A família do ex-presidente da França Jacques Chirac negou nesta quarta-feira que ele tivesse morrido, uma informação que chegou a ser comentada por ex-correligionários em redes sociais. Repatriado do Marrocos às pressas e internado no domingo em Paris em razão de uma infecção pulmonar, a notícia sobre sua morte foi um dos assuntos mais comentados na internet.
Chirac, de 83 anos, é uma das personalidades políticas mais apreciadas na França. Ele é estimado por sua longa carreira política, sua personalidade carismática e por ter sido o presidente que se opôs à intervenção americana no Iraque, vetando o aval da ONU no Conselho de Segurança – enquanto a Grã-Bretanha de Tony Blair embarcava no conflito ao lado de George W. Bush.
Por sua popularidade, seu estado de saúde tem sido alvo de atenção não apenas de militantes de centro-direita, mas de todo o país, que acompanha de perto a saúde do ex-chefe de Estado que governou a França entre 1995 e 2007.
Vítima de um acidente vascular cerebral em 2005, ele tem um quadro de saúde delicado, com momentos de desligamento, perda de memória e perda de audição.
Nesta quarta-feira, veículos de mídia franceses chegaram a se preparar para as homenagens ao ex-presidente. Via Twitter, a ex-ministra e líder do Partido Democrata-Cristão, Christine Boutin, chegou a anunciar: “Morte de #Chirac”. “Este tweet sóbrio é sinal de luto e de respeito”, justificou horas depois, reconhecendo seu erro. “Eu o publiquei porque creio que os franceses o esperem.”
Por ora, a única confirmação feita pela família é a de que Chirac segue internado no Hospital Pitié-Salpêtrière. Vítima do estresse dos últimos dias, Bernadette Chirac, de 83 anos, também acabou hospitalizada. Segundo parentes, a ex-primeira-dama está abatida pela perda da filha mais velha do casal, em abril, e desgastada pelo estado de saúde do marido. Por isso foi internada em um quarto do mesmo hospital, “para respirar e se recuperar um pouco”, disse seu genro, Frédéric Salat-Baroux.