LONDRES - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou nesta terça-feira, 23, que a segurança de eventos públicos no país, entre eles atrações culturais e esportivos, será reforçada com a presença das Forças Armadas. Especialistas em segurança de grandes espetáculos dizem que depois dos atentados em Paris, em 2015, a filtragem do público aumentou, mas as filas provocadas pelos procedimentos de segurança e a imprevisibilidade dos terroristas dificultam o trabalho. “Os controles de segurança devem aumentar, mas não há soluções milagrosas”, diz o produtor de espetáculos Jean-Marc Dumontet. “Ao fazer um escrutínio do público na entrada, tornamos as filas um alvo potencial para um imbecil que decidiu se matar em nome de uma causa igualmente imbecil.”
Para autoridades policiais, o modo de operar dos terroristas também é um problema. “Em Manchester, o ataque ocorreu ao final do show. No Bataclan, durante”, lembrou o comandante de polícia da França, Michel Delpuech, após uma reunião com representantes de salas de cinema, produtores musicais e federações esportivas.
“A checagem deve aumentar, o efetivo de segurança e de apoio também, bem como o sistema de vigilância por vídeo”, afirma Daniel Colling, diretor da sala de espetáculos Zénith, de Paris. “Mas isso tudo deve aumentar os custos de produção e prejudicar, principalmente, produtores menores.”
Com o ataque a Manchester, esses procedimentos devem se tornar ainda mais sofisticados. Países como Estados Unidos, França, Japão e Cingapura estão considerando fortalecer a segurança antes de grandes shows e eventos esportivos.
O ministro francês do Interior, Gérard Collomb, anunciou que pediu reforço na segurança de eventos culturais e esportivos que ocorrerem no país.
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O Japão afirmou ter começado a juntar informação. “Nós fortalecemos nossa posição ao estabelecer uma unidade de coleta de informações dedicada ao terrorismo internacional”, disse a jornalistas o secretário-geral do gabinete japonês Yoshihide Suga. Em Cingapura, os organizadores de shows da cantora Britney Spears em junho afirmaram estar considerando novas medidas. Na Austrália, o governo local também estuda novas medidas. / AFP
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