Economista contesta gurus de Elizabeth Warren


Antes mesmo do lançamento, novo livro dos economistas Emmanuel Saez e Gabriel Zucman, The Triumph of Injustice (“O triunfo da injustiça”), já desperta controvérsia

Por Helio Gurovitz
Atualização:

Antes mesmo do lançamento, previsto para terça-feira, o novo livro dos economistas Emmanuel Saez e Gabriel Zucman, The Triumph of Injustice (“O triunfo da injustiça”), já desperta controvérsia. Parceiros do francês Thomas Piketty e inspiradores do programa da pré-candidata democrata Elizabeth Warren, os dois fazem um diagnóstico sombrio dos impostos nos Estados Unidos.

Pelas contas de Saez e Zucman, a taxação dos 400 domicílios mais ricos no país foi de 23% em 2018, abaixo do que pagaram os mais pobres e todos os níveis intermediários de renda. Nos anos 50, dizem eles, os 400 mais ricos pagavam 70% de imposto. Nos anos 80, 47%. Depois que o New York Times publicou um gráfico animado com tais números, houve uma enxurrada de contestações.

Senadora democrataElizabeth Warren anuncia sua pré-candidatura à Casa Branca Foto: EFE/EPA/CJ GUNTHER
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A mais detalhada foi publicada por David Splinter, da Comissão Conjunta de Tributação do Congresso. Splinter compara quatro medidas diferentes das taxas que recaem sobre as diferentes camadas sociais, entre elas a de Saez e Zucman. Aponta três questões para explicar as divergências com o método de cálculo dos dois.

Primeiro, atribuem a maior parte da renda não declarada no país aos estratos mais ricos, quando trabalhos acadêmicos comprovam que a sonegação é maior nas camadas inferiores. Segundo, tratam como renda os ganhos com aposentadoria, quando são em geral saques de contas acumuladas. Terceiro, excluem da renda as transferências governamentais e não incluem, entre os impostos pagos, descontos salariais relativos à seguridade social.

Tudo isso, diz Splinter, aumenta artificialmente o nível de taxação dos mais pobres. “Os impostos americanos são progressivos, com taxas aumentando de acordo com a renda”, escreve. “Na verdade, os Estados Unidos têm as taxas mais progressivas entre países desenvolvidos. A reforma tributária de 2017 deverá ter pouco efeito nisso.”

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Eleição de 2020 traz riscos de ‘fake news’

As eleições de 2020 nos Estados Unidos sofrerão com a desinformação nas redes sociais, mas não como em 2016, prevê Paul Barett, da Universidade de Nova York. Além da Rússia, Irã e China são novas fontes de inquietação. O mais relevante, contudo, deverá ser o conteúdo doméstico. O veículo mais usado será não o Facebook, mas o Instagram, seguido do WhatsApp. A maior novidade deve ser os vídeos fraudulentos chamados “deepfake”, que simulam de modo realista candidatos “dizendo ou fazendo coisas que nunca disseram ou fizeram”.

Por que compartilhamos conteúdo político falso? 

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O objetivo de compartilhar conteúdo político não é favorecer um candidato ou prejudicar o outro, segundo estudo apresentado no ano passado à Associação Americana de Ciência Política. “O compartilhamento está associado a motivações ‘caóticas’ de ‘implodir’ todo o ‘cosmo’ democrático”, dizem os pesquisadores dinamarqueses e americanos. “Boatos hostis são compartilhados não porque sejam vistos como verdadeiros, mas porque se acredita que mobilizem a audiência contra elites desprezadas.” É o que move, segundo eles, 40% dos americanos.

Republicanos resistiram a abandonar Nixon 

Demorou até os republicanos abandonarem Richard Nixon depois que a Câmara votou por investigá-lo, em fevereiro de 1974. Naquele momento, apenas 38% dos americanos eram favoráveis ao impeachment, segundo levantamento do site FiveThirtyEight. Só em abril, a causa reuniu apoio da maior parcela da população. E levou até agosto, quando a Suprema Corte obrigou Nixon a entregar as gravações do Salão Oval da Casa Branca, que acabariam por incriminá-lo, para ele perder apoio no próprio partido e decidir renunciar.

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Tocqueville errou ao descrever os EUA

O francês Alexis de Tocqueville, autor do clássico Democracia na América, resultado de uma temporada nos Estados Unidos entre 1831 e 1832, errou ao descrever um país marcado pela civilidade, democracia e igualdade política, afirma o cientista político Bartholomew Sparrow, da Universidade do Texas. Influenciado pela cultura puritana da Costa Leste, Tocqueville ignorou hierarquias existentes. “Seus escritos até sugerem consciência de outra cultura no Sul e no Oeste – que despreza a educação, é leniente com modos rudes, tolera comportamento agressivo e manifesta ganância irrefreável”, escreve Sparrow. “Mas ele não integra tais observações a suas conclusões.”

Antes mesmo do lançamento, previsto para terça-feira, o novo livro dos economistas Emmanuel Saez e Gabriel Zucman, The Triumph of Injustice (“O triunfo da injustiça”), já desperta controvérsia. Parceiros do francês Thomas Piketty e inspiradores do programa da pré-candidata democrata Elizabeth Warren, os dois fazem um diagnóstico sombrio dos impostos nos Estados Unidos.

Pelas contas de Saez e Zucman, a taxação dos 400 domicílios mais ricos no país foi de 23% em 2018, abaixo do que pagaram os mais pobres e todos os níveis intermediários de renda. Nos anos 50, dizem eles, os 400 mais ricos pagavam 70% de imposto. Nos anos 80, 47%. Depois que o New York Times publicou um gráfico animado com tais números, houve uma enxurrada de contestações.

Senadora democrataElizabeth Warren anuncia sua pré-candidatura à Casa Branca Foto: EFE/EPA/CJ GUNTHER

A mais detalhada foi publicada por David Splinter, da Comissão Conjunta de Tributação do Congresso. Splinter compara quatro medidas diferentes das taxas que recaem sobre as diferentes camadas sociais, entre elas a de Saez e Zucman. Aponta três questões para explicar as divergências com o método de cálculo dos dois.

Primeiro, atribuem a maior parte da renda não declarada no país aos estratos mais ricos, quando trabalhos acadêmicos comprovam que a sonegação é maior nas camadas inferiores. Segundo, tratam como renda os ganhos com aposentadoria, quando são em geral saques de contas acumuladas. Terceiro, excluem da renda as transferências governamentais e não incluem, entre os impostos pagos, descontos salariais relativos à seguridade social.

Tudo isso, diz Splinter, aumenta artificialmente o nível de taxação dos mais pobres. “Os impostos americanos são progressivos, com taxas aumentando de acordo com a renda”, escreve. “Na verdade, os Estados Unidos têm as taxas mais progressivas entre países desenvolvidos. A reforma tributária de 2017 deverá ter pouco efeito nisso.”

Eleição de 2020 traz riscos de ‘fake news’

As eleições de 2020 nos Estados Unidos sofrerão com a desinformação nas redes sociais, mas não como em 2016, prevê Paul Barett, da Universidade de Nova York. Além da Rússia, Irã e China são novas fontes de inquietação. O mais relevante, contudo, deverá ser o conteúdo doméstico. O veículo mais usado será não o Facebook, mas o Instagram, seguido do WhatsApp. A maior novidade deve ser os vídeos fraudulentos chamados “deepfake”, que simulam de modo realista candidatos “dizendo ou fazendo coisas que nunca disseram ou fizeram”.

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O objetivo de compartilhar conteúdo político não é favorecer um candidato ou prejudicar o outro, segundo estudo apresentado no ano passado à Associação Americana de Ciência Política. “O compartilhamento está associado a motivações ‘caóticas’ de ‘implodir’ todo o ‘cosmo’ democrático”, dizem os pesquisadores dinamarqueses e americanos. “Boatos hostis são compartilhados não porque sejam vistos como verdadeiros, mas porque se acredita que mobilizem a audiência contra elites desprezadas.” É o que move, segundo eles, 40% dos americanos.

Republicanos resistiram a abandonar Nixon 

Demorou até os republicanos abandonarem Richard Nixon depois que a Câmara votou por investigá-lo, em fevereiro de 1974. Naquele momento, apenas 38% dos americanos eram favoráveis ao impeachment, segundo levantamento do site FiveThirtyEight. Só em abril, a causa reuniu apoio da maior parcela da população. E levou até agosto, quando a Suprema Corte obrigou Nixon a entregar as gravações do Salão Oval da Casa Branca, que acabariam por incriminá-lo, para ele perder apoio no próprio partido e decidir renunciar.

Tocqueville errou ao descrever os EUA

O francês Alexis de Tocqueville, autor do clássico Democracia na América, resultado de uma temporada nos Estados Unidos entre 1831 e 1832, errou ao descrever um país marcado pela civilidade, democracia e igualdade política, afirma o cientista político Bartholomew Sparrow, da Universidade do Texas. Influenciado pela cultura puritana da Costa Leste, Tocqueville ignorou hierarquias existentes. “Seus escritos até sugerem consciência de outra cultura no Sul e no Oeste – que despreza a educação, é leniente com modos rudes, tolera comportamento agressivo e manifesta ganância irrefreável”, escreve Sparrow. “Mas ele não integra tais observações a suas conclusões.”

Antes mesmo do lançamento, previsto para terça-feira, o novo livro dos economistas Emmanuel Saez e Gabriel Zucman, The Triumph of Injustice (“O triunfo da injustiça”), já desperta controvérsia. Parceiros do francês Thomas Piketty e inspiradores do programa da pré-candidata democrata Elizabeth Warren, os dois fazem um diagnóstico sombrio dos impostos nos Estados Unidos.

Pelas contas de Saez e Zucman, a taxação dos 400 domicílios mais ricos no país foi de 23% em 2018, abaixo do que pagaram os mais pobres e todos os níveis intermediários de renda. Nos anos 50, dizem eles, os 400 mais ricos pagavam 70% de imposto. Nos anos 80, 47%. Depois que o New York Times publicou um gráfico animado com tais números, houve uma enxurrada de contestações.

Senadora democrataElizabeth Warren anuncia sua pré-candidatura à Casa Branca Foto: EFE/EPA/CJ GUNTHER

A mais detalhada foi publicada por David Splinter, da Comissão Conjunta de Tributação do Congresso. Splinter compara quatro medidas diferentes das taxas que recaem sobre as diferentes camadas sociais, entre elas a de Saez e Zucman. Aponta três questões para explicar as divergências com o método de cálculo dos dois.

Primeiro, atribuem a maior parte da renda não declarada no país aos estratos mais ricos, quando trabalhos acadêmicos comprovam que a sonegação é maior nas camadas inferiores. Segundo, tratam como renda os ganhos com aposentadoria, quando são em geral saques de contas acumuladas. Terceiro, excluem da renda as transferências governamentais e não incluem, entre os impostos pagos, descontos salariais relativos à seguridade social.

Tudo isso, diz Splinter, aumenta artificialmente o nível de taxação dos mais pobres. “Os impostos americanos são progressivos, com taxas aumentando de acordo com a renda”, escreve. “Na verdade, os Estados Unidos têm as taxas mais progressivas entre países desenvolvidos. A reforma tributária de 2017 deverá ter pouco efeito nisso.”

Eleição de 2020 traz riscos de ‘fake news’

As eleições de 2020 nos Estados Unidos sofrerão com a desinformação nas redes sociais, mas não como em 2016, prevê Paul Barett, da Universidade de Nova York. Além da Rússia, Irã e China são novas fontes de inquietação. O mais relevante, contudo, deverá ser o conteúdo doméstico. O veículo mais usado será não o Facebook, mas o Instagram, seguido do WhatsApp. A maior novidade deve ser os vídeos fraudulentos chamados “deepfake”, que simulam de modo realista candidatos “dizendo ou fazendo coisas que nunca disseram ou fizeram”.

Por que compartilhamos conteúdo político falso? 

O objetivo de compartilhar conteúdo político não é favorecer um candidato ou prejudicar o outro, segundo estudo apresentado no ano passado à Associação Americana de Ciência Política. “O compartilhamento está associado a motivações ‘caóticas’ de ‘implodir’ todo o ‘cosmo’ democrático”, dizem os pesquisadores dinamarqueses e americanos. “Boatos hostis são compartilhados não porque sejam vistos como verdadeiros, mas porque se acredita que mobilizem a audiência contra elites desprezadas.” É o que move, segundo eles, 40% dos americanos.

Republicanos resistiram a abandonar Nixon 

Demorou até os republicanos abandonarem Richard Nixon depois que a Câmara votou por investigá-lo, em fevereiro de 1974. Naquele momento, apenas 38% dos americanos eram favoráveis ao impeachment, segundo levantamento do site FiveThirtyEight. Só em abril, a causa reuniu apoio da maior parcela da população. E levou até agosto, quando a Suprema Corte obrigou Nixon a entregar as gravações do Salão Oval da Casa Branca, que acabariam por incriminá-lo, para ele perder apoio no próprio partido e decidir renunciar.

Tocqueville errou ao descrever os EUA

O francês Alexis de Tocqueville, autor do clássico Democracia na América, resultado de uma temporada nos Estados Unidos entre 1831 e 1832, errou ao descrever um país marcado pela civilidade, democracia e igualdade política, afirma o cientista político Bartholomew Sparrow, da Universidade do Texas. Influenciado pela cultura puritana da Costa Leste, Tocqueville ignorou hierarquias existentes. “Seus escritos até sugerem consciência de outra cultura no Sul e no Oeste – que despreza a educação, é leniente com modos rudes, tolera comportamento agressivo e manifesta ganância irrefreável”, escreve Sparrow. “Mas ele não integra tais observações a suas conclusões.”

Antes mesmo do lançamento, previsto para terça-feira, o novo livro dos economistas Emmanuel Saez e Gabriel Zucman, The Triumph of Injustice (“O triunfo da injustiça”), já desperta controvérsia. Parceiros do francês Thomas Piketty e inspiradores do programa da pré-candidata democrata Elizabeth Warren, os dois fazem um diagnóstico sombrio dos impostos nos Estados Unidos.

Pelas contas de Saez e Zucman, a taxação dos 400 domicílios mais ricos no país foi de 23% em 2018, abaixo do que pagaram os mais pobres e todos os níveis intermediários de renda. Nos anos 50, dizem eles, os 400 mais ricos pagavam 70% de imposto. Nos anos 80, 47%. Depois que o New York Times publicou um gráfico animado com tais números, houve uma enxurrada de contestações.

Senadora democrataElizabeth Warren anuncia sua pré-candidatura à Casa Branca Foto: EFE/EPA/CJ GUNTHER

A mais detalhada foi publicada por David Splinter, da Comissão Conjunta de Tributação do Congresso. Splinter compara quatro medidas diferentes das taxas que recaem sobre as diferentes camadas sociais, entre elas a de Saez e Zucman. Aponta três questões para explicar as divergências com o método de cálculo dos dois.

Primeiro, atribuem a maior parte da renda não declarada no país aos estratos mais ricos, quando trabalhos acadêmicos comprovam que a sonegação é maior nas camadas inferiores. Segundo, tratam como renda os ganhos com aposentadoria, quando são em geral saques de contas acumuladas. Terceiro, excluem da renda as transferências governamentais e não incluem, entre os impostos pagos, descontos salariais relativos à seguridade social.

Tudo isso, diz Splinter, aumenta artificialmente o nível de taxação dos mais pobres. “Os impostos americanos são progressivos, com taxas aumentando de acordo com a renda”, escreve. “Na verdade, os Estados Unidos têm as taxas mais progressivas entre países desenvolvidos. A reforma tributária de 2017 deverá ter pouco efeito nisso.”

Eleição de 2020 traz riscos de ‘fake news’

As eleições de 2020 nos Estados Unidos sofrerão com a desinformação nas redes sociais, mas não como em 2016, prevê Paul Barett, da Universidade de Nova York. Além da Rússia, Irã e China são novas fontes de inquietação. O mais relevante, contudo, deverá ser o conteúdo doméstico. O veículo mais usado será não o Facebook, mas o Instagram, seguido do WhatsApp. A maior novidade deve ser os vídeos fraudulentos chamados “deepfake”, que simulam de modo realista candidatos “dizendo ou fazendo coisas que nunca disseram ou fizeram”.

Por que compartilhamos conteúdo político falso? 

O objetivo de compartilhar conteúdo político não é favorecer um candidato ou prejudicar o outro, segundo estudo apresentado no ano passado à Associação Americana de Ciência Política. “O compartilhamento está associado a motivações ‘caóticas’ de ‘implodir’ todo o ‘cosmo’ democrático”, dizem os pesquisadores dinamarqueses e americanos. “Boatos hostis são compartilhados não porque sejam vistos como verdadeiros, mas porque se acredita que mobilizem a audiência contra elites desprezadas.” É o que move, segundo eles, 40% dos americanos.

Republicanos resistiram a abandonar Nixon 

Demorou até os republicanos abandonarem Richard Nixon depois que a Câmara votou por investigá-lo, em fevereiro de 1974. Naquele momento, apenas 38% dos americanos eram favoráveis ao impeachment, segundo levantamento do site FiveThirtyEight. Só em abril, a causa reuniu apoio da maior parcela da população. E levou até agosto, quando a Suprema Corte obrigou Nixon a entregar as gravações do Salão Oval da Casa Branca, que acabariam por incriminá-lo, para ele perder apoio no próprio partido e decidir renunciar.

Tocqueville errou ao descrever os EUA

O francês Alexis de Tocqueville, autor do clássico Democracia na América, resultado de uma temporada nos Estados Unidos entre 1831 e 1832, errou ao descrever um país marcado pela civilidade, democracia e igualdade política, afirma o cientista político Bartholomew Sparrow, da Universidade do Texas. Influenciado pela cultura puritana da Costa Leste, Tocqueville ignorou hierarquias existentes. “Seus escritos até sugerem consciência de outra cultura no Sul e no Oeste – que despreza a educação, é leniente com modos rudes, tolera comportamento agressivo e manifesta ganância irrefreável”, escreve Sparrow. “Mas ele não integra tais observações a suas conclusões.”

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