BANGKOK - A polícia da Malásia afirmou nesta sexta-feira, 24, que está investigando como foi introduzido no país o agente nervoso VX, arma química usada para assassinar Kim Jong-nam. Ao mesmo tempo, a Coreia do Sul pediu que o regime de Pyongyang admita estar por trás da morte do meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.
"Ainda não sabemos (como foi introduzido o VX). Estamos tratando de averiguá-lo. Porém, se foi uma quantidade muito pequena, será muito difícil de detectar", disse o chefe policial, Khalid Abu Bakar.
Perguntando sobre se o uso da arma química tem relação com o regime norte-coreano, Bakar sublinhou que de momento somente pode certificar que foi a causa da morte de Kim Jong-nam.
Nesta quinta-feira, 23, as equipes de perícia da Malásia concluíram que o material com o qual foi envenenado Kim Jong-nam era o componente VX, listado como uma arma de destruição em massa pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Seul. Por sua vez, a Coreia do Sul pediu nesta sexta que Pyongyang reconheça que está por trás do atentado contra Kim Jong-nam.
"Será melhor para a Coreia do Norte admitir o assassinato (de Kim Jong-nam) e cooperar com a investigação", disse, em nota, o Ministério da Unificação, segundo a agência de notícias Yonhap. "Pyongyang vai piorar ainda mais sua imagem internacional se continuar negando as acusações."
A Polícia da Malásia deteve um químico norte-coreano e as duas mulheres que abordaram a vítima na semana passada. As autoridades de Kuala Lumpur emitiu ordens de prisões contra outros quatro norte-coreanos, incluindo um diplomata, suspeitos de envolvimento com o caso.
Nascido em 1971, Kim Jong-nam era o filho primogênito do falecido ditador norte-coreano Kim Jong-il. Conhecido por se pronunciar publicamente contra o controle dinástico de sua família sobre o governo do país, ele vivia na China. Em 2001, foi preso quando chegou ao Japão com um passaporte falso numa suposta tentativa de visitar a Disney de Tóquio.
Um ex-agente de inteligência americano que monitorou por anos as atividades de Kim Jong-nam avaliou que ele era um potencial alvo do governo de seu país após o meio-irmão ter assumido o poder em 2011 e conseguido se consolidar como novo líder supremo. / EFE