'Hula é um aviso sobre como seria guerra civil'


Brasileiro que comanda inquérito sobre crimes na Síria alerta para risco de ver novos massacres caso mediação fracasse de vez

Por GENEBRA

Caberá ao brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro investigar o massacre de Hula, na Síria. Chefe da comissão instaurada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para investigar o crime, ele apresentará um informe completo no dia 27. Investigações preliminares indicam que grande parte das vítimas foi executada por milícias que apoiam o ditador Bashar Assad. Em entrevista ao Estado, o brasileiro fez um alerta: se o plano de paz do emissário internacional Kofi Annan fracassar, massacres como o de Hula podem virar rotina. Pinheiro criticou a expulsão de embaixadores sírios e alertou que a única via para superar a crise é a mediação de Annan. A seguir, os principais trechos da conversa.

Vimos uma escalada da tensão nos últimos dias na Síria, principalmente após o massacre de Hula. Como o sr. vê a situação?

Minha posição continua a mesma: a militarização da crise não ajudará em nada. Não há uma solução militar. Não existe uma alternativa à negociação.

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Mas enquanto Annan tenta mediar a crise, a oposição alerta que os massacres continuam.

O último massacre, o de Hula, é um exemplo do que pode vir a ser a Síria em uma situação de guerra civil. O que ocorreu la é uma mensagem clara a todos do que pode ocorrer de uma forma generalizada, à medida que os dois lados incrementarão suas ações e receberão armas de governos estrangeiros.

Há quem diga que o massacre do sábado foi uma espécie de prova de que os observadores da ONU na Síria não estão diminuindo a violência. O sr. concorda?

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Se não fosse pela presença de observadores, nem sequer saberíamos desses massacres. Em algumas áreas, a presença deles permitiu uma certa redução da violência.

O sr. acredita que a missão de Annan e dos observadores deve ser mantida?

Não existe um plano B. Só nos resta trabalhar nessa mediação. Não é fácil, mas precisamos trabalhar nela.

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Qual a opinião do sr. sobre a decisão de governos de expulsar embaixadores sírios? Isso dificulta a mediação?

Governos são soberanos para fazer o que querem. A ausência desses interlocutores, no entanto, dificulta o diálogo.

Quais devem ser os próximos passos para se evitar que novos massacres ocorram?

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Violações bárbaras ocorreram na Síria nos últimos meses. O que chamou a atenção no caso de Hula foi o fato de incluir tantas crianças. Alerto que esse tipo de massacre se repetirá se a missão da ONU não for fortalecida. Hula foi um aviso do que poderá ser a guerra civil na Síria. Serve para chamar a atenção da comunidade internacional sobre o que pode ocorrer.

Como o sr. pessoalmente atuará nas próximas semanas?

Continuo solicitando minha entrada na Síria. Mas, mesmo sem entrar no país, o trabalho da comissão continua. No dia 27, apresentarei (à ONU) uma reconstituição detalhada e uma investigação do que ocorreu em Hula. Os sírios acreditam que, ao impedir a minha entrada, não terei como fazer a investigação. No entanto, já provamos que temos outros meios e fontes que nos permitem atuar sempre com rigor. / J. C.

Caberá ao brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro investigar o massacre de Hula, na Síria. Chefe da comissão instaurada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para investigar o crime, ele apresentará um informe completo no dia 27. Investigações preliminares indicam que grande parte das vítimas foi executada por milícias que apoiam o ditador Bashar Assad. Em entrevista ao Estado, o brasileiro fez um alerta: se o plano de paz do emissário internacional Kofi Annan fracassar, massacres como o de Hula podem virar rotina. Pinheiro criticou a expulsão de embaixadores sírios e alertou que a única via para superar a crise é a mediação de Annan. A seguir, os principais trechos da conversa.

Vimos uma escalada da tensão nos últimos dias na Síria, principalmente após o massacre de Hula. Como o sr. vê a situação?

Minha posição continua a mesma: a militarização da crise não ajudará em nada. Não há uma solução militar. Não existe uma alternativa à negociação.

Mas enquanto Annan tenta mediar a crise, a oposição alerta que os massacres continuam.

O último massacre, o de Hula, é um exemplo do que pode vir a ser a Síria em uma situação de guerra civil. O que ocorreu la é uma mensagem clara a todos do que pode ocorrer de uma forma generalizada, à medida que os dois lados incrementarão suas ações e receberão armas de governos estrangeiros.

Há quem diga que o massacre do sábado foi uma espécie de prova de que os observadores da ONU na Síria não estão diminuindo a violência. O sr. concorda?

Se não fosse pela presença de observadores, nem sequer saberíamos desses massacres. Em algumas áreas, a presença deles permitiu uma certa redução da violência.

O sr. acredita que a missão de Annan e dos observadores deve ser mantida?

Não existe um plano B. Só nos resta trabalhar nessa mediação. Não é fácil, mas precisamos trabalhar nela.

Qual a opinião do sr. sobre a decisão de governos de expulsar embaixadores sírios? Isso dificulta a mediação?

Governos são soberanos para fazer o que querem. A ausência desses interlocutores, no entanto, dificulta o diálogo.

Quais devem ser os próximos passos para se evitar que novos massacres ocorram?

Violações bárbaras ocorreram na Síria nos últimos meses. O que chamou a atenção no caso de Hula foi o fato de incluir tantas crianças. Alerto que esse tipo de massacre se repetirá se a missão da ONU não for fortalecida. Hula foi um aviso do que poderá ser a guerra civil na Síria. Serve para chamar a atenção da comunidade internacional sobre o que pode ocorrer.

Como o sr. pessoalmente atuará nas próximas semanas?

Continuo solicitando minha entrada na Síria. Mas, mesmo sem entrar no país, o trabalho da comissão continua. No dia 27, apresentarei (à ONU) uma reconstituição detalhada e uma investigação do que ocorreu em Hula. Os sírios acreditam que, ao impedir a minha entrada, não terei como fazer a investigação. No entanto, já provamos que temos outros meios e fontes que nos permitem atuar sempre com rigor. / J. C.

Caberá ao brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro investigar o massacre de Hula, na Síria. Chefe da comissão instaurada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para investigar o crime, ele apresentará um informe completo no dia 27. Investigações preliminares indicam que grande parte das vítimas foi executada por milícias que apoiam o ditador Bashar Assad. Em entrevista ao Estado, o brasileiro fez um alerta: se o plano de paz do emissário internacional Kofi Annan fracassar, massacres como o de Hula podem virar rotina. Pinheiro criticou a expulsão de embaixadores sírios e alertou que a única via para superar a crise é a mediação de Annan. A seguir, os principais trechos da conversa.

Vimos uma escalada da tensão nos últimos dias na Síria, principalmente após o massacre de Hula. Como o sr. vê a situação?

Minha posição continua a mesma: a militarização da crise não ajudará em nada. Não há uma solução militar. Não existe uma alternativa à negociação.

Mas enquanto Annan tenta mediar a crise, a oposição alerta que os massacres continuam.

O último massacre, o de Hula, é um exemplo do que pode vir a ser a Síria em uma situação de guerra civil. O que ocorreu la é uma mensagem clara a todos do que pode ocorrer de uma forma generalizada, à medida que os dois lados incrementarão suas ações e receberão armas de governos estrangeiros.

Há quem diga que o massacre do sábado foi uma espécie de prova de que os observadores da ONU na Síria não estão diminuindo a violência. O sr. concorda?

Se não fosse pela presença de observadores, nem sequer saberíamos desses massacres. Em algumas áreas, a presença deles permitiu uma certa redução da violência.

O sr. acredita que a missão de Annan e dos observadores deve ser mantida?

Não existe um plano B. Só nos resta trabalhar nessa mediação. Não é fácil, mas precisamos trabalhar nela.

Qual a opinião do sr. sobre a decisão de governos de expulsar embaixadores sírios? Isso dificulta a mediação?

Governos são soberanos para fazer o que querem. A ausência desses interlocutores, no entanto, dificulta o diálogo.

Quais devem ser os próximos passos para se evitar que novos massacres ocorram?

Violações bárbaras ocorreram na Síria nos últimos meses. O que chamou a atenção no caso de Hula foi o fato de incluir tantas crianças. Alerto que esse tipo de massacre se repetirá se a missão da ONU não for fortalecida. Hula foi um aviso do que poderá ser a guerra civil na Síria. Serve para chamar a atenção da comunidade internacional sobre o que pode ocorrer.

Como o sr. pessoalmente atuará nas próximas semanas?

Continuo solicitando minha entrada na Síria. Mas, mesmo sem entrar no país, o trabalho da comissão continua. No dia 27, apresentarei (à ONU) uma reconstituição detalhada e uma investigação do que ocorreu em Hula. Os sírios acreditam que, ao impedir a minha entrada, não terei como fazer a investigação. No entanto, já provamos que temos outros meios e fontes que nos permitem atuar sempre com rigor. / J. C.

Caberá ao brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro investigar o massacre de Hula, na Síria. Chefe da comissão instaurada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para investigar o crime, ele apresentará um informe completo no dia 27. Investigações preliminares indicam que grande parte das vítimas foi executada por milícias que apoiam o ditador Bashar Assad. Em entrevista ao Estado, o brasileiro fez um alerta: se o plano de paz do emissário internacional Kofi Annan fracassar, massacres como o de Hula podem virar rotina. Pinheiro criticou a expulsão de embaixadores sírios e alertou que a única via para superar a crise é a mediação de Annan. A seguir, os principais trechos da conversa.

Vimos uma escalada da tensão nos últimos dias na Síria, principalmente após o massacre de Hula. Como o sr. vê a situação?

Minha posição continua a mesma: a militarização da crise não ajudará em nada. Não há uma solução militar. Não existe uma alternativa à negociação.

Mas enquanto Annan tenta mediar a crise, a oposição alerta que os massacres continuam.

O último massacre, o de Hula, é um exemplo do que pode vir a ser a Síria em uma situação de guerra civil. O que ocorreu la é uma mensagem clara a todos do que pode ocorrer de uma forma generalizada, à medida que os dois lados incrementarão suas ações e receberão armas de governos estrangeiros.

Há quem diga que o massacre do sábado foi uma espécie de prova de que os observadores da ONU na Síria não estão diminuindo a violência. O sr. concorda?

Se não fosse pela presença de observadores, nem sequer saberíamos desses massacres. Em algumas áreas, a presença deles permitiu uma certa redução da violência.

O sr. acredita que a missão de Annan e dos observadores deve ser mantida?

Não existe um plano B. Só nos resta trabalhar nessa mediação. Não é fácil, mas precisamos trabalhar nela.

Qual a opinião do sr. sobre a decisão de governos de expulsar embaixadores sírios? Isso dificulta a mediação?

Governos são soberanos para fazer o que querem. A ausência desses interlocutores, no entanto, dificulta o diálogo.

Quais devem ser os próximos passos para se evitar que novos massacres ocorram?

Violações bárbaras ocorreram na Síria nos últimos meses. O que chamou a atenção no caso de Hula foi o fato de incluir tantas crianças. Alerto que esse tipo de massacre se repetirá se a missão da ONU não for fortalecida. Hula foi um aviso do que poderá ser a guerra civil na Síria. Serve para chamar a atenção da comunidade internacional sobre o que pode ocorrer.

Como o sr. pessoalmente atuará nas próximas semanas?

Continuo solicitando minha entrada na Síria. Mas, mesmo sem entrar no país, o trabalho da comissão continua. No dia 27, apresentarei (à ONU) uma reconstituição detalhada e uma investigação do que ocorreu em Hula. Os sírios acreditam que, ao impedir a minha entrada, não terei como fazer a investigação. No entanto, já provamos que temos outros meios e fontes que nos permitem atuar sempre com rigor. / J. C.

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