NOVA YORK - O jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado em 2 de outubro no consulado do seu país em Istambul, e outros jornalistas de Estados Unidos, Filipinas e Mianmar foram escolhidos as Personalidades do Ano pela revista americana Time, nesta terça-feira, 11.
"Este ano estamos reconhecendo quatro jornalistas e um meio de comunicação que pagaram um terrível preço por encarar os desafios deste momento", afirmou Edward Felsenthal, diretor da publicação nova-iorquina. "Como todas as virtudes humanas, a coragem nos chega de diferentes maneiras e em diferentes momentos", acrescentou Felsenthal.
Com o título de "Guardiões na guerra contra a verdade", além de Khashoggi a publicação homenageou a jornalista filipina Maria Ressa, os dois repórteres birmaneses da agência de notícias Reuters Wa Lone e Kyaw Soe Oo, atualmente na prisão, assim como a redação do jornal local Capital Gazette, que sofreu com a morte de cinco de seus profissionais em um ataque em junho em Annapolis, Maryland.
O prêmio "reconhece a pessoa ou grupo de pessoas que mais influenciaram as notícias e o mundo - para bem ou para mal - durante o ano". É a primeira vez que jornalistas são eleitos personalidades do ano pela revista, que concede este título desde 1927. Além disso, nunca uma pessoa morta havia sido nomeada principal personalidade do ano.
A revista Time decidiu publicar quatro capas diferentes de sua revista esta semana para destacar cada jornalista, ou grupo de jornalistas, escolhidos.
Os jornalistas venceram Donald Trump, designado como personalidade do ano em 2016 e que ficou em segundo lugar na classificação no ano passado. O presidente dos Estados Unidos foi apontado pelas casas de apostas como favorito para este ano.
Esta é a segunda vez que a revista escolheu um grupo e não uma única pessoa. Em 2017, a publicação selecionou aqueles que "quebraram o silêncio" diante do assédio sexual, em meio a acusações contra homens poderosos em diferentes partes do mundo.
O procurador especial Robert Mueller, encarregado de investigar o possível conluio entre a equipe de campanha de Trump e a Rússia na campanha de 2016, ficou em terceiro lugar na classificação. / AFP e EFE