Maduro não consegue reverter rota de colapso


Setores diversos na Venezuela já operam em esquema precário ou param totalmente

Por Redação

CARACAS - Tribunais fechados na maior parte dos dias. No escritório de licenciamento de novos negócios, a mesma coisa. A sede da Defensoria Pública virou banco de alimentação para funcionários públicos. Aos poucos, a Venezuela vai fechando. O país há muito vive dolorosos picos de escassez, mesmo de alimentos básicos. Mas agora está entrando em território desconhecido.

Nas últimas semanas, o governo tomou o que pode ser uma das mais desesperadas medidas já adotadas por um país para economizar energia elétrica: o fechamento de muitas de suas repartições – só ficam abertas dois meios períodos por semana. Mas isso é apenas o começo das desgraças nacionais. Eletricidade e água estão racionadas e uma enorme área do país há meses vê pouco de ambas.

Cenas da crise venezuelana

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Escassez na Venezuela

Foto: REUTERS/Jorge Silva
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Escassez na Venezuela

Foto: REUTERS/Marco Bello
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Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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Foto: EFE/MIGUEL GUTIERREZ
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Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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Escassez na Venezuela

Foto: REUTERS/Jorge Silva
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Muitos venezuelanos não conseguem fazer telefonemas internacionais porque há uma pendência entre o governo e empresas telefônicas sobre tarifas e regulação de moeda. A Coca-Cola Femsa, empresa mexicana que engarrafa seu principal refrigerante no país, suspendeu a produção por falta de açúcar.

“Há muitos problemas, mas o que eu nunca tinha visto são protestos para reivindicar simplesmente comida”, afirma David Smilde, representante em Caracas do Washington Institute on Latin America, grupo de defesa dos direitos humanos.

A crescente crise econômica – alimentada pelos baixos preços do petróleo, principal produto de exportação do país, por uma estiagem que abalou a geração de energia elétrica e por um longo declínio na produção manufatureira e agrícola – transformou-se numa intensa crise política para o presidente Nicolás Maduro. Neste mês ele decretou estado de emergência, o segundo no ano, e ordenou manobras militares, alegando ameaças estrangeiras. Mas o chavista parece cada vez mais cercado.

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Isolamento. Autoridades americanas dizem que as sucessivas crises fizeram Maduro perder apoio de membros de seu partido socialista. Antigos aliados como o Brasil, cuja presidente Dilma Rousseff foi afastada do poder, hoje criticam abertamente a Venezuela. José Mujica, ex-presidente do Uruguai, na semana passada disse que Maduro está “doido como uma cabra”.

As tensões culminaram há dias com Maduro indo à televisão atacar a Organização dos Estados Americanos (OEA). O venezuelano criticou especialmente o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, chamando-o de “traidor veterano” e sugerindo que ele é um espião. Almagro respondeu com uma carta aberta criticando Maduro e cobrando dele que convoque o referendo revogatório exigido pela oposição para tentar remover o presidente do cargo.

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Cotidiano. Enquanto os ataques continuam, a advogada Mariángel González, 32 anos, está mais preocupada com a ausência do governo na vida diária. As escolas públicas ficam fechadas às sextas-feiras, em mais um esforço para economizar eletricidade. Assim, Mariángel teve de levar para a fila do caixa eletrônico a filha mais velha, enquanto o marido cuidava em casa da mais nova.

“Minha filha mais velha deveria estar na escola básica e a mais nova no jardim de infância”, diz Mariángel. “Meu marido e eu tivemos de mudar toda a rotina.” /NYT

CARACAS - Tribunais fechados na maior parte dos dias. No escritório de licenciamento de novos negócios, a mesma coisa. A sede da Defensoria Pública virou banco de alimentação para funcionários públicos. Aos poucos, a Venezuela vai fechando. O país há muito vive dolorosos picos de escassez, mesmo de alimentos básicos. Mas agora está entrando em território desconhecido.

Nas últimas semanas, o governo tomou o que pode ser uma das mais desesperadas medidas já adotadas por um país para economizar energia elétrica: o fechamento de muitas de suas repartições – só ficam abertas dois meios períodos por semana. Mas isso é apenas o começo das desgraças nacionais. Eletricidade e água estão racionadas e uma enorme área do país há meses vê pouco de ambas.

Cenas da crise venezuelana

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Muitos venezuelanos não conseguem fazer telefonemas internacionais porque há uma pendência entre o governo e empresas telefônicas sobre tarifas e regulação de moeda. A Coca-Cola Femsa, empresa mexicana que engarrafa seu principal refrigerante no país, suspendeu a produção por falta de açúcar.

“Há muitos problemas, mas o que eu nunca tinha visto são protestos para reivindicar simplesmente comida”, afirma David Smilde, representante em Caracas do Washington Institute on Latin America, grupo de defesa dos direitos humanos.

A crescente crise econômica – alimentada pelos baixos preços do petróleo, principal produto de exportação do país, por uma estiagem que abalou a geração de energia elétrica e por um longo declínio na produção manufatureira e agrícola – transformou-se numa intensa crise política para o presidente Nicolás Maduro. Neste mês ele decretou estado de emergência, o segundo no ano, e ordenou manobras militares, alegando ameaças estrangeiras. Mas o chavista parece cada vez mais cercado.

Isolamento. Autoridades americanas dizem que as sucessivas crises fizeram Maduro perder apoio de membros de seu partido socialista. Antigos aliados como o Brasil, cuja presidente Dilma Rousseff foi afastada do poder, hoje criticam abertamente a Venezuela. José Mujica, ex-presidente do Uruguai, na semana passada disse que Maduro está “doido como uma cabra”.

As tensões culminaram há dias com Maduro indo à televisão atacar a Organização dos Estados Americanos (OEA). O venezuelano criticou especialmente o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, chamando-o de “traidor veterano” e sugerindo que ele é um espião. Almagro respondeu com uma carta aberta criticando Maduro e cobrando dele que convoque o referendo revogatório exigido pela oposição para tentar remover o presidente do cargo.

Cotidiano. Enquanto os ataques continuam, a advogada Mariángel González, 32 anos, está mais preocupada com a ausência do governo na vida diária. As escolas públicas ficam fechadas às sextas-feiras, em mais um esforço para economizar eletricidade. Assim, Mariángel teve de levar para a fila do caixa eletrônico a filha mais velha, enquanto o marido cuidava em casa da mais nova.

“Minha filha mais velha deveria estar na escola básica e a mais nova no jardim de infância”, diz Mariángel. “Meu marido e eu tivemos de mudar toda a rotina.” /NYT

CARACAS - Tribunais fechados na maior parte dos dias. No escritório de licenciamento de novos negócios, a mesma coisa. A sede da Defensoria Pública virou banco de alimentação para funcionários públicos. Aos poucos, a Venezuela vai fechando. O país há muito vive dolorosos picos de escassez, mesmo de alimentos básicos. Mas agora está entrando em território desconhecido.

Nas últimas semanas, o governo tomou o que pode ser uma das mais desesperadas medidas já adotadas por um país para economizar energia elétrica: o fechamento de muitas de suas repartições – só ficam abertas dois meios períodos por semana. Mas isso é apenas o começo das desgraças nacionais. Eletricidade e água estão racionadas e uma enorme área do país há meses vê pouco de ambas.

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Muitos venezuelanos não conseguem fazer telefonemas internacionais porque há uma pendência entre o governo e empresas telefônicas sobre tarifas e regulação de moeda. A Coca-Cola Femsa, empresa mexicana que engarrafa seu principal refrigerante no país, suspendeu a produção por falta de açúcar.

“Há muitos problemas, mas o que eu nunca tinha visto são protestos para reivindicar simplesmente comida”, afirma David Smilde, representante em Caracas do Washington Institute on Latin America, grupo de defesa dos direitos humanos.

A crescente crise econômica – alimentada pelos baixos preços do petróleo, principal produto de exportação do país, por uma estiagem que abalou a geração de energia elétrica e por um longo declínio na produção manufatureira e agrícola – transformou-se numa intensa crise política para o presidente Nicolás Maduro. Neste mês ele decretou estado de emergência, o segundo no ano, e ordenou manobras militares, alegando ameaças estrangeiras. Mas o chavista parece cada vez mais cercado.

Isolamento. Autoridades americanas dizem que as sucessivas crises fizeram Maduro perder apoio de membros de seu partido socialista. Antigos aliados como o Brasil, cuja presidente Dilma Rousseff foi afastada do poder, hoje criticam abertamente a Venezuela. José Mujica, ex-presidente do Uruguai, na semana passada disse que Maduro está “doido como uma cabra”.

As tensões culminaram há dias com Maduro indo à televisão atacar a Organização dos Estados Americanos (OEA). O venezuelano criticou especialmente o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, chamando-o de “traidor veterano” e sugerindo que ele é um espião. Almagro respondeu com uma carta aberta criticando Maduro e cobrando dele que convoque o referendo revogatório exigido pela oposição para tentar remover o presidente do cargo.

Cotidiano. Enquanto os ataques continuam, a advogada Mariángel González, 32 anos, está mais preocupada com a ausência do governo na vida diária. As escolas públicas ficam fechadas às sextas-feiras, em mais um esforço para economizar eletricidade. Assim, Mariángel teve de levar para a fila do caixa eletrônico a filha mais velha, enquanto o marido cuidava em casa da mais nova.

“Minha filha mais velha deveria estar na escola básica e a mais nova no jardim de infância”, diz Mariángel. “Meu marido e eu tivemos de mudar toda a rotina.” /NYT

CARACAS - Tribunais fechados na maior parte dos dias. No escritório de licenciamento de novos negócios, a mesma coisa. A sede da Defensoria Pública virou banco de alimentação para funcionários públicos. Aos poucos, a Venezuela vai fechando. O país há muito vive dolorosos picos de escassez, mesmo de alimentos básicos. Mas agora está entrando em território desconhecido.

Nas últimas semanas, o governo tomou o que pode ser uma das mais desesperadas medidas já adotadas por um país para economizar energia elétrica: o fechamento de muitas de suas repartições – só ficam abertas dois meios períodos por semana. Mas isso é apenas o começo das desgraças nacionais. Eletricidade e água estão racionadas e uma enorme área do país há meses vê pouco de ambas.

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Muitos venezuelanos não conseguem fazer telefonemas internacionais porque há uma pendência entre o governo e empresas telefônicas sobre tarifas e regulação de moeda. A Coca-Cola Femsa, empresa mexicana que engarrafa seu principal refrigerante no país, suspendeu a produção por falta de açúcar.

“Há muitos problemas, mas o que eu nunca tinha visto são protestos para reivindicar simplesmente comida”, afirma David Smilde, representante em Caracas do Washington Institute on Latin America, grupo de defesa dos direitos humanos.

A crescente crise econômica – alimentada pelos baixos preços do petróleo, principal produto de exportação do país, por uma estiagem que abalou a geração de energia elétrica e por um longo declínio na produção manufatureira e agrícola – transformou-se numa intensa crise política para o presidente Nicolás Maduro. Neste mês ele decretou estado de emergência, o segundo no ano, e ordenou manobras militares, alegando ameaças estrangeiras. Mas o chavista parece cada vez mais cercado.

Isolamento. Autoridades americanas dizem que as sucessivas crises fizeram Maduro perder apoio de membros de seu partido socialista. Antigos aliados como o Brasil, cuja presidente Dilma Rousseff foi afastada do poder, hoje criticam abertamente a Venezuela. José Mujica, ex-presidente do Uruguai, na semana passada disse que Maduro está “doido como uma cabra”.

As tensões culminaram há dias com Maduro indo à televisão atacar a Organização dos Estados Americanos (OEA). O venezuelano criticou especialmente o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, chamando-o de “traidor veterano” e sugerindo que ele é um espião. Almagro respondeu com uma carta aberta criticando Maduro e cobrando dele que convoque o referendo revogatório exigido pela oposição para tentar remover o presidente do cargo.

Cotidiano. Enquanto os ataques continuam, a advogada Mariángel González, 32 anos, está mais preocupada com a ausência do governo na vida diária. As escolas públicas ficam fechadas às sextas-feiras, em mais um esforço para economizar eletricidade. Assim, Mariángel teve de levar para a fila do caixa eletrônico a filha mais velha, enquanto o marido cuidava em casa da mais nova.

“Minha filha mais velha deveria estar na escola básica e a mais nova no jardim de infância”, diz Mariángel. “Meu marido e eu tivemos de mudar toda a rotina.” /NYT

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