SÃO PAULO - O grupo brasileiro Odebrecht rebateu nesta quarta-feira as acusações da ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz de que teria participado de um esquema de pagamento de subornos a líderes chavistas, entre eles o número 2 do governo, Diosdado Cabello.
Em comunicado à imprensa, o grupo informa que "após realizar uma exaustiva busca em seus antigos sistemas e nos depoimentos de seus ex-integrantes que colaboram com a força-tarefa da Lava Jato, a Odebrecht afirma que não procede a acusação de ter pago US$ 100 milhões ao ex-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela Diosdado Cabello, e não fez nenhum pagamento neste valor, direta ou indiretamente, através de terceiros ou em seu nome, à empresa espanhola TSE Arietis, citada pela ex-procuradora da Venezuela".
A empresa nega ainda que "tenha recebido pagamentos por trabalhos não realizados e reafirma que o ritmo das obras em execução acompanha o cronograma de pagamentos dos clientes locais". "Nos 25 anos em que está presente na Venezuela, a Odebrecht concluiu projetos relevantes que se encontram em pleno funcionamento, atendendo a diversas comunidades do país", disse a nota.
Luisa Ortega, que rompeu com o governo chavista no final de março e abandonou a Venezuela no mês passado, afirma ter "todas as evidências, incluindo documentais", de que o presidente Nicolás Maduro e outros altos líderes do governo receberam subornos da Odebrecht. / AFP