SÃO PAULO - Os governos do México e da Venezuela repercutiram nesta terça-feira, 17, a decisão da presidente argentina, Cristina Kirchner, de nacionalizar a companhia petrolífera YPF, controlada pela espanhola Repsol. Mas Caracas e Cidade do México divergem sobre a medida. O presidente mexicano, Felipe Calderón, lamentou a decisão, enquanto a Venezuela manifestou apoio oficial a Cristina.
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"[Se, na América Latina,] queremos dar crescimento com emprego, desenvolvimento sustentável aos nossos povos, o caminho não é o protecionismo e nem expropriações. O caminho é o comércio, o intercâmbio, os investimentos recíprocos", disse Calderón. Para ele, a decisão da Argentina, além de ser "claramente uma violação aos acordos e tratados" de investimentos, "não leva a nada".
"Todos os países em desenvolvimento precisam de investimentos. Ninguém, em sua plena consciência, investe em um país que expropria os investimentos", disse o mandatário.
'Tentativas de intimidação'
Caracas, por outro lado, disse que "rechaça as ameaças e tentativas de intimidação" por parte da Europa contra a decisão argentina e fez "um chamado para que as nações irmãs do continente acompanhemos a Argentina no exercício de seus direitos soberanos".
Um comunicado divulgado pela Presidência venezuelana, afirma que o presidente Hugo Chávez "saúda e respalda" diretamente a colega argentina. O governo venezuelano ainda anunciou que "coloca à disposição do governo e do povo argentino toda a experiência técnica, operacional, jurídica e política da empresa nacional Petróleos de Venezuela (PDVSA) para o fortalecimento do setor público petroleiro e a consolidação de sua soberania energética".
Ontem, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, apresentou ao Congresso um projeto de lei para expropriar 51% das ações da petrolífera, que desde 1999 está sob poder da Repsol. A Espanha, por sua vez, anunciou que adotará medidas "claras e contundentes". A UE anunciou que tratará do tema em reunião no final do mês.
Com Ansa