WASHINGTON - Os militares dos Estados Unidos estão preparados para proteger instalações e funcionários diplomáticos na Venezuela se necessário, disse o almirante americano a cargo das forças dos EUA na América do Sul nesta quinta-feira.
“Estamos preparados para proteger instalações e funcionários diplomáticos dos EUA se necessário”, disse o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul dos EUA, durante uma audiência do Comitê de Serviços Armados do Senado. O almirante não deu detalhes sobre como os militares americanos poderiam reagir.
O colapso da Venezuela sob o governo do presidente Nicolás Maduro vem obrigando nações de todo o mundo a se posicionarem, particularmente depois que o líder opositor Juan Guaidó se declarou presidente no mês passado. O país está mergulhado na pobreza e cerca de 3 milhões de pessoas fugiram para o exterior.
Logo após Guaidó ter se declarado presidente, no mês passado, Maduro expulsou diplomatas americanos do país. Ao ser avisado pelo governo americano de que haveria retaliações, o líder chavista mudou de ideia e deu 30 dias para funcionários da embaixada deixarem a Venezuela, no que foi visto como um sinal de fraqueza do líder bolivariano por analistas.
Grandes nações da União Europeia fizeram coro a EUA, Canadá e um grupo de países latino-americanos, incluindo o Brasil, e reconheceram Guaidó como governante interino legítimo da nação sul-americana.
O almirante Faller disse que a Venezuela tem cerca de dois mil generais e que a maioria deles é leal a Maduro por causa da riqueza que acumularam com o tráfico de drogas e as rendas do petróleo e de empresas. Ainda assim, observou, os soldados rasos estão passando fome, “como a população” da Venezuela.
“O governo legítimo do presidente Guaidó ofereceu anistia e um lugar para as forças militares, a maior parte da qual achamos que seria leal à Constituição, não a um ditador”, disse Faller.
Ele acrescentou que os militares venezuelanos estão debilitados./ REUTERS