Um tribunal de Milão negou ao primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, a possibilidade de adiar o processo Mediaset realizado na cidade italiana, no qual é acusado por fraude fiscal.
Os juízes da primeira seção penal do tribunal milanês rejeitaram nesta segunda-feira, 18, a solicitação formulada pelos advogados do líder, que pediram a suspensão do processo para que pudesse se cogitar a possibilidade de ser realizado pela via rápida, informaram fontes judiciais.
A solicitação se baseia em uma recente sentença do Tribunal Constitucional da Itália de dezembro passado sobre os direitos dos acusados, na qual, segundo fontes governamentais, o Executivo italiano buscava se sustentar para aprovar um polêmico decreto que suspenderia temporariamente os processos contra Berlusconi.
A sentença do Constitucional afirma que, quando se faz alguma alteração nas acusações durante um julgamento, o acusado tem o direito de solicitar a realização pela via rápida, segundo a qual seria possível aceitar uma redução da pena caso o réu fosse declarado culpado.
Os juízes de Milão, que convocaram uma nova audiência no próximo dia 25, rejeitaram adiar o julgamento para que se solicite pela via rápida porque consideram que os advogados do líder deveriam tê-lo feito quando o promotor ampliou o prazo da comissão dos fatos a serem julgados.
Na audiência desta segunda, não se acatou o pedido de adiamento de Berlusconi, que enviou uma carta aos juízes alegando problemas de agenda para justificar sua ausência. O julgamento ouvirá os testemunhos da defesa nos dias 1º de março e 5 de abril.
No texto, o líder explica que "novos eventos lhe obrigaram a mudar de programa", apesar de que tinha garantido sua presença no processo em que seus advogados afirmam que ele comparecerá depois de ouvidos as testemunhas de defesa.