CARACAS - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira que se mudará com a primeira-dama, Cilia Flores, para um conjunto residencial construído com subsídio do Estado e com base em um programa que beneficia um milhão de famílias.
"Cilia e eu estamos fazendo planos e muito em breve vamos mudar para uma residência da Gran Misión Vivienda", disse Maduro a milhares de seguidores diante do Palácio Presidencial de Miraflores, no centro de Caracas. O programa foi criado anos atrás pelo presidente Hugo Chávez, morto em 2013, para que a maioria pobre do país pudesse comprar casas e apartamentos subsidiados pelo governo.
Ao lado de sua mulher, quem ele chama de "a primeira-combatente", Maduro afirmou que se inscreverá no plano de habitação para pagar, como todos seus beneficiários, uma cota inicial e as respectivas mensalidades.
"Há dois anos venho dizendo isso a Cilia e ela aceitou minha proposta", disse Maduro, assinalando que deseja experimentar a "felicidade de viver em uma residência da Gran Misión Vivienda".
Maduro mora em El Valle, um bairro do sudoeste de Caracas, e não em La Casona, residência oficial do chefe de Estado venezuelano.
O presidente fez o anúncio após um grande protesto de chavistas contra a lei aprovada na véspera, pela maioria opositora na Assembleia Nacional, que prevê a concessão de títulos de propriedade aos beneficiários do programa habitacional.
A lei permitirá aos proprietários vender as residências, mas o governo alega que se trata de uma medida populista da oposição, e recorda que já concedeu 884 mil títulos de propriedade.
No ato desta quinta-feira, o deputado chavista Ricardo Molina garantiu que a lei aprovada pela maioria opositora é inconstitucional e pode ser declarada ilegal pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
"A lei continuará em vigor como está agora", disse Maduro, acusado por seus adversários de usar o plano de moradias populares como uma arma de chantagem eleitoral./ AP e AFP