O presidente do Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira, 20, que os líderes mundiais reunidos na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) se comprometeram a receber 360 mil refugiados no ano que vem, numa tentativa de mitigar os impactos da pior crise migratória desde a 2ª Guerra.
De acordo com os EUA, 52 países querem reforçar a realocação de refugiados e o apoio financeiro a eles. A Casa Branca não divulgou uma lista completa dos países que estariam participando.
Em discurso modelado para invocar empatia para com os refugiados, Obama disse que a "crise de proporções épicas" está testando a ordem internacional e a humanidade. Ele fez um paralelo com o Holocausto, chamando a recusa dos EUA em receber judeus fugindo do nazismo uma mancha na consciência coletiva do país. "Eu acredito que a história vai nos julgar se não nos posicionarmos neste momento", afirmou Obama.
Ainda que o número indicado por Obama signifique o dobro do compromisso atual dos países, grupos de ajuda humanitária consideram muito pouco para administrar a crise. Cerca de 65 milhões de pessoas ao redor do mundo abandonaram suas casas em razão de guerra, perseguição ou para procurar uma vida melhor.
Barack Obama completa 55 anos
Fazendo referência ao candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, que sugeriu um banimento temporário de imigrantes muçulmanos, Obama afirmou que partir do pressuposto de que eles apresentem um risco inerente só iria reforçar a propaganda do terrorismo. Ele disse que, de alguma forma, isso enviaria a mensagem de que alguns países, como os EUA, "seriam contra o Islã". "Essa é uma mentira que precisa ser rejeitada em todos os países", afirmou.
Na semana passada, a Casa Branca anunciou que os EUA receberiam 110 mil refugiados no ano que vem, um aumento de 30% em relação a este ano. / AP