Mais de 160 pessoas morreram nas últimas 24 horas em uma série de deslizamentos e inundações no norte das Filipinas, região assolada há duas semanas por uma tempestadetropical e um tufão, indicaram nesta sexta-feira, 9, fontes oficiais.
Helicóptero resgata pessoas refugiadas em uma árvore - Foto: Philippine Coast Guard/Reuters
A maior parte das vítimas, um total de 120, morreu soterrada em Trinidad, uma pequena aldeia da província de Benguet, a 210 quilômetros ao norte de Manila, onde mais de 100 casas foram engolidas pela lama, disse o governador provincial, Nestor Fongwan.
Um deslizamento acabou com a vida de 23 moradores da aldeia de Abatam e outros 25 camponeses também morreram em incidentes separados ocorridos em diversas localidades, assinalou o superintendente Loreto Espinili, chefe da Polícia provincial. "Achamos que o número de mortos seguirá aumentando porque os deslizamentos foram maciços", declarou à rádio local.
Outras 26 pessoas de aldeias situadas nas encostas de montanhas desmatadas pelas empresas de mineração morreram soterradas pela lama e lodo em outras cinco províncias do terço norte da ilha de Luzon.
As chuvas afetaram grande parte do planalto central de Luzon, destruindo infraestruturas, bloqueando estradas e inundando vastas extensões de plantações de arroz, que fornecem o sustento básico para os habitantes pobres da região.
Estes mortos se unem aos 25 que já causou no fim de semana passado o tufão "Parma", que ainda segue rondando a região setentrional das Filipinas ao estar sendo empurrado desde o norte por "Melor", outro temporal que causou estragos no Japão. Mas a maior tragédia da temporada de tormentas na região foi a tempestade tropical "Ketsana", que em 26 de setembro inundou 80% da capital e causou quase 300 mortos, cerca de 500 mil deslocados, 2,5 milhões de afetados e perdas multimilionárias.
Especialistas das agências internacionais identificaram a favelização como o principal fator destes desastres naturais que afetam ao país e que evidenciam o péssimo estado de suas infraestruturas, assim como a falta de preparação e meios dos que conta a Administração para responder às emergências.
Além das tempestades, as Filipinas sofrem por estarem localizadas no chamado "Anel de Fogo do Pacífico" uma região de grande atividade sísmica e vulcânica que sofre, a cada ano, cerca de 7 mil terremotos, a maioria de caráter moderado.
(Atualizada às 8h30)