Perto de datas ''sensíveis'', China aumenta repressão


Pequim reforça controle na internet e imprensa para evitar críticas

Por Cláudia Trevisan e PEQUIM

Ao mesmo tempo em que ganha projeção internacional graças à crise econômica que afeta em cheio os países desenvolvidos, o governo da China aumenta a repressão dentro de suas fronteiras, na tentativa de evitar contestações ao poder do Partido Comunista em um ano que será marcado por uma sucessão de aniversários "sensíveis" aos olhos de Pequim. O recrudescimento da segurança é visível em várias áreas, como internet, religião e imprensa, e implica a redução do espaço de ação dos críticos do regime e a elevação do controle sobre as informações às quais a população tem acesso. No dia 30 de março, o governo divulgou regras que exigem a aprovação prévia de todos os vídeos veiculados na internet, o que foi recebido com perplexidade pelos milhões de jovens, que assistem online a uma infinidade de filmes que não ganharam sinal verde dos censores. Também aumentaram os casos de prisão de dissidentes e de blogs tirados do ar. O YouTube foi bloqueado na segunda-feira passada, após mostrar um vídeo de monges tibetanos agredidos por policiais, e continuava inacessível no fim de semana. "É evidente que a repressão aumentou e a situação é pior que na véspera das Olimpíadas, no ano passado, porque naquela época havia mais pressão do restante do mundo", disse ao Estado o advogado da área de direitos humanos Li Fangping. Na quinta-feira, o Vaticano protestou contra a prisão de um bispo ligado à Igreja Católica "clandestina" - seguir o papa é ilegal na China - e afirmou que Pequim está criando "obstáculos" para o diálogo. Existe no país uma Igreja Católica "patriótica", que ordena seus próprios pregadores e não tem vínculo com o Vaticano. Autoridades de Pequim estão preocupadas com a proximidade do dia 4 de junho, que marcará o aniversário de 20 anos do protesto de estudantes na praça da Paz Celestial, até hoje a mais contundente ameaça ao poder do Partido Comunista desde a Revolução de 1949. No mês de julho se completarão dez anos do banimento da seita falun gong, que chegou a ter 70 milhões de seguidores em meados dos anos 90. Os 60 anos da chegada dos comunistas ao poder serão celebrados no dia 1º de outubro, com uma parada militar grandiosa e um espetáculo dirigido por Zhang Yimou, o cineasta responsável pelo show de abertura da Olimpíada. A última coisa que o governo quer ver são questionamentos à sua autoridade em meio às celebrações. "O governo chinês está determinado a assegurar que esses aniversários sensíveis não afetem a fachada de harmonia e estabilidade social que ele quer projetar", disse Phelim Kine, pesquisador da Human Rights Watch em Hong Kong. Segundo Kine, a entidade esperava a reversão das medidas extraordinárias de segurança adotadas por Pequim no ano passado em razão da Olimpíada, mas isso não ocorreu. "Instalou-se uma situação de permanente controle", destacou. O desemprego de milhões de pessoas em razão da desaceleração do ritmo de expansão do país é outro fator que tira o sono das autoridades. O crescimento econômico se transformou nas últimas três décadas na principal fonte de legitimidade do Partido Comunista, que teme o aumento da instabilidade social decorrente da redução de postos de trabalho. O analista político Willy Lam afirma que Pequim mobiliza seu aparato de segurança para enfrentar o que ele classifica de "desafios sem precedentes" neste ano. Em texto publicado na China Brief, Lam observou que os líderes chineses estão destinando mais recursos para monitorar a atividade de dissidentes e intelectuais, "inclusive dos baseados nos EUA".

Ao mesmo tempo em que ganha projeção internacional graças à crise econômica que afeta em cheio os países desenvolvidos, o governo da China aumenta a repressão dentro de suas fronteiras, na tentativa de evitar contestações ao poder do Partido Comunista em um ano que será marcado por uma sucessão de aniversários "sensíveis" aos olhos de Pequim. O recrudescimento da segurança é visível em várias áreas, como internet, religião e imprensa, e implica a redução do espaço de ação dos críticos do regime e a elevação do controle sobre as informações às quais a população tem acesso. No dia 30 de março, o governo divulgou regras que exigem a aprovação prévia de todos os vídeos veiculados na internet, o que foi recebido com perplexidade pelos milhões de jovens, que assistem online a uma infinidade de filmes que não ganharam sinal verde dos censores. Também aumentaram os casos de prisão de dissidentes e de blogs tirados do ar. O YouTube foi bloqueado na segunda-feira passada, após mostrar um vídeo de monges tibetanos agredidos por policiais, e continuava inacessível no fim de semana. "É evidente que a repressão aumentou e a situação é pior que na véspera das Olimpíadas, no ano passado, porque naquela época havia mais pressão do restante do mundo", disse ao Estado o advogado da área de direitos humanos Li Fangping. Na quinta-feira, o Vaticano protestou contra a prisão de um bispo ligado à Igreja Católica "clandestina" - seguir o papa é ilegal na China - e afirmou que Pequim está criando "obstáculos" para o diálogo. Existe no país uma Igreja Católica "patriótica", que ordena seus próprios pregadores e não tem vínculo com o Vaticano. Autoridades de Pequim estão preocupadas com a proximidade do dia 4 de junho, que marcará o aniversário de 20 anos do protesto de estudantes na praça da Paz Celestial, até hoje a mais contundente ameaça ao poder do Partido Comunista desde a Revolução de 1949. No mês de julho se completarão dez anos do banimento da seita falun gong, que chegou a ter 70 milhões de seguidores em meados dos anos 90. Os 60 anos da chegada dos comunistas ao poder serão celebrados no dia 1º de outubro, com uma parada militar grandiosa e um espetáculo dirigido por Zhang Yimou, o cineasta responsável pelo show de abertura da Olimpíada. A última coisa que o governo quer ver são questionamentos à sua autoridade em meio às celebrações. "O governo chinês está determinado a assegurar que esses aniversários sensíveis não afetem a fachada de harmonia e estabilidade social que ele quer projetar", disse Phelim Kine, pesquisador da Human Rights Watch em Hong Kong. Segundo Kine, a entidade esperava a reversão das medidas extraordinárias de segurança adotadas por Pequim no ano passado em razão da Olimpíada, mas isso não ocorreu. "Instalou-se uma situação de permanente controle", destacou. O desemprego de milhões de pessoas em razão da desaceleração do ritmo de expansão do país é outro fator que tira o sono das autoridades. O crescimento econômico se transformou nas últimas três décadas na principal fonte de legitimidade do Partido Comunista, que teme o aumento da instabilidade social decorrente da redução de postos de trabalho. O analista político Willy Lam afirma que Pequim mobiliza seu aparato de segurança para enfrentar o que ele classifica de "desafios sem precedentes" neste ano. Em texto publicado na China Brief, Lam observou que os líderes chineses estão destinando mais recursos para monitorar a atividade de dissidentes e intelectuais, "inclusive dos baseados nos EUA".

Ao mesmo tempo em que ganha projeção internacional graças à crise econômica que afeta em cheio os países desenvolvidos, o governo da China aumenta a repressão dentro de suas fronteiras, na tentativa de evitar contestações ao poder do Partido Comunista em um ano que será marcado por uma sucessão de aniversários "sensíveis" aos olhos de Pequim. O recrudescimento da segurança é visível em várias áreas, como internet, religião e imprensa, e implica a redução do espaço de ação dos críticos do regime e a elevação do controle sobre as informações às quais a população tem acesso. No dia 30 de março, o governo divulgou regras que exigem a aprovação prévia de todos os vídeos veiculados na internet, o que foi recebido com perplexidade pelos milhões de jovens, que assistem online a uma infinidade de filmes que não ganharam sinal verde dos censores. Também aumentaram os casos de prisão de dissidentes e de blogs tirados do ar. O YouTube foi bloqueado na segunda-feira passada, após mostrar um vídeo de monges tibetanos agredidos por policiais, e continuava inacessível no fim de semana. "É evidente que a repressão aumentou e a situação é pior que na véspera das Olimpíadas, no ano passado, porque naquela época havia mais pressão do restante do mundo", disse ao Estado o advogado da área de direitos humanos Li Fangping. Na quinta-feira, o Vaticano protestou contra a prisão de um bispo ligado à Igreja Católica "clandestina" - seguir o papa é ilegal na China - e afirmou que Pequim está criando "obstáculos" para o diálogo. Existe no país uma Igreja Católica "patriótica", que ordena seus próprios pregadores e não tem vínculo com o Vaticano. Autoridades de Pequim estão preocupadas com a proximidade do dia 4 de junho, que marcará o aniversário de 20 anos do protesto de estudantes na praça da Paz Celestial, até hoje a mais contundente ameaça ao poder do Partido Comunista desde a Revolução de 1949. No mês de julho se completarão dez anos do banimento da seita falun gong, que chegou a ter 70 milhões de seguidores em meados dos anos 90. Os 60 anos da chegada dos comunistas ao poder serão celebrados no dia 1º de outubro, com uma parada militar grandiosa e um espetáculo dirigido por Zhang Yimou, o cineasta responsável pelo show de abertura da Olimpíada. A última coisa que o governo quer ver são questionamentos à sua autoridade em meio às celebrações. "O governo chinês está determinado a assegurar que esses aniversários sensíveis não afetem a fachada de harmonia e estabilidade social que ele quer projetar", disse Phelim Kine, pesquisador da Human Rights Watch em Hong Kong. Segundo Kine, a entidade esperava a reversão das medidas extraordinárias de segurança adotadas por Pequim no ano passado em razão da Olimpíada, mas isso não ocorreu. "Instalou-se uma situação de permanente controle", destacou. O desemprego de milhões de pessoas em razão da desaceleração do ritmo de expansão do país é outro fator que tira o sono das autoridades. O crescimento econômico se transformou nas últimas três décadas na principal fonte de legitimidade do Partido Comunista, que teme o aumento da instabilidade social decorrente da redução de postos de trabalho. O analista político Willy Lam afirma que Pequim mobiliza seu aparato de segurança para enfrentar o que ele classifica de "desafios sem precedentes" neste ano. Em texto publicado na China Brief, Lam observou que os líderes chineses estão destinando mais recursos para monitorar a atividade de dissidentes e intelectuais, "inclusive dos baseados nos EUA".

Ao mesmo tempo em que ganha projeção internacional graças à crise econômica que afeta em cheio os países desenvolvidos, o governo da China aumenta a repressão dentro de suas fronteiras, na tentativa de evitar contestações ao poder do Partido Comunista em um ano que será marcado por uma sucessão de aniversários "sensíveis" aos olhos de Pequim. O recrudescimento da segurança é visível em várias áreas, como internet, religião e imprensa, e implica a redução do espaço de ação dos críticos do regime e a elevação do controle sobre as informações às quais a população tem acesso. No dia 30 de março, o governo divulgou regras que exigem a aprovação prévia de todos os vídeos veiculados na internet, o que foi recebido com perplexidade pelos milhões de jovens, que assistem online a uma infinidade de filmes que não ganharam sinal verde dos censores. Também aumentaram os casos de prisão de dissidentes e de blogs tirados do ar. O YouTube foi bloqueado na segunda-feira passada, após mostrar um vídeo de monges tibetanos agredidos por policiais, e continuava inacessível no fim de semana. "É evidente que a repressão aumentou e a situação é pior que na véspera das Olimpíadas, no ano passado, porque naquela época havia mais pressão do restante do mundo", disse ao Estado o advogado da área de direitos humanos Li Fangping. Na quinta-feira, o Vaticano protestou contra a prisão de um bispo ligado à Igreja Católica "clandestina" - seguir o papa é ilegal na China - e afirmou que Pequim está criando "obstáculos" para o diálogo. Existe no país uma Igreja Católica "patriótica", que ordena seus próprios pregadores e não tem vínculo com o Vaticano. Autoridades de Pequim estão preocupadas com a proximidade do dia 4 de junho, que marcará o aniversário de 20 anos do protesto de estudantes na praça da Paz Celestial, até hoje a mais contundente ameaça ao poder do Partido Comunista desde a Revolução de 1949. No mês de julho se completarão dez anos do banimento da seita falun gong, que chegou a ter 70 milhões de seguidores em meados dos anos 90. Os 60 anos da chegada dos comunistas ao poder serão celebrados no dia 1º de outubro, com uma parada militar grandiosa e um espetáculo dirigido por Zhang Yimou, o cineasta responsável pelo show de abertura da Olimpíada. A última coisa que o governo quer ver são questionamentos à sua autoridade em meio às celebrações. "O governo chinês está determinado a assegurar que esses aniversários sensíveis não afetem a fachada de harmonia e estabilidade social que ele quer projetar", disse Phelim Kine, pesquisador da Human Rights Watch em Hong Kong. Segundo Kine, a entidade esperava a reversão das medidas extraordinárias de segurança adotadas por Pequim no ano passado em razão da Olimpíada, mas isso não ocorreu. "Instalou-se uma situação de permanente controle", destacou. O desemprego de milhões de pessoas em razão da desaceleração do ritmo de expansão do país é outro fator que tira o sono das autoridades. O crescimento econômico se transformou nas últimas três décadas na principal fonte de legitimidade do Partido Comunista, que teme o aumento da instabilidade social decorrente da redução de postos de trabalho. O analista político Willy Lam afirma que Pequim mobiliza seu aparato de segurança para enfrentar o que ele classifica de "desafios sem precedentes" neste ano. Em texto publicado na China Brief, Lam observou que os líderes chineses estão destinando mais recursos para monitorar a atividade de dissidentes e intelectuais, "inclusive dos baseados nos EUA".

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