentemente foi vital para ser escolhido por Trump, já que o presidente eleito deseja melhorar as relações com Moscou, que pioraram consideravelmente a partir de 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia. Mas a relação pode virar um problema na votação do Senado para confirmar ou não o nome de Tillerson, em um cenário marcado pela convicção da inteligência americana sobre interferência da Rússia nas eleições presidenciais.

"Tillerson tem mais tempo de relação com Putin do que qualquer outro americano, com exceção de Henry Kissinger", disse John Hamre, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington, que tem o executivo do petróleo como um de seus principais doadores.

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E se Trump considera Tillerson um homem dinâmico e capaz de obter resultados, críticos como o senador conservador John McCain e ativistas do meio ambiente, têm uma longa lista de preocupações. Uma delas é com relação ao fato de um empresário do setor do petróleo ser indicado para um posto chave nas negociações de acordos sobre as mudanças climáticas.

McCain disse na segunda-feira que os laços de Tillerson com Putin são "uma fonte de preocupação". "Tenho que examinar. Vladimir Putin é um bandido, um valentão e um assassino, e qualquer um que o descreva como algo diferente está mentindo", afirmou ele.

Tillerson e Putin se conheceram na década de 1990, quando o engenheiro americano supervisionava um projeto da Exxon na ilha russa de Sakhalin. A relação ganhou força depois que Boris Yeltsin renunciou ao poder em 1999 e Putin assumiu o Kremlin.

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A relação foi coroada com um acordo histórico assinado em 2011 entre a Exxon e a gigante russa da energia Rosneft para a exploração e perfuração no Ártico russo e na Sibéria. O acordo foi avaliado inicialmente em US$ 3,2 bilhões, mas pode chegar a US$ 500 bilhões de acordo com o tamanho das descobertas.

Mas todo o pacto se encontra congelado em consequência das sanções econômicas adotadas por Washington contra Moscou. Tillerson, que foi condecorado com a Ordem Russa da Amizade, expressou toda sua revolta com as sanções durante uma reunião com investidores em 2014. "Sempre tentamos estimular as pessoas que tomam estas decisões a considerarem o dano colateral muito amplo e quem está realmente afetando as sanções", disse.

Diplomacia. Nascido em Wichita Falls, no Texas, Tillerson passou toda a carreira na Exxon, onde começou a trabalhar em 1975. Se tornou CEO da empresa em 2006 e tinha previsão de aposentadoria para março. Sua visão da política externa é praticamente desconhecida, exceto o fato de que é um defensor do livre comércio. Entre os temas fundamentais que o aguardam como secretário de Estado está o acordo com o Irã sobre sua política nuclear.

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Durante a campanha, Trump defendeu a ideia de uma revisão dos acordos assinados em 2015 entre o Irã e o grupo formado por EUA, China, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido.

A equipe de Donald Trump

1 | 13

Rex Tillerson, secretário de Estado

Foto: AP Photo/Evan Vucci
2 | 13

Jeff Sessions, secretário de Justiça

Foto: AP Photo/Carolyn Kaster
3 | 13

Herbert McMaster, conselheiro de Segurança Nacional

Foto: AP Photo/Susan Walsh
4 | 13

Reince Priebus, chefe de gabine

Foto: AFP
5 | 13

Mike Pompeo, diretor da CIA

Foto: AP Photo/Charles Dharapak
6 | 13

Nikki Haley, embaixadora dos EUA na ONU

Foto: AP Photo/Cliff Owen
7 | 13

Betsy DeVos, secretária de Educação

Foto: AP Photo/Carolyn Kaster
8 | 13

Elaine Chao, secretária dos Transportes

Foto: AP Photo/Carolyn Kaster
9 | 13

Tom Price, secretário de Saúde

Foto: EFE/JIM LO SCALZO
10 | 13

Wilbur Ross, secretário de Comércio

Foto: EFE/JOHN ANGELILLO / POOL
11 | 13

Steven Mnuchin, secretário do Tesouro

Foto: AP Photo/Evan Vucci
12 | 13

Donald McGahn, conselheiro da Casa Branca

Foto: REUTERS/Brendan McDermid
13 | 13

Ben Carson - Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano

Foto: REUTERS/Las Vegas Sun/Steve Marcus

Também terá de monitorar a aplicação de sanções contra a Rússia, administrar as divergências com a China e o interminável conflito na Síria.

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Suas ações a respeito do aquecimento global também serão acompanhadas com atenção, depois que se negou a cortar investimentos na busca por novas áreas de exploração de petróleo. Vários estados, incluindo Nova York, estão processando a ExxonMobil com a ajuda de ativistas ambientais por aparentemente enganar o público sobre a responsabilidade dos combustíveis fósseis no aquecimento global. A nomeação é "incompreensível", afirmou o grupo ambientalista 350.org.

A posição de Tillerson como acionista da Exxon - possui quase US$ 150 milhões em títulos da empresa - também apresenta um conflito de interesses, já que suas decisões como chefe da diplomacia poderiam afetar o preço das ações. Caso as sanções contra a Rússia sejam eliminadas, os papéis da ExxonMobil devem aumentar de modo explosivo. / AFP

WASHINGTON - Rex Tillerson, principal executivo da ExxonMobil escolhido pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para ser o próximo secretário de Estado americano, construiu fortes laços com líderes de todo o mundo, mas o mais notável e polêmico deles é com o russo Vladimir Putin.

Formado em Engenharia, o empresário de 64 anos nunca trabalhou para o governo, mas sua experiência no mundo dos negócios pode ser uma ferramenta importante no momento de defender os interesses dos EUA.

Rex Tillerson, novo secretário de Estado dos EUA ( Foto: EUTERS/Kevin Lamarque)

Sua relação com Putin aparentemente foi vital para ser escolhido por Trump, já que o presidente eleito deseja melhorar as relações com Moscou, que pioraram consideravelmente a partir de 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia. Mas a relação pode virar um problema na votação do Senado para confirmar ou não o nome de Tillerson, em um cenário marcado pela convicção da inteligência americana sobre interferência da Rússia nas eleições presidenciais.

"Tillerson tem mais tempo de relação com Putin do que qualquer outro americano, com exceção de Henry Kissinger", disse John Hamre, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington, que tem o executivo do petróleo como um de seus principais doadores.

E se Trump considera Tillerson um homem dinâmico e capaz de obter resultados, críticos como o senador conservador John McCain e ativistas do meio ambiente, têm uma longa lista de preocupações. Uma delas é com relação ao fato de um empresário do setor do petróleo ser indicado para um posto chave nas negociações de acordos sobre as mudanças climáticas.

McCain disse na segunda-feira que os laços de Tillerson com Putin são "uma fonte de preocupação". "Tenho que examinar. Vladimir Putin é um bandido, um valentão e um assassino, e qualquer um que o descreva como algo diferente está mentindo", afirmou ele.

Tillerson e Putin se conheceram na década de 1990, quando o engenheiro americano supervisionava um projeto da Exxon na ilha russa de Sakhalin. A relação ganhou força depois que Boris Yeltsin renunciou ao poder em 1999 e Putin assumiu o Kremlin.

A relação foi coroada com um acordo histórico assinado em 2011 entre a Exxon e a gigante russa da energia Rosneft para a exploração e perfuração no Ártico russo e na Sibéria. O acordo foi avaliado inicialmente em US$ 3,2 bilhões, mas pode chegar a US$ 500 bilhões de acordo com o tamanho das descobertas.

Mas todo o pacto se encontra congelado em consequência das sanções econômicas adotadas por Washington contra Moscou. Tillerson, que foi condecorado com a Ordem Russa da Amizade, expressou toda sua revolta com as sanções durante uma reunião com investidores em 2014. "Sempre tentamos estimular as pessoas que tomam estas decisões a considerarem o dano colateral muito amplo e quem está realmente afetando as sanções", disse.

Diplomacia. Nascido em Wichita Falls, no Texas, Tillerson passou toda a carreira na Exxon, onde começou a trabalhar em 1975. Se tornou CEO da empresa em 2006 e tinha previsão de aposentadoria para março. Sua visão da política externa é praticamente desconhecida, exceto o fato de que é um defensor do livre comércio. Entre os temas fundamentais que o aguardam como secretário de Estado está o acordo com o Irã sobre sua política nuclear.

Durante a campanha, Trump defendeu a ideia de uma revisão dos acordos assinados em 2015 entre o Irã e o grupo formado por EUA, China, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido.

A equipe de Donald Trump

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Rex Tillerson, secretário de Estado

Foto: AP Photo/Evan Vucci
2 | 13

Jeff Sessions, secretário de Justiça

Foto: AP Photo/Carolyn Kaster
3 | 13

Herbert McMaster, conselheiro de Segurança Nacional

Foto: AP Photo/Susan Walsh
4 | 13

Reince Priebus, chefe de gabine

Foto: AFP
5 | 13

Mike Pompeo, diretor da CIA

Foto: AP Photo/Charles Dharapak
6 | 13

Nikki Haley, embaixadora dos EUA na ONU

Foto: AP Photo/Cliff Owen
7 | 13

Betsy DeVos, secretária de Educação

Foto: AP Photo/Carolyn Kaster
8 | 13

Elaine Chao, secretária dos Transportes

Foto: AP Photo/Carolyn Kaster
9 | 13

Tom Price, secretário de Saúde

Foto: EFE/JIM LO SCALZO
10 | 13

Wilbur Ross, secretário de Comércio

Foto: EFE/JOHN ANGELILLO / POOL
11 | 13

Steven Mnuchin, secretário do Tesouro

Foto: AP Photo/Evan Vucci
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Donald McGahn, conselheiro da Casa Branca

Foto: REUTERS/Brendan McDermid
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Ben Carson - Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano

Foto: REUTERS/Las Vegas Sun/Steve Marcus

Também terá de monitorar a aplicação de sanções contra a Rússia, administrar as divergências com a China e o interminável conflito na Síria.

Suas ações a respeito do aquecimento global também serão acompanhadas com atenção, depois que se negou a cortar investimentos na busca por novas áreas de exploração de petróleo. Vários estados, incluindo Nova York, estão processando a ExxonMobil com a ajuda de ativistas ambientais por aparentemente enganar o público sobre a responsabilidade dos combustíveis fósseis no aquecimento global. A nomeação é "incompreensível", afirmou o grupo ambientalista 350.org.

A posição de Tillerson como acionista da Exxon - possui quase US$ 150 milhões em títulos da empresa - também apresenta um conflito de interesses, já que suas decisões como chefe da diplomacia poderiam afetar o preço das ações. Caso as sanções contra a Rússia sejam eliminadas, os papéis da ExxonMobil devem aumentar de modo explosivo. / AFP

WASHINGTON - Rex Tillerson, principal executivo da ExxonMobil escolhido pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para ser o próximo secretário de Estado americano, construiu fortes laços com líderes de todo o mundo, mas o mais notável e polêmico deles é com o russo Vladimir Putin.

Formado em Engenharia, o empresário de 64 anos nunca trabalhou para o governo, mas sua experiência no mundo dos negócios pode ser uma ferramenta importante no momento de defender os interesses dos EUA.

Rex Tillerson, novo secretário de Estado dos EUA ( Foto: EUTERS/Kevin Lamarque)

Sua relação com Putin aparentemente foi vital para ser escolhido por Trump, já que o presidente eleito deseja melhorar as relações com Moscou, que pioraram consideravelmente a partir de 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia. Mas a relação pode virar um problema na votação do Senado para confirmar ou não o nome de Tillerson, em um cenário marcado pela convicção da inteligência americana sobre interferência da Rússia nas eleições presidenciais.

"Tillerson tem mais tempo de relação com Putin do que qualquer outro americano, com exceção de Henry Kissinger", disse John Hamre, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington, que tem o executivo do petróleo como um de seus principais doadores.

E se Trump considera Tillerson um homem dinâmico e capaz de obter resultados, críticos como o senador conservador John McCain e ativistas do meio ambiente, têm uma longa lista de preocupações. Uma delas é com relação ao fato de um empresário do setor do petróleo ser indicado para um posto chave nas negociações de acordos sobre as mudanças climáticas.

McCain disse na segunda-feira que os laços de Tillerson com Putin são "uma fonte de preocupação". "Tenho que examinar. Vladimir Putin é um bandido, um valentão e um assassino, e qualquer um que o descreva como algo diferente está mentindo", afirmou ele.

Tillerson e Putin se conheceram na década de 1990, quando o engenheiro americano supervisionava um projeto da Exxon na ilha russa de Sakhalin. A relação ganhou força depois que Boris Yeltsin renunciou ao poder em 1999 e Putin assumiu o Kremlin.

A relação foi coroada com um acordo histórico assinado em 2011 entre a Exxon e a gigante russa da energia Rosneft para a exploração e perfuração no Ártico russo e na Sibéria. O acordo foi avaliado inicialmente em US$ 3,2 bilhões, mas pode chegar a US$ 500 bilhões de acordo com o tamanho das descobertas.

Mas todo o pacto se encontra congelado em consequência das sanções econômicas adotadas por Washington contra Moscou. Tillerson, que foi condecorado com a Ordem Russa da Amizade, expressou toda sua revolta com as sanções durante uma reunião com investidores em 2014. "Sempre tentamos estimular as pessoas que tomam estas decisões a considerarem o dano colateral muito amplo e quem está realmente afetando as sanções", disse.

Diplomacia. Nascido em Wichita Falls, no Texas, Tillerson passou toda a carreira na Exxon, onde começou a trabalhar em 1975. Se tornou CEO da empresa em 2006 e tinha previsão de aposentadoria para março. Sua visão da política externa é praticamente desconhecida, exceto o fato de que é um defensor do livre comércio. Entre os temas fundamentais que o aguardam como secretário de Estado está o acordo com o Irã sobre sua política nuclear.

Durante a campanha, Trump defendeu a ideia de uma revisão dos acordos assinados em 2015 entre o Irã e o grupo formado por EUA, China, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido.

A equipe de Donald Trump

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Rex Tillerson, secretário de Estado

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Jeff Sessions, secretário de Justiça

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Herbert McMaster, conselheiro de Segurança Nacional

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Reince Priebus, chefe de gabine

Foto: AFP
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Mike Pompeo, diretor da CIA

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Nikki Haley, embaixadora dos EUA na ONU

Foto: AP Photo/Cliff Owen
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Betsy DeVos, secretária de Educação

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Elaine Chao, secretária dos Transportes

Foto: AP Photo/Carolyn Kaster
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Tom Price, secretário de Saúde

Foto: EFE/JIM LO SCALZO
10 | 13

Wilbur Ross, secretário de Comércio

Foto: EFE/JOHN ANGELILLO / POOL
11 | 13

Steven Mnuchin, secretário do Tesouro

Foto: AP Photo/Evan Vucci
12 | 13

Donald McGahn, conselheiro da Casa Branca

Foto: REUTERS/Brendan McDermid
13 | 13

Ben Carson - Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano

Foto: REUTERS/Las Vegas Sun/Steve Marcus

Também terá de monitorar a aplicação de sanções contra a Rússia, administrar as divergências com a China e o interminável conflito na Síria.

Suas ações a respeito do aquecimento global também serão acompanhadas com atenção, depois que se negou a cortar investimentos na busca por novas áreas de exploração de petróleo. Vários estados, incluindo Nova York, estão processando a ExxonMobil com a ajuda de ativistas ambientais por aparentemente enganar o público sobre a responsabilidade dos combustíveis fósseis no aquecimento global. A nomeação é "incompreensível", afirmou o grupo ambientalista 350.org.

A posição de Tillerson como acionista da Exxon - possui quase US$ 150 milhões em títulos da empresa - também apresenta um conflito de interesses, já que suas decisões como chefe da diplomacia poderiam afetar o preço das ações. Caso as sanções contra a Rússia sejam eliminadas, os papéis da ExxonMobil devem aumentar de modo explosivo. / AFP

WASHINGTON - Rex Tillerson, principal executivo da ExxonMobil escolhido pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para ser o próximo secretário de Estado americano, construiu fortes laços com líderes de todo o mundo, mas o mais notável e polêmico deles é com o russo Vladimir Putin.

Formado em Engenharia, o empresário de 64 anos nunca trabalhou para o governo, mas sua experiência no mundo dos negócios pode ser uma ferramenta importante no momento de defender os interesses dos EUA.

Rex Tillerson, novo secretário de Estado dos EUA ( Foto: EUTERS/Kevin Lamarque)

Sua relação com Putin aparentemente foi vital para ser escolhido por Trump, já que o presidente eleito deseja melhorar as relações com Moscou, que pioraram consideravelmente a partir de 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia. Mas a relação pode virar um problema na votação do Senado para confirmar ou não o nome de Tillerson, em um cenário marcado pela convicção da inteligência americana sobre interferência da Rússia nas eleições presidenciais.

"Tillerson tem mais tempo de relação com Putin do que qualquer outro americano, com exceção de Henry Kissinger", disse John Hamre, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington, que tem o executivo do petróleo como um de seus principais doadores.

E se Trump considera Tillerson um homem dinâmico e capaz de obter resultados, críticos como o senador conservador John McCain e ativistas do meio ambiente, têm uma longa lista de preocupações. Uma delas é com relação ao fato de um empresário do setor do petróleo ser indicado para um posto chave nas negociações de acordos sobre as mudanças climáticas.

McCain disse na segunda-feira que os laços de Tillerson com Putin são "uma fonte de preocupação". "Tenho que examinar. Vladimir Putin é um bandido, um valentão e um assassino, e qualquer um que o descreva como algo diferente está mentindo", afirmou ele.

Tillerson e Putin se conheceram na década de 1990, quando o engenheiro americano supervisionava um projeto da Exxon na ilha russa de Sakhalin. A relação ganhou força depois que Boris Yeltsin renunciou ao poder em 1999 e Putin assumiu o Kremlin.

A relação foi coroada com um acordo histórico assinado em 2011 entre a Exxon e a gigante russa da energia Rosneft para a exploração e perfuração no Ártico russo e na Sibéria. O acordo foi avaliado inicialmente em US$ 3,2 bilhões, mas pode chegar a US$ 500 bilhões de acordo com o tamanho das descobertas.

Mas todo o pacto se encontra congelado em consequência das sanções econômicas adotadas por Washington contra Moscou. Tillerson, que foi condecorado com a Ordem Russa da Amizade, expressou toda sua revolta com as sanções durante uma reunião com investidores em 2014. "Sempre tentamos estimular as pessoas que tomam estas decisões a considerarem o dano colateral muito amplo e quem está realmente afetando as sanções", disse.

Diplomacia. Nascido em Wichita Falls, no Texas, Tillerson passou toda a carreira na Exxon, onde começou a trabalhar em 1975. Se tornou CEO da empresa em 2006 e tinha previsão de aposentadoria para março. Sua visão da política externa é praticamente desconhecida, exceto o fato de que é um defensor do livre comércio. Entre os temas fundamentais que o aguardam como secretário de Estado está o acordo com o Irã sobre sua política nuclear.

Durante a campanha, Trump defendeu a ideia de uma revisão dos acordos assinados em 2015 entre o Irã e o grupo formado por EUA, China, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido.

A equipe de Donald Trump

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Rex Tillerson, secretário de Estado

Foto: AP Photo/Evan Vucci
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Jeff Sessions, secretário de Justiça

Foto: AP Photo/Carolyn Kaster
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Herbert McMaster, conselheiro de Segurança Nacional

Foto: AP Photo/Susan Walsh
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Reince Priebus, chefe de gabine

Foto: AFP
5 | 13

Mike Pompeo, diretor da CIA

Foto: AP Photo/Charles Dharapak
6 | 13

Nikki Haley, embaixadora dos EUA na ONU

Foto: AP Photo/Cliff Owen
7 | 13

Betsy DeVos, secretária de Educação

Foto: AP Photo/Carolyn Kaster
8 | 13

Elaine Chao, secretária dos Transportes

Foto: AP Photo/Carolyn Kaster
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Tom Price, secretário de Saúde

Foto: EFE/JIM LO SCALZO
10 | 13

Wilbur Ross, secretário de Comércio

Foto: EFE/JOHN ANGELILLO / POOL
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Steven Mnuchin, secretário do Tesouro

Foto: AP Photo/Evan Vucci
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Donald McGahn, conselheiro da Casa Branca

Foto: REUTERS/Brendan McDermid
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Ben Carson - Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano

Foto: REUTERS/Las Vegas Sun/Steve Marcus

Também terá de monitorar a aplicação de sanções contra a Rússia, administrar as divergências com a China e o interminável conflito na Síria.

Suas ações a respeito do aquecimento global também serão acompanhadas com atenção, depois que se negou a cortar investimentos na busca por novas áreas de exploração de petróleo. Vários estados, incluindo Nova York, estão processando a ExxonMobil com a ajuda de ativistas ambientais por aparentemente enganar o público sobre a responsabilidade dos combustíveis fósseis no aquecimento global. A nomeação é "incompreensível", afirmou o grupo ambientalista 350.org.

A posição de Tillerson como acionista da Exxon - possui quase US$ 150 milhões em títulos da empresa - também apresenta um conflito de interesses, já que suas decisões como chefe da diplomacia poderiam afetar o preço das ações. Caso as sanções contra a Rússia sejam eliminadas, os papéis da ExxonMobil devem aumentar de modo explosivo. / AFP

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