Gabriela Zapata, de 28 anos, que diz ser mãe de um filho do presidente boliviano, Evo Morales, denunciou nesta quinta-feira que foi drogada e ameaçada na prisã, e teme por sua vida.
"Drogaram-me na noite passada, até mesmo tentaram me agredir e me ameaçaram", disse Gabriela por telefone à imprensa local.
Ex-gerente da companhia chinesa CAMC, que obteve contratos milionários com o governo de Evo, a mulher está detida em uma penitenciária de La Paz, acusada de enriquecimento ilícito.
A denúncia foi feita um dia após o advogado de Gabriela revelar supostos diálogos entre sua cliente e o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, via WhatsApp.
A oposição afirma que Gabriela aproveitou seus contatos no governo para promover negócios. O governo, por sua vez,nega ter qualquer vínculo com ela, apesar de admitir que a mulher trabalhava habitualmente no gabinete reservado à primeira-dama.
Detida há mais de um mês e levada de uma prisão a outra na cidade de La Paz, Gabriela afirma que está em um local onde "as internas são perigosas".
Após a denúncia, o Ministério do Interior informou ter determinado "uma perícia médica para verificar se a detenta Gabriela Zapata Montaño ingeriu contra sua vontade alguma droga", e revelou que tomará medidas para garantir sua segurança física.
O governo negou que o presidente teve um filho com Gabriela. Ele assegurou que a ex-namorada de Evo forjou uma certidão de nascimento, após falsificar um documento do hospital, correspondente a outra criança nascida um ano antes.
Evo entrou este ano na Justiça para que Gabriela apresentasse a criança, se ela realmente existisse e estivesse viva. O presidente disse que a criança havia morrido logo após o nascimento, oito ou nove anos atrás, mas depois o vice-presidente Álvaro García Linera garantiu que o bebê nunca existiu e Evo foi enganado./ AFP