MANÁGUA - O governo da Nicarágua fechou o canal 100% Notícias e prendeu seu diretor Miguel Mora, as jornalistas Verônica Chávez e Lúcia Pineda Ubau, e o analista político Júlio López, neste sábado, 22. Agentes entraram no edifício, tiraram o canal do ar e prenderam Mora, denunciou em uma mensagem de Whatsapp a diretora da redação, Lucia Pineda.
A jornalista estava na emissora no momento da operação e depois que ela divulgou a informação os outros funcionários perderam contato com ela. As autoridades não se pronunciaram sobre a operação.
O canal a cabo 100% Notícias liderou a cobertura dos protestos contra o governo do presidente Daniel Ortega iniciados em 18 de abril, que criticavam a reforma da Previdência, mas que se transformaram em manifestações que pediam a sua renúncia e de sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo. Os protestos antigoverno já deixaram ao menos 320 mortos, segundo grupos humanitários, e 198, de acordo com dados oficiais.
No auge dos protestos, o canal foi censurado por seis dias. Nas últimas semanas, Mora e outros funcionários denunciaram que eram perseguidos e detidos pela polícia.
A perseguição de Ortega a veículos opositores se intensificou nas últimas semanas. As forças de segurança invadiram e ocuparam há oito dias a redação do jornal digital Confidencial e dos programas de televisão “Esta Semana” e “Esta Noite”, que pertencem ao jornalista Carlos Fernando Chamorro.
Seu navegador não suporta esse video.
O êxodo de migrantes marcou o ano de 2018 na América Latina. Milhares de pessoas saíram da Venezuela e de países pobres da América Central para tentar uma vida melhor em outras regiões. Na Nicarágua uma onda de protestos gerou uma grave crise. No Chile, o escândalo da pedofilia na Igreja levou o papa Francisco a tomar decisões sem precedentes. Confira esses e outros fatos que marcaram 2018 na América Latina.
Já o jornal popular Q’Hubo anunciou na sexta-feira que deixará de circular na versão impressa temporariamente, diante de problemas de acesso à matéria-prima para impressão causados pela crise política no país. O jornal faz parte do mesmo grupo editorial do El Nuevo Diario, de circulação nacional. Ambos são críticos de Ortega.
Na sexta-feira, a Organização dos Estados Americanos acusou o regime de Ortega de cometer crimes contra a humanidade, segundo uma investigação coordenada por um grupo de enviados pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). O grupo investigou as mortes de manifestantes pela repressão em abril e maio, e foi expulso do país na quarta-feira, na véspera da apresentação dos resultados .
No relatório, os investigadores documentaram uma série de violações de direitos humanos cometidas pelo governo, pela polícia e por paramilitares. “O Estado da Nicarágua levou a cabo condutas que, de acordo com o direito internacional, devem ser consideradas crimes de lesa humanidade, particularmente assassinatos, privação arbitrária de liberdade e crime de perseguição”, afirmaram os especialistas./ AFP e REUTERS
A crise na Nicarágua em imagens: 100 dias de protestos
Nicarágua 1
Foto: EFE/Jorge Torres ▲Nicarágua 2
Foto: AFP PHOTO / INTI OCON ▲Nicarágua 3
Foto: Jorge Torres/EPA/EFE ▲Nicarágua 4
Foto: EFE/Jorge Torres ▲Nicarágua 5
Foto: EFE/Paolo Aguilar ▲Nicarágua 6
Foto: EFE/Jorge Torres ▲Nicarágua 7
Foto: REUTERS/Jose Cabezas ▲Nicarágua 8
Foto: REUTERS/Oswaldo Rivas ▲Nicarágua 9
Foto: Oswaldo Rivas/Reuters ▲Nicarágua 10
Foto: AFP PHOTO / DIANA ULLOA ▲Nicarágua 11
Foto: REUTERS/Oswaldo Rivas ▲Nicarágua 12
Foto: REUTERS/Jorge Cabrera ▲Nicarágua 13
Foto: EFE/Bienvenido Velasco ▲Nicarágua 14
▲Nicarágua 15
▲Nicarágua 16
Foto: AP Photo/Alfredo Zuniga ▲Nicarágua 17
Foto: REUTERS/Oswaldo Rivas ▲Nicarágua 18
Foto: REUTERS/Oswaldo Rivas TPX IMAGES OF THE DAY ▲Nicarágua 19
Foto: Marvin Recinos / AFP ▲Nicarágua 20
Foto: Reprodução / Facebook ▲Nicarágua 21
Foto: REUTERS/Jorge Cabrera ▲