Vários governos europeus, o americano e organismos internacionais afirmaram nesta sexta-feira, 27, que não reconhecerão um eventual governo da Catalunha, horas depois de o parlamento da Catalunha ter aprovado uma declaração unilateral de independência.
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O Departamento de Estado norte-americano, reagindo aos esforços espanhóis para bloquear uma tentativa de independência da Catalunha, disse que a região é uma parte integral da Espanha e que Washington apoia os esforços de Madri para manter o país unido.
O governo do Reino Unido informou que "não reconhece, nem reconhecerá" a declaração unilateral de independência aprovada pelo parlamento da região espanhola da Catalunha. "Continuamos a querer ver o império da lei ser preservado, a Constituição espanhola ser respeitada e a unidade da Espanha ser mantida", afirmou um porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May.
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O ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, também reiterou que o "único interlocutor" de Paris referente a esta região é o governo da Espanha em Madri. "A França deseja que a Espanha seja forte e continue unida", afirmou Le Drian.
A Itália foi pelo mesmo caminho. O ministro de Relações Exteriores do país, Angelino Alfano, considerou a decisão do parlamento regional como um "gesto gravíssimo e fora da lei". Por esse motivo, condenou firmemente o processo e desejou que diálogo seja restabelecido em respeito à Constituição."Tudo para a poupar a população de uma escalada de tensão de um afastamento de um país unido e de forte marca europeísta como a Espanha", disse Alfano.
No entanto, uma região anunciou estar disposta a reconhecer a independência catalã. A Abkhazia, uma república separatista que rompeu com a Geórgia em 2008 e não é reconhecida internacionalmente, com a exceção de Rússia, Venezuela e Nicarágua, se mostrou disposta a reconhecer a independência da região da Catalunha, na Espanha, se receber uma solicitação nesse sentido.
Instituições. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que "nada muda", após o Parlamento da Catalunha votar mais cedo pela independência da região. Segundo Tusk, a Espanha "permanece como nosso único interlocutor". "Eu espero que o governo espanhol privilegie a força do argumento, não o argumento da força", afirmou Tusk em sua conta no Twitter.
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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) informou que a questão da Catalunha é deve ser resolvida no âmbito institucional espanhol. Perguntada sobre a declaração de independência do Parlamento catalão nesta sexta, uma autoridade da Otan disse: “A Espanha é uma aliada empenhada, que faz importantes contribuições à nossa segurança compartilhada. A questão da Catalunha é um assunto interno, que deve ser resolvido dentro da ordem constitucional espanhola”
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Entenda. O Parlamento regional catalão aprovou uma moção na sexta-feira, 27, para criar um república catalã, independente da Espanha. Pouco depois, o Senado espanhol em Madri autorizou o governo central a assumir o controle da próspera região do nordeste do país. A movimentação do governo regional da Catalunha não conseguiu atrair o apoio de governos pela Europa. / AP, EFE, AFP e REUTERS