JERUSALÉM - Ameaçado por adversários da própria direita israelense em sua aspiração de reeleição, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, prometeu neste domingo, 10, congelar a transferência de dinheiro para a Autoridade Palestina (AP), depois que uma jovem israelense foi assassinada supostamente por um palestino.
Israel recolhe cerca de US$ 127 milhões por mês em tarifas alfandegárias sobre produtos destinados aos mercados palestinos através de portos israelenses e, em seguida, repassa esses valores para a AP.
O Parlamento israelense aprovou em 2018 uma lei que retém parcialmente esses fundos, em resposta à decisão da AP de pagar indenização a parentes de cidadãos palestinos detidos por ataques a soldados israelenses.
"No fim da semana, o trabalho de equipe necessário para implementar a lei para deduzir os salários dos terroristas será completo", disse Netanyahu a repórteres no início da última reunião de gabinete.
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Em mais uma sexta-feira de protestos na fronteira com Israel, pelo menos trinta palestinos ficaram feridos por tiros do exército israelense. Os confrontos foram menos intensos do que nas últimas semanas.
"Vou dizer ao gabinete de segurança que iremos aprovar as decisões necessárias para deduzir os fundos. Que ninguém tenha dúvidas de que esses fundos serão deduzidos no início da próxima semana", afirmou o premiê na segunda-feira.
Nesta manhã, o ministro da Educação, Naftali Bennett, se juntou às pressões da direita de implementar imediatamente a lei após a prisão de um palestino por suspeita do assassinato de uma jovem israelense.
"A lei foi aprovada em julho passado. Eu peço ao primeiro-ministro que aplique a lei imediatamente", disse ele.
Enquanto isso, o ministro de Assuntos Civis da Autoridade Palestina, Hussein al Sheikh, ressaltou que o órgão político não aceitará qualquer redução de fundos. "A Autoridade Palestina se recusará a receber fundos se Israel fizer deduções de um único centavo", disse ele. / AFP