ONG Memorial: documentando a repressão de Stalin a Putin; leia o perfil


Organização foi alvo da repressão do Kremlin e agora teve seu fechamento ordenado pela Suprema Corte russa

Por Redação

MOSCOU - A emblemática ONG Memorial documentou durante três décadas os expurgos da era stalinista e depois a repressão da Rússia contemporânea de Vladimir Putin, da qual acabou sendo vítima. 

A Suprema Corte russa ordenou nesta terça-feira, 28, a dissolução da Memorial por violar uma lei sobre "agentes estrangeiros", uma decisão que a ONG qualifica como política. 

A liquidação pode ser o golpe de misericórdia para a organização que se tornou um símbolo da democratização dos anos 1990 e o episódio final de um ano de 2021 marcado pela repressão do Kremlin contra seus críticos. 

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Apoiadores do Memorial Internacional carregam cartazes 'viveremos para sempre' do lado de fora da Suprema Corte russa, que decidiu fechar a ONG Foto: Natalia KOLESNIKOVA / AFP

Durante sua existência, a Memorial não parou de chamar a atenção das autoridades, ganhando a inimizade de muitas autoridades e sendo vítima das represálias que incluem até mesmo um assassinato. 

Fundada em 1989 por dissidentes soviéticos, incluindo o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Andrei Sakharov, a organização é respeitada por suas investigações rigorosas, dos crimes stalinistas a abusos na Chechênia.

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Em 2009, o Parlamento Europeu concedeu o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, em homenagem ao seu renomado cofundador. 

 

Em um de seus últimos trabalhos, em março, a ONG identificou e denunciou paramilitares da organização "Wagner" por crimes de guerra na Síria. Os críticos e os países ocidentais afirmam que este grupo atua em nome do Kremlin. 

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Paralelamente, a Memorial também elaborou uma lista de presos políticos aos quais ofereceu assistência, além de migrantes e pessoas de minorias sexuais.

 

Reconhecimento

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Foi especialmente seu trabalho na Chechênia, república russa no Cáucaso e cenário de duas guerras, que tornou a ONG conhecida no Ocidente, onde possui grande prestígio. 

Nos conflitos das décadas de 1990 e 2000, os colaboradores da Memorial documentaram abusos cometidos por soldados russos e seus reforços locais. "O poder sempre odiou isso", disse à France Press a historiadora Irina Shcherbakova, uma das fundadoras da organização. 

Em 2009, a diretora da ONG na Chechênia, Natalia Estemirova, foi sequestrada em plena luz do dia e baleada na cabeça em Grozny. Culpado por este assassinato, o líder autoritário checheno Ramzan Kadyrov acusou os membros da Memorial de serem "inimigos do povo". 

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Em 2018, a organização se retirou desta região devido à condenação de um diretor local em um caso de drogas que denunciam como armação.

Antes da fundação

Os fundadores afirmam que a Memorial iniciou suas atividades antes de sua criação oficial em 1989, com o objetivo de revelar os nomes e lembrar as milhões de vítimas esquecidas da repressão soviética. 

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Nas décadas de 1960 e 1970, militantes dissidentes começaram a coletar secretamente informações sobre esses crimes. Com a abertura promovida por Mikhail Gorbachev na reta final da URSS, eles passaram a atuar sem se esconder. "A Memorial é herdeira de um movimento e, depois, de uma organização que não parava de gritar em alto e bom som que seria muito perigoso se a memória da ditadura desaparecesse da consciência coletiva", resumiu Shcherbakova. 

Com a chegada de Putin ao poder em 2000, a tarefa se complicou porque o Kremlin passou a defender uma interpretação histórica que destaca o poder russo e minimiza os crimes soviéticos. 

Em 9 de dezembro, Putin criticou seu trabalho, argumentando que os colaboradores nazistas foram classificados pela Memorial como vítimas do stalinismo. A Memorial respondeu que foi um erro pontual, corrigido posteriormente em seu banco de dados de três milhões de nomes. / AFP

MOSCOU - A emblemática ONG Memorial documentou durante três décadas os expurgos da era stalinista e depois a repressão da Rússia contemporânea de Vladimir Putin, da qual acabou sendo vítima. 

A Suprema Corte russa ordenou nesta terça-feira, 28, a dissolução da Memorial por violar uma lei sobre "agentes estrangeiros", uma decisão que a ONG qualifica como política. 

A liquidação pode ser o golpe de misericórdia para a organização que se tornou um símbolo da democratização dos anos 1990 e o episódio final de um ano de 2021 marcado pela repressão do Kremlin contra seus críticos. 

Apoiadores do Memorial Internacional carregam cartazes 'viveremos para sempre' do lado de fora da Suprema Corte russa, que decidiu fechar a ONG Foto: Natalia KOLESNIKOVA / AFP

Durante sua existência, a Memorial não parou de chamar a atenção das autoridades, ganhando a inimizade de muitas autoridades e sendo vítima das represálias que incluem até mesmo um assassinato. 

Fundada em 1989 por dissidentes soviéticos, incluindo o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Andrei Sakharov, a organização é respeitada por suas investigações rigorosas, dos crimes stalinistas a abusos na Chechênia.

Em 2009, o Parlamento Europeu concedeu o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, em homenagem ao seu renomado cofundador. 

 

Em um de seus últimos trabalhos, em março, a ONG identificou e denunciou paramilitares da organização "Wagner" por crimes de guerra na Síria. Os críticos e os países ocidentais afirmam que este grupo atua em nome do Kremlin. 

Paralelamente, a Memorial também elaborou uma lista de presos políticos aos quais ofereceu assistência, além de migrantes e pessoas de minorias sexuais.

 

Reconhecimento

Foi especialmente seu trabalho na Chechênia, república russa no Cáucaso e cenário de duas guerras, que tornou a ONG conhecida no Ocidente, onde possui grande prestígio. 

Nos conflitos das décadas de 1990 e 2000, os colaboradores da Memorial documentaram abusos cometidos por soldados russos e seus reforços locais. "O poder sempre odiou isso", disse à France Press a historiadora Irina Shcherbakova, uma das fundadoras da organização. 

Em 2009, a diretora da ONG na Chechênia, Natalia Estemirova, foi sequestrada em plena luz do dia e baleada na cabeça em Grozny. Culpado por este assassinato, o líder autoritário checheno Ramzan Kadyrov acusou os membros da Memorial de serem "inimigos do povo". 

Em 2018, a organização se retirou desta região devido à condenação de um diretor local em um caso de drogas que denunciam como armação.

Antes da fundação

Os fundadores afirmam que a Memorial iniciou suas atividades antes de sua criação oficial em 1989, com o objetivo de revelar os nomes e lembrar as milhões de vítimas esquecidas da repressão soviética. 

Nas décadas de 1960 e 1970, militantes dissidentes começaram a coletar secretamente informações sobre esses crimes. Com a abertura promovida por Mikhail Gorbachev na reta final da URSS, eles passaram a atuar sem se esconder. "A Memorial é herdeira de um movimento e, depois, de uma organização que não parava de gritar em alto e bom som que seria muito perigoso se a memória da ditadura desaparecesse da consciência coletiva", resumiu Shcherbakova. 

Com a chegada de Putin ao poder em 2000, a tarefa se complicou porque o Kremlin passou a defender uma interpretação histórica que destaca o poder russo e minimiza os crimes soviéticos. 

Em 9 de dezembro, Putin criticou seu trabalho, argumentando que os colaboradores nazistas foram classificados pela Memorial como vítimas do stalinismo. A Memorial respondeu que foi um erro pontual, corrigido posteriormente em seu banco de dados de três milhões de nomes. / AFP

MOSCOU - A emblemática ONG Memorial documentou durante três décadas os expurgos da era stalinista e depois a repressão da Rússia contemporânea de Vladimir Putin, da qual acabou sendo vítima. 

A Suprema Corte russa ordenou nesta terça-feira, 28, a dissolução da Memorial por violar uma lei sobre "agentes estrangeiros", uma decisão que a ONG qualifica como política. 

A liquidação pode ser o golpe de misericórdia para a organização que se tornou um símbolo da democratização dos anos 1990 e o episódio final de um ano de 2021 marcado pela repressão do Kremlin contra seus críticos. 

Apoiadores do Memorial Internacional carregam cartazes 'viveremos para sempre' do lado de fora da Suprema Corte russa, que decidiu fechar a ONG Foto: Natalia KOLESNIKOVA / AFP

Durante sua existência, a Memorial não parou de chamar a atenção das autoridades, ganhando a inimizade de muitas autoridades e sendo vítima das represálias que incluem até mesmo um assassinato. 

Fundada em 1989 por dissidentes soviéticos, incluindo o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Andrei Sakharov, a organização é respeitada por suas investigações rigorosas, dos crimes stalinistas a abusos na Chechênia.

Em 2009, o Parlamento Europeu concedeu o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, em homenagem ao seu renomado cofundador. 

 

Em um de seus últimos trabalhos, em março, a ONG identificou e denunciou paramilitares da organização "Wagner" por crimes de guerra na Síria. Os críticos e os países ocidentais afirmam que este grupo atua em nome do Kremlin. 

Paralelamente, a Memorial também elaborou uma lista de presos políticos aos quais ofereceu assistência, além de migrantes e pessoas de minorias sexuais.

 

Reconhecimento

Foi especialmente seu trabalho na Chechênia, república russa no Cáucaso e cenário de duas guerras, que tornou a ONG conhecida no Ocidente, onde possui grande prestígio. 

Nos conflitos das décadas de 1990 e 2000, os colaboradores da Memorial documentaram abusos cometidos por soldados russos e seus reforços locais. "O poder sempre odiou isso", disse à France Press a historiadora Irina Shcherbakova, uma das fundadoras da organização. 

Em 2009, a diretora da ONG na Chechênia, Natalia Estemirova, foi sequestrada em plena luz do dia e baleada na cabeça em Grozny. Culpado por este assassinato, o líder autoritário checheno Ramzan Kadyrov acusou os membros da Memorial de serem "inimigos do povo". 

Em 2018, a organização se retirou desta região devido à condenação de um diretor local em um caso de drogas que denunciam como armação.

Antes da fundação

Os fundadores afirmam que a Memorial iniciou suas atividades antes de sua criação oficial em 1989, com o objetivo de revelar os nomes e lembrar as milhões de vítimas esquecidas da repressão soviética. 

Nas décadas de 1960 e 1970, militantes dissidentes começaram a coletar secretamente informações sobre esses crimes. Com a abertura promovida por Mikhail Gorbachev na reta final da URSS, eles passaram a atuar sem se esconder. "A Memorial é herdeira de um movimento e, depois, de uma organização que não parava de gritar em alto e bom som que seria muito perigoso se a memória da ditadura desaparecesse da consciência coletiva", resumiu Shcherbakova. 

Com a chegada de Putin ao poder em 2000, a tarefa se complicou porque o Kremlin passou a defender uma interpretação histórica que destaca o poder russo e minimiza os crimes soviéticos. 

Em 9 de dezembro, Putin criticou seu trabalho, argumentando que os colaboradores nazistas foram classificados pela Memorial como vítimas do stalinismo. A Memorial respondeu que foi um erro pontual, corrigido posteriormente em seu banco de dados de três milhões de nomes. / AFP

MOSCOU - A emblemática ONG Memorial documentou durante três décadas os expurgos da era stalinista e depois a repressão da Rússia contemporânea de Vladimir Putin, da qual acabou sendo vítima. 

A Suprema Corte russa ordenou nesta terça-feira, 28, a dissolução da Memorial por violar uma lei sobre "agentes estrangeiros", uma decisão que a ONG qualifica como política. 

A liquidação pode ser o golpe de misericórdia para a organização que se tornou um símbolo da democratização dos anos 1990 e o episódio final de um ano de 2021 marcado pela repressão do Kremlin contra seus críticos. 

Apoiadores do Memorial Internacional carregam cartazes 'viveremos para sempre' do lado de fora da Suprema Corte russa, que decidiu fechar a ONG Foto: Natalia KOLESNIKOVA / AFP

Durante sua existência, a Memorial não parou de chamar a atenção das autoridades, ganhando a inimizade de muitas autoridades e sendo vítima das represálias que incluem até mesmo um assassinato. 

Fundada em 1989 por dissidentes soviéticos, incluindo o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Andrei Sakharov, a organização é respeitada por suas investigações rigorosas, dos crimes stalinistas a abusos na Chechênia.

Em 2009, o Parlamento Europeu concedeu o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, em homenagem ao seu renomado cofundador. 

 

Em um de seus últimos trabalhos, em março, a ONG identificou e denunciou paramilitares da organização "Wagner" por crimes de guerra na Síria. Os críticos e os países ocidentais afirmam que este grupo atua em nome do Kremlin. 

Paralelamente, a Memorial também elaborou uma lista de presos políticos aos quais ofereceu assistência, além de migrantes e pessoas de minorias sexuais.

 

Reconhecimento

Foi especialmente seu trabalho na Chechênia, república russa no Cáucaso e cenário de duas guerras, que tornou a ONG conhecida no Ocidente, onde possui grande prestígio. 

Nos conflitos das décadas de 1990 e 2000, os colaboradores da Memorial documentaram abusos cometidos por soldados russos e seus reforços locais. "O poder sempre odiou isso", disse à France Press a historiadora Irina Shcherbakova, uma das fundadoras da organização. 

Em 2009, a diretora da ONG na Chechênia, Natalia Estemirova, foi sequestrada em plena luz do dia e baleada na cabeça em Grozny. Culpado por este assassinato, o líder autoritário checheno Ramzan Kadyrov acusou os membros da Memorial de serem "inimigos do povo". 

Em 2018, a organização se retirou desta região devido à condenação de um diretor local em um caso de drogas que denunciam como armação.

Antes da fundação

Os fundadores afirmam que a Memorial iniciou suas atividades antes de sua criação oficial em 1989, com o objetivo de revelar os nomes e lembrar as milhões de vítimas esquecidas da repressão soviética. 

Nas décadas de 1960 e 1970, militantes dissidentes começaram a coletar secretamente informações sobre esses crimes. Com a abertura promovida por Mikhail Gorbachev na reta final da URSS, eles passaram a atuar sem se esconder. "A Memorial é herdeira de um movimento e, depois, de uma organização que não parava de gritar em alto e bom som que seria muito perigoso se a memória da ditadura desaparecesse da consciência coletiva", resumiu Shcherbakova. 

Com a chegada de Putin ao poder em 2000, a tarefa se complicou porque o Kremlin passou a defender uma interpretação histórica que destaca o poder russo e minimiza os crimes soviéticos. 

Em 9 de dezembro, Putin criticou seu trabalho, argumentando que os colaboradores nazistas foram classificados pela Memorial como vítimas do stalinismo. A Memorial respondeu que foi um erro pontual, corrigido posteriormente em seu banco de dados de três milhões de nomes. / AFP

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