LISBOA - O incêndio que arrasa desde o sábado 17 o centro de Portugal continua ativo em quatro focos nos distritos de Leiria e Coimbra, mas os bombeiros acreditam que devem apagar os focos até o fim desta terça-feira, 20. Após os progressos registrados durante a madrugada, o número de pessoas que trabalham no local continua em 2 mil soldados, apoiados por meios terrestres e aéreos.
Enquanto isso, continua o trabalho de identificação das vítimas, tarefa que tem sido criticada. Em resposta, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou para que se concentrem os esforços em combater o fogo, em vez de discutir as suas causas e possíveis responsabilidades.
O último balanço oficial registrava 64 mortos e 62 feridos no município de Pedrógão Grande, onde o incêndio teve início. Segundo autoridades, o motivo do fogo seria o impacto de um raio em uma árvore seca.
As equipes reestruturam seu plano de ação e seguem cautelosas em razão das condições meteorológicas, que podem complicar os trabalhos. O Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) prevê para esta terça-feira temperaturas em torno de 39ºC e ventos moderados nas áreas afetadas dos distritos de Leiria e Coimbra.
Incêndio florestal em Portugal deixa dezenas de mortos
O padre José Gomes, de Figueiró dos Vinhos, disse que os moradores não receberam apoio dos bombeiros. "Há um ambiente de revolta contra os serviços de socorro", afirmou.
Alguns também questionam se as estradas foram bloqueadas de modo suficientemente rápido no dia da tragédia. 47 vítimas morreram na estrada nacional 236, 30 delas cercadas pelo fogo. De acordo com as autoridades locais, famílias viajavam pela estrada porque pretendiam passar a tarde em uma praia da região.
"A prioridade agora é o combate ao incêndio e o apoio às vítimas e seus parentes", disse o presidente português, acrescentando que "depois teremos todo o tempo do mundo" para debater outros assuntos. / EFE e AFP
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