Intelectuais israelenses apoiam reconhecimento do Estado Palestino


Manifestantes acusaram Netanyahu de levar os israelenses à catástrofe

TEL AVIV - Dezenas intelectuais de Israel participaram nesta quinta-feira, em Tel Aviv, de uma manifestação pedindo o reconhecimento do Estado Palestino e advertindo de que o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu "está levando os cidadãos do país a uma catástrofe".

 

Veja também: AO VIVO: Os discursos na ONU HOTSITE: A busca pelo Estado  GUSTAVO CHACRA: O Estado palestino ENTENDA: O que os palestinos buscam na ONUESPECIAL: As disputas territoriais no Oriente Médio

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O grupo - composto por escritores, cientistas e artistas - se reuniu em frente ao prédio onde foi assinada, em 1948, a declaração da independência de Israel, na Boulevard Rotschild, no centro de Tel Aviv. A escolha do local foi feita para salientar o fato de que o Estado de Israel foi fundado, porém o Estado Palestino - que devia ser criado após a decisão da ONU, de 1947, sobre a partilha da Palestina - não existe até hoje. O protesto ocorreu um dia antes do discurso do presidente palestino, Mahmoud Abbas, na ONU, no qual deverá pedir o reconhecimento do Estado Palestino nas fronteiras anteriores à guerra de 1967. Os manifestantes divulgaram um abaixo-assinado apoiando o reconhecimento da Palestina e criticaram Netanyahu. "Dante de nossos olhos estarrecidos ocorre uma cena inacreditável - o premiê de Israel conduz os cidadãos para Massada", afirmaram, em referência ao suicido coletivo cometido em 1973 por guerreiros judeus que lutavam contra o Império Romano. Maio de 68 Um dos participantes mais famosos no protesto era o líder do movimento estudantil na França em 1968, Daniel Cohn-Bendit. Em entrevista à BBC Brasil, ele elogiou a decisão de Abbas de recorrer à ONU, pois com essa medida o presidente palestino "está obrigando a comunidade internacional a se mexer". "Depois do pedido de Abbas algo terá que acontecer e tudo é possível, tanto o mal como para o bem. Pode haver violência, mas também pode haver uma retomada das negociações", disse. Cohn-Bendit disse ainda que "os palestinos têm direito de ter o Estado deles exatamente como os israelenses têm direito a seu Estado". Na opinião do político, que hoje é membro do Parlamento Europeu, não são os palestinos que apresentam um entrave às negociações de paz, e sim o governo de Netanyahu. Salvar vidas Durante o protesto, o astrofisico da Universidade de Tel Aviv, Elia Leibowitz, disse à BBC Brasil que resolveu participar "para poupar vidas". "Se você colocar uma pluma na nascente de um rio ela vai acabar chegando até o mar. Não é mais simples colocar a pluma diretamente no mar?", questionou Leibowitz, acrescentando que "o Estado Palestino vai ser fundado, a única questão é quantos mortos ainda haverá até que isso aconteça". "Quando são seres humanos e não plumas que fluem no rio, muitos morrem no caminho", disse. Já o artista gráfico David Tartakover - ganhador do Prêmio Israel, a láurea mais importante outorgada pelo Estado - se mostrou mais pessimista. "Estes deveriam ser dias de festa para nós os israelenses, com a declaração do Estado Palestino, mas infelizmente, por causa dos interesses eleitorais de Obama, estamos em uma situação sombria", afirmou o artista, em referência ao discurso proferido pelo presidente americano na ONU, em que se opôs à aceitação do pedido de reconhecimento ao Estado Palestino. O fotógrafo Alex Levac, também ganhador do Premio Israel, se mostrou ainda mais pessimista. "Este governo está nos levando para um desastre. Nasci na Palestina, na época do Mandato Britânico, mas a sede territorial e messiânica que vigora aqui mudou completamente a realidade. Acredito na igualdade entre os seres humanos e fico indignado com o fato de que nosso governo ignora a necessidade dos palestinos de ter um Estado independente". Tensões Em seu discurso, o ex-diretor geral do ministério das Relações Exteriores, Alon Liel, se dirigiu ao presidente Abbas. "Vá em frente, Abu Mazen (apelido do presidente palestino), não perca a esperança por causa do discurso eleitoreiro de Obama, vá direto à Assembleia Geral da ONU e vocês, os palestinos, poderão obter 150 votos em seu favor". "Não desista, Abu Mazen, a História vai julgar os países que votarem contra o reconhecimento do Estado Palestino, inclusive Israel", acrescentou Liel. O governo israelense afirma que o reconhecimento do Estado Palestino aumentaria as tensões regionais e não resolveria as questões bilaterais pendentes.

 

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TEL AVIV - Dezenas intelectuais de Israel participaram nesta quinta-feira, em Tel Aviv, de uma manifestação pedindo o reconhecimento do Estado Palestino e advertindo de que o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu "está levando os cidadãos do país a uma catástrofe".

 

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O grupo - composto por escritores, cientistas e artistas - se reuniu em frente ao prédio onde foi assinada, em 1948, a declaração da independência de Israel, na Boulevard Rotschild, no centro de Tel Aviv. A escolha do local foi feita para salientar o fato de que o Estado de Israel foi fundado, porém o Estado Palestino - que devia ser criado após a decisão da ONU, de 1947, sobre a partilha da Palestina - não existe até hoje. O protesto ocorreu um dia antes do discurso do presidente palestino, Mahmoud Abbas, na ONU, no qual deverá pedir o reconhecimento do Estado Palestino nas fronteiras anteriores à guerra de 1967. Os manifestantes divulgaram um abaixo-assinado apoiando o reconhecimento da Palestina e criticaram Netanyahu. "Dante de nossos olhos estarrecidos ocorre uma cena inacreditável - o premiê de Israel conduz os cidadãos para Massada", afirmaram, em referência ao suicido coletivo cometido em 1973 por guerreiros judeus que lutavam contra o Império Romano. Maio de 68 Um dos participantes mais famosos no protesto era o líder do movimento estudantil na França em 1968, Daniel Cohn-Bendit. Em entrevista à BBC Brasil, ele elogiou a decisão de Abbas de recorrer à ONU, pois com essa medida o presidente palestino "está obrigando a comunidade internacional a se mexer". "Depois do pedido de Abbas algo terá que acontecer e tudo é possível, tanto o mal como para o bem. Pode haver violência, mas também pode haver uma retomada das negociações", disse. Cohn-Bendit disse ainda que "os palestinos têm direito de ter o Estado deles exatamente como os israelenses têm direito a seu Estado". Na opinião do político, que hoje é membro do Parlamento Europeu, não são os palestinos que apresentam um entrave às negociações de paz, e sim o governo de Netanyahu. Salvar vidas Durante o protesto, o astrofisico da Universidade de Tel Aviv, Elia Leibowitz, disse à BBC Brasil que resolveu participar "para poupar vidas". "Se você colocar uma pluma na nascente de um rio ela vai acabar chegando até o mar. Não é mais simples colocar a pluma diretamente no mar?", questionou Leibowitz, acrescentando que "o Estado Palestino vai ser fundado, a única questão é quantos mortos ainda haverá até que isso aconteça". "Quando são seres humanos e não plumas que fluem no rio, muitos morrem no caminho", disse. Já o artista gráfico David Tartakover - ganhador do Prêmio Israel, a láurea mais importante outorgada pelo Estado - se mostrou mais pessimista. "Estes deveriam ser dias de festa para nós os israelenses, com a declaração do Estado Palestino, mas infelizmente, por causa dos interesses eleitorais de Obama, estamos em uma situação sombria", afirmou o artista, em referência ao discurso proferido pelo presidente americano na ONU, em que se opôs à aceitação do pedido de reconhecimento ao Estado Palestino. O fotógrafo Alex Levac, também ganhador do Premio Israel, se mostrou ainda mais pessimista. "Este governo está nos levando para um desastre. Nasci na Palestina, na época do Mandato Britânico, mas a sede territorial e messiânica que vigora aqui mudou completamente a realidade. Acredito na igualdade entre os seres humanos e fico indignado com o fato de que nosso governo ignora a necessidade dos palestinos de ter um Estado independente". Tensões Em seu discurso, o ex-diretor geral do ministério das Relações Exteriores, Alon Liel, se dirigiu ao presidente Abbas. "Vá em frente, Abu Mazen (apelido do presidente palestino), não perca a esperança por causa do discurso eleitoreiro de Obama, vá direto à Assembleia Geral da ONU e vocês, os palestinos, poderão obter 150 votos em seu favor". "Não desista, Abu Mazen, a História vai julgar os países que votarem contra o reconhecimento do Estado Palestino, inclusive Israel", acrescentou Liel. O governo israelense afirma que o reconhecimento do Estado Palestino aumentaria as tensões regionais e não resolveria as questões bilaterais pendentes.

 

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TEL AVIV - Dezenas intelectuais de Israel participaram nesta quinta-feira, em Tel Aviv, de uma manifestação pedindo o reconhecimento do Estado Palestino e advertindo de que o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu "está levando os cidadãos do país a uma catástrofe".

 

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O grupo - composto por escritores, cientistas e artistas - se reuniu em frente ao prédio onde foi assinada, em 1948, a declaração da independência de Israel, na Boulevard Rotschild, no centro de Tel Aviv. A escolha do local foi feita para salientar o fato de que o Estado de Israel foi fundado, porém o Estado Palestino - que devia ser criado após a decisão da ONU, de 1947, sobre a partilha da Palestina - não existe até hoje. O protesto ocorreu um dia antes do discurso do presidente palestino, Mahmoud Abbas, na ONU, no qual deverá pedir o reconhecimento do Estado Palestino nas fronteiras anteriores à guerra de 1967. Os manifestantes divulgaram um abaixo-assinado apoiando o reconhecimento da Palestina e criticaram Netanyahu. "Dante de nossos olhos estarrecidos ocorre uma cena inacreditável - o premiê de Israel conduz os cidadãos para Massada", afirmaram, em referência ao suicido coletivo cometido em 1973 por guerreiros judeus que lutavam contra o Império Romano. Maio de 68 Um dos participantes mais famosos no protesto era o líder do movimento estudantil na França em 1968, Daniel Cohn-Bendit. Em entrevista à BBC Brasil, ele elogiou a decisão de Abbas de recorrer à ONU, pois com essa medida o presidente palestino "está obrigando a comunidade internacional a se mexer". "Depois do pedido de Abbas algo terá que acontecer e tudo é possível, tanto o mal como para o bem. Pode haver violência, mas também pode haver uma retomada das negociações", disse. Cohn-Bendit disse ainda que "os palestinos têm direito de ter o Estado deles exatamente como os israelenses têm direito a seu Estado". Na opinião do político, que hoje é membro do Parlamento Europeu, não são os palestinos que apresentam um entrave às negociações de paz, e sim o governo de Netanyahu. Salvar vidas Durante o protesto, o astrofisico da Universidade de Tel Aviv, Elia Leibowitz, disse à BBC Brasil que resolveu participar "para poupar vidas". "Se você colocar uma pluma na nascente de um rio ela vai acabar chegando até o mar. Não é mais simples colocar a pluma diretamente no mar?", questionou Leibowitz, acrescentando que "o Estado Palestino vai ser fundado, a única questão é quantos mortos ainda haverá até que isso aconteça". "Quando são seres humanos e não plumas que fluem no rio, muitos morrem no caminho", disse. Já o artista gráfico David Tartakover - ganhador do Prêmio Israel, a láurea mais importante outorgada pelo Estado - se mostrou mais pessimista. "Estes deveriam ser dias de festa para nós os israelenses, com a declaração do Estado Palestino, mas infelizmente, por causa dos interesses eleitorais de Obama, estamos em uma situação sombria", afirmou o artista, em referência ao discurso proferido pelo presidente americano na ONU, em que se opôs à aceitação do pedido de reconhecimento ao Estado Palestino. O fotógrafo Alex Levac, também ganhador do Premio Israel, se mostrou ainda mais pessimista. "Este governo está nos levando para um desastre. Nasci na Palestina, na época do Mandato Britânico, mas a sede territorial e messiânica que vigora aqui mudou completamente a realidade. Acredito na igualdade entre os seres humanos e fico indignado com o fato de que nosso governo ignora a necessidade dos palestinos de ter um Estado independente". Tensões Em seu discurso, o ex-diretor geral do ministério das Relações Exteriores, Alon Liel, se dirigiu ao presidente Abbas. "Vá em frente, Abu Mazen (apelido do presidente palestino), não perca a esperança por causa do discurso eleitoreiro de Obama, vá direto à Assembleia Geral da ONU e vocês, os palestinos, poderão obter 150 votos em seu favor". "Não desista, Abu Mazen, a História vai julgar os países que votarem contra o reconhecimento do Estado Palestino, inclusive Israel", acrescentou Liel. O governo israelense afirma que o reconhecimento do Estado Palestino aumentaria as tensões regionais e não resolveria as questões bilaterais pendentes.

 

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TEL AVIV - Dezenas intelectuais de Israel participaram nesta quinta-feira, em Tel Aviv, de uma manifestação pedindo o reconhecimento do Estado Palestino e advertindo de que o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu "está levando os cidadãos do país a uma catástrofe".

 

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O grupo - composto por escritores, cientistas e artistas - se reuniu em frente ao prédio onde foi assinada, em 1948, a declaração da independência de Israel, na Boulevard Rotschild, no centro de Tel Aviv. A escolha do local foi feita para salientar o fato de que o Estado de Israel foi fundado, porém o Estado Palestino - que devia ser criado após a decisão da ONU, de 1947, sobre a partilha da Palestina - não existe até hoje. O protesto ocorreu um dia antes do discurso do presidente palestino, Mahmoud Abbas, na ONU, no qual deverá pedir o reconhecimento do Estado Palestino nas fronteiras anteriores à guerra de 1967. Os manifestantes divulgaram um abaixo-assinado apoiando o reconhecimento da Palestina e criticaram Netanyahu. "Dante de nossos olhos estarrecidos ocorre uma cena inacreditável - o premiê de Israel conduz os cidadãos para Massada", afirmaram, em referência ao suicido coletivo cometido em 1973 por guerreiros judeus que lutavam contra o Império Romano. Maio de 68 Um dos participantes mais famosos no protesto era o líder do movimento estudantil na França em 1968, Daniel Cohn-Bendit. Em entrevista à BBC Brasil, ele elogiou a decisão de Abbas de recorrer à ONU, pois com essa medida o presidente palestino "está obrigando a comunidade internacional a se mexer". "Depois do pedido de Abbas algo terá que acontecer e tudo é possível, tanto o mal como para o bem. Pode haver violência, mas também pode haver uma retomada das negociações", disse. Cohn-Bendit disse ainda que "os palestinos têm direito de ter o Estado deles exatamente como os israelenses têm direito a seu Estado". Na opinião do político, que hoje é membro do Parlamento Europeu, não são os palestinos que apresentam um entrave às negociações de paz, e sim o governo de Netanyahu. Salvar vidas Durante o protesto, o astrofisico da Universidade de Tel Aviv, Elia Leibowitz, disse à BBC Brasil que resolveu participar "para poupar vidas". "Se você colocar uma pluma na nascente de um rio ela vai acabar chegando até o mar. Não é mais simples colocar a pluma diretamente no mar?", questionou Leibowitz, acrescentando que "o Estado Palestino vai ser fundado, a única questão é quantos mortos ainda haverá até que isso aconteça". "Quando são seres humanos e não plumas que fluem no rio, muitos morrem no caminho", disse. Já o artista gráfico David Tartakover - ganhador do Prêmio Israel, a láurea mais importante outorgada pelo Estado - se mostrou mais pessimista. "Estes deveriam ser dias de festa para nós os israelenses, com a declaração do Estado Palestino, mas infelizmente, por causa dos interesses eleitorais de Obama, estamos em uma situação sombria", afirmou o artista, em referência ao discurso proferido pelo presidente americano na ONU, em que se opôs à aceitação do pedido de reconhecimento ao Estado Palestino. O fotógrafo Alex Levac, também ganhador do Premio Israel, se mostrou ainda mais pessimista. "Este governo está nos levando para um desastre. Nasci na Palestina, na época do Mandato Britânico, mas a sede territorial e messiânica que vigora aqui mudou completamente a realidade. Acredito na igualdade entre os seres humanos e fico indignado com o fato de que nosso governo ignora a necessidade dos palestinos de ter um Estado independente". Tensões Em seu discurso, o ex-diretor geral do ministério das Relações Exteriores, Alon Liel, se dirigiu ao presidente Abbas. "Vá em frente, Abu Mazen (apelido do presidente palestino), não perca a esperança por causa do discurso eleitoreiro de Obama, vá direto à Assembleia Geral da ONU e vocês, os palestinos, poderão obter 150 votos em seu favor". "Não desista, Abu Mazen, a História vai julgar os países que votarem contra o reconhecimento do Estado Palestino, inclusive Israel", acrescentou Liel. O governo israelense afirma que o reconhecimento do Estado Palestino aumentaria as tensões regionais e não resolveria as questões bilaterais pendentes.

 

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