FBI encontra informações nucleares de governo estrangeiro em documentos levados por Trump


Publicação não menciona o país cujas capacidades de defesa foram citadas; alguns dos documentos apreendidos são tão secretos que poucos funcionários do governo têm autorização para manuseá-los

Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - Em meio aos documentos ultrassecretos apreendidos na casa do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o FBI encontrou materiais que descreviam as defesas militares de um governo estrangeiro, incluindo suas capacidades nucleares. A informação foi divulgada pelo jornal Washington Post na noite da última terça-feira, 6, sem especificar de qual país seria a informação. As descobertas fazem parte da operação que ocorreu mês passado e recuperou pastas vazias marcadas como contendo informações confidenciais na mansão do ex-presidente em Mar-a-Lago.

Segundo o jornal, alguns dos documentos apreendidos detalham operações tão ultrassecretas dos EUA que muitos altos funcionários da segurança nacional não tem autorização para manuseá-los. Somente o presidente, alguns membros de seu gabinete ou um funcionário próximo ao gabinete poderiam autorizar outros funcionários do governo a conhecer detalhes desses programas de acesso especial, de acordo com pessoas familiarizadas com a busca, que falaram sob condição de anonimato ao Post.

Tais documentos deveriam ser mantidos a sete chaves, quase sempre em uma instalação de informações compartimentada segura, com um oficial de controle designado para manter um controle cuidadoso de sua localização. Mas foram armazenados em Mar-a-Lago, com segurança incerta, mais de 18 meses depois de Trump deixar a Casa Branca, em uma ação que pode implicar a violação de diversas leis de segurança do país, incluindo a Lei de Espionagem.

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Imagem cedida pelo Departamento de Justiça mostra documentos confidenciais apreendidos em residência de Trump, na Flórida, em 8 de agosto Foto: Departamento de Justiça dos EUA/via EFE

Trump enfrenta crescente pressão legal com mais esta investigação. O Departamento de Justiça sustenta que esses documentos ultrassecretos “provavelmente foram retidos” para obstruir uma investigação do FBI sobre um possível manuseio incorreto de materiais confidenciais pelo ex-presidente. Por lei, todo presidente tem que devolver todos os documentos relativos ao seu mandato, pois são de propriedade do governo e não do presidente, como tenta alegar a defesa de Trump.

Documentos ultrassecretos

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Quando os agentes revistaram a mansão de Mar-a-Lago, encontraram material tão secreto que “até mesmo o pessoal de contra inteligência do FBI e os advogados do Departamento de Justiça que conduziam a revisão exigiram autorizações adicionais antes que pudessem revisar certos documentos”, indicou um arquivo judicial do governo.

Após meses de tentativas, de acordo com documentos judiciais do governo, o FBI recuperou mais de 300 documentos confidenciais de Mar-a-Lago este ano: 184 em um conjunto de 15 caixas enviadas à Administração Nacional de Arquivos e Registros em janeiro, mais 38 entregues por um advogado de Trump aos investigadores em junho, e mais de 100 documentos adicionais desenterrados em uma busca aprovada pelo tribunal em 8 de agosto.

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Foi neste último lote que as informações sobre a prontidão de defesa nuclear de um governo estrangeiro foram encontradas, disseram as pessoas familiarizadas com o assunto ao jornal. As fontes, porém, não identificaram o governo estrangeiro em questão, disseram onde em Mar-a-Lago o documento foi encontrado ou ofereceram detalhes adicionais sobre uma das investigações de segurança nacional mais delicadas do Departamento de Justiça.

Christopher Kise, advogado de Trump, denunciou vazamentos sobre o caso, que ele disse que “continuam sem respeito pelo processo nem qualquer consideração pela verdade real. Isso não atende bem aos interesses da justiça”. Porta-vozes do Departamento de Justiça e do FBI se recusaram a comentar.

O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional está realizando uma avaliação de risco, para determinar quanto dano potencial foi causado pela remoção da custódia do governo as centenas de documentos confidenciais.

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Em 26 de agosto, o Departamento de Justiça publicou uma versão editada do documentou que argumentou a necessidade de uma busca e apreensão na casa de campo do ex-presidente. Na versão, o FBI revelou que os documento em posse de Trump podiam comprometer, inclusive, a segurança de agentes secretos dos Estados Unidos. O FBI também recuperou 48 pastas vazias que estavam marcadas como contendo informações confidenciais, o que levanta dúvidas se o governo recuperou totalmente os documentos ou se algum ainda permanece em falta.

Os investigadores ficaram alarmados, de acordo com uma pessoa familiarizada com a busca, quando começaram a revisar os documentos recuperados da residência de Trump e de seu escritório em agosto. A equipe logo encontrou registros extremamente restritos, tanto que até mesmo alguns dos mais altos funcionários de segurança nacional do governo Joe Biden não estavam autorizados a revisá-los.

Mansão do ex-presidente dos EUA na Flórida foi alvo de busca e apreensão do FBI.  Foto: Steve Helber/AP
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Investigação travada

A investigação sobre possível manuseio incorreto de informações confidenciais, bem como possível ocultação, adulteração ou destruição de registros do governo, ficou ainda mais complexa na segunda-feira, quando uma juíza concedeu o pedido de Trump para nomear um observador independente para revisar todo o material apreendido na busca de 8 de agosto.

Proveniente do Tribunal Federal do Distrito Sul da Flórida, a juíza Aileen M. Canoon também proibiu temporariamente o Departamento de Justiça de usar os materiais apreendidos para qualquer “propósito investigativo” ligado ao inquérito contra Trump até que o trabalho do observador seja concluído.

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Um observador ainda precisa ser nomeado. Cannon pediu a Trump e ao Departamento de Justiça que concordem com uma lista de candidatos qualificados até sexta-feira, 9. Peritos legais observaram que o Departamento de Justiça ainda pode entrevistar testemunhas, usar outras provas e apresentar informações a um grande júri enquanto o mestre especial examina o material apreendido, mas a decisão acaba desacelerando a investigação federal.

Páginas da ordem que concede um pedido da equipe jurídica do ex-presidente Donald Trump para nomear um observador independente para revisar documentos apreendidos pelo FBI durante uma busca em sua propriedade em Mar-a-Lago  Foto: Jon Elswick/AP

Cannon escreveu que a posição de Trump como ex-presidente significa que “o estigma associado à apreensão do assunto está em um patamar próprio” e que uma “futura acusação, baseada em qualquer grau de propriedade que deveria ser devolvida, resultaria em danos à reputação de uma ordem de magnitude decididamente diferente.”

Embora a busca do FBI tenha atraído forte condenação de Trump e seus aliados republicanos, que acusam o Departamento de Justiça de agir com malícia política contra um ex-presidente que pode buscar o cargo novamente em 2024, alguns republicanos disseram que a ação pode ter sido necessária.

Em uma entrevista que foi ao ar na sexta-feira, o ex-procurador-geral de Trump, William Barr, disse que não há motivo para documentos confidenciais estarem em Mar-a-Lago depois que Trump deixou o cargo. “As pessoas dizem que isso foi sem precedentes”, disse à Fox News . “Mas também é inédito para um presidente pegar todas essas informações confidenciais e colocá-las em um clube de campo.”/AFP e W.POST

WASHINGTON - Em meio aos documentos ultrassecretos apreendidos na casa do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o FBI encontrou materiais que descreviam as defesas militares de um governo estrangeiro, incluindo suas capacidades nucleares. A informação foi divulgada pelo jornal Washington Post na noite da última terça-feira, 6, sem especificar de qual país seria a informação. As descobertas fazem parte da operação que ocorreu mês passado e recuperou pastas vazias marcadas como contendo informações confidenciais na mansão do ex-presidente em Mar-a-Lago.

Segundo o jornal, alguns dos documentos apreendidos detalham operações tão ultrassecretas dos EUA que muitos altos funcionários da segurança nacional não tem autorização para manuseá-los. Somente o presidente, alguns membros de seu gabinete ou um funcionário próximo ao gabinete poderiam autorizar outros funcionários do governo a conhecer detalhes desses programas de acesso especial, de acordo com pessoas familiarizadas com a busca, que falaram sob condição de anonimato ao Post.

Tais documentos deveriam ser mantidos a sete chaves, quase sempre em uma instalação de informações compartimentada segura, com um oficial de controle designado para manter um controle cuidadoso de sua localização. Mas foram armazenados em Mar-a-Lago, com segurança incerta, mais de 18 meses depois de Trump deixar a Casa Branca, em uma ação que pode implicar a violação de diversas leis de segurança do país, incluindo a Lei de Espionagem.

Imagem cedida pelo Departamento de Justiça mostra documentos confidenciais apreendidos em residência de Trump, na Flórida, em 8 de agosto Foto: Departamento de Justiça dos EUA/via EFE

Trump enfrenta crescente pressão legal com mais esta investigação. O Departamento de Justiça sustenta que esses documentos ultrassecretos “provavelmente foram retidos” para obstruir uma investigação do FBI sobre um possível manuseio incorreto de materiais confidenciais pelo ex-presidente. Por lei, todo presidente tem que devolver todos os documentos relativos ao seu mandato, pois são de propriedade do governo e não do presidente, como tenta alegar a defesa de Trump.

Documentos ultrassecretos

Quando os agentes revistaram a mansão de Mar-a-Lago, encontraram material tão secreto que “até mesmo o pessoal de contra inteligência do FBI e os advogados do Departamento de Justiça que conduziam a revisão exigiram autorizações adicionais antes que pudessem revisar certos documentos”, indicou um arquivo judicial do governo.

Após meses de tentativas, de acordo com documentos judiciais do governo, o FBI recuperou mais de 300 documentos confidenciais de Mar-a-Lago este ano: 184 em um conjunto de 15 caixas enviadas à Administração Nacional de Arquivos e Registros em janeiro, mais 38 entregues por um advogado de Trump aos investigadores em junho, e mais de 100 documentos adicionais desenterrados em uma busca aprovada pelo tribunal em 8 de agosto.

Foi neste último lote que as informações sobre a prontidão de defesa nuclear de um governo estrangeiro foram encontradas, disseram as pessoas familiarizadas com o assunto ao jornal. As fontes, porém, não identificaram o governo estrangeiro em questão, disseram onde em Mar-a-Lago o documento foi encontrado ou ofereceram detalhes adicionais sobre uma das investigações de segurança nacional mais delicadas do Departamento de Justiça.

Christopher Kise, advogado de Trump, denunciou vazamentos sobre o caso, que ele disse que “continuam sem respeito pelo processo nem qualquer consideração pela verdade real. Isso não atende bem aos interesses da justiça”. Porta-vozes do Departamento de Justiça e do FBI se recusaram a comentar.

O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional está realizando uma avaliação de risco, para determinar quanto dano potencial foi causado pela remoção da custódia do governo as centenas de documentos confidenciais.

Em 26 de agosto, o Departamento de Justiça publicou uma versão editada do documentou que argumentou a necessidade de uma busca e apreensão na casa de campo do ex-presidente. Na versão, o FBI revelou que os documento em posse de Trump podiam comprometer, inclusive, a segurança de agentes secretos dos Estados Unidos. O FBI também recuperou 48 pastas vazias que estavam marcadas como contendo informações confidenciais, o que levanta dúvidas se o governo recuperou totalmente os documentos ou se algum ainda permanece em falta.

Os investigadores ficaram alarmados, de acordo com uma pessoa familiarizada com a busca, quando começaram a revisar os documentos recuperados da residência de Trump e de seu escritório em agosto. A equipe logo encontrou registros extremamente restritos, tanto que até mesmo alguns dos mais altos funcionários de segurança nacional do governo Joe Biden não estavam autorizados a revisá-los.

Mansão do ex-presidente dos EUA na Flórida foi alvo de busca e apreensão do FBI.  Foto: Steve Helber/AP

Investigação travada

A investigação sobre possível manuseio incorreto de informações confidenciais, bem como possível ocultação, adulteração ou destruição de registros do governo, ficou ainda mais complexa na segunda-feira, quando uma juíza concedeu o pedido de Trump para nomear um observador independente para revisar todo o material apreendido na busca de 8 de agosto.

Proveniente do Tribunal Federal do Distrito Sul da Flórida, a juíza Aileen M. Canoon também proibiu temporariamente o Departamento de Justiça de usar os materiais apreendidos para qualquer “propósito investigativo” ligado ao inquérito contra Trump até que o trabalho do observador seja concluído.

Um observador ainda precisa ser nomeado. Cannon pediu a Trump e ao Departamento de Justiça que concordem com uma lista de candidatos qualificados até sexta-feira, 9. Peritos legais observaram que o Departamento de Justiça ainda pode entrevistar testemunhas, usar outras provas e apresentar informações a um grande júri enquanto o mestre especial examina o material apreendido, mas a decisão acaba desacelerando a investigação federal.

Páginas da ordem que concede um pedido da equipe jurídica do ex-presidente Donald Trump para nomear um observador independente para revisar documentos apreendidos pelo FBI durante uma busca em sua propriedade em Mar-a-Lago  Foto: Jon Elswick/AP

Cannon escreveu que a posição de Trump como ex-presidente significa que “o estigma associado à apreensão do assunto está em um patamar próprio” e que uma “futura acusação, baseada em qualquer grau de propriedade que deveria ser devolvida, resultaria em danos à reputação de uma ordem de magnitude decididamente diferente.”

Embora a busca do FBI tenha atraído forte condenação de Trump e seus aliados republicanos, que acusam o Departamento de Justiça de agir com malícia política contra um ex-presidente que pode buscar o cargo novamente em 2024, alguns republicanos disseram que a ação pode ter sido necessária.

Em uma entrevista que foi ao ar na sexta-feira, o ex-procurador-geral de Trump, William Barr, disse que não há motivo para documentos confidenciais estarem em Mar-a-Lago depois que Trump deixou o cargo. “As pessoas dizem que isso foi sem precedentes”, disse à Fox News . “Mas também é inédito para um presidente pegar todas essas informações confidenciais e colocá-las em um clube de campo.”/AFP e W.POST

WASHINGTON - Em meio aos documentos ultrassecretos apreendidos na casa do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o FBI encontrou materiais que descreviam as defesas militares de um governo estrangeiro, incluindo suas capacidades nucleares. A informação foi divulgada pelo jornal Washington Post na noite da última terça-feira, 6, sem especificar de qual país seria a informação. As descobertas fazem parte da operação que ocorreu mês passado e recuperou pastas vazias marcadas como contendo informações confidenciais na mansão do ex-presidente em Mar-a-Lago.

Segundo o jornal, alguns dos documentos apreendidos detalham operações tão ultrassecretas dos EUA que muitos altos funcionários da segurança nacional não tem autorização para manuseá-los. Somente o presidente, alguns membros de seu gabinete ou um funcionário próximo ao gabinete poderiam autorizar outros funcionários do governo a conhecer detalhes desses programas de acesso especial, de acordo com pessoas familiarizadas com a busca, que falaram sob condição de anonimato ao Post.

Tais documentos deveriam ser mantidos a sete chaves, quase sempre em uma instalação de informações compartimentada segura, com um oficial de controle designado para manter um controle cuidadoso de sua localização. Mas foram armazenados em Mar-a-Lago, com segurança incerta, mais de 18 meses depois de Trump deixar a Casa Branca, em uma ação que pode implicar a violação de diversas leis de segurança do país, incluindo a Lei de Espionagem.

Imagem cedida pelo Departamento de Justiça mostra documentos confidenciais apreendidos em residência de Trump, na Flórida, em 8 de agosto Foto: Departamento de Justiça dos EUA/via EFE

Trump enfrenta crescente pressão legal com mais esta investigação. O Departamento de Justiça sustenta que esses documentos ultrassecretos “provavelmente foram retidos” para obstruir uma investigação do FBI sobre um possível manuseio incorreto de materiais confidenciais pelo ex-presidente. Por lei, todo presidente tem que devolver todos os documentos relativos ao seu mandato, pois são de propriedade do governo e não do presidente, como tenta alegar a defesa de Trump.

Documentos ultrassecretos

Quando os agentes revistaram a mansão de Mar-a-Lago, encontraram material tão secreto que “até mesmo o pessoal de contra inteligência do FBI e os advogados do Departamento de Justiça que conduziam a revisão exigiram autorizações adicionais antes que pudessem revisar certos documentos”, indicou um arquivo judicial do governo.

Após meses de tentativas, de acordo com documentos judiciais do governo, o FBI recuperou mais de 300 documentos confidenciais de Mar-a-Lago este ano: 184 em um conjunto de 15 caixas enviadas à Administração Nacional de Arquivos e Registros em janeiro, mais 38 entregues por um advogado de Trump aos investigadores em junho, e mais de 100 documentos adicionais desenterrados em uma busca aprovada pelo tribunal em 8 de agosto.

Foi neste último lote que as informações sobre a prontidão de defesa nuclear de um governo estrangeiro foram encontradas, disseram as pessoas familiarizadas com o assunto ao jornal. As fontes, porém, não identificaram o governo estrangeiro em questão, disseram onde em Mar-a-Lago o documento foi encontrado ou ofereceram detalhes adicionais sobre uma das investigações de segurança nacional mais delicadas do Departamento de Justiça.

Christopher Kise, advogado de Trump, denunciou vazamentos sobre o caso, que ele disse que “continuam sem respeito pelo processo nem qualquer consideração pela verdade real. Isso não atende bem aos interesses da justiça”. Porta-vozes do Departamento de Justiça e do FBI se recusaram a comentar.

O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional está realizando uma avaliação de risco, para determinar quanto dano potencial foi causado pela remoção da custódia do governo as centenas de documentos confidenciais.

Em 26 de agosto, o Departamento de Justiça publicou uma versão editada do documentou que argumentou a necessidade de uma busca e apreensão na casa de campo do ex-presidente. Na versão, o FBI revelou que os documento em posse de Trump podiam comprometer, inclusive, a segurança de agentes secretos dos Estados Unidos. O FBI também recuperou 48 pastas vazias que estavam marcadas como contendo informações confidenciais, o que levanta dúvidas se o governo recuperou totalmente os documentos ou se algum ainda permanece em falta.

Os investigadores ficaram alarmados, de acordo com uma pessoa familiarizada com a busca, quando começaram a revisar os documentos recuperados da residência de Trump e de seu escritório em agosto. A equipe logo encontrou registros extremamente restritos, tanto que até mesmo alguns dos mais altos funcionários de segurança nacional do governo Joe Biden não estavam autorizados a revisá-los.

Mansão do ex-presidente dos EUA na Flórida foi alvo de busca e apreensão do FBI.  Foto: Steve Helber/AP

Investigação travada

A investigação sobre possível manuseio incorreto de informações confidenciais, bem como possível ocultação, adulteração ou destruição de registros do governo, ficou ainda mais complexa na segunda-feira, quando uma juíza concedeu o pedido de Trump para nomear um observador independente para revisar todo o material apreendido na busca de 8 de agosto.

Proveniente do Tribunal Federal do Distrito Sul da Flórida, a juíza Aileen M. Canoon também proibiu temporariamente o Departamento de Justiça de usar os materiais apreendidos para qualquer “propósito investigativo” ligado ao inquérito contra Trump até que o trabalho do observador seja concluído.

Um observador ainda precisa ser nomeado. Cannon pediu a Trump e ao Departamento de Justiça que concordem com uma lista de candidatos qualificados até sexta-feira, 9. Peritos legais observaram que o Departamento de Justiça ainda pode entrevistar testemunhas, usar outras provas e apresentar informações a um grande júri enquanto o mestre especial examina o material apreendido, mas a decisão acaba desacelerando a investigação federal.

Páginas da ordem que concede um pedido da equipe jurídica do ex-presidente Donald Trump para nomear um observador independente para revisar documentos apreendidos pelo FBI durante uma busca em sua propriedade em Mar-a-Lago  Foto: Jon Elswick/AP

Cannon escreveu que a posição de Trump como ex-presidente significa que “o estigma associado à apreensão do assunto está em um patamar próprio” e que uma “futura acusação, baseada em qualquer grau de propriedade que deveria ser devolvida, resultaria em danos à reputação de uma ordem de magnitude decididamente diferente.”

Embora a busca do FBI tenha atraído forte condenação de Trump e seus aliados republicanos, que acusam o Departamento de Justiça de agir com malícia política contra um ex-presidente que pode buscar o cargo novamente em 2024, alguns republicanos disseram que a ação pode ter sido necessária.

Em uma entrevista que foi ao ar na sexta-feira, o ex-procurador-geral de Trump, William Barr, disse que não há motivo para documentos confidenciais estarem em Mar-a-Lago depois que Trump deixou o cargo. “As pessoas dizem que isso foi sem precedentes”, disse à Fox News . “Mas também é inédito para um presidente pegar todas essas informações confidenciais e colocá-las em um clube de campo.”/AFP e W.POST

WASHINGTON - Em meio aos documentos ultrassecretos apreendidos na casa do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o FBI encontrou materiais que descreviam as defesas militares de um governo estrangeiro, incluindo suas capacidades nucleares. A informação foi divulgada pelo jornal Washington Post na noite da última terça-feira, 6, sem especificar de qual país seria a informação. As descobertas fazem parte da operação que ocorreu mês passado e recuperou pastas vazias marcadas como contendo informações confidenciais na mansão do ex-presidente em Mar-a-Lago.

Segundo o jornal, alguns dos documentos apreendidos detalham operações tão ultrassecretas dos EUA que muitos altos funcionários da segurança nacional não tem autorização para manuseá-los. Somente o presidente, alguns membros de seu gabinete ou um funcionário próximo ao gabinete poderiam autorizar outros funcionários do governo a conhecer detalhes desses programas de acesso especial, de acordo com pessoas familiarizadas com a busca, que falaram sob condição de anonimato ao Post.

Tais documentos deveriam ser mantidos a sete chaves, quase sempre em uma instalação de informações compartimentada segura, com um oficial de controle designado para manter um controle cuidadoso de sua localização. Mas foram armazenados em Mar-a-Lago, com segurança incerta, mais de 18 meses depois de Trump deixar a Casa Branca, em uma ação que pode implicar a violação de diversas leis de segurança do país, incluindo a Lei de Espionagem.

Imagem cedida pelo Departamento de Justiça mostra documentos confidenciais apreendidos em residência de Trump, na Flórida, em 8 de agosto Foto: Departamento de Justiça dos EUA/via EFE

Trump enfrenta crescente pressão legal com mais esta investigação. O Departamento de Justiça sustenta que esses documentos ultrassecretos “provavelmente foram retidos” para obstruir uma investigação do FBI sobre um possível manuseio incorreto de materiais confidenciais pelo ex-presidente. Por lei, todo presidente tem que devolver todos os documentos relativos ao seu mandato, pois são de propriedade do governo e não do presidente, como tenta alegar a defesa de Trump.

Documentos ultrassecretos

Quando os agentes revistaram a mansão de Mar-a-Lago, encontraram material tão secreto que “até mesmo o pessoal de contra inteligência do FBI e os advogados do Departamento de Justiça que conduziam a revisão exigiram autorizações adicionais antes que pudessem revisar certos documentos”, indicou um arquivo judicial do governo.

Após meses de tentativas, de acordo com documentos judiciais do governo, o FBI recuperou mais de 300 documentos confidenciais de Mar-a-Lago este ano: 184 em um conjunto de 15 caixas enviadas à Administração Nacional de Arquivos e Registros em janeiro, mais 38 entregues por um advogado de Trump aos investigadores em junho, e mais de 100 documentos adicionais desenterrados em uma busca aprovada pelo tribunal em 8 de agosto.

Foi neste último lote que as informações sobre a prontidão de defesa nuclear de um governo estrangeiro foram encontradas, disseram as pessoas familiarizadas com o assunto ao jornal. As fontes, porém, não identificaram o governo estrangeiro em questão, disseram onde em Mar-a-Lago o documento foi encontrado ou ofereceram detalhes adicionais sobre uma das investigações de segurança nacional mais delicadas do Departamento de Justiça.

Christopher Kise, advogado de Trump, denunciou vazamentos sobre o caso, que ele disse que “continuam sem respeito pelo processo nem qualquer consideração pela verdade real. Isso não atende bem aos interesses da justiça”. Porta-vozes do Departamento de Justiça e do FBI se recusaram a comentar.

O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional está realizando uma avaliação de risco, para determinar quanto dano potencial foi causado pela remoção da custódia do governo as centenas de documentos confidenciais.

Em 26 de agosto, o Departamento de Justiça publicou uma versão editada do documentou que argumentou a necessidade de uma busca e apreensão na casa de campo do ex-presidente. Na versão, o FBI revelou que os documento em posse de Trump podiam comprometer, inclusive, a segurança de agentes secretos dos Estados Unidos. O FBI também recuperou 48 pastas vazias que estavam marcadas como contendo informações confidenciais, o que levanta dúvidas se o governo recuperou totalmente os documentos ou se algum ainda permanece em falta.

Os investigadores ficaram alarmados, de acordo com uma pessoa familiarizada com a busca, quando começaram a revisar os documentos recuperados da residência de Trump e de seu escritório em agosto. A equipe logo encontrou registros extremamente restritos, tanto que até mesmo alguns dos mais altos funcionários de segurança nacional do governo Joe Biden não estavam autorizados a revisá-los.

Mansão do ex-presidente dos EUA na Flórida foi alvo de busca e apreensão do FBI.  Foto: Steve Helber/AP

Investigação travada

A investigação sobre possível manuseio incorreto de informações confidenciais, bem como possível ocultação, adulteração ou destruição de registros do governo, ficou ainda mais complexa na segunda-feira, quando uma juíza concedeu o pedido de Trump para nomear um observador independente para revisar todo o material apreendido na busca de 8 de agosto.

Proveniente do Tribunal Federal do Distrito Sul da Flórida, a juíza Aileen M. Canoon também proibiu temporariamente o Departamento de Justiça de usar os materiais apreendidos para qualquer “propósito investigativo” ligado ao inquérito contra Trump até que o trabalho do observador seja concluído.

Um observador ainda precisa ser nomeado. Cannon pediu a Trump e ao Departamento de Justiça que concordem com uma lista de candidatos qualificados até sexta-feira, 9. Peritos legais observaram que o Departamento de Justiça ainda pode entrevistar testemunhas, usar outras provas e apresentar informações a um grande júri enquanto o mestre especial examina o material apreendido, mas a decisão acaba desacelerando a investigação federal.

Páginas da ordem que concede um pedido da equipe jurídica do ex-presidente Donald Trump para nomear um observador independente para revisar documentos apreendidos pelo FBI durante uma busca em sua propriedade em Mar-a-Lago  Foto: Jon Elswick/AP

Cannon escreveu que a posição de Trump como ex-presidente significa que “o estigma associado à apreensão do assunto está em um patamar próprio” e que uma “futura acusação, baseada em qualquer grau de propriedade que deveria ser devolvida, resultaria em danos à reputação de uma ordem de magnitude decididamente diferente.”

Embora a busca do FBI tenha atraído forte condenação de Trump e seus aliados republicanos, que acusam o Departamento de Justiça de agir com malícia política contra um ex-presidente que pode buscar o cargo novamente em 2024, alguns republicanos disseram que a ação pode ter sido necessária.

Em uma entrevista que foi ao ar na sexta-feira, o ex-procurador-geral de Trump, William Barr, disse que não há motivo para documentos confidenciais estarem em Mar-a-Lago depois que Trump deixou o cargo. “As pessoas dizem que isso foi sem precedentes”, disse à Fox News . “Mas também é inédito para um presidente pegar todas essas informações confidenciais e colocá-las em um clube de campo.”/AFP e W.POST

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