Iranianos em busca da 'Renascença persa'


Autores da HQ 'O Paraíso de Zahra'contam sua história sobre as manifestações de 2009, em Teerã

Por Guilherme Russo

Amordaçados por um regime que impõe prisão, tortura e morte a quem divulga fatos ou expressa opiniões em desacordo com a determinação oficial, iranianos dissidentes buscam meios de denunciar abusos em nome do Estado desde que a Revolução Islâmica outorgou aos aiatolás o comando de seu país, em 1979. De maneira ousada e criativa, "Amir" e "Khalil" - quadrinistas de origem iraniana que não se identificam para evitar represálias - contaram sua história sobre os últimos protestos contra o governo de Teerã, ocorridos em 2009, na graphic novel O Paraíso de Zahra, lançada em versão impressa recentemente em português.Os autores consideram sua obra uma "continuação" da HQ Persépolis, publicada em 2000 pela iraniana Marjane Satrapi e transformada em animação sete anos depois. "Nós documentamos o cotidiano e o sofrimento do povo persa e também seu amor, bom humor e genialidade. Somos riachos que fluem da mesma fonte", disse ao Estado Khalil, que ilustrou a obra já traduzida a 12 idiomas desde sua publicação em formato digital, em fevereiro de 2010. O trio iraniano segue uma linguagem inaugurada por Will Eisner em 1978 com Um Contrato com Deus, obra em que, com base em experiências pessoais, o autor interpreta seu judaísmo e a religiosidade de seu entorno, no primeiro livro definido como uma graphic novel na história dos quadrinhos. Além do papel fundador no gênero, a realidade ainda permeia - como inspiração e enredo - muitas das mais importantes dessas longas e elaboradas HQs. Art Spiegelman, em Maus, foi coroado com um Pulitzer ao contar como seu pai sobreviveu ao Holocausto. E Joe Sacco, ao registrar suas voltas e conversas nos territórios ocupados por Israel e nos Bálcãs em desenhos e palavras, incorporou o jornalismo engajado ao universo dos quadrinhos. "Esses importantes autores criaram um novo gênero, do qual O Paraíso de Zahra definitivamente faz parte. Todos nós estamos documentando a História em um meio que anteriormente era mais orientado ao entretenimento. Mas é importante nunca perder a habilidade de entreter enquanto narramos, pois, se isso ocorre, as HQs perdem sua magia", explicou Khalil.O Paraíso de Zahra conta a história de uma mãe em busca do filho desaparecido durante os protestos de junho de 2009, contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Sua procura transita por vários setores sociais do Irã: do necrotério ao presídio, passando pela influência da alta sociedade e a vida íntima de um agente "revolucionário" e sua segunda mulher - no Irã, "casamentos temporários" entre um homem, comprometido ou não, e uma mulher solteira são legais segundo a determinação do "contrato". Dessa relação peculiar à visão ocidental do amor, vem a solução do desaparecimento de Mehdi, o filho de Zahra. Apenas com o auxílio de hackers e suas novas tecnologias o mistério acaba resolvido.A obra de Amir e Khalil, porém, não trata apenas de passar uma mensagem. Uma das táticas dos autores é despertar a curiosidade do leitor sobre o cotidiano do país. "Nosso objetivo foi criar um espelho que pudesse celebrar a dignidade e a humanidade do povo iraniano."Os autores acreditam que o junho de 2009 iraniano mostrou o caminho à Primavera Árabe, que por sua vez deverá inspirar uma "Renascença Persa". Mas como seria possível mudar a realidade iraniana? "Com amor, alegria, unidade, riso, bondade, claridade e coragem", responderam Amir e Khalil.

Amordaçados por um regime que impõe prisão, tortura e morte a quem divulga fatos ou expressa opiniões em desacordo com a determinação oficial, iranianos dissidentes buscam meios de denunciar abusos em nome do Estado desde que a Revolução Islâmica outorgou aos aiatolás o comando de seu país, em 1979. De maneira ousada e criativa, "Amir" e "Khalil" - quadrinistas de origem iraniana que não se identificam para evitar represálias - contaram sua história sobre os últimos protestos contra o governo de Teerã, ocorridos em 2009, na graphic novel O Paraíso de Zahra, lançada em versão impressa recentemente em português.Os autores consideram sua obra uma "continuação" da HQ Persépolis, publicada em 2000 pela iraniana Marjane Satrapi e transformada em animação sete anos depois. "Nós documentamos o cotidiano e o sofrimento do povo persa e também seu amor, bom humor e genialidade. Somos riachos que fluem da mesma fonte", disse ao Estado Khalil, que ilustrou a obra já traduzida a 12 idiomas desde sua publicação em formato digital, em fevereiro de 2010. O trio iraniano segue uma linguagem inaugurada por Will Eisner em 1978 com Um Contrato com Deus, obra em que, com base em experiências pessoais, o autor interpreta seu judaísmo e a religiosidade de seu entorno, no primeiro livro definido como uma graphic novel na história dos quadrinhos. Além do papel fundador no gênero, a realidade ainda permeia - como inspiração e enredo - muitas das mais importantes dessas longas e elaboradas HQs. Art Spiegelman, em Maus, foi coroado com um Pulitzer ao contar como seu pai sobreviveu ao Holocausto. E Joe Sacco, ao registrar suas voltas e conversas nos territórios ocupados por Israel e nos Bálcãs em desenhos e palavras, incorporou o jornalismo engajado ao universo dos quadrinhos. "Esses importantes autores criaram um novo gênero, do qual O Paraíso de Zahra definitivamente faz parte. Todos nós estamos documentando a História em um meio que anteriormente era mais orientado ao entretenimento. Mas é importante nunca perder a habilidade de entreter enquanto narramos, pois, se isso ocorre, as HQs perdem sua magia", explicou Khalil.O Paraíso de Zahra conta a história de uma mãe em busca do filho desaparecido durante os protestos de junho de 2009, contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Sua procura transita por vários setores sociais do Irã: do necrotério ao presídio, passando pela influência da alta sociedade e a vida íntima de um agente "revolucionário" e sua segunda mulher - no Irã, "casamentos temporários" entre um homem, comprometido ou não, e uma mulher solteira são legais segundo a determinação do "contrato". Dessa relação peculiar à visão ocidental do amor, vem a solução do desaparecimento de Mehdi, o filho de Zahra. Apenas com o auxílio de hackers e suas novas tecnologias o mistério acaba resolvido.A obra de Amir e Khalil, porém, não trata apenas de passar uma mensagem. Uma das táticas dos autores é despertar a curiosidade do leitor sobre o cotidiano do país. "Nosso objetivo foi criar um espelho que pudesse celebrar a dignidade e a humanidade do povo iraniano."Os autores acreditam que o junho de 2009 iraniano mostrou o caminho à Primavera Árabe, que por sua vez deverá inspirar uma "Renascença Persa". Mas como seria possível mudar a realidade iraniana? "Com amor, alegria, unidade, riso, bondade, claridade e coragem", responderam Amir e Khalil.

Amordaçados por um regime que impõe prisão, tortura e morte a quem divulga fatos ou expressa opiniões em desacordo com a determinação oficial, iranianos dissidentes buscam meios de denunciar abusos em nome do Estado desde que a Revolução Islâmica outorgou aos aiatolás o comando de seu país, em 1979. De maneira ousada e criativa, "Amir" e "Khalil" - quadrinistas de origem iraniana que não se identificam para evitar represálias - contaram sua história sobre os últimos protestos contra o governo de Teerã, ocorridos em 2009, na graphic novel O Paraíso de Zahra, lançada em versão impressa recentemente em português.Os autores consideram sua obra uma "continuação" da HQ Persépolis, publicada em 2000 pela iraniana Marjane Satrapi e transformada em animação sete anos depois. "Nós documentamos o cotidiano e o sofrimento do povo persa e também seu amor, bom humor e genialidade. Somos riachos que fluem da mesma fonte", disse ao Estado Khalil, que ilustrou a obra já traduzida a 12 idiomas desde sua publicação em formato digital, em fevereiro de 2010. O trio iraniano segue uma linguagem inaugurada por Will Eisner em 1978 com Um Contrato com Deus, obra em que, com base em experiências pessoais, o autor interpreta seu judaísmo e a religiosidade de seu entorno, no primeiro livro definido como uma graphic novel na história dos quadrinhos. Além do papel fundador no gênero, a realidade ainda permeia - como inspiração e enredo - muitas das mais importantes dessas longas e elaboradas HQs. Art Spiegelman, em Maus, foi coroado com um Pulitzer ao contar como seu pai sobreviveu ao Holocausto. E Joe Sacco, ao registrar suas voltas e conversas nos territórios ocupados por Israel e nos Bálcãs em desenhos e palavras, incorporou o jornalismo engajado ao universo dos quadrinhos. "Esses importantes autores criaram um novo gênero, do qual O Paraíso de Zahra definitivamente faz parte. Todos nós estamos documentando a História em um meio que anteriormente era mais orientado ao entretenimento. Mas é importante nunca perder a habilidade de entreter enquanto narramos, pois, se isso ocorre, as HQs perdem sua magia", explicou Khalil.O Paraíso de Zahra conta a história de uma mãe em busca do filho desaparecido durante os protestos de junho de 2009, contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Sua procura transita por vários setores sociais do Irã: do necrotério ao presídio, passando pela influência da alta sociedade e a vida íntima de um agente "revolucionário" e sua segunda mulher - no Irã, "casamentos temporários" entre um homem, comprometido ou não, e uma mulher solteira são legais segundo a determinação do "contrato". Dessa relação peculiar à visão ocidental do amor, vem a solução do desaparecimento de Mehdi, o filho de Zahra. Apenas com o auxílio de hackers e suas novas tecnologias o mistério acaba resolvido.A obra de Amir e Khalil, porém, não trata apenas de passar uma mensagem. Uma das táticas dos autores é despertar a curiosidade do leitor sobre o cotidiano do país. "Nosso objetivo foi criar um espelho que pudesse celebrar a dignidade e a humanidade do povo iraniano."Os autores acreditam que o junho de 2009 iraniano mostrou o caminho à Primavera Árabe, que por sua vez deverá inspirar uma "Renascença Persa". Mas como seria possível mudar a realidade iraniana? "Com amor, alegria, unidade, riso, bondade, claridade e coragem", responderam Amir e Khalil.

Amordaçados por um regime que impõe prisão, tortura e morte a quem divulga fatos ou expressa opiniões em desacordo com a determinação oficial, iranianos dissidentes buscam meios de denunciar abusos em nome do Estado desde que a Revolução Islâmica outorgou aos aiatolás o comando de seu país, em 1979. De maneira ousada e criativa, "Amir" e "Khalil" - quadrinistas de origem iraniana que não se identificam para evitar represálias - contaram sua história sobre os últimos protestos contra o governo de Teerã, ocorridos em 2009, na graphic novel O Paraíso de Zahra, lançada em versão impressa recentemente em português.Os autores consideram sua obra uma "continuação" da HQ Persépolis, publicada em 2000 pela iraniana Marjane Satrapi e transformada em animação sete anos depois. "Nós documentamos o cotidiano e o sofrimento do povo persa e também seu amor, bom humor e genialidade. Somos riachos que fluem da mesma fonte", disse ao Estado Khalil, que ilustrou a obra já traduzida a 12 idiomas desde sua publicação em formato digital, em fevereiro de 2010. O trio iraniano segue uma linguagem inaugurada por Will Eisner em 1978 com Um Contrato com Deus, obra em que, com base em experiências pessoais, o autor interpreta seu judaísmo e a religiosidade de seu entorno, no primeiro livro definido como uma graphic novel na história dos quadrinhos. Além do papel fundador no gênero, a realidade ainda permeia - como inspiração e enredo - muitas das mais importantes dessas longas e elaboradas HQs. Art Spiegelman, em Maus, foi coroado com um Pulitzer ao contar como seu pai sobreviveu ao Holocausto. E Joe Sacco, ao registrar suas voltas e conversas nos territórios ocupados por Israel e nos Bálcãs em desenhos e palavras, incorporou o jornalismo engajado ao universo dos quadrinhos. "Esses importantes autores criaram um novo gênero, do qual O Paraíso de Zahra definitivamente faz parte. Todos nós estamos documentando a História em um meio que anteriormente era mais orientado ao entretenimento. Mas é importante nunca perder a habilidade de entreter enquanto narramos, pois, se isso ocorre, as HQs perdem sua magia", explicou Khalil.O Paraíso de Zahra conta a história de uma mãe em busca do filho desaparecido durante os protestos de junho de 2009, contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Sua procura transita por vários setores sociais do Irã: do necrotério ao presídio, passando pela influência da alta sociedade e a vida íntima de um agente "revolucionário" e sua segunda mulher - no Irã, "casamentos temporários" entre um homem, comprometido ou não, e uma mulher solteira são legais segundo a determinação do "contrato". Dessa relação peculiar à visão ocidental do amor, vem a solução do desaparecimento de Mehdi, o filho de Zahra. Apenas com o auxílio de hackers e suas novas tecnologias o mistério acaba resolvido.A obra de Amir e Khalil, porém, não trata apenas de passar uma mensagem. Uma das táticas dos autores é despertar a curiosidade do leitor sobre o cotidiano do país. "Nosso objetivo foi criar um espelho que pudesse celebrar a dignidade e a humanidade do povo iraniano."Os autores acreditam que o junho de 2009 iraniano mostrou o caminho à Primavera Árabe, que por sua vez deverá inspirar uma "Renascença Persa". Mas como seria possível mudar a realidade iraniana? "Com amor, alegria, unidade, riso, bondade, claridade e coragem", responderam Amir e Khalil.

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