Esperamos o bufão ou o caubói durão


Aguardamos a chegada do presidente eleito à Casa Branca incapazes de saber quem é o verdadeiro Trump

Por Gilles Lapouge, Correspondente e Paris

Todos esperamos Trump, um pouco como as crianças no circo querem saber quando aparecerá o palhaço ou o leão no picadeiro. Esperamos fazendo graça, mas também com o coração um pouco acelerado.

Porque será tudo isso ao mesmo tempo: um número de teatro de variedades, um número com palhaços ou com animais ferozes, em que todas as figuras se misturam e se confundem. E a incapacidade de saber quem é o verdadeiro Trump: o bufão? O sujeito do teatro de variedades cercado por todas essas Barbies que compõem sua família? Ou o caubói, o durão, aquele que “é mais rápido no gatilho do que a própria sombra”?

Simpatizante do presidente eleito cria o Trumpmóvel Foto: EFE/TANNEN MAURY
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Em poucas semanas, Trump tornou-se a personalidade de destaque absoluto. Até mesmo os que se sentem mais chocados com sua grosseria, obscenidade, prepotência e caprichos, o observam “tremendo de medo”.

Reconheçamos que ele conseguiu uma façanha: de repente, temos todos esses políticos mundiais, esse espetáculo de exaustão total, esse desfile de marionetes parecidas, todas bem educadas, grisalhas, que se sucedem na ponta dos pés, com a mesma expressão, as mesmas ideias e a mesma insipidez. As mesmas mentiras. A principal força de Trump está exatamente nisso: num mundo desprovido de surpresas, ele se encarrega do imprevisível. Ele pode dizer branco hoje, preto amanhã e vermelho depois de amanhã. É aí que está sua capacidade de seduzir. É também sua terrível leviandade. Seu pecado.

Para avaliar quão inesperado é o fenômeno Trump, é preciso ir ao 47.º Fórum Econômico de Davos, onde se reúnem os políticos, os grandes responsáveis pelas decisões, os pensadores. Lá, tudo é chique, meias palavras, silêncios, meios silêncios, os oitavos de silêncio, ironias invisíveis e ceticismos discretos. Aqui respira-se a “elite”, que há alguns anos vem acumulando o repúdio e o ódio dos populistas e evidentemente dos “broncos” que levaram Trump às alturas.

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Em Davos, os empreendedores até que simpatizam com Trump. Esperam maravilhas dele, para os próprios bolsos. Ao contrário, os políticos, os intelectuais, grande parte dos jornalistas pronunciam a palavra Trump como um palavrão. No fundo, Davos detesta Trump, porque ele pretende aplicar um programa que contradiz frontalmente o catecismo da elite universal: o liberalismo absoluto, eficaz e às vezes injusto. 

Pessoalmente, espero que ele assuma as rédeas. Faço um esforço, mesmo que o personagem me desagrade bastante. Procuro ver se, apesar da vulgaridade, não haverá, num lugar ou em outro, alguma coisa de proveitoso. As sociedades avançam num corredor, de cada lado do qual há portas que, por um acordo tácito, ninguém jamais ousa abrir. O que há por trás dessas portas? Ninguém jamais viu. 

Fazer perguntas consideradas tabu: saber se a União Europeia não deveria ser totalmente refeita. Ou ainda, se o general De Gaulle não tinha razão quando optou por sair da Otan. E por que não lembrar também que, durante a guerra, EUA e Reino Unido não hesitaram em aliar-se aos comunistas soviéticos para vencer a infâmia nazista.

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Certamente, grande parte das intenções de Trump é repugnante. Muitas das direções que aparentemente ele quer seguir são impasses. São muitos os motivos de alarme. E uma razão a mais para se tentar conhecê-lo sem falsear seu retrato com opiniões preconcebidas.

Todos esperamos Trump, um pouco como as crianças no circo querem saber quando aparecerá o palhaço ou o leão no picadeiro. Esperamos fazendo graça, mas também com o coração um pouco acelerado.

Porque será tudo isso ao mesmo tempo: um número de teatro de variedades, um número com palhaços ou com animais ferozes, em que todas as figuras se misturam e se confundem. E a incapacidade de saber quem é o verdadeiro Trump: o bufão? O sujeito do teatro de variedades cercado por todas essas Barbies que compõem sua família? Ou o caubói, o durão, aquele que “é mais rápido no gatilho do que a própria sombra”?

Simpatizante do presidente eleito cria o Trumpmóvel Foto: EFE/TANNEN MAURY

Em poucas semanas, Trump tornou-se a personalidade de destaque absoluto. Até mesmo os que se sentem mais chocados com sua grosseria, obscenidade, prepotência e caprichos, o observam “tremendo de medo”.

Reconheçamos que ele conseguiu uma façanha: de repente, temos todos esses políticos mundiais, esse espetáculo de exaustão total, esse desfile de marionetes parecidas, todas bem educadas, grisalhas, que se sucedem na ponta dos pés, com a mesma expressão, as mesmas ideias e a mesma insipidez. As mesmas mentiras. A principal força de Trump está exatamente nisso: num mundo desprovido de surpresas, ele se encarrega do imprevisível. Ele pode dizer branco hoje, preto amanhã e vermelho depois de amanhã. É aí que está sua capacidade de seduzir. É também sua terrível leviandade. Seu pecado.

Para avaliar quão inesperado é o fenômeno Trump, é preciso ir ao 47.º Fórum Econômico de Davos, onde se reúnem os políticos, os grandes responsáveis pelas decisões, os pensadores. Lá, tudo é chique, meias palavras, silêncios, meios silêncios, os oitavos de silêncio, ironias invisíveis e ceticismos discretos. Aqui respira-se a “elite”, que há alguns anos vem acumulando o repúdio e o ódio dos populistas e evidentemente dos “broncos” que levaram Trump às alturas.

Em Davos, os empreendedores até que simpatizam com Trump. Esperam maravilhas dele, para os próprios bolsos. Ao contrário, os políticos, os intelectuais, grande parte dos jornalistas pronunciam a palavra Trump como um palavrão. No fundo, Davos detesta Trump, porque ele pretende aplicar um programa que contradiz frontalmente o catecismo da elite universal: o liberalismo absoluto, eficaz e às vezes injusto. 

Pessoalmente, espero que ele assuma as rédeas. Faço um esforço, mesmo que o personagem me desagrade bastante. Procuro ver se, apesar da vulgaridade, não haverá, num lugar ou em outro, alguma coisa de proveitoso. As sociedades avançam num corredor, de cada lado do qual há portas que, por um acordo tácito, ninguém jamais ousa abrir. O que há por trás dessas portas? Ninguém jamais viu. 

Fazer perguntas consideradas tabu: saber se a União Europeia não deveria ser totalmente refeita. Ou ainda, se o general De Gaulle não tinha razão quando optou por sair da Otan. E por que não lembrar também que, durante a guerra, EUA e Reino Unido não hesitaram em aliar-se aos comunistas soviéticos para vencer a infâmia nazista.

Certamente, grande parte das intenções de Trump é repugnante. Muitas das direções que aparentemente ele quer seguir são impasses. São muitos os motivos de alarme. E uma razão a mais para se tentar conhecê-lo sem falsear seu retrato com opiniões preconcebidas.

Todos esperamos Trump, um pouco como as crianças no circo querem saber quando aparecerá o palhaço ou o leão no picadeiro. Esperamos fazendo graça, mas também com o coração um pouco acelerado.

Porque será tudo isso ao mesmo tempo: um número de teatro de variedades, um número com palhaços ou com animais ferozes, em que todas as figuras se misturam e se confundem. E a incapacidade de saber quem é o verdadeiro Trump: o bufão? O sujeito do teatro de variedades cercado por todas essas Barbies que compõem sua família? Ou o caubói, o durão, aquele que “é mais rápido no gatilho do que a própria sombra”?

Simpatizante do presidente eleito cria o Trumpmóvel Foto: EFE/TANNEN MAURY

Em poucas semanas, Trump tornou-se a personalidade de destaque absoluto. Até mesmo os que se sentem mais chocados com sua grosseria, obscenidade, prepotência e caprichos, o observam “tremendo de medo”.

Reconheçamos que ele conseguiu uma façanha: de repente, temos todos esses políticos mundiais, esse espetáculo de exaustão total, esse desfile de marionetes parecidas, todas bem educadas, grisalhas, que se sucedem na ponta dos pés, com a mesma expressão, as mesmas ideias e a mesma insipidez. As mesmas mentiras. A principal força de Trump está exatamente nisso: num mundo desprovido de surpresas, ele se encarrega do imprevisível. Ele pode dizer branco hoje, preto amanhã e vermelho depois de amanhã. É aí que está sua capacidade de seduzir. É também sua terrível leviandade. Seu pecado.

Para avaliar quão inesperado é o fenômeno Trump, é preciso ir ao 47.º Fórum Econômico de Davos, onde se reúnem os políticos, os grandes responsáveis pelas decisões, os pensadores. Lá, tudo é chique, meias palavras, silêncios, meios silêncios, os oitavos de silêncio, ironias invisíveis e ceticismos discretos. Aqui respira-se a “elite”, que há alguns anos vem acumulando o repúdio e o ódio dos populistas e evidentemente dos “broncos” que levaram Trump às alturas.

Em Davos, os empreendedores até que simpatizam com Trump. Esperam maravilhas dele, para os próprios bolsos. Ao contrário, os políticos, os intelectuais, grande parte dos jornalistas pronunciam a palavra Trump como um palavrão. No fundo, Davos detesta Trump, porque ele pretende aplicar um programa que contradiz frontalmente o catecismo da elite universal: o liberalismo absoluto, eficaz e às vezes injusto. 

Pessoalmente, espero que ele assuma as rédeas. Faço um esforço, mesmo que o personagem me desagrade bastante. Procuro ver se, apesar da vulgaridade, não haverá, num lugar ou em outro, alguma coisa de proveitoso. As sociedades avançam num corredor, de cada lado do qual há portas que, por um acordo tácito, ninguém jamais ousa abrir. O que há por trás dessas portas? Ninguém jamais viu. 

Fazer perguntas consideradas tabu: saber se a União Europeia não deveria ser totalmente refeita. Ou ainda, se o general De Gaulle não tinha razão quando optou por sair da Otan. E por que não lembrar também que, durante a guerra, EUA e Reino Unido não hesitaram em aliar-se aos comunistas soviéticos para vencer a infâmia nazista.

Certamente, grande parte das intenções de Trump é repugnante. Muitas das direções que aparentemente ele quer seguir são impasses. São muitos os motivos de alarme. E uma razão a mais para se tentar conhecê-lo sem falsear seu retrato com opiniões preconcebidas.

Todos esperamos Trump, um pouco como as crianças no circo querem saber quando aparecerá o palhaço ou o leão no picadeiro. Esperamos fazendo graça, mas também com o coração um pouco acelerado.

Porque será tudo isso ao mesmo tempo: um número de teatro de variedades, um número com palhaços ou com animais ferozes, em que todas as figuras se misturam e se confundem. E a incapacidade de saber quem é o verdadeiro Trump: o bufão? O sujeito do teatro de variedades cercado por todas essas Barbies que compõem sua família? Ou o caubói, o durão, aquele que “é mais rápido no gatilho do que a própria sombra”?

Simpatizante do presidente eleito cria o Trumpmóvel Foto: EFE/TANNEN MAURY

Em poucas semanas, Trump tornou-se a personalidade de destaque absoluto. Até mesmo os que se sentem mais chocados com sua grosseria, obscenidade, prepotência e caprichos, o observam “tremendo de medo”.

Reconheçamos que ele conseguiu uma façanha: de repente, temos todos esses políticos mundiais, esse espetáculo de exaustão total, esse desfile de marionetes parecidas, todas bem educadas, grisalhas, que se sucedem na ponta dos pés, com a mesma expressão, as mesmas ideias e a mesma insipidez. As mesmas mentiras. A principal força de Trump está exatamente nisso: num mundo desprovido de surpresas, ele se encarrega do imprevisível. Ele pode dizer branco hoje, preto amanhã e vermelho depois de amanhã. É aí que está sua capacidade de seduzir. É também sua terrível leviandade. Seu pecado.

Para avaliar quão inesperado é o fenômeno Trump, é preciso ir ao 47.º Fórum Econômico de Davos, onde se reúnem os políticos, os grandes responsáveis pelas decisões, os pensadores. Lá, tudo é chique, meias palavras, silêncios, meios silêncios, os oitavos de silêncio, ironias invisíveis e ceticismos discretos. Aqui respira-se a “elite”, que há alguns anos vem acumulando o repúdio e o ódio dos populistas e evidentemente dos “broncos” que levaram Trump às alturas.

Em Davos, os empreendedores até que simpatizam com Trump. Esperam maravilhas dele, para os próprios bolsos. Ao contrário, os políticos, os intelectuais, grande parte dos jornalistas pronunciam a palavra Trump como um palavrão. No fundo, Davos detesta Trump, porque ele pretende aplicar um programa que contradiz frontalmente o catecismo da elite universal: o liberalismo absoluto, eficaz e às vezes injusto. 

Pessoalmente, espero que ele assuma as rédeas. Faço um esforço, mesmo que o personagem me desagrade bastante. Procuro ver se, apesar da vulgaridade, não haverá, num lugar ou em outro, alguma coisa de proveitoso. As sociedades avançam num corredor, de cada lado do qual há portas que, por um acordo tácito, ninguém jamais ousa abrir. O que há por trás dessas portas? Ninguém jamais viu. 

Fazer perguntas consideradas tabu: saber se a União Europeia não deveria ser totalmente refeita. Ou ainda, se o general De Gaulle não tinha razão quando optou por sair da Otan. E por que não lembrar também que, durante a guerra, EUA e Reino Unido não hesitaram em aliar-se aos comunistas soviéticos para vencer a infâmia nazista.

Certamente, grande parte das intenções de Trump é repugnante. Muitas das direções que aparentemente ele quer seguir são impasses. São muitos os motivos de alarme. E uma razão a mais para se tentar conhecê-lo sem falsear seu retrato com opiniões preconcebidas.

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