'Precisamos de apoio externo para nos armar', diz opositor sírio


Representante na Turquia da oposição, médico culpa inércia internacional pela dificuldade em lutar contra forças de Assad

Por Lourival Sant'Anna e ISTAMBUL

ISTAMBUL - Se o Exército Livre da Síria (ELS) não receber ajuda internacional para se organizar e se armar, o conflito no país corre o risco de degenerar, com a entrada em cena de grupos estrangeiros sem um comando único. A advertência é do médico Khaled Khoja, representante do Conselho Nacional Sírio (CNS) perante o governo turco.

 

Ao Estado, Khoja reconheceu a frustração com a falta de ajuda aos combatentes rebeldes. O médico, de 46 anos, migrou da Síria para a Turquia aos 17 anos, depois de ficar na prisão 2 anos. Seu pai era membro do Sindicato dos Médicos de Damasco, que apoiou a rebelião de Hama em 1982. Ele pede ao Brasil que "ajude o povo sírio a conquistar sua liberdade".

continua após a publicidade

 

Estado: Como o senhor vê as críticas das três pessoas que deixaram o CNS, acusando-o de inércia enquanto sírios são massacrados?

 

continua após a publicidade

Khaled Khoja: Há muitas críticas de oposicionistas e figuras políticas dentro da Síria porque o CNS não conseguiu dar nenhum passo positivo para ajudar o ELS. Esses oposicionistas e também desertores do Exército não entendem que não depende da vontade do CNS, mas do consenso da comunidade internacional. Ninguém pode armar o ELS sem uma decisão do Conselho de Segurança da ONU ou das potências. E a realidade é que, ao longo de 40 anos, fazer política foi proibido na Síria. Somos novos na política. O CNS foi fundado há cinco meses e reúne um espectro político muito amplo, da esquerda à direita, e diversos grupos étnicos. Não se pode esperar que ele chegue a decisões muito certeiras no meio de um conflito. A própria divisão na comunidade internacional coloca o CNS em uma situação muito difícil. E não temos experiência com política.

 

Estado: Como superar essa incerteza?

continua após a publicidade

 

Khaled Khoja: Existem duas dinâmicas: a interna e a externa. Externamente, a comunidade internacional não chega a um entendimento sobre apoiar ou não o ELS. Não acho que o presidente Barack Obama vá intervir na Síria antes da eleição presidencial americana (6 de novembro). O presidente francês, Nicolas Sarkozy, também disputa sua reeleição (22 de abril). Os EUA e a França são líderes importantes da comunidade internacional. Então, temos de esperar. A China e a Rússia ainda apoiam o regime sírio e o Irã é parte do problema. Precisamos resolver com eles antes de lidar com Bashar Assad. Essa situação tem um impacto negativo sobre os sírios, sobre a dinâmica interna. Há muitos desertores do Exército e um número muito pequeno de dissidentes do governo. O regime ainda tem o apoio do Exército, das instituições e dos empresários. Esperamos chegar a um ponto em que ele se decomponha por dentro.

 

continua após a publicidade

Estado: Por que isso ainda não ocorreu?

 

Khaled Khoja: Porque o aparato de segurança é muito poderoso. As pessoas temem por suas vidas. Não haverá deserções em massa sem a ajuda internacional.

continua após a publicidade

 

Estado: Arábia Saudita e Catar estão empenhados em armar o ELS?

 

continua após a publicidade

Khaled Khoja: Sim, mas o problema é como fazer essa ajuda chegar. Geograficamente, há quatro opções. Pelo Iraque é impossível. A Jordânia mantém-se neutra, pois se sente vulnerável em relação à Síria. O Líbano tem o Hezbollah e se as armas passarem por lá o conflito se estenderá ao país. A Turquia é a única opção viável. E ela não agirá sem uma decisão da comunidade internacional. A Turquia está esperando a reunião dos Amigos da Síria (70 países) em Ancara, dia 2.

 

Estado: O senhor tem uma mensagem para o Brasil?

 

Khaled Khoja: Há muitos sírios no Brasil e acho que eles ainda se sentem sírios. Quero dizer aos brasileiros que essa é uma questão humanitária. O regime sírio não vai mudar de posição. Pedimos ao Brasil que ajude o povo sírio a conquistar sua liberdade.

ISTAMBUL - Se o Exército Livre da Síria (ELS) não receber ajuda internacional para se organizar e se armar, o conflito no país corre o risco de degenerar, com a entrada em cena de grupos estrangeiros sem um comando único. A advertência é do médico Khaled Khoja, representante do Conselho Nacional Sírio (CNS) perante o governo turco.

 

Ao Estado, Khoja reconheceu a frustração com a falta de ajuda aos combatentes rebeldes. O médico, de 46 anos, migrou da Síria para a Turquia aos 17 anos, depois de ficar na prisão 2 anos. Seu pai era membro do Sindicato dos Médicos de Damasco, que apoiou a rebelião de Hama em 1982. Ele pede ao Brasil que "ajude o povo sírio a conquistar sua liberdade".

 

Estado: Como o senhor vê as críticas das três pessoas que deixaram o CNS, acusando-o de inércia enquanto sírios são massacrados?

 

Khaled Khoja: Há muitas críticas de oposicionistas e figuras políticas dentro da Síria porque o CNS não conseguiu dar nenhum passo positivo para ajudar o ELS. Esses oposicionistas e também desertores do Exército não entendem que não depende da vontade do CNS, mas do consenso da comunidade internacional. Ninguém pode armar o ELS sem uma decisão do Conselho de Segurança da ONU ou das potências. E a realidade é que, ao longo de 40 anos, fazer política foi proibido na Síria. Somos novos na política. O CNS foi fundado há cinco meses e reúne um espectro político muito amplo, da esquerda à direita, e diversos grupos étnicos. Não se pode esperar que ele chegue a decisões muito certeiras no meio de um conflito. A própria divisão na comunidade internacional coloca o CNS em uma situação muito difícil. E não temos experiência com política.

 

Estado: Como superar essa incerteza?

 

Khaled Khoja: Existem duas dinâmicas: a interna e a externa. Externamente, a comunidade internacional não chega a um entendimento sobre apoiar ou não o ELS. Não acho que o presidente Barack Obama vá intervir na Síria antes da eleição presidencial americana (6 de novembro). O presidente francês, Nicolas Sarkozy, também disputa sua reeleição (22 de abril). Os EUA e a França são líderes importantes da comunidade internacional. Então, temos de esperar. A China e a Rússia ainda apoiam o regime sírio e o Irã é parte do problema. Precisamos resolver com eles antes de lidar com Bashar Assad. Essa situação tem um impacto negativo sobre os sírios, sobre a dinâmica interna. Há muitos desertores do Exército e um número muito pequeno de dissidentes do governo. O regime ainda tem o apoio do Exército, das instituições e dos empresários. Esperamos chegar a um ponto em que ele se decomponha por dentro.

 

Estado: Por que isso ainda não ocorreu?

 

Khaled Khoja: Porque o aparato de segurança é muito poderoso. As pessoas temem por suas vidas. Não haverá deserções em massa sem a ajuda internacional.

 

Estado: Arábia Saudita e Catar estão empenhados em armar o ELS?

 

Khaled Khoja: Sim, mas o problema é como fazer essa ajuda chegar. Geograficamente, há quatro opções. Pelo Iraque é impossível. A Jordânia mantém-se neutra, pois se sente vulnerável em relação à Síria. O Líbano tem o Hezbollah e se as armas passarem por lá o conflito se estenderá ao país. A Turquia é a única opção viável. E ela não agirá sem uma decisão da comunidade internacional. A Turquia está esperando a reunião dos Amigos da Síria (70 países) em Ancara, dia 2.

 

Estado: O senhor tem uma mensagem para o Brasil?

 

Khaled Khoja: Há muitos sírios no Brasil e acho que eles ainda se sentem sírios. Quero dizer aos brasileiros que essa é uma questão humanitária. O regime sírio não vai mudar de posição. Pedimos ao Brasil que ajude o povo sírio a conquistar sua liberdade.

ISTAMBUL - Se o Exército Livre da Síria (ELS) não receber ajuda internacional para se organizar e se armar, o conflito no país corre o risco de degenerar, com a entrada em cena de grupos estrangeiros sem um comando único. A advertência é do médico Khaled Khoja, representante do Conselho Nacional Sírio (CNS) perante o governo turco.

 

Ao Estado, Khoja reconheceu a frustração com a falta de ajuda aos combatentes rebeldes. O médico, de 46 anos, migrou da Síria para a Turquia aos 17 anos, depois de ficar na prisão 2 anos. Seu pai era membro do Sindicato dos Médicos de Damasco, que apoiou a rebelião de Hama em 1982. Ele pede ao Brasil que "ajude o povo sírio a conquistar sua liberdade".

 

Estado: Como o senhor vê as críticas das três pessoas que deixaram o CNS, acusando-o de inércia enquanto sírios são massacrados?

 

Khaled Khoja: Há muitas críticas de oposicionistas e figuras políticas dentro da Síria porque o CNS não conseguiu dar nenhum passo positivo para ajudar o ELS. Esses oposicionistas e também desertores do Exército não entendem que não depende da vontade do CNS, mas do consenso da comunidade internacional. Ninguém pode armar o ELS sem uma decisão do Conselho de Segurança da ONU ou das potências. E a realidade é que, ao longo de 40 anos, fazer política foi proibido na Síria. Somos novos na política. O CNS foi fundado há cinco meses e reúne um espectro político muito amplo, da esquerda à direita, e diversos grupos étnicos. Não se pode esperar que ele chegue a decisões muito certeiras no meio de um conflito. A própria divisão na comunidade internacional coloca o CNS em uma situação muito difícil. E não temos experiência com política.

 

Estado: Como superar essa incerteza?

 

Khaled Khoja: Existem duas dinâmicas: a interna e a externa. Externamente, a comunidade internacional não chega a um entendimento sobre apoiar ou não o ELS. Não acho que o presidente Barack Obama vá intervir na Síria antes da eleição presidencial americana (6 de novembro). O presidente francês, Nicolas Sarkozy, também disputa sua reeleição (22 de abril). Os EUA e a França são líderes importantes da comunidade internacional. Então, temos de esperar. A China e a Rússia ainda apoiam o regime sírio e o Irã é parte do problema. Precisamos resolver com eles antes de lidar com Bashar Assad. Essa situação tem um impacto negativo sobre os sírios, sobre a dinâmica interna. Há muitos desertores do Exército e um número muito pequeno de dissidentes do governo. O regime ainda tem o apoio do Exército, das instituições e dos empresários. Esperamos chegar a um ponto em que ele se decomponha por dentro.

 

Estado: Por que isso ainda não ocorreu?

 

Khaled Khoja: Porque o aparato de segurança é muito poderoso. As pessoas temem por suas vidas. Não haverá deserções em massa sem a ajuda internacional.

 

Estado: Arábia Saudita e Catar estão empenhados em armar o ELS?

 

Khaled Khoja: Sim, mas o problema é como fazer essa ajuda chegar. Geograficamente, há quatro opções. Pelo Iraque é impossível. A Jordânia mantém-se neutra, pois se sente vulnerável em relação à Síria. O Líbano tem o Hezbollah e se as armas passarem por lá o conflito se estenderá ao país. A Turquia é a única opção viável. E ela não agirá sem uma decisão da comunidade internacional. A Turquia está esperando a reunião dos Amigos da Síria (70 países) em Ancara, dia 2.

 

Estado: O senhor tem uma mensagem para o Brasil?

 

Khaled Khoja: Há muitos sírios no Brasil e acho que eles ainda se sentem sírios. Quero dizer aos brasileiros que essa é uma questão humanitária. O regime sírio não vai mudar de posição. Pedimos ao Brasil que ajude o povo sírio a conquistar sua liberdade.

ISTAMBUL - Se o Exército Livre da Síria (ELS) não receber ajuda internacional para se organizar e se armar, o conflito no país corre o risco de degenerar, com a entrada em cena de grupos estrangeiros sem um comando único. A advertência é do médico Khaled Khoja, representante do Conselho Nacional Sírio (CNS) perante o governo turco.

 

Ao Estado, Khoja reconheceu a frustração com a falta de ajuda aos combatentes rebeldes. O médico, de 46 anos, migrou da Síria para a Turquia aos 17 anos, depois de ficar na prisão 2 anos. Seu pai era membro do Sindicato dos Médicos de Damasco, que apoiou a rebelião de Hama em 1982. Ele pede ao Brasil que "ajude o povo sírio a conquistar sua liberdade".

 

Estado: Como o senhor vê as críticas das três pessoas que deixaram o CNS, acusando-o de inércia enquanto sírios são massacrados?

 

Khaled Khoja: Há muitas críticas de oposicionistas e figuras políticas dentro da Síria porque o CNS não conseguiu dar nenhum passo positivo para ajudar o ELS. Esses oposicionistas e também desertores do Exército não entendem que não depende da vontade do CNS, mas do consenso da comunidade internacional. Ninguém pode armar o ELS sem uma decisão do Conselho de Segurança da ONU ou das potências. E a realidade é que, ao longo de 40 anos, fazer política foi proibido na Síria. Somos novos na política. O CNS foi fundado há cinco meses e reúne um espectro político muito amplo, da esquerda à direita, e diversos grupos étnicos. Não se pode esperar que ele chegue a decisões muito certeiras no meio de um conflito. A própria divisão na comunidade internacional coloca o CNS em uma situação muito difícil. E não temos experiência com política.

 

Estado: Como superar essa incerteza?

 

Khaled Khoja: Existem duas dinâmicas: a interna e a externa. Externamente, a comunidade internacional não chega a um entendimento sobre apoiar ou não o ELS. Não acho que o presidente Barack Obama vá intervir na Síria antes da eleição presidencial americana (6 de novembro). O presidente francês, Nicolas Sarkozy, também disputa sua reeleição (22 de abril). Os EUA e a França são líderes importantes da comunidade internacional. Então, temos de esperar. A China e a Rússia ainda apoiam o regime sírio e o Irã é parte do problema. Precisamos resolver com eles antes de lidar com Bashar Assad. Essa situação tem um impacto negativo sobre os sírios, sobre a dinâmica interna. Há muitos desertores do Exército e um número muito pequeno de dissidentes do governo. O regime ainda tem o apoio do Exército, das instituições e dos empresários. Esperamos chegar a um ponto em que ele se decomponha por dentro.

 

Estado: Por que isso ainda não ocorreu?

 

Khaled Khoja: Porque o aparato de segurança é muito poderoso. As pessoas temem por suas vidas. Não haverá deserções em massa sem a ajuda internacional.

 

Estado: Arábia Saudita e Catar estão empenhados em armar o ELS?

 

Khaled Khoja: Sim, mas o problema é como fazer essa ajuda chegar. Geograficamente, há quatro opções. Pelo Iraque é impossível. A Jordânia mantém-se neutra, pois se sente vulnerável em relação à Síria. O Líbano tem o Hezbollah e se as armas passarem por lá o conflito se estenderá ao país. A Turquia é a única opção viável. E ela não agirá sem uma decisão da comunidade internacional. A Turquia está esperando a reunião dos Amigos da Síria (70 países) em Ancara, dia 2.

 

Estado: O senhor tem uma mensagem para o Brasil?

 

Khaled Khoja: Há muitos sírios no Brasil e acho que eles ainda se sentem sírios. Quero dizer aos brasileiros que essa é uma questão humanitária. O regime sírio não vai mudar de posição. Pedimos ao Brasil que ajude o povo sírio a conquistar sua liberdade.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.