(Atualizada às 17h50) ANCARA - A família do menino Aylan Kurdi, de 3 anos, encontrado morto na costa da Turquia e cuja imagem chocou o mundo, tentou seguir para a Europa depois de tentar ir para o Canadá, mas não havia solicitado a permissão de entrada no país formalmente, afirmou a tia de Aylan, Teema Kurdi, nesta quinta-feira, 3, após relatos de que o Canadá havia negado um pedido. Mais cedo, o governo canadense havia dito que não recebeu o pedido da família.
Teema, que mora em Vancouver, procurava conseguir asilo canadense para seus parentes que viviam na cidade síria de Kobani, região devastada por conflitos entre o Estado Islâmico e soldados curdos, segundo o legislador canadense Fin Donnelly. Ela conta que já havia tentado levar outro irmão ao Canadá, mas a solicitação foi negada. Dessa vez, ela tentaria obter a permissão para Aylan e a família.
Abaixo, imagem dos irmãos Aylan e Galip compartilhada no Twitter:
“Eles não mereciam morrer, não mereciam. Estavam indo para uma vida melhor. Isso não devia ter acontecido. Não devia ter acontecido com eles”, disse. Ela contou ainda que seu irmão Abdullah, a mulher dele Rehan e os filhos Galip, de 5 anos, e Aylan embarcaram com destino à ilha grega de Kos.
Teema afirmou a um jornal canadense que entrou em contato com a mulher de um de seus irmãos. “Ela recebeu uma ligação de Abdullah e tudo o que ele falou foi ‘minha esposa e os dois meninos estão mortos’”, disse.
Os corpos de Rehan e Galip também foram levados pelas marés até a costa da Turquia. Abdullah conseguiu sobreviver à tragédia. Ao todo, 12 imigrantes se afogaram quando as duas embarcações que os transportava para a ilha grega.
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Centenas de pessoas tentam embarcar nos trens em Budapeste. Os refugiados, em sua maioria sírios que fogem do Estado Islâmico, ficam sem água e comida e precisam se espremer nos vagões lotados.
Quatro pessoas foram detidas nesta quinta sob suspeita de agirem como intermediários nas ações de tráfico humano.
As fotos do corpo de Aylan, vestido com um shorts azul e uma camiseta vermelha, chamaram a atenção do mundo para a maior crise migratória desde a 2ª Guerra. Elas também aumentaram a pressão para que os governos sejam mais acolhedores com relação aos refugiados que fogem da Síria. /ASSOCIATED PRESS e REUTERS