''Morte de Bin Laden deixa Al-Qaeda mais perto do fim''


Editor encontrou-se com saudita 2 vezes e diz que financiadores de grupo radical têm medo de continuar seu apoio

Por Adriana Carranca

Rahimullah Yusufzai, jornalistaENVIADA ESPECIAL PESHAWAR, PAQUISTÃOO jornalista Rahimullah Yusufzai, editor do The News, diário em inglês publicado no Paquistão, é uma voz dissonante na capital do país, Islamabad, no olhar sobre a operação que matou Osama bin Laden. Yusufzai foi um dos poucos jornalistas do mundo a ter se encontrado cara a cara com o terrorista saudita, cuja trajetória ele acompanha desde a invasão soviética no Afeganistão. Em entrevista ao Estado, em seu escritório em Peshawar, Yusufzai lembrou os dois encontros com Bin Laden, em 1998, e disse que "a Al-Qaeda está perto do fim". Como foram seus encontros com Bin Laden?O primeiro encontro aconteceu (em maio de 2008) no campo de treinamento da Al-Qaeda em Al-Badr, na Província de Khost, na zona tribal do Norte do Waziristão. O tradutor era outro conhecido da Al-Qaeda, o egípcio que deve suceder Bin Laden, Ayman al-Zawahiri. Naquele dia, Bin Laden anunciou a Frente Islâmica Internacional pela Jihad contra Israel e EUA. A segunda entrevista foi em dezembro do mesmo ano. Um dos filhos de Bin Laden estava presente, além de 20 de seus homens e Zawahiri. Quem deu autorização foi o mulá Omar, pois na época o Taleban controlava o acesso aos líderes da Al-Qaeda por questões de segurança. Nós nos encontramos em Kandahar e fui levado num comboio para uma tenda no meio do deserto, na província de Helmand. Como era Bin Laden?Era um homem tímido e reservado, mas com algum senso de humor e uma AK47 sempre a tiracolo. Você parece admirá-lo...Você não teria admiração por um milionário que poderia estar vivendo num palácio, mas larga tudo para se esconder e lutar nas montanhas do Afeganistão? Bin Laden não precisava disso. Não ganhou dinheiro dos EUA para lutar contra os russos. Ele o fez porque acreditava. Colocou dinheiro próprio para financiar a jihad. E eu admiro as pessoas que têm um compromisso com uma causa e vão até o fim. Acontece que Bin Laden foi longe demais. Suas ações, como o 11 de Setembro, se tornaram indefensáveis. Qual o futuro da Al-Qaeda?A Al-Qaeda já estava fragilizada e não podia ter sofrido um golpe tão grande quanto a morte de Bin Laden por forças americanas. Agora, o financiamento da rede tornou-se muito difícil porque as pessoas têm medo. A Al-Qaeda tornou-se muito violenta e perdeu o apelo entre muçulmanos. A rede perdeu capacidade militar nos últimos anos. O Paquistão está sob grande pressão e pode entregar outros líderes para satisfazer os EUA. Acho que a Al-Qaeda está perto do fim.Qual a sua visão sobre a operação que matou Bin Laden?Ainda não temos provas da morte. Não existe um corpo e as evidências apresentadas até agora são fracas. Mas Bin Laden vivia naquela casa há algum tempo, isso é certo, e foi morto nessa operação. Não acredito que o governo ou os militares paquistaneses soubesses de sua presença.Mas por que Abbottabad?Por que é um esconderijo perfeito, numa área urbana, ao lado de uma base militar - um local sem a presença da Al-Qaeda ou do Taleban. Ninguém poderia desconfiar. E não é a primeira vez que terroristas são capturado em cidades (do Paquistão), já houve outros em Karachi, em Quetta. O acesso a facilidades da vida moderna os atrai. Você acredita que o Paquistão não sabia da ação americana?Acredito que os EUA tenham avisado as Forças Armadas do Paquistão, mas impediram sua interferência. E o Paquistão não tinha escolha.QUEM ÉO jornalista paquistanês Rahimullah Yusufzai foi um dos poucos repórteres do mundo a encontrar-se cara a cara com Osama bin Laden. Atualmente, ele edita o jornal "The News", que publica notícias em inglês no Paquistão.

Rahimullah Yusufzai, jornalistaENVIADA ESPECIAL PESHAWAR, PAQUISTÃOO jornalista Rahimullah Yusufzai, editor do The News, diário em inglês publicado no Paquistão, é uma voz dissonante na capital do país, Islamabad, no olhar sobre a operação que matou Osama bin Laden. Yusufzai foi um dos poucos jornalistas do mundo a ter se encontrado cara a cara com o terrorista saudita, cuja trajetória ele acompanha desde a invasão soviética no Afeganistão. Em entrevista ao Estado, em seu escritório em Peshawar, Yusufzai lembrou os dois encontros com Bin Laden, em 1998, e disse que "a Al-Qaeda está perto do fim". Como foram seus encontros com Bin Laden?O primeiro encontro aconteceu (em maio de 2008) no campo de treinamento da Al-Qaeda em Al-Badr, na Província de Khost, na zona tribal do Norte do Waziristão. O tradutor era outro conhecido da Al-Qaeda, o egípcio que deve suceder Bin Laden, Ayman al-Zawahiri. Naquele dia, Bin Laden anunciou a Frente Islâmica Internacional pela Jihad contra Israel e EUA. A segunda entrevista foi em dezembro do mesmo ano. Um dos filhos de Bin Laden estava presente, além de 20 de seus homens e Zawahiri. Quem deu autorização foi o mulá Omar, pois na época o Taleban controlava o acesso aos líderes da Al-Qaeda por questões de segurança. Nós nos encontramos em Kandahar e fui levado num comboio para uma tenda no meio do deserto, na província de Helmand. Como era Bin Laden?Era um homem tímido e reservado, mas com algum senso de humor e uma AK47 sempre a tiracolo. Você parece admirá-lo...Você não teria admiração por um milionário que poderia estar vivendo num palácio, mas larga tudo para se esconder e lutar nas montanhas do Afeganistão? Bin Laden não precisava disso. Não ganhou dinheiro dos EUA para lutar contra os russos. Ele o fez porque acreditava. Colocou dinheiro próprio para financiar a jihad. E eu admiro as pessoas que têm um compromisso com uma causa e vão até o fim. Acontece que Bin Laden foi longe demais. Suas ações, como o 11 de Setembro, se tornaram indefensáveis. Qual o futuro da Al-Qaeda?A Al-Qaeda já estava fragilizada e não podia ter sofrido um golpe tão grande quanto a morte de Bin Laden por forças americanas. Agora, o financiamento da rede tornou-se muito difícil porque as pessoas têm medo. A Al-Qaeda tornou-se muito violenta e perdeu o apelo entre muçulmanos. A rede perdeu capacidade militar nos últimos anos. O Paquistão está sob grande pressão e pode entregar outros líderes para satisfazer os EUA. Acho que a Al-Qaeda está perto do fim.Qual a sua visão sobre a operação que matou Bin Laden?Ainda não temos provas da morte. Não existe um corpo e as evidências apresentadas até agora são fracas. Mas Bin Laden vivia naquela casa há algum tempo, isso é certo, e foi morto nessa operação. Não acredito que o governo ou os militares paquistaneses soubesses de sua presença.Mas por que Abbottabad?Por que é um esconderijo perfeito, numa área urbana, ao lado de uma base militar - um local sem a presença da Al-Qaeda ou do Taleban. Ninguém poderia desconfiar. E não é a primeira vez que terroristas são capturado em cidades (do Paquistão), já houve outros em Karachi, em Quetta. O acesso a facilidades da vida moderna os atrai. Você acredita que o Paquistão não sabia da ação americana?Acredito que os EUA tenham avisado as Forças Armadas do Paquistão, mas impediram sua interferência. E o Paquistão não tinha escolha.QUEM ÉO jornalista paquistanês Rahimullah Yusufzai foi um dos poucos repórteres do mundo a encontrar-se cara a cara com Osama bin Laden. Atualmente, ele edita o jornal "The News", que publica notícias em inglês no Paquistão.

Rahimullah Yusufzai, jornalistaENVIADA ESPECIAL PESHAWAR, PAQUISTÃOO jornalista Rahimullah Yusufzai, editor do The News, diário em inglês publicado no Paquistão, é uma voz dissonante na capital do país, Islamabad, no olhar sobre a operação que matou Osama bin Laden. Yusufzai foi um dos poucos jornalistas do mundo a ter se encontrado cara a cara com o terrorista saudita, cuja trajetória ele acompanha desde a invasão soviética no Afeganistão. Em entrevista ao Estado, em seu escritório em Peshawar, Yusufzai lembrou os dois encontros com Bin Laden, em 1998, e disse que "a Al-Qaeda está perto do fim". Como foram seus encontros com Bin Laden?O primeiro encontro aconteceu (em maio de 2008) no campo de treinamento da Al-Qaeda em Al-Badr, na Província de Khost, na zona tribal do Norte do Waziristão. O tradutor era outro conhecido da Al-Qaeda, o egípcio que deve suceder Bin Laden, Ayman al-Zawahiri. Naquele dia, Bin Laden anunciou a Frente Islâmica Internacional pela Jihad contra Israel e EUA. A segunda entrevista foi em dezembro do mesmo ano. Um dos filhos de Bin Laden estava presente, além de 20 de seus homens e Zawahiri. Quem deu autorização foi o mulá Omar, pois na época o Taleban controlava o acesso aos líderes da Al-Qaeda por questões de segurança. Nós nos encontramos em Kandahar e fui levado num comboio para uma tenda no meio do deserto, na província de Helmand. Como era Bin Laden?Era um homem tímido e reservado, mas com algum senso de humor e uma AK47 sempre a tiracolo. Você parece admirá-lo...Você não teria admiração por um milionário que poderia estar vivendo num palácio, mas larga tudo para se esconder e lutar nas montanhas do Afeganistão? Bin Laden não precisava disso. Não ganhou dinheiro dos EUA para lutar contra os russos. Ele o fez porque acreditava. Colocou dinheiro próprio para financiar a jihad. E eu admiro as pessoas que têm um compromisso com uma causa e vão até o fim. Acontece que Bin Laden foi longe demais. Suas ações, como o 11 de Setembro, se tornaram indefensáveis. Qual o futuro da Al-Qaeda?A Al-Qaeda já estava fragilizada e não podia ter sofrido um golpe tão grande quanto a morte de Bin Laden por forças americanas. Agora, o financiamento da rede tornou-se muito difícil porque as pessoas têm medo. A Al-Qaeda tornou-se muito violenta e perdeu o apelo entre muçulmanos. A rede perdeu capacidade militar nos últimos anos. O Paquistão está sob grande pressão e pode entregar outros líderes para satisfazer os EUA. Acho que a Al-Qaeda está perto do fim.Qual a sua visão sobre a operação que matou Bin Laden?Ainda não temos provas da morte. Não existe um corpo e as evidências apresentadas até agora são fracas. Mas Bin Laden vivia naquela casa há algum tempo, isso é certo, e foi morto nessa operação. Não acredito que o governo ou os militares paquistaneses soubesses de sua presença.Mas por que Abbottabad?Por que é um esconderijo perfeito, numa área urbana, ao lado de uma base militar - um local sem a presença da Al-Qaeda ou do Taleban. Ninguém poderia desconfiar. E não é a primeira vez que terroristas são capturado em cidades (do Paquistão), já houve outros em Karachi, em Quetta. O acesso a facilidades da vida moderna os atrai. Você acredita que o Paquistão não sabia da ação americana?Acredito que os EUA tenham avisado as Forças Armadas do Paquistão, mas impediram sua interferência. E o Paquistão não tinha escolha.QUEM ÉO jornalista paquistanês Rahimullah Yusufzai foi um dos poucos repórteres do mundo a encontrar-se cara a cara com Osama bin Laden. Atualmente, ele edita o jornal "The News", que publica notícias em inglês no Paquistão.

Rahimullah Yusufzai, jornalistaENVIADA ESPECIAL PESHAWAR, PAQUISTÃOO jornalista Rahimullah Yusufzai, editor do The News, diário em inglês publicado no Paquistão, é uma voz dissonante na capital do país, Islamabad, no olhar sobre a operação que matou Osama bin Laden. Yusufzai foi um dos poucos jornalistas do mundo a ter se encontrado cara a cara com o terrorista saudita, cuja trajetória ele acompanha desde a invasão soviética no Afeganistão. Em entrevista ao Estado, em seu escritório em Peshawar, Yusufzai lembrou os dois encontros com Bin Laden, em 1998, e disse que "a Al-Qaeda está perto do fim". Como foram seus encontros com Bin Laden?O primeiro encontro aconteceu (em maio de 2008) no campo de treinamento da Al-Qaeda em Al-Badr, na Província de Khost, na zona tribal do Norte do Waziristão. O tradutor era outro conhecido da Al-Qaeda, o egípcio que deve suceder Bin Laden, Ayman al-Zawahiri. Naquele dia, Bin Laden anunciou a Frente Islâmica Internacional pela Jihad contra Israel e EUA. A segunda entrevista foi em dezembro do mesmo ano. Um dos filhos de Bin Laden estava presente, além de 20 de seus homens e Zawahiri. Quem deu autorização foi o mulá Omar, pois na época o Taleban controlava o acesso aos líderes da Al-Qaeda por questões de segurança. Nós nos encontramos em Kandahar e fui levado num comboio para uma tenda no meio do deserto, na província de Helmand. Como era Bin Laden?Era um homem tímido e reservado, mas com algum senso de humor e uma AK47 sempre a tiracolo. Você parece admirá-lo...Você não teria admiração por um milionário que poderia estar vivendo num palácio, mas larga tudo para se esconder e lutar nas montanhas do Afeganistão? Bin Laden não precisava disso. Não ganhou dinheiro dos EUA para lutar contra os russos. Ele o fez porque acreditava. Colocou dinheiro próprio para financiar a jihad. E eu admiro as pessoas que têm um compromisso com uma causa e vão até o fim. Acontece que Bin Laden foi longe demais. Suas ações, como o 11 de Setembro, se tornaram indefensáveis. Qual o futuro da Al-Qaeda?A Al-Qaeda já estava fragilizada e não podia ter sofrido um golpe tão grande quanto a morte de Bin Laden por forças americanas. Agora, o financiamento da rede tornou-se muito difícil porque as pessoas têm medo. A Al-Qaeda tornou-se muito violenta e perdeu o apelo entre muçulmanos. A rede perdeu capacidade militar nos últimos anos. O Paquistão está sob grande pressão e pode entregar outros líderes para satisfazer os EUA. Acho que a Al-Qaeda está perto do fim.Qual a sua visão sobre a operação que matou Bin Laden?Ainda não temos provas da morte. Não existe um corpo e as evidências apresentadas até agora são fracas. Mas Bin Laden vivia naquela casa há algum tempo, isso é certo, e foi morto nessa operação. Não acredito que o governo ou os militares paquistaneses soubesses de sua presença.Mas por que Abbottabad?Por que é um esconderijo perfeito, numa área urbana, ao lado de uma base militar - um local sem a presença da Al-Qaeda ou do Taleban. Ninguém poderia desconfiar. E não é a primeira vez que terroristas são capturado em cidades (do Paquistão), já houve outros em Karachi, em Quetta. O acesso a facilidades da vida moderna os atrai. Você acredita que o Paquistão não sabia da ação americana?Acredito que os EUA tenham avisado as Forças Armadas do Paquistão, mas impediram sua interferência. E o Paquistão não tinha escolha.QUEM ÉO jornalista paquistanês Rahimullah Yusufzai foi um dos poucos repórteres do mundo a encontrar-se cara a cara com Osama bin Laden. Atualmente, ele edita o jornal "The News", que publica notícias em inglês no Paquistão.

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