Os chanceleres das quatro principais potências nucleares ocidentais - EUA, Grã-Bretanha, França e Alemanha foram para Genebra nesta sexta-feira, 8, em meio à expectativa de um acordo sobre o controvertido programa nuclear do Irã. A decisão dos diplomatas de ir à Suíça foi tomada após o primeiro dia de negociações entre o grupo dos seis, que reúne ainda a Rússia e a China, e o Irã, considerado proveitoso por ambos os lados.
O objetivo da participação dos chanceleres na reunião é ajudar a diminuir as controvérsias que ainda impedem um acordo de ser selado, segundo um diplomata americano.
"Esse é um processo complexo", disse a fonte americana."Como membro do P5+1, ele está comprometido a fazer qualquer coisa que puder para ajudar a reduzir essas diferenças."
Ainda de acordo com a fonte, Kerry decidiu interromper uma visita ao Oriente Médio para participar das negociações com o Irã a convite da chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton.
Entre os europeus, no entanto, a expectativa é de otimismo. "Estamos progredindo", disse Michael Man, porta-voz da chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, anfitriã do encontro.
s chanceleres da Rússia e da China, países mais próximos do Irã, não viajaram para a Suíça. Apesar disso, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, disse que as seis potências e o Irã podem chegar a um acordo sobre um "mapa" para encerrar as disputas a respeito do programa nuclear iraniano.
Ele declarou ainda que não deseja prejulgar o resultado das negociações, mas afirmou que o Irã deve ter direito a manter um programa nuclear pacífico sob a fiscalização da Agência Internacional de Energia Atômica.
Numa entrevista concedida à emissora norte-americana CNN, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, afirmou que já é possível começar a redigir um esboço do acordo sobre o programa nuclear de seu país de modo a sanar as preocupações de todos os envolvidos nas negociações.
Em Israel, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu criticou um possível acordo. "É o acordo do século para o Irã e um acordo ruim para a comunidade internacional", declarou.
O líder israelense acredita que Teerã pretende ganhar tempo e desenvolver armas nucleares, algo que o governo persa nega. Netayahu já disse estar disposto a atacar o país de maneira unilateral para destruir o projeto atômico iraniano. / AP e REUTERS
reference