Otan não se compromete com ação militar sem apoio da ONU


Por Agencia Estado

Os líderes dos 19 países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em seu primeiro dia de reunião na capital checa, Praga, emitiram hoje uma declaração expressando apoio aos esforços da ONU para desarmar o Iraque e exigindo que esse país cumpra "integral e imediatamente" as exigências da Resolução 1.441, do Conselho de Segurança. Embora a aliança atlântica tenha endossado a advertência do CS a Bagdá sobre "sérias conseqüências", caso o país fuja a suas obrigações, não se comprometeu com ações militares fora do âmbito da ONU. "Os aliados na Otan permanecem unidos em seu compromisso de tomar ações efetivas para assistir e apoiar os esforços da ONU para assegurar o cumprimento imediato e total pelo Iraque, sem condições ou restrições", diz o texto. Com essa declaração, a Otan pôs seu aparato logístico e diplomático à disposição da ONU. Altos funcionários de países membros participantes da cúpula salientaram que as forças americanas precisariam de muito pouca ajuda in loco de seus aliados da Otan na eventualidade de um ataque ao Iraque. O objetivo do presidente George W. Bush, na cúpula em Praga, era obter pelo menos o apoio moral, o que conseguiu. A Otan poderia ser útil no planejamento, comunicações e logística, além de participar posteriormente de uma força de paz e no esforço de reconstrução do Iraque. "A declaração é muito forte e enérgica", comentou a assessora de Segurança Nacional da Casa Branca, Condoleezza Rice, dizendo ainda que "superou as expectativas" dos EUA. Bush reuniu-se durante a cúpula com seu principal aliado, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e os dois voltaram a ameaçar o líder iraquiano, Saddam Hussein, com o uso da força, se não abandonar seu programa de armas de destruição em massa. O chanceler alemão, Joschka Fischer, reafirmou a decisão de seu país de não tomar parte num eventual ataque ao Iraque, mas ressalvou que o governo ainda irá considerar se autoriza os EUA a usarem o espaço aéreo alemão e as bases americanas no país. "Nossa posição é totalmente clara: não tomaremos parte em um ataque militar", frisou Fischer, acrescentando que tal guerra seria "uma catástrofe". No entanto, apesar desse compromisso, a Alemanha endossou a declaração da Otan. O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, encontrou-se em particular com Bush em Praga, em clima de aparente cordialidade. Schroeder criticou duramente a política americana para o Iraque durante a campanha para as eleições parlamentares alemãs de setembro e prometeu aos eleitores que não aderiria à guerra. Fischer confirmou que a Alemanha foi um dos 52 países consultados por Washington sobre a ajuda que poderia dar no caso de uma intervenção militar. Muitas nações, incluindo fortes aliados dos EUA, têm demonstrado cautela na resposta ao pedido americano de contribuição em dinheiro ou soldados. O governo australiano considerou que "ainda é muito cedo" para tratar do comprometimento de forças, o Japão informou não ter recebido nenhuma requisição de ajuda e a Coréia do Sul, base de 37 mil soldados americanos, informou nada ter decidido. Ação rápida Os 19 líderes da Otan decidiram também criar uma força de reação rápida para agir em situações de crise em qualquer ponto do planeta e convidaram sete países do Leste Europeu, antiga área de influência da ex-URSS, para integrar a aliança. Numa declaração conjunta, os dirigentes, liderados pelo presidente americano, George W. Bush, afirmam que a Otan deve "habilitar-se para intervir rapidamente com forças terrestres em regiões consideradas necessárias, incluindo cenários onde haja ameaças nucleares, biológicas e químicas". Essa medida seguiu-se a uma decisão histórica: a ratificação da expansão da Aliança Atlântica, com convites para integrá-la à Lituânia, Letônia, Estônia, Eslováquia, Eslovênia, Romênia e Bulgária. O plano é elevar o quadro associativo da Otan para 26 membros até 2004 - apesar da aberta oposição dos comandantes militares russos. O secretário-geral da Otan, George Robertson, classificou a expansão como "uma transformação que tornará a aliança mais forte e mais efetiva na parceria com seus amigos - embora os novos sócios não tenham quase nada para oferecer, além de um pequeno, pobre e antigo arsenal. A propósito, Bush advertiu todos os membros da Otan ? antigos e novos - para a necessidade de uma contribuição militar forte, o que, em muitos casos, representará significativo aumento dos gastos com a defesa. Ele ressaltou também que a admissão de novos membros não significa apenas um aumento da capacidade militar da Otan mas, sobretudo, "um novo alento ao espírito de uma grande aliança democrática". Na quarta-feira, Bush procurou tranqülizar o Kremlin, reiterando que o inimigo hoje da Otan "é o terrorismo internacional, não a Rússia". Quanto à crise iraquiana, os líderes da Otan se recusaram a dar um apoio explícito a uma intervenção militar dos Estados Unidos naquele país, reafirmando, ao contrário, seu respaldo a "efetiva atuação da ONU no desarmamento do regime iraquiano nos termos da resolução do Conselho de Segurança" - aprovada por unanimidade de seus membros no dia 8. Apesar da limitação, Bush manifestou satisfação pela decisão dos aliados e até mesmo conversou descontraídamente com o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, um opositor declarado de um ataque contra o Iraque. A pauta técnica do encontro obedece a ampla orientação do Pentágono, incluindo a força de ação rápida - uma dispendiosa idéia lançada em setembro pelo secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld. Justificando a criação das novas unidades militares, Bush disse: "Nunca uma defesa coletiva foi tão urgente como agora." A Força de Resposta da Otan (NRF) deverá reunir um efetivo de 20 mil homens fortemente equipados no ar, na terra e no mar, com mobilização e deslocamento rápidos (entre 7 e 30 dias) a qualquer região onde haja problemas. Essa força deverá estar apta para entrar em ação em 2006. A União Européia (UE) também criou uma Força de Reação Rápida (FRR) que atuará em conflitos regionais. "A força européia não vai competir em nenhuma hipótese com a NRF", assegurou Jacques Chirac, presidente da França - país que se desligou do setor militar da Otan em 1966, mantendo apenas vínculos políticos com a aliança. Os líderes da Otan justificaram a criação da nova unidade militar, argumentando que as populações dos países membros precisam ser protegidas da ameaça terrorista. Na reunião que se encerra amanhã decidiu-se também: - Racionalizar as estruturas de comando da instituição. - Reduzir o fosso militar existente entre as forças européias e as americanas em áreas estratégicas, de mísseis de precisão e neutralização de defesas aéreas inimigas. - Desenvolver projetos de mísseis defensivos, que poderiam juntar-se ao futuro escudo espacial americano.

Os líderes dos 19 países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em seu primeiro dia de reunião na capital checa, Praga, emitiram hoje uma declaração expressando apoio aos esforços da ONU para desarmar o Iraque e exigindo que esse país cumpra "integral e imediatamente" as exigências da Resolução 1.441, do Conselho de Segurança. Embora a aliança atlântica tenha endossado a advertência do CS a Bagdá sobre "sérias conseqüências", caso o país fuja a suas obrigações, não se comprometeu com ações militares fora do âmbito da ONU. "Os aliados na Otan permanecem unidos em seu compromisso de tomar ações efetivas para assistir e apoiar os esforços da ONU para assegurar o cumprimento imediato e total pelo Iraque, sem condições ou restrições", diz o texto. Com essa declaração, a Otan pôs seu aparato logístico e diplomático à disposição da ONU. Altos funcionários de países membros participantes da cúpula salientaram que as forças americanas precisariam de muito pouca ajuda in loco de seus aliados da Otan na eventualidade de um ataque ao Iraque. O objetivo do presidente George W. Bush, na cúpula em Praga, era obter pelo menos o apoio moral, o que conseguiu. A Otan poderia ser útil no planejamento, comunicações e logística, além de participar posteriormente de uma força de paz e no esforço de reconstrução do Iraque. "A declaração é muito forte e enérgica", comentou a assessora de Segurança Nacional da Casa Branca, Condoleezza Rice, dizendo ainda que "superou as expectativas" dos EUA. Bush reuniu-se durante a cúpula com seu principal aliado, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e os dois voltaram a ameaçar o líder iraquiano, Saddam Hussein, com o uso da força, se não abandonar seu programa de armas de destruição em massa. O chanceler alemão, Joschka Fischer, reafirmou a decisão de seu país de não tomar parte num eventual ataque ao Iraque, mas ressalvou que o governo ainda irá considerar se autoriza os EUA a usarem o espaço aéreo alemão e as bases americanas no país. "Nossa posição é totalmente clara: não tomaremos parte em um ataque militar", frisou Fischer, acrescentando que tal guerra seria "uma catástrofe". No entanto, apesar desse compromisso, a Alemanha endossou a declaração da Otan. O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, encontrou-se em particular com Bush em Praga, em clima de aparente cordialidade. Schroeder criticou duramente a política americana para o Iraque durante a campanha para as eleições parlamentares alemãs de setembro e prometeu aos eleitores que não aderiria à guerra. Fischer confirmou que a Alemanha foi um dos 52 países consultados por Washington sobre a ajuda que poderia dar no caso de uma intervenção militar. Muitas nações, incluindo fortes aliados dos EUA, têm demonstrado cautela na resposta ao pedido americano de contribuição em dinheiro ou soldados. O governo australiano considerou que "ainda é muito cedo" para tratar do comprometimento de forças, o Japão informou não ter recebido nenhuma requisição de ajuda e a Coréia do Sul, base de 37 mil soldados americanos, informou nada ter decidido. Ação rápida Os 19 líderes da Otan decidiram também criar uma força de reação rápida para agir em situações de crise em qualquer ponto do planeta e convidaram sete países do Leste Europeu, antiga área de influência da ex-URSS, para integrar a aliança. Numa declaração conjunta, os dirigentes, liderados pelo presidente americano, George W. Bush, afirmam que a Otan deve "habilitar-se para intervir rapidamente com forças terrestres em regiões consideradas necessárias, incluindo cenários onde haja ameaças nucleares, biológicas e químicas". Essa medida seguiu-se a uma decisão histórica: a ratificação da expansão da Aliança Atlântica, com convites para integrá-la à Lituânia, Letônia, Estônia, Eslováquia, Eslovênia, Romênia e Bulgária. O plano é elevar o quadro associativo da Otan para 26 membros até 2004 - apesar da aberta oposição dos comandantes militares russos. O secretário-geral da Otan, George Robertson, classificou a expansão como "uma transformação que tornará a aliança mais forte e mais efetiva na parceria com seus amigos - embora os novos sócios não tenham quase nada para oferecer, além de um pequeno, pobre e antigo arsenal. A propósito, Bush advertiu todos os membros da Otan ? antigos e novos - para a necessidade de uma contribuição militar forte, o que, em muitos casos, representará significativo aumento dos gastos com a defesa. Ele ressaltou também que a admissão de novos membros não significa apenas um aumento da capacidade militar da Otan mas, sobretudo, "um novo alento ao espírito de uma grande aliança democrática". Na quarta-feira, Bush procurou tranqülizar o Kremlin, reiterando que o inimigo hoje da Otan "é o terrorismo internacional, não a Rússia". Quanto à crise iraquiana, os líderes da Otan se recusaram a dar um apoio explícito a uma intervenção militar dos Estados Unidos naquele país, reafirmando, ao contrário, seu respaldo a "efetiva atuação da ONU no desarmamento do regime iraquiano nos termos da resolução do Conselho de Segurança" - aprovada por unanimidade de seus membros no dia 8. Apesar da limitação, Bush manifestou satisfação pela decisão dos aliados e até mesmo conversou descontraídamente com o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, um opositor declarado de um ataque contra o Iraque. A pauta técnica do encontro obedece a ampla orientação do Pentágono, incluindo a força de ação rápida - uma dispendiosa idéia lançada em setembro pelo secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld. Justificando a criação das novas unidades militares, Bush disse: "Nunca uma defesa coletiva foi tão urgente como agora." A Força de Resposta da Otan (NRF) deverá reunir um efetivo de 20 mil homens fortemente equipados no ar, na terra e no mar, com mobilização e deslocamento rápidos (entre 7 e 30 dias) a qualquer região onde haja problemas. Essa força deverá estar apta para entrar em ação em 2006. A União Européia (UE) também criou uma Força de Reação Rápida (FRR) que atuará em conflitos regionais. "A força européia não vai competir em nenhuma hipótese com a NRF", assegurou Jacques Chirac, presidente da França - país que se desligou do setor militar da Otan em 1966, mantendo apenas vínculos políticos com a aliança. Os líderes da Otan justificaram a criação da nova unidade militar, argumentando que as populações dos países membros precisam ser protegidas da ameaça terrorista. Na reunião que se encerra amanhã decidiu-se também: - Racionalizar as estruturas de comando da instituição. - Reduzir o fosso militar existente entre as forças européias e as americanas em áreas estratégicas, de mísseis de precisão e neutralização de defesas aéreas inimigas. - Desenvolver projetos de mísseis defensivos, que poderiam juntar-se ao futuro escudo espacial americano.

Os líderes dos 19 países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em seu primeiro dia de reunião na capital checa, Praga, emitiram hoje uma declaração expressando apoio aos esforços da ONU para desarmar o Iraque e exigindo que esse país cumpra "integral e imediatamente" as exigências da Resolução 1.441, do Conselho de Segurança. Embora a aliança atlântica tenha endossado a advertência do CS a Bagdá sobre "sérias conseqüências", caso o país fuja a suas obrigações, não se comprometeu com ações militares fora do âmbito da ONU. "Os aliados na Otan permanecem unidos em seu compromisso de tomar ações efetivas para assistir e apoiar os esforços da ONU para assegurar o cumprimento imediato e total pelo Iraque, sem condições ou restrições", diz o texto. Com essa declaração, a Otan pôs seu aparato logístico e diplomático à disposição da ONU. Altos funcionários de países membros participantes da cúpula salientaram que as forças americanas precisariam de muito pouca ajuda in loco de seus aliados da Otan na eventualidade de um ataque ao Iraque. O objetivo do presidente George W. Bush, na cúpula em Praga, era obter pelo menos o apoio moral, o que conseguiu. A Otan poderia ser útil no planejamento, comunicações e logística, além de participar posteriormente de uma força de paz e no esforço de reconstrução do Iraque. "A declaração é muito forte e enérgica", comentou a assessora de Segurança Nacional da Casa Branca, Condoleezza Rice, dizendo ainda que "superou as expectativas" dos EUA. Bush reuniu-se durante a cúpula com seu principal aliado, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e os dois voltaram a ameaçar o líder iraquiano, Saddam Hussein, com o uso da força, se não abandonar seu programa de armas de destruição em massa. O chanceler alemão, Joschka Fischer, reafirmou a decisão de seu país de não tomar parte num eventual ataque ao Iraque, mas ressalvou que o governo ainda irá considerar se autoriza os EUA a usarem o espaço aéreo alemão e as bases americanas no país. "Nossa posição é totalmente clara: não tomaremos parte em um ataque militar", frisou Fischer, acrescentando que tal guerra seria "uma catástrofe". No entanto, apesar desse compromisso, a Alemanha endossou a declaração da Otan. O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, encontrou-se em particular com Bush em Praga, em clima de aparente cordialidade. Schroeder criticou duramente a política americana para o Iraque durante a campanha para as eleições parlamentares alemãs de setembro e prometeu aos eleitores que não aderiria à guerra. Fischer confirmou que a Alemanha foi um dos 52 países consultados por Washington sobre a ajuda que poderia dar no caso de uma intervenção militar. Muitas nações, incluindo fortes aliados dos EUA, têm demonstrado cautela na resposta ao pedido americano de contribuição em dinheiro ou soldados. O governo australiano considerou que "ainda é muito cedo" para tratar do comprometimento de forças, o Japão informou não ter recebido nenhuma requisição de ajuda e a Coréia do Sul, base de 37 mil soldados americanos, informou nada ter decidido. Ação rápida Os 19 líderes da Otan decidiram também criar uma força de reação rápida para agir em situações de crise em qualquer ponto do planeta e convidaram sete países do Leste Europeu, antiga área de influência da ex-URSS, para integrar a aliança. Numa declaração conjunta, os dirigentes, liderados pelo presidente americano, George W. Bush, afirmam que a Otan deve "habilitar-se para intervir rapidamente com forças terrestres em regiões consideradas necessárias, incluindo cenários onde haja ameaças nucleares, biológicas e químicas". Essa medida seguiu-se a uma decisão histórica: a ratificação da expansão da Aliança Atlântica, com convites para integrá-la à Lituânia, Letônia, Estônia, Eslováquia, Eslovênia, Romênia e Bulgária. O plano é elevar o quadro associativo da Otan para 26 membros até 2004 - apesar da aberta oposição dos comandantes militares russos. O secretário-geral da Otan, George Robertson, classificou a expansão como "uma transformação que tornará a aliança mais forte e mais efetiva na parceria com seus amigos - embora os novos sócios não tenham quase nada para oferecer, além de um pequeno, pobre e antigo arsenal. A propósito, Bush advertiu todos os membros da Otan ? antigos e novos - para a necessidade de uma contribuição militar forte, o que, em muitos casos, representará significativo aumento dos gastos com a defesa. Ele ressaltou também que a admissão de novos membros não significa apenas um aumento da capacidade militar da Otan mas, sobretudo, "um novo alento ao espírito de uma grande aliança democrática". Na quarta-feira, Bush procurou tranqülizar o Kremlin, reiterando que o inimigo hoje da Otan "é o terrorismo internacional, não a Rússia". Quanto à crise iraquiana, os líderes da Otan se recusaram a dar um apoio explícito a uma intervenção militar dos Estados Unidos naquele país, reafirmando, ao contrário, seu respaldo a "efetiva atuação da ONU no desarmamento do regime iraquiano nos termos da resolução do Conselho de Segurança" - aprovada por unanimidade de seus membros no dia 8. Apesar da limitação, Bush manifestou satisfação pela decisão dos aliados e até mesmo conversou descontraídamente com o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, um opositor declarado de um ataque contra o Iraque. A pauta técnica do encontro obedece a ampla orientação do Pentágono, incluindo a força de ação rápida - uma dispendiosa idéia lançada em setembro pelo secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld. Justificando a criação das novas unidades militares, Bush disse: "Nunca uma defesa coletiva foi tão urgente como agora." A Força de Resposta da Otan (NRF) deverá reunir um efetivo de 20 mil homens fortemente equipados no ar, na terra e no mar, com mobilização e deslocamento rápidos (entre 7 e 30 dias) a qualquer região onde haja problemas. Essa força deverá estar apta para entrar em ação em 2006. A União Européia (UE) também criou uma Força de Reação Rápida (FRR) que atuará em conflitos regionais. "A força européia não vai competir em nenhuma hipótese com a NRF", assegurou Jacques Chirac, presidente da França - país que se desligou do setor militar da Otan em 1966, mantendo apenas vínculos políticos com a aliança. Os líderes da Otan justificaram a criação da nova unidade militar, argumentando que as populações dos países membros precisam ser protegidas da ameaça terrorista. Na reunião que se encerra amanhã decidiu-se também: - Racionalizar as estruturas de comando da instituição. - Reduzir o fosso militar existente entre as forças européias e as americanas em áreas estratégicas, de mísseis de precisão e neutralização de defesas aéreas inimigas. - Desenvolver projetos de mísseis defensivos, que poderiam juntar-se ao futuro escudo espacial americano.

Os líderes dos 19 países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em seu primeiro dia de reunião na capital checa, Praga, emitiram hoje uma declaração expressando apoio aos esforços da ONU para desarmar o Iraque e exigindo que esse país cumpra "integral e imediatamente" as exigências da Resolução 1.441, do Conselho de Segurança. Embora a aliança atlântica tenha endossado a advertência do CS a Bagdá sobre "sérias conseqüências", caso o país fuja a suas obrigações, não se comprometeu com ações militares fora do âmbito da ONU. "Os aliados na Otan permanecem unidos em seu compromisso de tomar ações efetivas para assistir e apoiar os esforços da ONU para assegurar o cumprimento imediato e total pelo Iraque, sem condições ou restrições", diz o texto. Com essa declaração, a Otan pôs seu aparato logístico e diplomático à disposição da ONU. Altos funcionários de países membros participantes da cúpula salientaram que as forças americanas precisariam de muito pouca ajuda in loco de seus aliados da Otan na eventualidade de um ataque ao Iraque. O objetivo do presidente George W. Bush, na cúpula em Praga, era obter pelo menos o apoio moral, o que conseguiu. A Otan poderia ser útil no planejamento, comunicações e logística, além de participar posteriormente de uma força de paz e no esforço de reconstrução do Iraque. "A declaração é muito forte e enérgica", comentou a assessora de Segurança Nacional da Casa Branca, Condoleezza Rice, dizendo ainda que "superou as expectativas" dos EUA. Bush reuniu-se durante a cúpula com seu principal aliado, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e os dois voltaram a ameaçar o líder iraquiano, Saddam Hussein, com o uso da força, se não abandonar seu programa de armas de destruição em massa. O chanceler alemão, Joschka Fischer, reafirmou a decisão de seu país de não tomar parte num eventual ataque ao Iraque, mas ressalvou que o governo ainda irá considerar se autoriza os EUA a usarem o espaço aéreo alemão e as bases americanas no país. "Nossa posição é totalmente clara: não tomaremos parte em um ataque militar", frisou Fischer, acrescentando que tal guerra seria "uma catástrofe". No entanto, apesar desse compromisso, a Alemanha endossou a declaração da Otan. O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, encontrou-se em particular com Bush em Praga, em clima de aparente cordialidade. Schroeder criticou duramente a política americana para o Iraque durante a campanha para as eleições parlamentares alemãs de setembro e prometeu aos eleitores que não aderiria à guerra. Fischer confirmou que a Alemanha foi um dos 52 países consultados por Washington sobre a ajuda que poderia dar no caso de uma intervenção militar. Muitas nações, incluindo fortes aliados dos EUA, têm demonstrado cautela na resposta ao pedido americano de contribuição em dinheiro ou soldados. O governo australiano considerou que "ainda é muito cedo" para tratar do comprometimento de forças, o Japão informou não ter recebido nenhuma requisição de ajuda e a Coréia do Sul, base de 37 mil soldados americanos, informou nada ter decidido. Ação rápida Os 19 líderes da Otan decidiram também criar uma força de reação rápida para agir em situações de crise em qualquer ponto do planeta e convidaram sete países do Leste Europeu, antiga área de influência da ex-URSS, para integrar a aliança. Numa declaração conjunta, os dirigentes, liderados pelo presidente americano, George W. Bush, afirmam que a Otan deve "habilitar-se para intervir rapidamente com forças terrestres em regiões consideradas necessárias, incluindo cenários onde haja ameaças nucleares, biológicas e químicas". Essa medida seguiu-se a uma decisão histórica: a ratificação da expansão da Aliança Atlântica, com convites para integrá-la à Lituânia, Letônia, Estônia, Eslováquia, Eslovênia, Romênia e Bulgária. O plano é elevar o quadro associativo da Otan para 26 membros até 2004 - apesar da aberta oposição dos comandantes militares russos. O secretário-geral da Otan, George Robertson, classificou a expansão como "uma transformação que tornará a aliança mais forte e mais efetiva na parceria com seus amigos - embora os novos sócios não tenham quase nada para oferecer, além de um pequeno, pobre e antigo arsenal. A propósito, Bush advertiu todos os membros da Otan ? antigos e novos - para a necessidade de uma contribuição militar forte, o que, em muitos casos, representará significativo aumento dos gastos com a defesa. Ele ressaltou também que a admissão de novos membros não significa apenas um aumento da capacidade militar da Otan mas, sobretudo, "um novo alento ao espírito de uma grande aliança democrática". Na quarta-feira, Bush procurou tranqülizar o Kremlin, reiterando que o inimigo hoje da Otan "é o terrorismo internacional, não a Rússia". Quanto à crise iraquiana, os líderes da Otan se recusaram a dar um apoio explícito a uma intervenção militar dos Estados Unidos naquele país, reafirmando, ao contrário, seu respaldo a "efetiva atuação da ONU no desarmamento do regime iraquiano nos termos da resolução do Conselho de Segurança" - aprovada por unanimidade de seus membros no dia 8. Apesar da limitação, Bush manifestou satisfação pela decisão dos aliados e até mesmo conversou descontraídamente com o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, um opositor declarado de um ataque contra o Iraque. A pauta técnica do encontro obedece a ampla orientação do Pentágono, incluindo a força de ação rápida - uma dispendiosa idéia lançada em setembro pelo secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld. Justificando a criação das novas unidades militares, Bush disse: "Nunca uma defesa coletiva foi tão urgente como agora." A Força de Resposta da Otan (NRF) deverá reunir um efetivo de 20 mil homens fortemente equipados no ar, na terra e no mar, com mobilização e deslocamento rápidos (entre 7 e 30 dias) a qualquer região onde haja problemas. Essa força deverá estar apta para entrar em ação em 2006. A União Européia (UE) também criou uma Força de Reação Rápida (FRR) que atuará em conflitos regionais. "A força européia não vai competir em nenhuma hipótese com a NRF", assegurou Jacques Chirac, presidente da França - país que se desligou do setor militar da Otan em 1966, mantendo apenas vínculos políticos com a aliança. Os líderes da Otan justificaram a criação da nova unidade militar, argumentando que as populações dos países membros precisam ser protegidas da ameaça terrorista. Na reunião que se encerra amanhã decidiu-se também: - Racionalizar as estruturas de comando da instituição. - Reduzir o fosso militar existente entre as forças européias e as americanas em áreas estratégicas, de mísseis de precisão e neutralização de defesas aéreas inimigas. - Desenvolver projetos de mísseis defensivos, que poderiam juntar-se ao futuro escudo espacial americano.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.