De Beirute a Nova York

Uma tentativa de explicar o debate sobre a crise das armas químicas na Síria


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Por gustavochacra

Por que Assad teria usado armas químicas? Respostas curiosas neste post

Uma intervenção militar contra Assad será péssima para os cristãos sírios

Como seria a resposta de Assad a bombardeios dos EUA e seus aliados

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Um resumo das armas químicas na Síria

Qual estratégia de Obama para a Síria? Um bombardeio punitivo, sem derrubar Assad

Vou tentar explicar como anda o debate envolvendo a legitimidade ou não de os EUA e seus aliados europeus responderem ao que eles afirmam ser um ataque químico de Bashar al Assad nos arredores do Damasco - o regime nega e, assim como a Rússia, acusa a oposição. A ONU não tem uma conclusão.

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Primeiro, devemos deixar claro que os EUA, Grã Bretanha e França dizem ter provas de que Assad cometeu o ataque químico. Mas estas evidências não foram apresentadas. E, mesmo se forem, precisam ser vistas com ceticismo já que, em 2003, o então secretário de Estado Colin Powell apresentou no Conselho de Segurança o que seriam imagens provando a posse de destruição em massa de Saddam Hussein - depois de uma guerra, que ainda não terminou dez anos depois, e cerca de 300 mil mortos, nada foi encontrado.

Em segundo lugar, a ONU possui inspetores em Damasco investigando o episódio. Eles determinarão se houve ataque químico e qual teria sido o arsenal usado. Não está no mandato desta missão a determinação de quem teria sido o responsável. Além disso, o regime afirma ter suspeita de outros três ataques químicos, prorrogando a missão. Por enquanto, a previsão é de eles ficarem até sábado

Terceiro, o Conselho de Segurança da ONU não aprovará uma intervenção militar, mesmo que em forma de um bombardeio isolado de um dia de duração. A Rússia, um dos cinco membros permanentes, usará o seu poder de veto.

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Em quarto lugar, o Parlamento britânico precisa aprovar uma intervenção. O premiê não pode agir sem esta autorização. E uma votação ocorrerá apenas depois de a missão da ONU apresentar suas conclusões no Conselho de Segurança da ONU.

Quinto, nos EUA, em teoria, o presidente Barack Obama precisaria de aprovação do Congresso para iniciar uma guerra. Há antecedentes de o presidente não buscar esta permissão, como na Líbia. Mas opositores a uma intervenção, tanto entre os republicanos (especialmente libertários e isolacionaistas) como membros do Partido Democrata, exigem que o Congresso aprove desta vez.

Portanto o cenário de um ataque nos próximos dias não é tão certo como no início desta semana. 

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

Comentários islamofóbicos, antisemitas e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus. Escrevam para mim nogugachacra at outlook.com. Leiam também o blog do Ariel Palacios

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Primeiro, devemos deixar claro que os EUA, Grã Bretanha e França dizem ter provas de que Assad cometeu o ataque químico. Mas estas evidências não foram apresentadas. E, mesmo se forem, precisam ser vistas com ceticismo já que, em 2003, o então secretário de Estado Colin Powell apresentou no Conselho de Segurança o que seriam imagens provando a posse de destruição em massa de Saddam Hussein - depois de uma guerra, que ainda não terminou dez anos depois, e cerca de 300 mil mortos, nada foi encontrado.

Em segundo lugar, a ONU possui inspetores em Damasco investigando o episódio. Eles determinarão se houve ataque químico e qual teria sido o arsenal usado. Não está no mandato desta missão a determinação de quem teria sido o responsável. Além disso, o regime afirma ter suspeita de outros três ataques químicos, prorrogando a missão. Por enquanto, a previsão é de eles ficarem até sábado

Terceiro, o Conselho de Segurança da ONU não aprovará uma intervenção militar, mesmo que em forma de um bombardeio isolado de um dia de duração. A Rússia, um dos cinco membros permanentes, usará o seu poder de veto.

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Quinto, nos EUA, em teoria, o presidente Barack Obama precisaria de aprovação do Congresso para iniciar uma guerra. Há antecedentes de o presidente não buscar esta permissão, como na Líbia. Mas opositores a uma intervenção, tanto entre os republicanos (especialmente libertários e isolacionaistas) como membros do Partido Democrata, exigem que o Congresso aprove desta vez.

Portanto o cenário de um ataque nos próximos dias não é tão certo como no início desta semana. 

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

Comentários islamofóbicos, antisemitas e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus. Escrevam para mim nogugachacra at outlook.com. Leiam também o blog do Ariel Palacios

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Vou tentar explicar como anda o debate envolvendo a legitimidade ou não de os EUA e seus aliados europeus responderem ao que eles afirmam ser um ataque químico de Bashar al Assad nos arredores do Damasco - o regime nega e, assim como a Rússia, acusa a oposição. A ONU não tem uma conclusão.

Primeiro, devemos deixar claro que os EUA, Grã Bretanha e França dizem ter provas de que Assad cometeu o ataque químico. Mas estas evidências não foram apresentadas. E, mesmo se forem, precisam ser vistas com ceticismo já que, em 2003, o então secretário de Estado Colin Powell apresentou no Conselho de Segurança o que seriam imagens provando a posse de destruição em massa de Saddam Hussein - depois de uma guerra, que ainda não terminou dez anos depois, e cerca de 300 mil mortos, nada foi encontrado.

Em segundo lugar, a ONU possui inspetores em Damasco investigando o episódio. Eles determinarão se houve ataque químico e qual teria sido o arsenal usado. Não está no mandato desta missão a determinação de quem teria sido o responsável. Além disso, o regime afirma ter suspeita de outros três ataques químicos, prorrogando a missão. Por enquanto, a previsão é de eles ficarem até sábado

Terceiro, o Conselho de Segurança da ONU não aprovará uma intervenção militar, mesmo que em forma de um bombardeio isolado de um dia de duração. A Rússia, um dos cinco membros permanentes, usará o seu poder de veto.

Em quarto lugar, o Parlamento britânico precisa aprovar uma intervenção. O premiê não pode agir sem esta autorização. E uma votação ocorrerá apenas depois de a missão da ONU apresentar suas conclusões no Conselho de Segurança da ONU.

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Portanto o cenário de um ataque nos próximos dias não é tão certo como no início desta semana. 

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

Comentários islamofóbicos, antisemitas e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus. Escrevam para mim nogugachacra at outlook.com. Leiam também o blog do Ariel Palacios

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Primeiro, devemos deixar claro que os EUA, Grã Bretanha e França dizem ter provas de que Assad cometeu o ataque químico. Mas estas evidências não foram apresentadas. E, mesmo se forem, precisam ser vistas com ceticismo já que, em 2003, o então secretário de Estado Colin Powell apresentou no Conselho de Segurança o que seriam imagens provando a posse de destruição em massa de Saddam Hussein - depois de uma guerra, que ainda não terminou dez anos depois, e cerca de 300 mil mortos, nada foi encontrado.

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Terceiro, o Conselho de Segurança da ONU não aprovará uma intervenção militar, mesmo que em forma de um bombardeio isolado de um dia de duração. A Rússia, um dos cinco membros permanentes, usará o seu poder de veto.

Em quarto lugar, o Parlamento britânico precisa aprovar uma intervenção. O premiê não pode agir sem esta autorização. E uma votação ocorrerá apenas depois de a missão da ONU apresentar suas conclusões no Conselho de Segurança da ONU.

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Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

Comentários islamofóbicos, antisemitas e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus. Escrevam para mim nogugachacra at outlook.com. Leiam também o blog do Ariel Palacios

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