De Beirute a Nova York

Conectas explica a ajuda humanitária na Síria


Veja meu comentário sobre a BRICS-SÍRIA no Globo News Em Pauta de ontem Leia os últimos posts ENTENDA O CASAMENTO GAY NOS EUA VAMOS PARAR DE SER INGÊNUOS NA SÍRIA A LIGA ÁRABE NÃO LIGA PARA AS MULHERES

Por gustavochacra

Este primeiro post do dia foi escrito pelo João Paulo Charleaux, coordenador de Comunicação da Conectas Direitos Humanos, que vem acompanhando as questões humanitárias na Síria. Ele conhece bem o assunto e acho importante para quem quer conhecer outra face do conflito, além da política e militar, que venho cobrindo aqui

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João Paulo Charleaux

A negociação em curso na cúpula dos Brics nos últimos dias deu a impressão errada de que a entrada de ajuda humanitária na Síria é um capricho. Tal como tem sido dito, parece que o governo sírio tem o direito de autorizar ou negar o socorro às vítimas. Não é assim. O direito aplicável à situação de conflito armado interno em curso determina que as pessoas que não participam das hostilidades, os civis, devem ter acesso desimpedido à ajuda humanitária. E isso não está acontecendo por razões políticas, majoritariamente impostas pelos que acreditam na solução militar para o impasse.

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A Síria vive hoje a mais aguda guerra civil. De acordo com a ONU, são 70 mil mortos. O conflito se estende já por dois anos e não há solução à vista no horizonte, seja no campo diplomático, seja no campo militar. Os efeitos mais graves desta crise prolongada são os danos à infra estrutura civil e a falta de insumos capazes de mitigar o sofrimento da população. O Estado sírio não dispõe dos meios necessários para fazer frente às necessidades humanitárias resultantes do conflito. Por isso, deve permitir o acesso de equipes que disponham de capacidade real para fazê-lo.

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No fim deste encontro, realizado em Durban, os 5 países membros do bloco publicaram uma declaração conjunta chamando o governo sírio a cumprir com sua obrigação de prestar proteção e assistência aos civis. Neste caso, diante da impossibilidade manifesta de que o próprio Estado brinde essa assistência, a declaração teve, para ser realista e efetiva, de defender a entrada de ajuda humanitária externa - uma ajuda que seja conduzida sob os critérios de neutralidade e imparcialidade, sem qualquer aspiração de usar esta ação para fins militares.

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Mas isso é o mínimo. Com mais ambição, os governos presentes em Durban poderiam também ter assumido a responsabilidade que a situação requer, exigindo também o cesse imediato de todos os graves crimes que vêm sendo cometidos diariamente na Síria, como mostra o último relatório apresentado pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão Independente Internacional de Investigação da ONU para a República Árabe da Síria. Forças do governo e combatentes rebeldes têm executado pessoas rendidas, feridas e capturadas. Mulheres e crianças também são assassinadas diariamente. Abuso sexual, tortura, desaparição forçada, enfim, quase todas as violações possíveis de serem cometidas numa guerra estão presentes hoje na Síria, de acordo com Pinheiro.

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O que Conectas e outras organizações pediram e conseguiram em Durban foi o mínimo indispensável: que, pelo menos, seja permitida a entrada de ajuda humanitária. No fundo, isso não deveria ser tratado como uma opção, mais como uma obrigação. Resta, agora, o mais difícil, que é fazer cumprir.

João Paulo Charleaux é jornalista, coordenador de Comunicação da Conectas Direitos Humanos

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires Comentários islamofóbicos, antisemitas e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus. Escrevam para mim nogugachacra at outlook.com. Leiam também o blog do Ariel Palacios

Este primeiro post do dia foi escrito pelo João Paulo Charleaux, coordenador de Comunicação da Conectas Direitos Humanos, que vem acompanhando as questões humanitárias na Síria. Ele conhece bem o assunto e acho importante para quem quer conhecer outra face do conflito, além da política e militar, que venho cobrindo aqui

João Paulo Charleaux

A negociação em curso na cúpula dos Brics nos últimos dias deu a impressão errada de que a entrada de ajuda humanitária na Síria é um capricho. Tal como tem sido dito, parece que o governo sírio tem o direito de autorizar ou negar o socorro às vítimas. Não é assim. O direito aplicável à situação de conflito armado interno em curso determina que as pessoas que não participam das hostilidades, os civis, devem ter acesso desimpedido à ajuda humanitária. E isso não está acontecendo por razões políticas, majoritariamente impostas pelos que acreditam na solução militar para o impasse.

A Síria vive hoje a mais aguda guerra civil. De acordo com a ONU, são 70 mil mortos. O conflito se estende já por dois anos e não há solução à vista no horizonte, seja no campo diplomático, seja no campo militar. Os efeitos mais graves desta crise prolongada são os danos à infra estrutura civil e a falta de insumos capazes de mitigar o sofrimento da população. O Estado sírio não dispõe dos meios necessários para fazer frente às necessidades humanitárias resultantes do conflito. Por isso, deve permitir o acesso de equipes que disponham de capacidade real para fazê-lo.

No fim deste encontro, realizado em Durban, os 5 países membros do bloco publicaram uma declaração conjunta chamando o governo sírio a cumprir com sua obrigação de prestar proteção e assistência aos civis. Neste caso, diante da impossibilidade manifesta de que o próprio Estado brinde essa assistência, a declaração teve, para ser realista e efetiva, de defender a entrada de ajuda humanitária externa - uma ajuda que seja conduzida sob os critérios de neutralidade e imparcialidade, sem qualquer aspiração de usar esta ação para fins militares.

Mas isso é o mínimo. Com mais ambição, os governos presentes em Durban poderiam também ter assumido a responsabilidade que a situação requer, exigindo também o cesse imediato de todos os graves crimes que vêm sendo cometidos diariamente na Síria, como mostra o último relatório apresentado pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão Independente Internacional de Investigação da ONU para a República Árabe da Síria. Forças do governo e combatentes rebeldes têm executado pessoas rendidas, feridas e capturadas. Mulheres e crianças também são assassinadas diariamente. Abuso sexual, tortura, desaparição forçada, enfim, quase todas as violações possíveis de serem cometidas numa guerra estão presentes hoje na Síria, de acordo com Pinheiro.

O que Conectas e outras organizações pediram e conseguiram em Durban foi o mínimo indispensável: que, pelo menos, seja permitida a entrada de ajuda humanitária. No fundo, isso não deveria ser tratado como uma opção, mais como uma obrigação. Resta, agora, o mais difícil, que é fazer cumprir.

João Paulo Charleaux é jornalista, coordenador de Comunicação da Conectas Direitos Humanos

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires Comentários islamofóbicos, antisemitas e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus. Escrevam para mim nogugachacra at outlook.com. Leiam também o blog do Ariel Palacios

Este primeiro post do dia foi escrito pelo João Paulo Charleaux, coordenador de Comunicação da Conectas Direitos Humanos, que vem acompanhando as questões humanitárias na Síria. Ele conhece bem o assunto e acho importante para quem quer conhecer outra face do conflito, além da política e militar, que venho cobrindo aqui

João Paulo Charleaux

A negociação em curso na cúpula dos Brics nos últimos dias deu a impressão errada de que a entrada de ajuda humanitária na Síria é um capricho. Tal como tem sido dito, parece que o governo sírio tem o direito de autorizar ou negar o socorro às vítimas. Não é assim. O direito aplicável à situação de conflito armado interno em curso determina que as pessoas que não participam das hostilidades, os civis, devem ter acesso desimpedido à ajuda humanitária. E isso não está acontecendo por razões políticas, majoritariamente impostas pelos que acreditam na solução militar para o impasse.

A Síria vive hoje a mais aguda guerra civil. De acordo com a ONU, são 70 mil mortos. O conflito se estende já por dois anos e não há solução à vista no horizonte, seja no campo diplomático, seja no campo militar. Os efeitos mais graves desta crise prolongada são os danos à infra estrutura civil e a falta de insumos capazes de mitigar o sofrimento da população. O Estado sírio não dispõe dos meios necessários para fazer frente às necessidades humanitárias resultantes do conflito. Por isso, deve permitir o acesso de equipes que disponham de capacidade real para fazê-lo.

No fim deste encontro, realizado em Durban, os 5 países membros do bloco publicaram uma declaração conjunta chamando o governo sírio a cumprir com sua obrigação de prestar proteção e assistência aos civis. Neste caso, diante da impossibilidade manifesta de que o próprio Estado brinde essa assistência, a declaração teve, para ser realista e efetiva, de defender a entrada de ajuda humanitária externa - uma ajuda que seja conduzida sob os critérios de neutralidade e imparcialidade, sem qualquer aspiração de usar esta ação para fins militares.

Mas isso é o mínimo. Com mais ambição, os governos presentes em Durban poderiam também ter assumido a responsabilidade que a situação requer, exigindo também o cesse imediato de todos os graves crimes que vêm sendo cometidos diariamente na Síria, como mostra o último relatório apresentado pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão Independente Internacional de Investigação da ONU para a República Árabe da Síria. Forças do governo e combatentes rebeldes têm executado pessoas rendidas, feridas e capturadas. Mulheres e crianças também são assassinadas diariamente. Abuso sexual, tortura, desaparição forçada, enfim, quase todas as violações possíveis de serem cometidas numa guerra estão presentes hoje na Síria, de acordo com Pinheiro.

O que Conectas e outras organizações pediram e conseguiram em Durban foi o mínimo indispensável: que, pelo menos, seja permitida a entrada de ajuda humanitária. No fundo, isso não deveria ser tratado como uma opção, mais como uma obrigação. Resta, agora, o mais difícil, que é fazer cumprir.

João Paulo Charleaux é jornalista, coordenador de Comunicação da Conectas Direitos Humanos

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires Comentários islamofóbicos, antisemitas e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus. Escrevam para mim nogugachacra at outlook.com. Leiam também o blog do Ariel Palacios

Este primeiro post do dia foi escrito pelo João Paulo Charleaux, coordenador de Comunicação da Conectas Direitos Humanos, que vem acompanhando as questões humanitárias na Síria. Ele conhece bem o assunto e acho importante para quem quer conhecer outra face do conflito, além da política e militar, que venho cobrindo aqui

João Paulo Charleaux

A negociação em curso na cúpula dos Brics nos últimos dias deu a impressão errada de que a entrada de ajuda humanitária na Síria é um capricho. Tal como tem sido dito, parece que o governo sírio tem o direito de autorizar ou negar o socorro às vítimas. Não é assim. O direito aplicável à situação de conflito armado interno em curso determina que as pessoas que não participam das hostilidades, os civis, devem ter acesso desimpedido à ajuda humanitária. E isso não está acontecendo por razões políticas, majoritariamente impostas pelos que acreditam na solução militar para o impasse.

A Síria vive hoje a mais aguda guerra civil. De acordo com a ONU, são 70 mil mortos. O conflito se estende já por dois anos e não há solução à vista no horizonte, seja no campo diplomático, seja no campo militar. Os efeitos mais graves desta crise prolongada são os danos à infra estrutura civil e a falta de insumos capazes de mitigar o sofrimento da população. O Estado sírio não dispõe dos meios necessários para fazer frente às necessidades humanitárias resultantes do conflito. Por isso, deve permitir o acesso de equipes que disponham de capacidade real para fazê-lo.

No fim deste encontro, realizado em Durban, os 5 países membros do bloco publicaram uma declaração conjunta chamando o governo sírio a cumprir com sua obrigação de prestar proteção e assistência aos civis. Neste caso, diante da impossibilidade manifesta de que o próprio Estado brinde essa assistência, a declaração teve, para ser realista e efetiva, de defender a entrada de ajuda humanitária externa - uma ajuda que seja conduzida sob os critérios de neutralidade e imparcialidade, sem qualquer aspiração de usar esta ação para fins militares.

Mas isso é o mínimo. Com mais ambição, os governos presentes em Durban poderiam também ter assumido a responsabilidade que a situação requer, exigindo também o cesse imediato de todos os graves crimes que vêm sendo cometidos diariamente na Síria, como mostra o último relatório apresentado pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão Independente Internacional de Investigação da ONU para a República Árabe da Síria. Forças do governo e combatentes rebeldes têm executado pessoas rendidas, feridas e capturadas. Mulheres e crianças também são assassinadas diariamente. Abuso sexual, tortura, desaparição forçada, enfim, quase todas as violações possíveis de serem cometidas numa guerra estão presentes hoje na Síria, de acordo com Pinheiro.

O que Conectas e outras organizações pediram e conseguiram em Durban foi o mínimo indispensável: que, pelo menos, seja permitida a entrada de ajuda humanitária. No fundo, isso não deveria ser tratado como uma opção, mais como uma obrigação. Resta, agora, o mais difícil, que é fazer cumprir.

João Paulo Charleaux é jornalista, coordenador de Comunicação da Conectas Direitos Humanos

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires Comentários islamofóbicos, antisemitas e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus. Escrevam para mim nogugachacra at outlook.com. Leiam também o blog do Ariel Palacios

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