BARCELONA - Sob o lema "Não tenho medo", milhares de pessoas, entre elas o rei Felipe da Espanha, se manifestaram neste sábado, 26, em Barcelona em repúdio à violência após os atentados terroristas que deixaram 15 mortos há nove dias.
"Vamos encher as ruas de paz e liberdade", pediu a prefeita da segunda maior cidade da Espanha.
Exibindo uma imensa faixa com o lema "No tinc por" ("Não tenho medo" em catalão), a passeata era liderada por representantes de associações policiais, bombeiros, médicos, taxistas, comerciantes e moradores que abriram suas portas às vítimas.
Em um episódio excepcional, o rei Felipe VI marchou com os manifestantes, mesmo que em um espaço mais afastado, destinado às autoridades como o chefe de governo espanhol Mariano Rajoy, presidentes regionais, ministros e líderes de partidos.
Na passeata, também pode ser vista a bandeira separatista catalã, ornada com uma estrela branca no fundo azul.
Os separatistas, que dirigem o governo regional catalão, vivem um confronto com o governo de Rajoy por seu desejo de realizar no dia 1.º. de outubro um referendo sobre independência, que Madri qualifica como ilegal.
Homenagens às vítimas de Barcelona
Em função disso, manifestantes separatistas denunciaram a "hipocrisia" do Estado espanhol por protestar contra a violência jihadista, e, ao mesmo tempo, vender armas a países como a Arábia Saudita, acusados de vínculos com o islamismo radical. "Vossas políticas, nossas mortes!", cantavam os manifestantes, convocados por organizações separatistas para protestar simultaneamente à marcha contra o terrorismo.
A Espanha deve vender em breve cinco navios de guerra a Riad por mais de € 2 bilhões. Felipe VI, cuja família mantém laços estreitos com a realeza saudita, viajou para lá em janeiro para negociar o contrato. A Arábia Saudita é acusada regularmente de vínculos com radicais religiosos. / AFP