CIDADE DO PANAMÁ - O Panamá concedeu asilo a dois magistrados venezuelanos designados pelo Parlamento ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Eles ingressaram na residência e missão diplomática do embaixador em Caracas para solicitar proteção no país centro-americano, informou nesta sexta-feira, 4, o Ministério de Relações Exteriores panamenho.
Em um comunicado, a chancelaria indicou que se trata do magistrado suplente e advogado da Procuradoria-Geral da Venezuela, Gustavo Sosa Izaguirre, e do magistrado suplente da Sala Político-administrativa do TSJ, Manuel Antonio Espinoza Melet, que solicitaram proteção perante a crise que assola o país.
"Outorgamos asilo aos juízes em solidariedade com o povo venezuelano neste momento em que urge o apoio da comunidade internacional", escreveu em sua conta no Twitter a vice-presidente e chanceler do Panamá, Isabel De Saint Malo.
Sosa, um dos solicitantes, denunciou "constantes ameaças e intimidações de funcionários do alto escalão do governo venezuelano e de militantes do partido governista" enquanto que Espinoza alegou uma "atroz perseguição" contra os juízes e suas famílias, segundo o decreto do Executivo panamenho publicado nesta sexta na Gazeta Oficial do país.
A anúncio da concessão do asilo aos magistrados foi feito no mesmo dia em que o governo de Nicolás Maduro instala na Venezuela a Assembleia Constituinte que reformará a Carta do país, uma iniciativa amplamente rejeitada pela oposição e por grande parte da comunidade internacional.
O Panamá também reiterou ao governo venezuelano o pedido para que "negocie uma saída política dentro da Constituição vigente da Venezuela" no mais "estrito respeito aos direitos humanos", segundo a chancelaria.
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O Chile é outro país ao qual os magistrados indicados pelo Parlamento ao TSJ tem recorrido para evitar a prisão na Venezuela. Na quinta-feira, o governo de Michelle Bachelet informou que um quinto juiz procurou sua representação em Caracas em busca de proteção.
Ao contrário do Panamá, no entanto, o país não informou até o momento sobre o recebimento ou a concessão de asilo para os juízes. / EFE e AFP