Os interesses dos EUA no conflito do Iraque


O governo americano quer esmagar o Isil para impedir que crie refúgio ao terrorismo global e evitar a guerra sectária

Por FRED KAPLAN e SLATE

Apesar da insistência dos Estados Unidos e de outros países, o premiê iraquiano, Nuri al-Maliki, não quer compartilhar o poder, os curdos não cedem um milímetro de sua independência e os sunitas preferem ficar ao lado dos protetores jihadistas assassinos do que confiar num governo xiita que rejeita suas demandas e persegue seus líderes. Esta semana, após uma reunião com o secretário de Estado americano, John Kerry, Maliki condenou as demandas para um novo governo mais inclusivo, afirmando que isso equivale a um "golpe", o que seria de fato. Maliki foi eleito pelo voto popular e embora seu partido não tenha conseguido reunir maioria suficiente no Parlamento, não há outro líder preparado para substituí-lo. Maliki sabe que os países mais ansiosos para vencer os jihadistas sunitas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês) não têm outra alternativa senão apoiá-lo. Ele também estaria se inspirando em Bashar Assad, cujos dias como presidente da Síria muitas pessoas pensavam que estavam terminados, mas ele se mantém. Mas essa ilusão é perigosa. As forças do Isil no Iraque seriam mais de 5 mil. Durante a ocupação americana, os estrategistas diziam ser necessário "limpar, controlar e construir" uma área. Em outras palavras, eram necessárias tropas suficientes para limpar uma área, expulsar bandidos, e depois partir para outra localidade, ao mesmo tempo deixando soldados para controlar o terreno. Os EUA tiveram dificuldade no cumprimento dessa missão com 100 mil soldados. O Isil não conseguirá com uma pequena fração daquele número. Seus insurgentes só conseguiram conquistar território porque os sunitas locais preferem os jihadistas ao governo xiita de Maliki. Eles podem não gostar da sharia ou de um Estado governado pelo Isil, mas consideram os jihadistas sua maior esperança de depor Maliki. Mas imagine se um novo governo iraquiano fosse formado e diversos líderes sunitas participassem dele e declarassem que ele passaria a atender todos os iraquianos e não apenas os xiitas, muitos sunitas que estão levantando a bandeira do Isil e aplicando suas leis poderão se afastar e se juntar à resistência em favor do governo. É por isso que um governo mais abrangente é crucial. É a única maneira de vencer o movimento jihadista. Apenas bombardear bases do Isil não é suficiente. Na verdade, a ação militar afastará ainda mais os sunitas e reforçará a ideia de que os EUA servem como força aérea de Maliki. Os defensores de uma ação militar americana preocupam-se de que se um Estado Islâmico no Iraque e no Levante sem controle poderá um dia lançar ataques terroristas contra os EUA e a Europa. Mas uma outra maneira de inspirar tais ataques é bombardear posições do movimento e ao mesmo tempo nada fazer para reformar a política iraquiana. Não significa que os EUA não devam agir, mas precisam reconhecer seus limites. A questão-chave é: quais são seus interesses? Neste aspecto, são esmagar ou refrear severamente o Isil para impedir que ele crie um refúgio para o terrorismo global e evitar que uma guerra sectária tome conta de todo o Oriente Médio. Os EUA têm muitos interesses em conflito no Oriente Médio e têm de escolher entre eles. Alguns chamam isto de cinismo, mas é assim que o mundo funciona. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO FRED KAPLAN É EDITOR

Apesar da insistência dos Estados Unidos e de outros países, o premiê iraquiano, Nuri al-Maliki, não quer compartilhar o poder, os curdos não cedem um milímetro de sua independência e os sunitas preferem ficar ao lado dos protetores jihadistas assassinos do que confiar num governo xiita que rejeita suas demandas e persegue seus líderes. Esta semana, após uma reunião com o secretário de Estado americano, John Kerry, Maliki condenou as demandas para um novo governo mais inclusivo, afirmando que isso equivale a um "golpe", o que seria de fato. Maliki foi eleito pelo voto popular e embora seu partido não tenha conseguido reunir maioria suficiente no Parlamento, não há outro líder preparado para substituí-lo. Maliki sabe que os países mais ansiosos para vencer os jihadistas sunitas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês) não têm outra alternativa senão apoiá-lo. Ele também estaria se inspirando em Bashar Assad, cujos dias como presidente da Síria muitas pessoas pensavam que estavam terminados, mas ele se mantém. Mas essa ilusão é perigosa. As forças do Isil no Iraque seriam mais de 5 mil. Durante a ocupação americana, os estrategistas diziam ser necessário "limpar, controlar e construir" uma área. Em outras palavras, eram necessárias tropas suficientes para limpar uma área, expulsar bandidos, e depois partir para outra localidade, ao mesmo tempo deixando soldados para controlar o terreno. Os EUA tiveram dificuldade no cumprimento dessa missão com 100 mil soldados. O Isil não conseguirá com uma pequena fração daquele número. Seus insurgentes só conseguiram conquistar território porque os sunitas locais preferem os jihadistas ao governo xiita de Maliki. Eles podem não gostar da sharia ou de um Estado governado pelo Isil, mas consideram os jihadistas sua maior esperança de depor Maliki. Mas imagine se um novo governo iraquiano fosse formado e diversos líderes sunitas participassem dele e declarassem que ele passaria a atender todos os iraquianos e não apenas os xiitas, muitos sunitas que estão levantando a bandeira do Isil e aplicando suas leis poderão se afastar e se juntar à resistência em favor do governo. É por isso que um governo mais abrangente é crucial. É a única maneira de vencer o movimento jihadista. Apenas bombardear bases do Isil não é suficiente. Na verdade, a ação militar afastará ainda mais os sunitas e reforçará a ideia de que os EUA servem como força aérea de Maliki. Os defensores de uma ação militar americana preocupam-se de que se um Estado Islâmico no Iraque e no Levante sem controle poderá um dia lançar ataques terroristas contra os EUA e a Europa. Mas uma outra maneira de inspirar tais ataques é bombardear posições do movimento e ao mesmo tempo nada fazer para reformar a política iraquiana. Não significa que os EUA não devam agir, mas precisam reconhecer seus limites. A questão-chave é: quais são seus interesses? Neste aspecto, são esmagar ou refrear severamente o Isil para impedir que ele crie um refúgio para o terrorismo global e evitar que uma guerra sectária tome conta de todo o Oriente Médio. Os EUA têm muitos interesses em conflito no Oriente Médio e têm de escolher entre eles. Alguns chamam isto de cinismo, mas é assim que o mundo funciona. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO FRED KAPLAN É EDITOR

Apesar da insistência dos Estados Unidos e de outros países, o premiê iraquiano, Nuri al-Maliki, não quer compartilhar o poder, os curdos não cedem um milímetro de sua independência e os sunitas preferem ficar ao lado dos protetores jihadistas assassinos do que confiar num governo xiita que rejeita suas demandas e persegue seus líderes. Esta semana, após uma reunião com o secretário de Estado americano, John Kerry, Maliki condenou as demandas para um novo governo mais inclusivo, afirmando que isso equivale a um "golpe", o que seria de fato. Maliki foi eleito pelo voto popular e embora seu partido não tenha conseguido reunir maioria suficiente no Parlamento, não há outro líder preparado para substituí-lo. Maliki sabe que os países mais ansiosos para vencer os jihadistas sunitas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês) não têm outra alternativa senão apoiá-lo. Ele também estaria se inspirando em Bashar Assad, cujos dias como presidente da Síria muitas pessoas pensavam que estavam terminados, mas ele se mantém. Mas essa ilusão é perigosa. As forças do Isil no Iraque seriam mais de 5 mil. Durante a ocupação americana, os estrategistas diziam ser necessário "limpar, controlar e construir" uma área. Em outras palavras, eram necessárias tropas suficientes para limpar uma área, expulsar bandidos, e depois partir para outra localidade, ao mesmo tempo deixando soldados para controlar o terreno. Os EUA tiveram dificuldade no cumprimento dessa missão com 100 mil soldados. O Isil não conseguirá com uma pequena fração daquele número. Seus insurgentes só conseguiram conquistar território porque os sunitas locais preferem os jihadistas ao governo xiita de Maliki. Eles podem não gostar da sharia ou de um Estado governado pelo Isil, mas consideram os jihadistas sua maior esperança de depor Maliki. Mas imagine se um novo governo iraquiano fosse formado e diversos líderes sunitas participassem dele e declarassem que ele passaria a atender todos os iraquianos e não apenas os xiitas, muitos sunitas que estão levantando a bandeira do Isil e aplicando suas leis poderão se afastar e se juntar à resistência em favor do governo. É por isso que um governo mais abrangente é crucial. É a única maneira de vencer o movimento jihadista. Apenas bombardear bases do Isil não é suficiente. Na verdade, a ação militar afastará ainda mais os sunitas e reforçará a ideia de que os EUA servem como força aérea de Maliki. Os defensores de uma ação militar americana preocupam-se de que se um Estado Islâmico no Iraque e no Levante sem controle poderá um dia lançar ataques terroristas contra os EUA e a Europa. Mas uma outra maneira de inspirar tais ataques é bombardear posições do movimento e ao mesmo tempo nada fazer para reformar a política iraquiana. Não significa que os EUA não devam agir, mas precisam reconhecer seus limites. A questão-chave é: quais são seus interesses? Neste aspecto, são esmagar ou refrear severamente o Isil para impedir que ele crie um refúgio para o terrorismo global e evitar que uma guerra sectária tome conta de todo o Oriente Médio. Os EUA têm muitos interesses em conflito no Oriente Médio e têm de escolher entre eles. Alguns chamam isto de cinismo, mas é assim que o mundo funciona. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO FRED KAPLAN É EDITOR

Apesar da insistência dos Estados Unidos e de outros países, o premiê iraquiano, Nuri al-Maliki, não quer compartilhar o poder, os curdos não cedem um milímetro de sua independência e os sunitas preferem ficar ao lado dos protetores jihadistas assassinos do que confiar num governo xiita que rejeita suas demandas e persegue seus líderes. Esta semana, após uma reunião com o secretário de Estado americano, John Kerry, Maliki condenou as demandas para um novo governo mais inclusivo, afirmando que isso equivale a um "golpe", o que seria de fato. Maliki foi eleito pelo voto popular e embora seu partido não tenha conseguido reunir maioria suficiente no Parlamento, não há outro líder preparado para substituí-lo. Maliki sabe que os países mais ansiosos para vencer os jihadistas sunitas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês) não têm outra alternativa senão apoiá-lo. Ele também estaria se inspirando em Bashar Assad, cujos dias como presidente da Síria muitas pessoas pensavam que estavam terminados, mas ele se mantém. Mas essa ilusão é perigosa. As forças do Isil no Iraque seriam mais de 5 mil. Durante a ocupação americana, os estrategistas diziam ser necessário "limpar, controlar e construir" uma área. Em outras palavras, eram necessárias tropas suficientes para limpar uma área, expulsar bandidos, e depois partir para outra localidade, ao mesmo tempo deixando soldados para controlar o terreno. Os EUA tiveram dificuldade no cumprimento dessa missão com 100 mil soldados. O Isil não conseguirá com uma pequena fração daquele número. Seus insurgentes só conseguiram conquistar território porque os sunitas locais preferem os jihadistas ao governo xiita de Maliki. Eles podem não gostar da sharia ou de um Estado governado pelo Isil, mas consideram os jihadistas sua maior esperança de depor Maliki. Mas imagine se um novo governo iraquiano fosse formado e diversos líderes sunitas participassem dele e declarassem que ele passaria a atender todos os iraquianos e não apenas os xiitas, muitos sunitas que estão levantando a bandeira do Isil e aplicando suas leis poderão se afastar e se juntar à resistência em favor do governo. É por isso que um governo mais abrangente é crucial. É a única maneira de vencer o movimento jihadista. Apenas bombardear bases do Isil não é suficiente. Na verdade, a ação militar afastará ainda mais os sunitas e reforçará a ideia de que os EUA servem como força aérea de Maliki. Os defensores de uma ação militar americana preocupam-se de que se um Estado Islâmico no Iraque e no Levante sem controle poderá um dia lançar ataques terroristas contra os EUA e a Europa. Mas uma outra maneira de inspirar tais ataques é bombardear posições do movimento e ao mesmo tempo nada fazer para reformar a política iraquiana. Não significa que os EUA não devam agir, mas precisam reconhecer seus limites. A questão-chave é: quais são seus interesses? Neste aspecto, são esmagar ou refrear severamente o Isil para impedir que ele crie um refúgio para o terrorismo global e evitar que uma guerra sectária tome conta de todo o Oriente Médio. Os EUA têm muitos interesses em conflito no Oriente Médio e têm de escolher entre eles. Alguns chamam isto de cinismo, mas é assim que o mundo funciona. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO FRED KAPLAN É EDITOR

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