Odebrecht financiou campanhas na Venezuela por uma década, diz delator


Em novo vídeo publicado por procuradora afastada, ex-executivo da construtora brasileira afirma que deu US$ 3 milhões por ano a candidatos do governo chavista

Por Jamil Chade, correspondente e Genebra

GENEBRA – A construtora brasileira Odebrecht financiou campanhas dos candidatos chavistas por uma década e, a cada ano, destinou ao menos US$ 3 milhões para bancar esses políticos. As informações fazem parte da delação premiada do ex-presidente da Odebrecht na Venezuela, Euzenando Azevedo, ao Ministério Público Federal, no Brasil no dia 15 de dezembro de 2016, e foram publicadas nas redes sociais neste sábado, 14, pela procuradora afastada Luisa Ortega Díaz. 

+ Procuradora dissidente revela rota de desvios chavistas

Entre os políticos financiados pela empresa brasileira estavam alguns dos principais nomes do chavismo, entre eles Diosdado Cabello e Elías Jaua, quando ainda eram candidatos a governador. Sob o governo de Nicolás Maduro, Cabello chegou a ser vice-presidente. A lista de beneficiados ainda incluía Pablo Pérez e Gian Carlo Di Martino, no Estado de Zulia.

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+ Odebrecht afirma que buscará punição de responsáveis por vazamento sobre doação a Maduro

Odebrecht alertou que a divulgação dos vídeos viola o sigilo das delações Foto: JF Diorio/Estadão

De acordo com o executivo brasileiro, a chegada de Hugo Chávez ao poder colocou a Venezuela em uma constante campanha eleitoral. Segundo ele, em todos os anos, com exceção de 2009 e 2011, eleições foram realizadas, e em todas a Odebrecht bancou os nomes do governo.

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“Contribuímos com muitas delas, especialmente nos Estados e municípios onde tínhamos presença em obras”, disse Azevedo. “Como Chávez era um ser político, a Venezuela viveu todos os anos, salvo em 2009 e 2011, eleições”, explicou. “Por nosso tamanho, éramos sempre procurados para contribuir para essas campanhas."

O brasileiro explicou que o objetivo da distribuição de dinheiro era “manter a fluidez nas relações em nível municipal e estadual”. Mesmo que esses governos não pudessem interferir nas obras, era com eles que questões como licenças ambientais e outros trâmites eram tratadas.

Na quinta-feira 12, Ortega usou suas redes sociais para publicar um vídeo no qual Azevedo também admitia ter financiado a campanha eleitoral de Maduro. Na gravação, o ex-presidente da Odebrecht na Venezuela afirma ter recebido um pedido de US$ 50 milhões por parte do chavista e aceitou pagar US$ 35 milhões. O trecho se refere às declarações que o executivo brasileiro prestou na sede do Ministério Público Federal em Sergipe em dezembro de 2016. 

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Luisa Ortega Díaz afirmou na sexta-feira ao Estado em Genebra que o regime chavista desviou milhões de dólares para bancos de ao menos cinco países em três continentes diferentes. “(O dinheiro) foi para Suíça, Andorra, Espanha, Abu Dhabi e República Dominicana”, disse. Ela não deu detalhes de como o dinheiro teria ido a esses destinos e quem seria o dono. Aproveitando uma viagem para a Suíça para participar de reuniões na ONU, ela visitou o Ministério Público de Berna, um dos centros das investigações sobre a Odebrecht.

5 tópicos da crise venezuelana

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Os principais fatores da crise venezuelana

Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
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Foto: EFE/MIGUEL GUTI?RREZ
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Foto: EFE/David Fern?ndez

Ortega disse na sede da ONU que decidiu divulgar as informações das quais dispunha sobre a corrupção em seu país depois de ameaças contra ela e seu marido. “O que eu tenho são evidências e as entreguei a diferentes procuradores-gerais”, disse ela, afastada depois de romper com o governo chavista. 

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“Decidi começar a publicar parte dessas evidências. Eu ainda vou guardar muitas delas para ver quando publicar”, alertou. Ortega promete apresentar no domingo mais uma parte de suas revelações, por meio de suas redes sociais.

A Odebrecht alertou que a divulgação dos vídeos viola o sigilo das delações e considera tomar medidas contra a ex-procuradora. 

GENEBRA – A construtora brasileira Odebrecht financiou campanhas dos candidatos chavistas por uma década e, a cada ano, destinou ao menos US$ 3 milhões para bancar esses políticos. As informações fazem parte da delação premiada do ex-presidente da Odebrecht na Venezuela, Euzenando Azevedo, ao Ministério Público Federal, no Brasil no dia 15 de dezembro de 2016, e foram publicadas nas redes sociais neste sábado, 14, pela procuradora afastada Luisa Ortega Díaz. 

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Entre os políticos financiados pela empresa brasileira estavam alguns dos principais nomes do chavismo, entre eles Diosdado Cabello e Elías Jaua, quando ainda eram candidatos a governador. Sob o governo de Nicolás Maduro, Cabello chegou a ser vice-presidente. A lista de beneficiados ainda incluía Pablo Pérez e Gian Carlo Di Martino, no Estado de Zulia.

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Odebrecht alertou que a divulgação dos vídeos viola o sigilo das delações Foto: JF Diorio/Estadão

De acordo com o executivo brasileiro, a chegada de Hugo Chávez ao poder colocou a Venezuela em uma constante campanha eleitoral. Segundo ele, em todos os anos, com exceção de 2009 e 2011, eleições foram realizadas, e em todas a Odebrecht bancou os nomes do governo.

“Contribuímos com muitas delas, especialmente nos Estados e municípios onde tínhamos presença em obras”, disse Azevedo. “Como Chávez era um ser político, a Venezuela viveu todos os anos, salvo em 2009 e 2011, eleições”, explicou. “Por nosso tamanho, éramos sempre procurados para contribuir para essas campanhas."

O brasileiro explicou que o objetivo da distribuição de dinheiro era “manter a fluidez nas relações em nível municipal e estadual”. Mesmo que esses governos não pudessem interferir nas obras, era com eles que questões como licenças ambientais e outros trâmites eram tratadas.

Na quinta-feira 12, Ortega usou suas redes sociais para publicar um vídeo no qual Azevedo também admitia ter financiado a campanha eleitoral de Maduro. Na gravação, o ex-presidente da Odebrecht na Venezuela afirma ter recebido um pedido de US$ 50 milhões por parte do chavista e aceitou pagar US$ 35 milhões. O trecho se refere às declarações que o executivo brasileiro prestou na sede do Ministério Público Federal em Sergipe em dezembro de 2016. 

Luisa Ortega Díaz afirmou na sexta-feira ao Estado em Genebra que o regime chavista desviou milhões de dólares para bancos de ao menos cinco países em três continentes diferentes. “(O dinheiro) foi para Suíça, Andorra, Espanha, Abu Dhabi e República Dominicana”, disse. Ela não deu detalhes de como o dinheiro teria ido a esses destinos e quem seria o dono. Aproveitando uma viagem para a Suíça para participar de reuniões na ONU, ela visitou o Ministério Público de Berna, um dos centros das investigações sobre a Odebrecht.

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Ortega disse na sede da ONU que decidiu divulgar as informações das quais dispunha sobre a corrupção em seu país depois de ameaças contra ela e seu marido. “O que eu tenho são evidências e as entreguei a diferentes procuradores-gerais”, disse ela, afastada depois de romper com o governo chavista. 

“Decidi começar a publicar parte dessas evidências. Eu ainda vou guardar muitas delas para ver quando publicar”, alertou. Ortega promete apresentar no domingo mais uma parte de suas revelações, por meio de suas redes sociais.

A Odebrecht alertou que a divulgação dos vídeos viola o sigilo das delações e considera tomar medidas contra a ex-procuradora. 

GENEBRA – A construtora brasileira Odebrecht financiou campanhas dos candidatos chavistas por uma década e, a cada ano, destinou ao menos US$ 3 milhões para bancar esses políticos. As informações fazem parte da delação premiada do ex-presidente da Odebrecht na Venezuela, Euzenando Azevedo, ao Ministério Público Federal, no Brasil no dia 15 de dezembro de 2016, e foram publicadas nas redes sociais neste sábado, 14, pela procuradora afastada Luisa Ortega Díaz. 

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Entre os políticos financiados pela empresa brasileira estavam alguns dos principais nomes do chavismo, entre eles Diosdado Cabello e Elías Jaua, quando ainda eram candidatos a governador. Sob o governo de Nicolás Maduro, Cabello chegou a ser vice-presidente. A lista de beneficiados ainda incluía Pablo Pérez e Gian Carlo Di Martino, no Estado de Zulia.

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De acordo com o executivo brasileiro, a chegada de Hugo Chávez ao poder colocou a Venezuela em uma constante campanha eleitoral. Segundo ele, em todos os anos, com exceção de 2009 e 2011, eleições foram realizadas, e em todas a Odebrecht bancou os nomes do governo.

“Contribuímos com muitas delas, especialmente nos Estados e municípios onde tínhamos presença em obras”, disse Azevedo. “Como Chávez era um ser político, a Venezuela viveu todos os anos, salvo em 2009 e 2011, eleições”, explicou. “Por nosso tamanho, éramos sempre procurados para contribuir para essas campanhas."

O brasileiro explicou que o objetivo da distribuição de dinheiro era “manter a fluidez nas relações em nível municipal e estadual”. Mesmo que esses governos não pudessem interferir nas obras, era com eles que questões como licenças ambientais e outros trâmites eram tratadas.

Na quinta-feira 12, Ortega usou suas redes sociais para publicar um vídeo no qual Azevedo também admitia ter financiado a campanha eleitoral de Maduro. Na gravação, o ex-presidente da Odebrecht na Venezuela afirma ter recebido um pedido de US$ 50 milhões por parte do chavista e aceitou pagar US$ 35 milhões. O trecho se refere às declarações que o executivo brasileiro prestou na sede do Ministério Público Federal em Sergipe em dezembro de 2016. 

Luisa Ortega Díaz afirmou na sexta-feira ao Estado em Genebra que o regime chavista desviou milhões de dólares para bancos de ao menos cinco países em três continentes diferentes. “(O dinheiro) foi para Suíça, Andorra, Espanha, Abu Dhabi e República Dominicana”, disse. Ela não deu detalhes de como o dinheiro teria ido a esses destinos e quem seria o dono. Aproveitando uma viagem para a Suíça para participar de reuniões na ONU, ela visitou o Ministério Público de Berna, um dos centros das investigações sobre a Odebrecht.

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Ortega disse na sede da ONU que decidiu divulgar as informações das quais dispunha sobre a corrupção em seu país depois de ameaças contra ela e seu marido. “O que eu tenho são evidências e as entreguei a diferentes procuradores-gerais”, disse ela, afastada depois de romper com o governo chavista. 

“Decidi começar a publicar parte dessas evidências. Eu ainda vou guardar muitas delas para ver quando publicar”, alertou. Ortega promete apresentar no domingo mais uma parte de suas revelações, por meio de suas redes sociais.

A Odebrecht alertou que a divulgação dos vídeos viola o sigilo das delações e considera tomar medidas contra a ex-procuradora. 

GENEBRA – A construtora brasileira Odebrecht financiou campanhas dos candidatos chavistas por uma década e, a cada ano, destinou ao menos US$ 3 milhões para bancar esses políticos. As informações fazem parte da delação premiada do ex-presidente da Odebrecht na Venezuela, Euzenando Azevedo, ao Ministério Público Federal, no Brasil no dia 15 de dezembro de 2016, e foram publicadas nas redes sociais neste sábado, 14, pela procuradora afastada Luisa Ortega Díaz. 

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Entre os políticos financiados pela empresa brasileira estavam alguns dos principais nomes do chavismo, entre eles Diosdado Cabello e Elías Jaua, quando ainda eram candidatos a governador. Sob o governo de Nicolás Maduro, Cabello chegou a ser vice-presidente. A lista de beneficiados ainda incluía Pablo Pérez e Gian Carlo Di Martino, no Estado de Zulia.

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De acordo com o executivo brasileiro, a chegada de Hugo Chávez ao poder colocou a Venezuela em uma constante campanha eleitoral. Segundo ele, em todos os anos, com exceção de 2009 e 2011, eleições foram realizadas, e em todas a Odebrecht bancou os nomes do governo.

“Contribuímos com muitas delas, especialmente nos Estados e municípios onde tínhamos presença em obras”, disse Azevedo. “Como Chávez era um ser político, a Venezuela viveu todos os anos, salvo em 2009 e 2011, eleições”, explicou. “Por nosso tamanho, éramos sempre procurados para contribuir para essas campanhas."

O brasileiro explicou que o objetivo da distribuição de dinheiro era “manter a fluidez nas relações em nível municipal e estadual”. Mesmo que esses governos não pudessem interferir nas obras, era com eles que questões como licenças ambientais e outros trâmites eram tratadas.

Na quinta-feira 12, Ortega usou suas redes sociais para publicar um vídeo no qual Azevedo também admitia ter financiado a campanha eleitoral de Maduro. Na gravação, o ex-presidente da Odebrecht na Venezuela afirma ter recebido um pedido de US$ 50 milhões por parte do chavista e aceitou pagar US$ 35 milhões. O trecho se refere às declarações que o executivo brasileiro prestou na sede do Ministério Público Federal em Sergipe em dezembro de 2016. 

Luisa Ortega Díaz afirmou na sexta-feira ao Estado em Genebra que o regime chavista desviou milhões de dólares para bancos de ao menos cinco países em três continentes diferentes. “(O dinheiro) foi para Suíça, Andorra, Espanha, Abu Dhabi e República Dominicana”, disse. Ela não deu detalhes de como o dinheiro teria ido a esses destinos e quem seria o dono. Aproveitando uma viagem para a Suíça para participar de reuniões na ONU, ela visitou o Ministério Público de Berna, um dos centros das investigações sobre a Odebrecht.

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Ortega disse na sede da ONU que decidiu divulgar as informações das quais dispunha sobre a corrupção em seu país depois de ameaças contra ela e seu marido. “O que eu tenho são evidências e as entreguei a diferentes procuradores-gerais”, disse ela, afastada depois de romper com o governo chavista. 

“Decidi começar a publicar parte dessas evidências. Eu ainda vou guardar muitas delas para ver quando publicar”, alertou. Ortega promete apresentar no domingo mais uma parte de suas revelações, por meio de suas redes sociais.

A Odebrecht alertou que a divulgação dos vídeos viola o sigilo das delações e considera tomar medidas contra a ex-procuradora. 

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