NOVA DÉLHI- A justiça da Índia condenou nesta segunda-feira, 10, seis homens hindus pelo estupro e morte de uma menina muçulmana de oito anos em 2018. Três deles, declarados culpados de estupro e assassinato, escaparam da pena de morte e foram condenados à prisão perpétua.
Os outros três, condenados por aceitar subornos e pela destruição de provas durante a investigação, foram condenados a cinco anos de prisão.
O tribunal de Pathankot, no Estado de Punjab, no norte do país, absolveu o sétimo acusado. Um oitavo acusado terá um julgamento à parte porque era menor de idade no momento dos crimes.
De acordo com os investigadores, a menina de oito anos foi vítima de um grupo de hindus que pretendiam aterrorizar sua tribo bakarwal - um grupo nômade muçulmano - para forçar sua saída do vilarejo.
Os crimes aconteceram na parte meridional de Jammu e Caxemira, no norte da Índia, uma área hindu do Estado, de maioria muçulmana.
O "estupro de Kathua", o nome do distrito em que fica o vilarejo, é considerado um sinal da disputa entre comunidades na Índia desde que os nacionalistas hindus chegaram ao poder em 2014.
Segundo a promotoria, a vítima foi sedada e estuprada em grupo durante dias antes de ser assassinada e abandonada em uma floresta. O caso despertou uma onda de indignação na Índia, com manifestações pedindo a condenação à morte dos acusados.
A Índia endureceu as leis contra as agressões sexuais depois que uma jovem universitária morreu após ser estuprada em grupo em um ônibus em 2012 em Nova Délhi, fato que comoveu o país e a comunidade internacional. / AFP EFE