Jornalista do 'Estado' relata momentos de pânico no navio acidentado na Itália


‘Pode parecer óbvia a comparação com o Titanic, mas a sensação era essa’, diz Alana Rizzo, jornalista do 'Estado' e vítima do naufrágio. Ela passava as férias com os pais no cruzeiro

Por Redação

Navio Costa Concordia se dirigia do porto de Civitavecchia ao de Savona, ao norte, quando bateu num banco de areia nas águas da ilha italiana de Giglio

SÃO PAULO - Um, dois, três, quatro torpedos... Em curtas mensagens de textos repassadas pelo celular, a repórter Alana Rizzo, do Estado, relatou o desespero de passageiros e tripulantes que estavam a bordo do Costa Concordia. De férias na Itália, a repórter conduziu seus pais pelo labirinto de cabines e corredores do transatlântico até os botes salva-vidas. Eis o depoimento:

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"O jantar estava sendo servido quando ouvimos um forte ruído. Pratos e copos começaram a deslizar e sentimos o navio tombando. A primeira reação foi correr para os andares mais altos. Chegamos à nossa cabine no oitavo andar e pegamos casacos e coletes. Aproveitei para pegar o celular que estava com sinal, o que não era comum durante a navegação. A tripulação tentava nos acalmar e dizer que a situação estava controlada. Insistiam para que ficássemos nas cabines, mas muitas portas estavam travadas com o peso dos moveis arrastados. Passageiros estavam feridos por estilhaços de vidro e outros tantos, em pânico. Decidimos descer até o andar dos botes. A luz dos corredores apagava e alarmes de emergência cifrados começaram a ser disparados. Ninguém sabia o que estava acontecendo até sentirmos o navio tombar mais uma vez, e cada vez mais rápido.

A entrada nos botes foi confusa. Crianças de colo, idosos em cadeiras de rodas, famílias inteiras tentando se salvar. Regras de prioridade obviamente não eram respeitadas e todos queriam entrar. Sabíamos que não havia barcos suficientes para as quase 5 mil pessoas a bordo. O bote demorou a descer, aumentando o desespero. A tripulação gritava por socorro.

Consegui ver um farol e algumas luzes, o que nos fez crer que estávamos próximos à terra. Quem não conseguia embarcar nos botes entrava em um desespero maior ainda. O bote nos levou até a Ilha de Giglio. Centenas de pessoas de todas as nacionalidades tentavam localizar parentes. Os 800 moradores da ilha nos recebiam com cobertores e chá quente.

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O cenário era desolador. De longe víamos helicópteros tentando resgatar quem estava nos andares mais altos e barcos saíam em busca de quem tinha se atirado na água gelada. Pode parecer óbvia a comparação com o Titanic, mas a sensação era essa. Sem nenhuma informação, as pessoas vagavam pela margem da ilha. Fazia muito frio e as pessoas se enrolavam em sacos plásticos, papéis, o que aparecesse pela frente.

Ficamos na igreja local até um ferryboat chegar para nos levar ao continente. Desembarcamos em uma cidade que até agora não sei o nome. Hospitais de campanha tinham sido montados, a Cruz Vermelha distribuía cobertores e nem sinal de representantes da empresa. Fomos levados a um ginásio. Os rostos estavam desolados e as pessoas ainda tentavam entender o que tinha acontecido. Contavam-se ainda mortos e desaparecidos."

Veja também:

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Navio Costa Concordia se dirigia do porto de Civitavecchia ao de Savona, ao norte, quando bateu num banco de areia nas águas da ilha italiana de Giglio

SÃO PAULO - Um, dois, três, quatro torpedos... Em curtas mensagens de textos repassadas pelo celular, a repórter Alana Rizzo, do Estado, relatou o desespero de passageiros e tripulantes que estavam a bordo do Costa Concordia. De férias na Itália, a repórter conduziu seus pais pelo labirinto de cabines e corredores do transatlântico até os botes salva-vidas. Eis o depoimento:

"O jantar estava sendo servido quando ouvimos um forte ruído. Pratos e copos começaram a deslizar e sentimos o navio tombando. A primeira reação foi correr para os andares mais altos. Chegamos à nossa cabine no oitavo andar e pegamos casacos e coletes. Aproveitei para pegar o celular que estava com sinal, o que não era comum durante a navegação. A tripulação tentava nos acalmar e dizer que a situação estava controlada. Insistiam para que ficássemos nas cabines, mas muitas portas estavam travadas com o peso dos moveis arrastados. Passageiros estavam feridos por estilhaços de vidro e outros tantos, em pânico. Decidimos descer até o andar dos botes. A luz dos corredores apagava e alarmes de emergência cifrados começaram a ser disparados. Ninguém sabia o que estava acontecendo até sentirmos o navio tombar mais uma vez, e cada vez mais rápido.

A entrada nos botes foi confusa. Crianças de colo, idosos em cadeiras de rodas, famílias inteiras tentando se salvar. Regras de prioridade obviamente não eram respeitadas e todos queriam entrar. Sabíamos que não havia barcos suficientes para as quase 5 mil pessoas a bordo. O bote demorou a descer, aumentando o desespero. A tripulação gritava por socorro.

Consegui ver um farol e algumas luzes, o que nos fez crer que estávamos próximos à terra. Quem não conseguia embarcar nos botes entrava em um desespero maior ainda. O bote nos levou até a Ilha de Giglio. Centenas de pessoas de todas as nacionalidades tentavam localizar parentes. Os 800 moradores da ilha nos recebiam com cobertores e chá quente.

O cenário era desolador. De longe víamos helicópteros tentando resgatar quem estava nos andares mais altos e barcos saíam em busca de quem tinha se atirado na água gelada. Pode parecer óbvia a comparação com o Titanic, mas a sensação era essa. Sem nenhuma informação, as pessoas vagavam pela margem da ilha. Fazia muito frio e as pessoas se enrolavam em sacos plásticos, papéis, o que aparecesse pela frente.

Ficamos na igreja local até um ferryboat chegar para nos levar ao continente. Desembarcamos em uma cidade que até agora não sei o nome. Hospitais de campanha tinham sido montados, a Cruz Vermelha distribuía cobertores e nem sinal de representantes da empresa. Fomos levados a um ginásio. Os rostos estavam desolados e as pessoas ainda tentavam entender o que tinha acontecido. Contavam-se ainda mortos e desaparecidos."

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Navio Costa Concordia se dirigia do porto de Civitavecchia ao de Savona, ao norte, quando bateu num banco de areia nas águas da ilha italiana de Giglio

SÃO PAULO - Um, dois, três, quatro torpedos... Em curtas mensagens de textos repassadas pelo celular, a repórter Alana Rizzo, do Estado, relatou o desespero de passageiros e tripulantes que estavam a bordo do Costa Concordia. De férias na Itália, a repórter conduziu seus pais pelo labirinto de cabines e corredores do transatlântico até os botes salva-vidas. Eis o depoimento:

"O jantar estava sendo servido quando ouvimos um forte ruído. Pratos e copos começaram a deslizar e sentimos o navio tombando. A primeira reação foi correr para os andares mais altos. Chegamos à nossa cabine no oitavo andar e pegamos casacos e coletes. Aproveitei para pegar o celular que estava com sinal, o que não era comum durante a navegação. A tripulação tentava nos acalmar e dizer que a situação estava controlada. Insistiam para que ficássemos nas cabines, mas muitas portas estavam travadas com o peso dos moveis arrastados. Passageiros estavam feridos por estilhaços de vidro e outros tantos, em pânico. Decidimos descer até o andar dos botes. A luz dos corredores apagava e alarmes de emergência cifrados começaram a ser disparados. Ninguém sabia o que estava acontecendo até sentirmos o navio tombar mais uma vez, e cada vez mais rápido.

A entrada nos botes foi confusa. Crianças de colo, idosos em cadeiras de rodas, famílias inteiras tentando se salvar. Regras de prioridade obviamente não eram respeitadas e todos queriam entrar. Sabíamos que não havia barcos suficientes para as quase 5 mil pessoas a bordo. O bote demorou a descer, aumentando o desespero. A tripulação gritava por socorro.

Consegui ver um farol e algumas luzes, o que nos fez crer que estávamos próximos à terra. Quem não conseguia embarcar nos botes entrava em um desespero maior ainda. O bote nos levou até a Ilha de Giglio. Centenas de pessoas de todas as nacionalidades tentavam localizar parentes. Os 800 moradores da ilha nos recebiam com cobertores e chá quente.

O cenário era desolador. De longe víamos helicópteros tentando resgatar quem estava nos andares mais altos e barcos saíam em busca de quem tinha se atirado na água gelada. Pode parecer óbvia a comparação com o Titanic, mas a sensação era essa. Sem nenhuma informação, as pessoas vagavam pela margem da ilha. Fazia muito frio e as pessoas se enrolavam em sacos plásticos, papéis, o que aparecesse pela frente.

Ficamos na igreja local até um ferryboat chegar para nos levar ao continente. Desembarcamos em uma cidade que até agora não sei o nome. Hospitais de campanha tinham sido montados, a Cruz Vermelha distribuía cobertores e nem sinal de representantes da empresa. Fomos levados a um ginásio. Os rostos estavam desolados e as pessoas ainda tentavam entender o que tinha acontecido. Contavam-se ainda mortos e desaparecidos."

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Navio Costa Concordia se dirigia do porto de Civitavecchia ao de Savona, ao norte, quando bateu num banco de areia nas águas da ilha italiana de Giglio

SÃO PAULO - Um, dois, três, quatro torpedos... Em curtas mensagens de textos repassadas pelo celular, a repórter Alana Rizzo, do Estado, relatou o desespero de passageiros e tripulantes que estavam a bordo do Costa Concordia. De férias na Itália, a repórter conduziu seus pais pelo labirinto de cabines e corredores do transatlântico até os botes salva-vidas. Eis o depoimento:

"O jantar estava sendo servido quando ouvimos um forte ruído. Pratos e copos começaram a deslizar e sentimos o navio tombando. A primeira reação foi correr para os andares mais altos. Chegamos à nossa cabine no oitavo andar e pegamos casacos e coletes. Aproveitei para pegar o celular que estava com sinal, o que não era comum durante a navegação. A tripulação tentava nos acalmar e dizer que a situação estava controlada. Insistiam para que ficássemos nas cabines, mas muitas portas estavam travadas com o peso dos moveis arrastados. Passageiros estavam feridos por estilhaços de vidro e outros tantos, em pânico. Decidimos descer até o andar dos botes. A luz dos corredores apagava e alarmes de emergência cifrados começaram a ser disparados. Ninguém sabia o que estava acontecendo até sentirmos o navio tombar mais uma vez, e cada vez mais rápido.

A entrada nos botes foi confusa. Crianças de colo, idosos em cadeiras de rodas, famílias inteiras tentando se salvar. Regras de prioridade obviamente não eram respeitadas e todos queriam entrar. Sabíamos que não havia barcos suficientes para as quase 5 mil pessoas a bordo. O bote demorou a descer, aumentando o desespero. A tripulação gritava por socorro.

Consegui ver um farol e algumas luzes, o que nos fez crer que estávamos próximos à terra. Quem não conseguia embarcar nos botes entrava em um desespero maior ainda. O bote nos levou até a Ilha de Giglio. Centenas de pessoas de todas as nacionalidades tentavam localizar parentes. Os 800 moradores da ilha nos recebiam com cobertores e chá quente.

O cenário era desolador. De longe víamos helicópteros tentando resgatar quem estava nos andares mais altos e barcos saíam em busca de quem tinha se atirado na água gelada. Pode parecer óbvia a comparação com o Titanic, mas a sensação era essa. Sem nenhuma informação, as pessoas vagavam pela margem da ilha. Fazia muito frio e as pessoas se enrolavam em sacos plásticos, papéis, o que aparecesse pela frente.

Ficamos na igreja local até um ferryboat chegar para nos levar ao continente. Desembarcamos em uma cidade que até agora não sei o nome. Hospitais de campanha tinham sido montados, a Cruz Vermelha distribuía cobertores e nem sinal de representantes da empresa. Fomos levados a um ginásio. Os rostos estavam desolados e as pessoas ainda tentavam entender o que tinha acontecido. Contavam-se ainda mortos e desaparecidos."

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