EUA consideram impor sanções à China por campos de detenção de muçulmanos


Fontes ouvidas pelo 'NYT' dizem que governo de Donald Trump estuda punições econômicas contra Pequim em razão da detenção de centenas de milhares de pessoas de minorias étnicas, como os uigures e os tibetanos

Por Beatriz Bulla CORRESPONDENTE e WASHINGTON

WASHINGTON - O governo americano considera impor sanções à China em retaliação à prisão de milhares de muçulmanos da etnia uigur e de outras minorias étnicas mantidas por Pequim em grandes campos de detenção.

A intenção foi revelada nesta terça-feira, 11, dois meses e meio após a Justiça americana validar o decreto do presidente Donald Trump que barra a entrada nos EUA de viajantes de países de maioria islâmica, o que levou o presidente a ser acusado de discriminação religiosa.

Equipes de seguraça vigiam estação de trem em Urumqi, em Xinjiang, depois de um atentado com bomba Foto: REUTERS/Petar Kujundzic
continua após a publicidade

As punições seriam as primeiras medidas práticas tomadas pelo governo Trump contra a China por violações de direitos humanos. Washington também estuda limitar a venda de tecnologia de vigilância para agências de segurança chinesas e para empresas que usam tais recursos para monitorar os uigures no noroeste do país. Segundo funcionários em Washington ouvidos pelo New York Times, as sanções seriam direcionadas a funcionários do alto escalão do governo e a empresas do país. 

De acordo com o jornal, as discussões sobre possíveis punições à China por seu tratamento à minoria muçulmana ocorrem há meses na Casa Branca e nos Departamentos do Tesouro e de Estado. Em entrevista coletiva hoje, a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, afirmou que o governo está “profundamente preocupado com a piora da repressão, não apenas contra os uigures, mas outros muçulmanos na China”.

Ela não detalhou quais sanções poderiam ser adotadas, nem confirmou a previsão de que isso venha a acontecer. “Temos muitas ferramentas à disposição, mas não vou antecipar qualquer atividade potencial que possa ou não acontecer”, disse.

continua após a publicidade

Conheça os sete homens que comandam a China

1 | 8

Comitê Permanente do Politburo

Foto: REUTERS/Jason Lee
2 | 8

Xi Jinping, 64 anos

Foto: REUTERS/Jason Lee
3 | 8

Li Keqiang, 62 anos

Foto: AFP PHOTO / WANG ZHAO
4 | 8

Li Zhanshu, 67 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
5 | 8

Wang Yang, 62 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
6 | 8

Wang Huning, 62 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
7 | 8

Zhao Leji, 60 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
8 | 8

Han Zheng, 63 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young

Até agora, Trump resiste em punir a China ou mesmo acusá-la de violações. Se aprovadas, as penalidades alimentariam o impasse com Pequim sobre comércio e poderiam comprometer a pressão sobre o programa nuclear da Coreia do Norte.

Críticas 

continua após a publicidade

No mês passado, um painel das Nações Unidas confrontou diplomatas chineses em Genebra sobre as detenções. Os campos para muçulmanos têm sido alvo de crescentes críticas internacionais. Defensores dos direitos humanos e juristas dizem que as detenções em massa na região de Xinjiang são o pior abuso coletivo dos direitos humanos na China em décadas.

Desde que assumiu o poder, em 2012, o presidente Xi Jinping conduziu a China por um caminho autoritário, que inclui o aumento da repressão a grandes grupos étnicos no oeste da China, principalmente uigures e tibetanos. A ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou, na segunda-feira, as detenções arbitrárias em Xinjiang, além de tortura e doutrina em uma campanha de abusos sistemáticos.

A HRW publicou um relatório no qual documenta o crescente controle governamental sobre os 13 milhões de muçulmanos que vivem na região. Estima-se que um milhão de muçulmanos estejam detidos em acampamentos de reeducação, onde são forçados a aprender mandarim e a entoar cânticos do Partido Comunista da China.

continua após a publicidade

Questionado sobre esse relatório, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, acusou a ONG de “distorcer os fatos” e mostrar uma visão “tendenciosa”. / COM NYT e EFE

Policial chinês conversa com homem da etnia uigur em Xinjiang, no noroeste do país Foto: REUTERS/Thomas Peter

WASHINGTON - O governo americano considera impor sanções à China em retaliação à prisão de milhares de muçulmanos da etnia uigur e de outras minorias étnicas mantidas por Pequim em grandes campos de detenção.

A intenção foi revelada nesta terça-feira, 11, dois meses e meio após a Justiça americana validar o decreto do presidente Donald Trump que barra a entrada nos EUA de viajantes de países de maioria islâmica, o que levou o presidente a ser acusado de discriminação religiosa.

Equipes de seguraça vigiam estação de trem em Urumqi, em Xinjiang, depois de um atentado com bomba Foto: REUTERS/Petar Kujundzic

As punições seriam as primeiras medidas práticas tomadas pelo governo Trump contra a China por violações de direitos humanos. Washington também estuda limitar a venda de tecnologia de vigilância para agências de segurança chinesas e para empresas que usam tais recursos para monitorar os uigures no noroeste do país. Segundo funcionários em Washington ouvidos pelo New York Times, as sanções seriam direcionadas a funcionários do alto escalão do governo e a empresas do país. 

De acordo com o jornal, as discussões sobre possíveis punições à China por seu tratamento à minoria muçulmana ocorrem há meses na Casa Branca e nos Departamentos do Tesouro e de Estado. Em entrevista coletiva hoje, a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, afirmou que o governo está “profundamente preocupado com a piora da repressão, não apenas contra os uigures, mas outros muçulmanos na China”.

Ela não detalhou quais sanções poderiam ser adotadas, nem confirmou a previsão de que isso venha a acontecer. “Temos muitas ferramentas à disposição, mas não vou antecipar qualquer atividade potencial que possa ou não acontecer”, disse.

Conheça os sete homens que comandam a China

1 | 8

Comitê Permanente do Politburo

Foto: REUTERS/Jason Lee
2 | 8

Xi Jinping, 64 anos

Foto: REUTERS/Jason Lee
3 | 8

Li Keqiang, 62 anos

Foto: AFP PHOTO / WANG ZHAO
4 | 8

Li Zhanshu, 67 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
5 | 8

Wang Yang, 62 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
6 | 8

Wang Huning, 62 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
7 | 8

Zhao Leji, 60 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
8 | 8

Han Zheng, 63 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young

Até agora, Trump resiste em punir a China ou mesmo acusá-la de violações. Se aprovadas, as penalidades alimentariam o impasse com Pequim sobre comércio e poderiam comprometer a pressão sobre o programa nuclear da Coreia do Norte.

Críticas 

No mês passado, um painel das Nações Unidas confrontou diplomatas chineses em Genebra sobre as detenções. Os campos para muçulmanos têm sido alvo de crescentes críticas internacionais. Defensores dos direitos humanos e juristas dizem que as detenções em massa na região de Xinjiang são o pior abuso coletivo dos direitos humanos na China em décadas.

Desde que assumiu o poder, em 2012, o presidente Xi Jinping conduziu a China por um caminho autoritário, que inclui o aumento da repressão a grandes grupos étnicos no oeste da China, principalmente uigures e tibetanos. A ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou, na segunda-feira, as detenções arbitrárias em Xinjiang, além de tortura e doutrina em uma campanha de abusos sistemáticos.

A HRW publicou um relatório no qual documenta o crescente controle governamental sobre os 13 milhões de muçulmanos que vivem na região. Estima-se que um milhão de muçulmanos estejam detidos em acampamentos de reeducação, onde são forçados a aprender mandarim e a entoar cânticos do Partido Comunista da China.

Questionado sobre esse relatório, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, acusou a ONG de “distorcer os fatos” e mostrar uma visão “tendenciosa”. / COM NYT e EFE

Policial chinês conversa com homem da etnia uigur em Xinjiang, no noroeste do país Foto: REUTERS/Thomas Peter

WASHINGTON - O governo americano considera impor sanções à China em retaliação à prisão de milhares de muçulmanos da etnia uigur e de outras minorias étnicas mantidas por Pequim em grandes campos de detenção.

A intenção foi revelada nesta terça-feira, 11, dois meses e meio após a Justiça americana validar o decreto do presidente Donald Trump que barra a entrada nos EUA de viajantes de países de maioria islâmica, o que levou o presidente a ser acusado de discriminação religiosa.

Equipes de seguraça vigiam estação de trem em Urumqi, em Xinjiang, depois de um atentado com bomba Foto: REUTERS/Petar Kujundzic

As punições seriam as primeiras medidas práticas tomadas pelo governo Trump contra a China por violações de direitos humanos. Washington também estuda limitar a venda de tecnologia de vigilância para agências de segurança chinesas e para empresas que usam tais recursos para monitorar os uigures no noroeste do país. Segundo funcionários em Washington ouvidos pelo New York Times, as sanções seriam direcionadas a funcionários do alto escalão do governo e a empresas do país. 

De acordo com o jornal, as discussões sobre possíveis punições à China por seu tratamento à minoria muçulmana ocorrem há meses na Casa Branca e nos Departamentos do Tesouro e de Estado. Em entrevista coletiva hoje, a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, afirmou que o governo está “profundamente preocupado com a piora da repressão, não apenas contra os uigures, mas outros muçulmanos na China”.

Ela não detalhou quais sanções poderiam ser adotadas, nem confirmou a previsão de que isso venha a acontecer. “Temos muitas ferramentas à disposição, mas não vou antecipar qualquer atividade potencial que possa ou não acontecer”, disse.

Conheça os sete homens que comandam a China

1 | 8

Comitê Permanente do Politburo

Foto: REUTERS/Jason Lee
2 | 8

Xi Jinping, 64 anos

Foto: REUTERS/Jason Lee
3 | 8

Li Keqiang, 62 anos

Foto: AFP PHOTO / WANG ZHAO
4 | 8

Li Zhanshu, 67 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
5 | 8

Wang Yang, 62 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
6 | 8

Wang Huning, 62 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
7 | 8

Zhao Leji, 60 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
8 | 8

Han Zheng, 63 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young

Até agora, Trump resiste em punir a China ou mesmo acusá-la de violações. Se aprovadas, as penalidades alimentariam o impasse com Pequim sobre comércio e poderiam comprometer a pressão sobre o programa nuclear da Coreia do Norte.

Críticas 

No mês passado, um painel das Nações Unidas confrontou diplomatas chineses em Genebra sobre as detenções. Os campos para muçulmanos têm sido alvo de crescentes críticas internacionais. Defensores dos direitos humanos e juristas dizem que as detenções em massa na região de Xinjiang são o pior abuso coletivo dos direitos humanos na China em décadas.

Desde que assumiu o poder, em 2012, o presidente Xi Jinping conduziu a China por um caminho autoritário, que inclui o aumento da repressão a grandes grupos étnicos no oeste da China, principalmente uigures e tibetanos. A ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou, na segunda-feira, as detenções arbitrárias em Xinjiang, além de tortura e doutrina em uma campanha de abusos sistemáticos.

A HRW publicou um relatório no qual documenta o crescente controle governamental sobre os 13 milhões de muçulmanos que vivem na região. Estima-se que um milhão de muçulmanos estejam detidos em acampamentos de reeducação, onde são forçados a aprender mandarim e a entoar cânticos do Partido Comunista da China.

Questionado sobre esse relatório, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, acusou a ONG de “distorcer os fatos” e mostrar uma visão “tendenciosa”. / COM NYT e EFE

Policial chinês conversa com homem da etnia uigur em Xinjiang, no noroeste do país Foto: REUTERS/Thomas Peter

WASHINGTON - O governo americano considera impor sanções à China em retaliação à prisão de milhares de muçulmanos da etnia uigur e de outras minorias étnicas mantidas por Pequim em grandes campos de detenção.

A intenção foi revelada nesta terça-feira, 11, dois meses e meio após a Justiça americana validar o decreto do presidente Donald Trump que barra a entrada nos EUA de viajantes de países de maioria islâmica, o que levou o presidente a ser acusado de discriminação religiosa.

Equipes de seguraça vigiam estação de trem em Urumqi, em Xinjiang, depois de um atentado com bomba Foto: REUTERS/Petar Kujundzic

As punições seriam as primeiras medidas práticas tomadas pelo governo Trump contra a China por violações de direitos humanos. Washington também estuda limitar a venda de tecnologia de vigilância para agências de segurança chinesas e para empresas que usam tais recursos para monitorar os uigures no noroeste do país. Segundo funcionários em Washington ouvidos pelo New York Times, as sanções seriam direcionadas a funcionários do alto escalão do governo e a empresas do país. 

De acordo com o jornal, as discussões sobre possíveis punições à China por seu tratamento à minoria muçulmana ocorrem há meses na Casa Branca e nos Departamentos do Tesouro e de Estado. Em entrevista coletiva hoje, a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, afirmou que o governo está “profundamente preocupado com a piora da repressão, não apenas contra os uigures, mas outros muçulmanos na China”.

Ela não detalhou quais sanções poderiam ser adotadas, nem confirmou a previsão de que isso venha a acontecer. “Temos muitas ferramentas à disposição, mas não vou antecipar qualquer atividade potencial que possa ou não acontecer”, disse.

Conheça os sete homens que comandam a China

1 | 8

Comitê Permanente do Politburo

Foto: REUTERS/Jason Lee
2 | 8

Xi Jinping, 64 anos

Foto: REUTERS/Jason Lee
3 | 8

Li Keqiang, 62 anos

Foto: AFP PHOTO / WANG ZHAO
4 | 8

Li Zhanshu, 67 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
5 | 8

Wang Yang, 62 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
6 | 8

Wang Huning, 62 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
7 | 8

Zhao Leji, 60 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young
8 | 8

Han Zheng, 63 anos

Foto: EFE/ How Hwee Young

Até agora, Trump resiste em punir a China ou mesmo acusá-la de violações. Se aprovadas, as penalidades alimentariam o impasse com Pequim sobre comércio e poderiam comprometer a pressão sobre o programa nuclear da Coreia do Norte.

Críticas 

No mês passado, um painel das Nações Unidas confrontou diplomatas chineses em Genebra sobre as detenções. Os campos para muçulmanos têm sido alvo de crescentes críticas internacionais. Defensores dos direitos humanos e juristas dizem que as detenções em massa na região de Xinjiang são o pior abuso coletivo dos direitos humanos na China em décadas.

Desde que assumiu o poder, em 2012, o presidente Xi Jinping conduziu a China por um caminho autoritário, que inclui o aumento da repressão a grandes grupos étnicos no oeste da China, principalmente uigures e tibetanos. A ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou, na segunda-feira, as detenções arbitrárias em Xinjiang, além de tortura e doutrina em uma campanha de abusos sistemáticos.

A HRW publicou um relatório no qual documenta o crescente controle governamental sobre os 13 milhões de muçulmanos que vivem na região. Estima-se que um milhão de muçulmanos estejam detidos em acampamentos de reeducação, onde são forçados a aprender mandarim e a entoar cânticos do Partido Comunista da China.

Questionado sobre esse relatório, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, acusou a ONG de “distorcer os fatos” e mostrar uma visão “tendenciosa”. / COM NYT e EFE

Policial chinês conversa com homem da etnia uigur em Xinjiang, no noroeste do país Foto: REUTERS/Thomas Peter

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.