No Irã, uma debandada de jornalistas


Fraudes não são novidade na imprensa iraniana. Mas as demissões, sim

Por Redação
Atualização:

A crise vem fazendo vítimas silenciosas no Irã: jornalistas que não aguentam mais as lorotas contadas pela mídia estatal estão pedindo demissão. Na semana passada, quando mísseis iranianos caíram em bases do Iraque, a imprensa local teve de divulgar a morte de 80 americanos. Depois, mantiveram até o fim a versão oficial de que um Boeing havia caído por falhas técnicas em Teerã. 

Manifestantes chegam ao terceiro dia de protestos após Irã ter assumido culpa por queda de Boeing 737 ucraniano Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

“Os iranianos foram enganados”, disse Ali Fathollah-Nejad, do Brookings Doha Center. Fraudes não são novidade na imprensa iraniana. Mas as demissões, sim. Nos últimos dias, várias foram anunciadas em redes sociais, mensagens que desaparecem rapidamente.

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Pelo menos duas são âncoras conhecidas. A apresentadora Zahra Khatami agradeceu aos fãs. “Obrigada por me aceitarem como âncora até hoje. Nunca mais voltarei à TV”, disse. A colega Saba Rad também abandonou a carreira. “Obrigada pelo apoio. Após 21 anos trabalhando em rádio e TV, não posso mais continuar meu trabalho na mídia.”

Outra âncora, Gelare Jabbari, não chegou a pedir demissão, mas foi ao Instagram pedir desculpas por “ter mentido” aos telespectadores nos últimos 13 anos. A associação local de jornalistas divulgou uma nota criticando a censura. “O que coloca em risco a sociedade iraniana não são apenas mísseis, mas a falta de liberdade de imprensa.”

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O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, garantiu nesta segunda-feira que os líderes iraquianos lhe confessaram que aceitam a presença das tropas americanas no seu país, apesar de declararem publicamente o contrário.

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A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) classifica o Irã como “um dos países mais repressivos do mundo”. “Jornalistas independentes estão constantemente sujeitos a intimidação, prisão arbitrária e longas penas em julgamentos injustos”, afirma a RSF.

Mesmo assim, o regime iraniano vem tendo cada vez mais dificuldades para controlar a narrativa e o ciclo de notícias. A população tem cada vez mais acesso a outras fontes, como a BBC Persian, que transmite via satélite de dentro do país. A internet também diminuiu a credibilidade da mídia oficial. Além do acesso a sites de notícias no exterior, as redes sociais se tornaram uma janela para outras fontes de informação. / W. Post

A crise vem fazendo vítimas silenciosas no Irã: jornalistas que não aguentam mais as lorotas contadas pela mídia estatal estão pedindo demissão. Na semana passada, quando mísseis iranianos caíram em bases do Iraque, a imprensa local teve de divulgar a morte de 80 americanos. Depois, mantiveram até o fim a versão oficial de que um Boeing havia caído por falhas técnicas em Teerã. 

Manifestantes chegam ao terceiro dia de protestos após Irã ter assumido culpa por queda de Boeing 737 ucraniano Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

“Os iranianos foram enganados”, disse Ali Fathollah-Nejad, do Brookings Doha Center. Fraudes não são novidade na imprensa iraniana. Mas as demissões, sim. Nos últimos dias, várias foram anunciadas em redes sociais, mensagens que desaparecem rapidamente.

Pelo menos duas são âncoras conhecidas. A apresentadora Zahra Khatami agradeceu aos fãs. “Obrigada por me aceitarem como âncora até hoje. Nunca mais voltarei à TV”, disse. A colega Saba Rad também abandonou a carreira. “Obrigada pelo apoio. Após 21 anos trabalhando em rádio e TV, não posso mais continuar meu trabalho na mídia.”

Outra âncora, Gelare Jabbari, não chegou a pedir demissão, mas foi ao Instagram pedir desculpas por “ter mentido” aos telespectadores nos últimos 13 anos. A associação local de jornalistas divulgou uma nota criticando a censura. “O que coloca em risco a sociedade iraniana não são apenas mísseis, mas a falta de liberdade de imprensa.”

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O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, garantiu nesta segunda-feira que os líderes iraquianos lhe confessaram que aceitam a presença das tropas americanas no seu país, apesar de declararem publicamente o contrário.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) classifica o Irã como “um dos países mais repressivos do mundo”. “Jornalistas independentes estão constantemente sujeitos a intimidação, prisão arbitrária e longas penas em julgamentos injustos”, afirma a RSF.

Mesmo assim, o regime iraniano vem tendo cada vez mais dificuldades para controlar a narrativa e o ciclo de notícias. A população tem cada vez mais acesso a outras fontes, como a BBC Persian, que transmite via satélite de dentro do país. A internet também diminuiu a credibilidade da mídia oficial. Além do acesso a sites de notícias no exterior, as redes sociais se tornaram uma janela para outras fontes de informação. / W. Post

A crise vem fazendo vítimas silenciosas no Irã: jornalistas que não aguentam mais as lorotas contadas pela mídia estatal estão pedindo demissão. Na semana passada, quando mísseis iranianos caíram em bases do Iraque, a imprensa local teve de divulgar a morte de 80 americanos. Depois, mantiveram até o fim a versão oficial de que um Boeing havia caído por falhas técnicas em Teerã. 

Manifestantes chegam ao terceiro dia de protestos após Irã ter assumido culpa por queda de Boeing 737 ucraniano Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

“Os iranianos foram enganados”, disse Ali Fathollah-Nejad, do Brookings Doha Center. Fraudes não são novidade na imprensa iraniana. Mas as demissões, sim. Nos últimos dias, várias foram anunciadas em redes sociais, mensagens que desaparecem rapidamente.

Pelo menos duas são âncoras conhecidas. A apresentadora Zahra Khatami agradeceu aos fãs. “Obrigada por me aceitarem como âncora até hoje. Nunca mais voltarei à TV”, disse. A colega Saba Rad também abandonou a carreira. “Obrigada pelo apoio. Após 21 anos trabalhando em rádio e TV, não posso mais continuar meu trabalho na mídia.”

Outra âncora, Gelare Jabbari, não chegou a pedir demissão, mas foi ao Instagram pedir desculpas por “ter mentido” aos telespectadores nos últimos 13 anos. A associação local de jornalistas divulgou uma nota criticando a censura. “O que coloca em risco a sociedade iraniana não são apenas mísseis, mas a falta de liberdade de imprensa.”

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O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, garantiu nesta segunda-feira que os líderes iraquianos lhe confessaram que aceitam a presença das tropas americanas no seu país, apesar de declararem publicamente o contrário.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) classifica o Irã como “um dos países mais repressivos do mundo”. “Jornalistas independentes estão constantemente sujeitos a intimidação, prisão arbitrária e longas penas em julgamentos injustos”, afirma a RSF.

Mesmo assim, o regime iraniano vem tendo cada vez mais dificuldades para controlar a narrativa e o ciclo de notícias. A população tem cada vez mais acesso a outras fontes, como a BBC Persian, que transmite via satélite de dentro do país. A internet também diminuiu a credibilidade da mídia oficial. Além do acesso a sites de notícias no exterior, as redes sociais se tornaram uma janela para outras fontes de informação. / W. Post

A crise vem fazendo vítimas silenciosas no Irã: jornalistas que não aguentam mais as lorotas contadas pela mídia estatal estão pedindo demissão. Na semana passada, quando mísseis iranianos caíram em bases do Iraque, a imprensa local teve de divulgar a morte de 80 americanos. Depois, mantiveram até o fim a versão oficial de que um Boeing havia caído por falhas técnicas em Teerã. 

Manifestantes chegam ao terceiro dia de protestos após Irã ter assumido culpa por queda de Boeing 737 ucraniano Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

“Os iranianos foram enganados”, disse Ali Fathollah-Nejad, do Brookings Doha Center. Fraudes não são novidade na imprensa iraniana. Mas as demissões, sim. Nos últimos dias, várias foram anunciadas em redes sociais, mensagens que desaparecem rapidamente.

Pelo menos duas são âncoras conhecidas. A apresentadora Zahra Khatami agradeceu aos fãs. “Obrigada por me aceitarem como âncora até hoje. Nunca mais voltarei à TV”, disse. A colega Saba Rad também abandonou a carreira. “Obrigada pelo apoio. Após 21 anos trabalhando em rádio e TV, não posso mais continuar meu trabalho na mídia.”

Outra âncora, Gelare Jabbari, não chegou a pedir demissão, mas foi ao Instagram pedir desculpas por “ter mentido” aos telespectadores nos últimos 13 anos. A associação local de jornalistas divulgou uma nota criticando a censura. “O que coloca em risco a sociedade iraniana não são apenas mísseis, mas a falta de liberdade de imprensa.”

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O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, garantiu nesta segunda-feira que os líderes iraquianos lhe confessaram que aceitam a presença das tropas americanas no seu país, apesar de declararem publicamente o contrário.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) classifica o Irã como “um dos países mais repressivos do mundo”. “Jornalistas independentes estão constantemente sujeitos a intimidação, prisão arbitrária e longas penas em julgamentos injustos”, afirma a RSF.

Mesmo assim, o regime iraniano vem tendo cada vez mais dificuldades para controlar a narrativa e o ciclo de notícias. A população tem cada vez mais acesso a outras fontes, como a BBC Persian, que transmite via satélite de dentro do país. A internet também diminuiu a credibilidade da mídia oficial. Além do acesso a sites de notícias no exterior, as redes sociais se tornaram uma janela para outras fontes de informação. / W. Post

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