Papa critica escravidão na Amazônia


No Peru, Francisco denuncia exploração do trabalho, condena a violência contra as mulheres e defende o uso racional de recursos naturais

Por Redação
Atualização:

PUERTO MALDONADO, PERU - O papa Francisco denunciou nesta sexta-feira, 19, a “escravidão” na Amazônia, durante encontro com fiéis na cidade de Puerto Maldonado, no sudeste do Peru. Em sua fala, o pontífice criticou a violência contra as mulheres e as “profundas feridas” na floresta, afirmando que os povos da selva e o ecossistema local nunca estiveram tão ameaçados quanto agora.

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“Pensando nessas coisas, permitam que eu me detenha em um tema doloroso. Nos acostumamos a usar o termo tráfico de pessoas. Mas, na realidade, deveríamos falar de escravidão”, declarou o papa durante encontro em um centro desportivo com cerca de 4 mil indígenas. “Escravidão para o trabalho, escravidão sexual, escravidão para o lucro.” 

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O papa chegou na sexta-feira a Puerto Maldonado, no sudeste do país, onde se reunirá com 3,5 mil índios peruanos, brasileiros e bolivianos Foto: AFP PHOTO / Guillermo MUNOZ

Francisco afirmou ainda que “dói constatar como nesta terra, que está sob o amparo da Mãe de Deus, tantas mulheres são tão desvalorizadas, menosprezadas e expostas a uma infinidade de violências”. 

Sem fazer acusações específicas, o papa criticou o fato de algumas organizações internacionais pressionarem países com populações aborígines a realizar “políticas de esterilização”. “Eles continuam promovendo a esterilização das mulheres, certas vezes sem o conhecimento delas”, afirmou.

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O tema é considerado sensível no Peru, pois, durante o governo do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000), cerca de 300 mil esterilizações forçadas foram praticadas em mulheres peruanas, segundo funcionários da área da saúde. 

Apesar das denúncias registradas oficialmente por mais de 2 mil mulheres, em sua maioria indígenas e pobres, os casos nunca se tornaram processos judiciais, pois o Ministério Público encerrava as investigações alegando falta de provas.

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O brasileiro Hunikui Antonio Borges escuta um discurso durante um congresso indígena, em Puerto Maldonado, na região peruana de Madre de Dios, antes da chegada do papa Francisco. Foto: Rodrigo Abd / AP Foto:

“Não se pode considerar natural a violência contra as mulheres. Não é correto olhar para o outro lado e permitir que tantas mulheres, especialmente adolescentes, tenham sua dignidade pisoteada”, declarou Francisco – na região, no primeiro semestre de 2017, mais de cem casos de prostituição infantil foram registrados pelas autoridades peruanas.

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Meio ambiente

Na visita de desta sexta, o papa também falou sobre a questão ambiental. “Florestas, rios e vales são utilizados até o último recurso e depois deixados inférteis e imprestáveis. As pessoas também são tratadas com esta lógica: são usadas até a exaustão e depois abandonadas como imprestáveis”, declarou Francisco.

“Provavelmente, os povos amazônicos originais nunca estiveram tão ameaçados em seus territórios como estão agora. Vemos as profundas feridas que carregam a Amazônia e seus povos. Eu quis vir visitá-los e escutá-los para reafirmar uma opção sincera pela defesa da vida, defesa da terra e defesa das culturas.”

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Em Lima, as obras estão em ritmo acelerado para deixar tudo pronto para a visita do papa Francisco. O pontífice vai chegar ao país no dia 18 de janeiro, depois de visitar o Chile

Depois de chegar a Puerto Maldonado, na manhã de desta sexta, Francisco escutou as reclamações das comunidades locais, preocupadas com a exploração dos recursos naturais. O papa retornou a Lima durante a tarde. Neste sábado, o pontífice é esperado na cidade de Trujillo, onde rezará uma missa. / REUTERS, AFP, EFE e AP

PUERTO MALDONADO, PERU - O papa Francisco denunciou nesta sexta-feira, 19, a “escravidão” na Amazônia, durante encontro com fiéis na cidade de Puerto Maldonado, no sudeste do Peru. Em sua fala, o pontífice criticou a violência contra as mulheres e as “profundas feridas” na floresta, afirmando que os povos da selva e o ecossistema local nunca estiveram tão ameaçados quanto agora.

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“Pensando nessas coisas, permitam que eu me detenha em um tema doloroso. Nos acostumamos a usar o termo tráfico de pessoas. Mas, na realidade, deveríamos falar de escravidão”, declarou o papa durante encontro em um centro desportivo com cerca de 4 mil indígenas. “Escravidão para o trabalho, escravidão sexual, escravidão para o lucro.” 

O papa chegou na sexta-feira a Puerto Maldonado, no sudeste do país, onde se reunirá com 3,5 mil índios peruanos, brasileiros e bolivianos Foto: AFP PHOTO / Guillermo MUNOZ

Francisco afirmou ainda que “dói constatar como nesta terra, que está sob o amparo da Mãe de Deus, tantas mulheres são tão desvalorizadas, menosprezadas e expostas a uma infinidade de violências”. 

Sem fazer acusações específicas, o papa criticou o fato de algumas organizações internacionais pressionarem países com populações aborígines a realizar “políticas de esterilização”. “Eles continuam promovendo a esterilização das mulheres, certas vezes sem o conhecimento delas”, afirmou.

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Apesar das denúncias registradas oficialmente por mais de 2 mil mulheres, em sua maioria indígenas e pobres, os casos nunca se tornaram processos judiciais, pois o Ministério Público encerrava as investigações alegando falta de provas.

O brasileiro Hunikui Antonio Borges escuta um discurso durante um congresso indígena, em Puerto Maldonado, na região peruana de Madre de Dios, antes da chegada do papa Francisco. Foto: Rodrigo Abd / AP Foto:

“Não se pode considerar natural a violência contra as mulheres. Não é correto olhar para o outro lado e permitir que tantas mulheres, especialmente adolescentes, tenham sua dignidade pisoteada”, declarou Francisco – na região, no primeiro semestre de 2017, mais de cem casos de prostituição infantil foram registrados pelas autoridades peruanas.

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“Provavelmente, os povos amazônicos originais nunca estiveram tão ameaçados em seus territórios como estão agora. Vemos as profundas feridas que carregam a Amazônia e seus povos. Eu quis vir visitá-los e escutá-los para reafirmar uma opção sincera pela defesa da vida, defesa da terra e defesa das culturas.”

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Depois de chegar a Puerto Maldonado, na manhã de desta sexta, Francisco escutou as reclamações das comunidades locais, preocupadas com a exploração dos recursos naturais. O papa retornou a Lima durante a tarde. Neste sábado, o pontífice é esperado na cidade de Trujillo, onde rezará uma missa. / REUTERS, AFP, EFE e AP

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O papa chegou na sexta-feira a Puerto Maldonado, no sudeste do país, onde se reunirá com 3,5 mil índios peruanos, brasileiros e bolivianos Foto: AFP PHOTO / Guillermo MUNOZ

Francisco afirmou ainda que “dói constatar como nesta terra, que está sob o amparo da Mãe de Deus, tantas mulheres são tão desvalorizadas, menosprezadas e expostas a uma infinidade de violências”. 

Sem fazer acusações específicas, o papa criticou o fato de algumas organizações internacionais pressionarem países com populações aborígines a realizar “políticas de esterilização”. “Eles continuam promovendo a esterilização das mulheres, certas vezes sem o conhecimento delas”, afirmou.

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Apesar das denúncias registradas oficialmente por mais de 2 mil mulheres, em sua maioria indígenas e pobres, os casos nunca se tornaram processos judiciais, pois o Ministério Público encerrava as investigações alegando falta de provas.

O brasileiro Hunikui Antonio Borges escuta um discurso durante um congresso indígena, em Puerto Maldonado, na região peruana de Madre de Dios, antes da chegada do papa Francisco. Foto: Rodrigo Abd / AP Foto:

“Não se pode considerar natural a violência contra as mulheres. Não é correto olhar para o outro lado e permitir que tantas mulheres, especialmente adolescentes, tenham sua dignidade pisoteada”, declarou Francisco – na região, no primeiro semestre de 2017, mais de cem casos de prostituição infantil foram registrados pelas autoridades peruanas.

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“Provavelmente, os povos amazônicos originais nunca estiveram tão ameaçados em seus territórios como estão agora. Vemos as profundas feridas que carregam a Amazônia e seus povos. Eu quis vir visitá-los e escutá-los para reafirmar uma opção sincera pela defesa da vida, defesa da terra e defesa das culturas.”

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Depois de chegar a Puerto Maldonado, na manhã de desta sexta, Francisco escutou as reclamações das comunidades locais, preocupadas com a exploração dos recursos naturais. O papa retornou a Lima durante a tarde. Neste sábado, o pontífice é esperado na cidade de Trujillo, onde rezará uma missa. / REUTERS, AFP, EFE e AP

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“Provavelmente, os povos amazônicos originais nunca estiveram tão ameaçados em seus territórios como estão agora. Vemos as profundas feridas que carregam a Amazônia e seus povos. Eu quis vir visitá-los e escutá-los para reafirmar uma opção sincera pela defesa da vida, defesa da terra e defesa das culturas.”

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Depois de chegar a Puerto Maldonado, na manhã de desta sexta, Francisco escutou as reclamações das comunidades locais, preocupadas com a exploração dos recursos naturais. O papa retornou a Lima durante a tarde. Neste sábado, o pontífice é esperado na cidade de Trujillo, onde rezará uma missa. / REUTERS, AFP, EFE e AP

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