Luzes da cidade

Quinze minutos


Como enfrentar a ameaça existencial de um ataque num país que não compartilha fatos?

Por Lúcia Guimarães

No sábado, as telas de mais de um milhão de celulares no estado do Havaí acenderam com a notícia: “Ameaça de míssil balístico a caminho do Havaí. Procure abrigo imediatamente. Este não é um treino.” Eram 8:09 da manhã no estado do Pacífico, onde vivem um milhão e meio de pessoas. Em poucos minutos, as telas de celulares no mundo inteiro já reproduziam a mensagem, disseminada pelas redes sociais. Cenas de pânico e terror se seguiram por longos e inexplicáveis 38 minutos, até que novo alerta desmentisse o primeiro. Estradas lotaram, houve correria nas ruas, famílias se acocoraram em banheiros rezando. Bueiros foram abertos para depositar crianças na suposta segurança de um abrigo subterrâneo. Um funcionário apertou o botão errado, confessou o contrito governador do estado para um país atônito. Em outros tempos, a trapalhada aterradora teria sido enfrentada com mais sangue frio? Afinal, a maioria da população americana hoje não tem memórias de infância como se agachar sob a carteira da escola ou colocar máscaras em treinos para um eventual ataque da União Soviética. Hoje, o treino de emergência que as crianças americanas fazem na escola é para um eventual massacre nas mãos de um compatriota armado com centenas de rodadas de munição. Quinze minutos é o tempo calculado para procurar abrigo, no caso de um alerta nuclear no Havaí. Em dezembro, pela primeira vez, desde a Guerra Fria, os havaianos voltaram a ouvir sirenes de alerta, um exercício que será repetido todo primeiro dia útil do mês. É o resultado do aumento de testes e de ameaças da Coreia do Norte. Os 38 minutos de suspense aterrador produziram momentos que as crianças morando ou fazendo turismo no Havaí dificilmente vão esquecer. Houve histórias de solidariedade, ternura e outras de partir o coração, como a do pai que tinha deixado o filho mais velho no aeroporto, a mulher estava no trabalho, e os dois filhos mais novos em casa, todos a mais de quinze minutos de distância. Ele correu para casa, escolhendo com quem tentaria sobreviver. Na era do hacking eleitoral, campanhas de desinformação e notícias falsas, o comentário de um funcionário público havaiano entrevistado por uma rádio me assustou: “Pensei que era invenção do Breitbart News,” disse, numa referência ao site trumpista que fez campanha pelo presidente e pelo pedófilo derrotado no Alabama, além de oferecer uma dieta regular de paranoia nacionalista. Como enfrentar a ameaça existencial de um ataque nuclear num país que não compartilha fatos? O pânico no Havaí e no resto do país não aconteceu num vácuo mental. Nunca houve um presidente que desmentisse seu Secretário de Estado tuitando provocações a um país inimigo armado com armas nucleares. O Estados Unidos estão para abandonar a política de redução do arsenal nuclear, desenvolver novas ogivas nucleares menores e “mais utilizáveis”, além de ampliar os cenários em que o uso de armas nucleares seria justificado. Na quinta-feira, dezessete ex-oficiais, a maioria da Força Aérea, que foram encarregados de operar o arsenal nuclear americano, escreveram uma carta aberta ao Congresso pedindo legislação que imponha maior controle sobre a capacidade do presidente de “apertar o botão.” Pouco antes de o susto nuclear ser desarmado, aos 38 minutos, o pool de repórteres de plantão no resort de Palm Beach na Flórida, registrou, no vigésimo sétimo minuto: o presidente acaba de deixar o campo de golfe. Enquanto o mundo prendia a respiração, o homem do botão tocava sua lira com um taco de golfe. Ao sair, procurou acalmar o país? Seu primeiro tuíte foi um ataque ao autor do best-seller Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump, a quem chamou de doente mental.

No sábado, as telas de mais de um milhão de celulares no estado do Havaí acenderam com a notícia: “Ameaça de míssil balístico a caminho do Havaí. Procure abrigo imediatamente. Este não é um treino.” Eram 8:09 da manhã no estado do Pacífico, onde vivem um milhão e meio de pessoas. Em poucos minutos, as telas de celulares no mundo inteiro já reproduziam a mensagem, disseminada pelas redes sociais. Cenas de pânico e terror se seguiram por longos e inexplicáveis 38 minutos, até que novo alerta desmentisse o primeiro. Estradas lotaram, houve correria nas ruas, famílias se acocoraram em banheiros rezando. Bueiros foram abertos para depositar crianças na suposta segurança de um abrigo subterrâneo. Um funcionário apertou o botão errado, confessou o contrito governador do estado para um país atônito. Em outros tempos, a trapalhada aterradora teria sido enfrentada com mais sangue frio? Afinal, a maioria da população americana hoje não tem memórias de infância como se agachar sob a carteira da escola ou colocar máscaras em treinos para um eventual ataque da União Soviética. Hoje, o treino de emergência que as crianças americanas fazem na escola é para um eventual massacre nas mãos de um compatriota armado com centenas de rodadas de munição. Quinze minutos é o tempo calculado para procurar abrigo, no caso de um alerta nuclear no Havaí. Em dezembro, pela primeira vez, desde a Guerra Fria, os havaianos voltaram a ouvir sirenes de alerta, um exercício que será repetido todo primeiro dia útil do mês. É o resultado do aumento de testes e de ameaças da Coreia do Norte. Os 38 minutos de suspense aterrador produziram momentos que as crianças morando ou fazendo turismo no Havaí dificilmente vão esquecer. Houve histórias de solidariedade, ternura e outras de partir o coração, como a do pai que tinha deixado o filho mais velho no aeroporto, a mulher estava no trabalho, e os dois filhos mais novos em casa, todos a mais de quinze minutos de distância. Ele correu para casa, escolhendo com quem tentaria sobreviver. Na era do hacking eleitoral, campanhas de desinformação e notícias falsas, o comentário de um funcionário público havaiano entrevistado por uma rádio me assustou: “Pensei que era invenção do Breitbart News,” disse, numa referência ao site trumpista que fez campanha pelo presidente e pelo pedófilo derrotado no Alabama, além de oferecer uma dieta regular de paranoia nacionalista. Como enfrentar a ameaça existencial de um ataque nuclear num país que não compartilha fatos? O pânico no Havaí e no resto do país não aconteceu num vácuo mental. Nunca houve um presidente que desmentisse seu Secretário de Estado tuitando provocações a um país inimigo armado com armas nucleares. O Estados Unidos estão para abandonar a política de redução do arsenal nuclear, desenvolver novas ogivas nucleares menores e “mais utilizáveis”, além de ampliar os cenários em que o uso de armas nucleares seria justificado. Na quinta-feira, dezessete ex-oficiais, a maioria da Força Aérea, que foram encarregados de operar o arsenal nuclear americano, escreveram uma carta aberta ao Congresso pedindo legislação que imponha maior controle sobre a capacidade do presidente de “apertar o botão.” Pouco antes de o susto nuclear ser desarmado, aos 38 minutos, o pool de repórteres de plantão no resort de Palm Beach na Flórida, registrou, no vigésimo sétimo minuto: o presidente acaba de deixar o campo de golfe. Enquanto o mundo prendia a respiração, o homem do botão tocava sua lira com um taco de golfe. Ao sair, procurou acalmar o país? Seu primeiro tuíte foi um ataque ao autor do best-seller Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump, a quem chamou de doente mental.

No sábado, as telas de mais de um milhão de celulares no estado do Havaí acenderam com a notícia: “Ameaça de míssil balístico a caminho do Havaí. Procure abrigo imediatamente. Este não é um treino.” Eram 8:09 da manhã no estado do Pacífico, onde vivem um milhão e meio de pessoas. Em poucos minutos, as telas de celulares no mundo inteiro já reproduziam a mensagem, disseminada pelas redes sociais. Cenas de pânico e terror se seguiram por longos e inexplicáveis 38 minutos, até que novo alerta desmentisse o primeiro. Estradas lotaram, houve correria nas ruas, famílias se acocoraram em banheiros rezando. Bueiros foram abertos para depositar crianças na suposta segurança de um abrigo subterrâneo. Um funcionário apertou o botão errado, confessou o contrito governador do estado para um país atônito. Em outros tempos, a trapalhada aterradora teria sido enfrentada com mais sangue frio? Afinal, a maioria da população americana hoje não tem memórias de infância como se agachar sob a carteira da escola ou colocar máscaras em treinos para um eventual ataque da União Soviética. Hoje, o treino de emergência que as crianças americanas fazem na escola é para um eventual massacre nas mãos de um compatriota armado com centenas de rodadas de munição. Quinze minutos é o tempo calculado para procurar abrigo, no caso de um alerta nuclear no Havaí. Em dezembro, pela primeira vez, desde a Guerra Fria, os havaianos voltaram a ouvir sirenes de alerta, um exercício que será repetido todo primeiro dia útil do mês. É o resultado do aumento de testes e de ameaças da Coreia do Norte. Os 38 minutos de suspense aterrador produziram momentos que as crianças morando ou fazendo turismo no Havaí dificilmente vão esquecer. Houve histórias de solidariedade, ternura e outras de partir o coração, como a do pai que tinha deixado o filho mais velho no aeroporto, a mulher estava no trabalho, e os dois filhos mais novos em casa, todos a mais de quinze minutos de distância. Ele correu para casa, escolhendo com quem tentaria sobreviver. Na era do hacking eleitoral, campanhas de desinformação e notícias falsas, o comentário de um funcionário público havaiano entrevistado por uma rádio me assustou: “Pensei que era invenção do Breitbart News,” disse, numa referência ao site trumpista que fez campanha pelo presidente e pelo pedófilo derrotado no Alabama, além de oferecer uma dieta regular de paranoia nacionalista. Como enfrentar a ameaça existencial de um ataque nuclear num país que não compartilha fatos? O pânico no Havaí e no resto do país não aconteceu num vácuo mental. Nunca houve um presidente que desmentisse seu Secretário de Estado tuitando provocações a um país inimigo armado com armas nucleares. O Estados Unidos estão para abandonar a política de redução do arsenal nuclear, desenvolver novas ogivas nucleares menores e “mais utilizáveis”, além de ampliar os cenários em que o uso de armas nucleares seria justificado. Na quinta-feira, dezessete ex-oficiais, a maioria da Força Aérea, que foram encarregados de operar o arsenal nuclear americano, escreveram uma carta aberta ao Congresso pedindo legislação que imponha maior controle sobre a capacidade do presidente de “apertar o botão.” Pouco antes de o susto nuclear ser desarmado, aos 38 minutos, o pool de repórteres de plantão no resort de Palm Beach na Flórida, registrou, no vigésimo sétimo minuto: o presidente acaba de deixar o campo de golfe. Enquanto o mundo prendia a respiração, o homem do botão tocava sua lira com um taco de golfe. Ao sair, procurou acalmar o país? Seu primeiro tuíte foi um ataque ao autor do best-seller Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump, a quem chamou de doente mental.

No sábado, as telas de mais de um milhão de celulares no estado do Havaí acenderam com a notícia: “Ameaça de míssil balístico a caminho do Havaí. Procure abrigo imediatamente. Este não é um treino.” Eram 8:09 da manhã no estado do Pacífico, onde vivem um milhão e meio de pessoas. Em poucos minutos, as telas de celulares no mundo inteiro já reproduziam a mensagem, disseminada pelas redes sociais. Cenas de pânico e terror se seguiram por longos e inexplicáveis 38 minutos, até que novo alerta desmentisse o primeiro. Estradas lotaram, houve correria nas ruas, famílias se acocoraram em banheiros rezando. Bueiros foram abertos para depositar crianças na suposta segurança de um abrigo subterrâneo. Um funcionário apertou o botão errado, confessou o contrito governador do estado para um país atônito. Em outros tempos, a trapalhada aterradora teria sido enfrentada com mais sangue frio? Afinal, a maioria da população americana hoje não tem memórias de infância como se agachar sob a carteira da escola ou colocar máscaras em treinos para um eventual ataque da União Soviética. Hoje, o treino de emergência que as crianças americanas fazem na escola é para um eventual massacre nas mãos de um compatriota armado com centenas de rodadas de munição. Quinze minutos é o tempo calculado para procurar abrigo, no caso de um alerta nuclear no Havaí. Em dezembro, pela primeira vez, desde a Guerra Fria, os havaianos voltaram a ouvir sirenes de alerta, um exercício que será repetido todo primeiro dia útil do mês. É o resultado do aumento de testes e de ameaças da Coreia do Norte. Os 38 minutos de suspense aterrador produziram momentos que as crianças morando ou fazendo turismo no Havaí dificilmente vão esquecer. Houve histórias de solidariedade, ternura e outras de partir o coração, como a do pai que tinha deixado o filho mais velho no aeroporto, a mulher estava no trabalho, e os dois filhos mais novos em casa, todos a mais de quinze minutos de distância. Ele correu para casa, escolhendo com quem tentaria sobreviver. Na era do hacking eleitoral, campanhas de desinformação e notícias falsas, o comentário de um funcionário público havaiano entrevistado por uma rádio me assustou: “Pensei que era invenção do Breitbart News,” disse, numa referência ao site trumpista que fez campanha pelo presidente e pelo pedófilo derrotado no Alabama, além de oferecer uma dieta regular de paranoia nacionalista. Como enfrentar a ameaça existencial de um ataque nuclear num país que não compartilha fatos? O pânico no Havaí e no resto do país não aconteceu num vácuo mental. Nunca houve um presidente que desmentisse seu Secretário de Estado tuitando provocações a um país inimigo armado com armas nucleares. O Estados Unidos estão para abandonar a política de redução do arsenal nuclear, desenvolver novas ogivas nucleares menores e “mais utilizáveis”, além de ampliar os cenários em que o uso de armas nucleares seria justificado. Na quinta-feira, dezessete ex-oficiais, a maioria da Força Aérea, que foram encarregados de operar o arsenal nuclear americano, escreveram uma carta aberta ao Congresso pedindo legislação que imponha maior controle sobre a capacidade do presidente de “apertar o botão.” Pouco antes de o susto nuclear ser desarmado, aos 38 minutos, o pool de repórteres de plantão no resort de Palm Beach na Flórida, registrou, no vigésimo sétimo minuto: o presidente acaba de deixar o campo de golfe. Enquanto o mundo prendia a respiração, o homem do botão tocava sua lira com um taco de golfe. Ao sair, procurou acalmar o país? Seu primeiro tuíte foi um ataque ao autor do best-seller Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump, a quem chamou de doente mental.

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