Sede do governo do Equador muda de Quito para Guayaquil


Lenín Moreno diz que decisão é uma reação às manifestações indígenas e a uma suposta tentativa de golpe

Por Redação

QUITO - O presidente do Equador, Lenín Moreno, transferiu na madrugada desta terça-feira, 8, a sede do governo do país da capital Quito para a cidade de Guayaquil. A decisão é uma reação aos protestos indígenas os quais ele vincula a um plano apoiado pela Venezuela para tentar derrubá-lo.

Carro da polícia é incendiado durante protestos em Quito Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Diante da chegada à capital do país de milhares de indígenas que rejeitam o fim dos subsídios decretado pelo governo e a consequente alta do preço dos combustíveis, Moreno decidiu transferir a sede do governo, com base no estado de exceção decretado na quinta-feira para tentar sufocar a rebelião social.

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Com a medida - que a princípio foi decretada por 60 dias, mas que o a Corte Constitucional restringiu para apenas 30 -, os militares foram enviados às ruas e o governo pode restringir direitos e impor censura prévia à imprensa. 

A Corte explicou que as medidas de limitação e suspensão de direitos estabelecidas no decreto de exceção serão aplicadas com relação à "liberdade de associação, reunião e livre trânsito", assim como nas requisições consideradas necessárias pelo Estado.

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Equatorianos continuam nas ruas apesar das medidas de contenção de protestos do governo de Lenin Moreno. A população se revoltou contra a retirada de subsídios a combustíveis que levou a um aumento de até 123% nos preços.

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Ainda esclareceu que a decisão deve permitir o cumprimento dos objetivos do estado de exceção e não deve afetar "o direito dos protestos pacíficos".

Além disso, em relação ao desempenho das instituições policiais, a opinião da Corte indica que o uso da força deve ser proporcional e progressivo, e exigiu que a polícia e as Forças Armadas "cumprissem seus deveres de prevenir e proteger a integridade e direitos dos jornalistas e veículos de imprensa, dos organismos e instituições de assistência humanitária, assim como dos cidadãos em geral".

Decisão foi uma resposta do presidente ao sexto dia de mobilizações e distúrbios, provocados pela medida econômica adotada pelo governo como parte de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter créditos de US$ 4,209 bilhões para aliviar uma economia dolarizada e o alto nível de endividamento

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Acusações a Maduro e Correa

Moreno acusou seu antecessor e antigo aliado Rafael Correa - que mora na Bélgica - e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de querer desestabilizar seu governo. "O sátrapa do Maduro ativou com Correa seu plano de desestabilização", afirmou Moreno em um discurso na rede nacional de rádio e TV.

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O presidente Lenin Moreno decretou estado de exceção para tentar acalmar a ira popular. Manifestantes foram duramente reprimidos pela polícia em protestos contra o aumento no preço de combustíveis.

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Ao lado de seu vice-presidente, Otto Sonnenholzner, e do ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín, Moreno disse que Correa e vários de seus ex-colaboradores viajaram "ao mesmo tempo, há poucas semanas, para a Venezuela", e colocou em dúvida que tenha sido uma "coincidência".

Moreno também chamou os "correístas" de corruptos e afirmou que "estão por trás desta tentativa de golpe de Estado, com o uso e instrumentalização de alguns setores indígenas, aproveitando sua mobilização para saquear e destruir".

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Confrontos com a polícia

Pouco antes da meia-noite, novos confrontos foram registrados entre a polícia e os manifestantes nos arredores do Palácio Presidencial e houve uma tentativa de invasão à Assembleia Nacional, em Quito, de acordo com uma denúncia do Congresso. 

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Pneus foram queimados e pedras e coquetéis molotov foram atirados contra prédios públicos. Os protestos deixaram, até o momento, 1 civil morto, 73 feridos (incluindo 59 agentes de segurança) e 477 detidos (a maioria por vandalismo), de acordo com as autoridades. 

A Assembleia assinalou que "rejeita categoricamente os atos de vandalismo protagonizados nas imediações do Palácio Legislativo, como parte de uma tentativa de tomar a sede do Parlamento" em Quito. "É indispensável recuperar o estado de direito que nos caracteriza como país de paz", destacou a Assembleia, onde as forças políticas estão divididas e o governo não tem a maioria.

Em 16 das 24 províncias equatorianas foram registrados bloqueios nas estradas na segunda-feira, de acordo com um relatório do Serviço de Segurança Integrado ECU 911.

Ocupação de campos de produção de petróleo

Os manifestantes - que também tentaram entrar na Controladoria do Estado, situada diante do Congresso - ocuparam três campos de produção de petróleo na Amazônia, provocando uma quebra na produção de 63.250 barris por dia, informou o Ministério da Energia.

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A ministra do Interior do Equador declarou que uma ‘pessoa próxima’ a Assange estaria envolvida em um plano de desestabilização do presidente Lenin Moreno. O esquema envolveria dois russos.

As atividades em três campos da Amazônia "foram suspensas devido à ocupação das instalações por grupos de pessoas alheias à operação", o que afetou 12% da produção total do país, de 531.000 barris/dia, detalhou o ministério.

Vários setores sociais rejeitam a decisão do governo de eliminar os subsídios. A medida levou a aumentos de até 123% nos preços dos combustíveis. O galão de 3,79 litros de diesel passou de US$ 1,03 para US$ 2,30 e o da gasolina comum de US$ 1,85 para US$ 2,40. / AFP e EFE

QUITO - O presidente do Equador, Lenín Moreno, transferiu na madrugada desta terça-feira, 8, a sede do governo do país da capital Quito para a cidade de Guayaquil. A decisão é uma reação aos protestos indígenas os quais ele vincula a um plano apoiado pela Venezuela para tentar derrubá-lo.

Carro da polícia é incendiado durante protestos em Quito Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Diante da chegada à capital do país de milhares de indígenas que rejeitam o fim dos subsídios decretado pelo governo e a consequente alta do preço dos combustíveis, Moreno decidiu transferir a sede do governo, com base no estado de exceção decretado na quinta-feira para tentar sufocar a rebelião social.

Com a medida - que a princípio foi decretada por 60 dias, mas que o a Corte Constitucional restringiu para apenas 30 -, os militares foram enviados às ruas e o governo pode restringir direitos e impor censura prévia à imprensa. 

A Corte explicou que as medidas de limitação e suspensão de direitos estabelecidas no decreto de exceção serão aplicadas com relação à "liberdade de associação, reunião e livre trânsito", assim como nas requisições consideradas necessárias pelo Estado.

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Ainda esclareceu que a decisão deve permitir o cumprimento dos objetivos do estado de exceção e não deve afetar "o direito dos protestos pacíficos".

Além disso, em relação ao desempenho das instituições policiais, a opinião da Corte indica que o uso da força deve ser proporcional e progressivo, e exigiu que a polícia e as Forças Armadas "cumprissem seus deveres de prevenir e proteger a integridade e direitos dos jornalistas e veículos de imprensa, dos organismos e instituições de assistência humanitária, assim como dos cidadãos em geral".

Decisão foi uma resposta do presidente ao sexto dia de mobilizações e distúrbios, provocados pela medida econômica adotada pelo governo como parte de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter créditos de US$ 4,209 bilhões para aliviar uma economia dolarizada e o alto nível de endividamento

Acusações a Maduro e Correa

Moreno acusou seu antecessor e antigo aliado Rafael Correa - que mora na Bélgica - e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de querer desestabilizar seu governo. "O sátrapa do Maduro ativou com Correa seu plano de desestabilização", afirmou Moreno em um discurso na rede nacional de rádio e TV.

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O presidente Lenin Moreno decretou estado de exceção para tentar acalmar a ira popular. Manifestantes foram duramente reprimidos pela polícia em protestos contra o aumento no preço de combustíveis.

Ao lado de seu vice-presidente, Otto Sonnenholzner, e do ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín, Moreno disse que Correa e vários de seus ex-colaboradores viajaram "ao mesmo tempo, há poucas semanas, para a Venezuela", e colocou em dúvida que tenha sido uma "coincidência".

Moreno também chamou os "correístas" de corruptos e afirmou que "estão por trás desta tentativa de golpe de Estado, com o uso e instrumentalização de alguns setores indígenas, aproveitando sua mobilização para saquear e destruir".

Confrontos com a polícia

Pouco antes da meia-noite, novos confrontos foram registrados entre a polícia e os manifestantes nos arredores do Palácio Presidencial e houve uma tentativa de invasão à Assembleia Nacional, em Quito, de acordo com uma denúncia do Congresso. 

Pneus foram queimados e pedras e coquetéis molotov foram atirados contra prédios públicos. Os protestos deixaram, até o momento, 1 civil morto, 73 feridos (incluindo 59 agentes de segurança) e 477 detidos (a maioria por vandalismo), de acordo com as autoridades. 

A Assembleia assinalou que "rejeita categoricamente os atos de vandalismo protagonizados nas imediações do Palácio Legislativo, como parte de uma tentativa de tomar a sede do Parlamento" em Quito. "É indispensável recuperar o estado de direito que nos caracteriza como país de paz", destacou a Assembleia, onde as forças políticas estão divididas e o governo não tem a maioria.

Em 16 das 24 províncias equatorianas foram registrados bloqueios nas estradas na segunda-feira, de acordo com um relatório do Serviço de Segurança Integrado ECU 911.

Ocupação de campos de produção de petróleo

Os manifestantes - que também tentaram entrar na Controladoria do Estado, situada diante do Congresso - ocuparam três campos de produção de petróleo na Amazônia, provocando uma quebra na produção de 63.250 barris por dia, informou o Ministério da Energia.

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A ministra do Interior do Equador declarou que uma ‘pessoa próxima’ a Assange estaria envolvida em um plano de desestabilização do presidente Lenin Moreno. O esquema envolveria dois russos.

As atividades em três campos da Amazônia "foram suspensas devido à ocupação das instalações por grupos de pessoas alheias à operação", o que afetou 12% da produção total do país, de 531.000 barris/dia, detalhou o ministério.

Vários setores sociais rejeitam a decisão do governo de eliminar os subsídios. A medida levou a aumentos de até 123% nos preços dos combustíveis. O galão de 3,79 litros de diesel passou de US$ 1,03 para US$ 2,30 e o da gasolina comum de US$ 1,85 para US$ 2,40. / AFP e EFE

QUITO - O presidente do Equador, Lenín Moreno, transferiu na madrugada desta terça-feira, 8, a sede do governo do país da capital Quito para a cidade de Guayaquil. A decisão é uma reação aos protestos indígenas os quais ele vincula a um plano apoiado pela Venezuela para tentar derrubá-lo.

Carro da polícia é incendiado durante protestos em Quito Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Diante da chegada à capital do país de milhares de indígenas que rejeitam o fim dos subsídios decretado pelo governo e a consequente alta do preço dos combustíveis, Moreno decidiu transferir a sede do governo, com base no estado de exceção decretado na quinta-feira para tentar sufocar a rebelião social.

Com a medida - que a princípio foi decretada por 60 dias, mas que o a Corte Constitucional restringiu para apenas 30 -, os militares foram enviados às ruas e o governo pode restringir direitos e impor censura prévia à imprensa. 

A Corte explicou que as medidas de limitação e suspensão de direitos estabelecidas no decreto de exceção serão aplicadas com relação à "liberdade de associação, reunião e livre trânsito", assim como nas requisições consideradas necessárias pelo Estado.

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Equatorianos continuam nas ruas apesar das medidas de contenção de protestos do governo de Lenin Moreno. A população se revoltou contra a retirada de subsídios a combustíveis que levou a um aumento de até 123% nos preços.

Ainda esclareceu que a decisão deve permitir o cumprimento dos objetivos do estado de exceção e não deve afetar "o direito dos protestos pacíficos".

Além disso, em relação ao desempenho das instituições policiais, a opinião da Corte indica que o uso da força deve ser proporcional e progressivo, e exigiu que a polícia e as Forças Armadas "cumprissem seus deveres de prevenir e proteger a integridade e direitos dos jornalistas e veículos de imprensa, dos organismos e instituições de assistência humanitária, assim como dos cidadãos em geral".

Decisão foi uma resposta do presidente ao sexto dia de mobilizações e distúrbios, provocados pela medida econômica adotada pelo governo como parte de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter créditos de US$ 4,209 bilhões para aliviar uma economia dolarizada e o alto nível de endividamento

Acusações a Maduro e Correa

Moreno acusou seu antecessor e antigo aliado Rafael Correa - que mora na Bélgica - e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de querer desestabilizar seu governo. "O sátrapa do Maduro ativou com Correa seu plano de desestabilização", afirmou Moreno em um discurso na rede nacional de rádio e TV.

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O presidente Lenin Moreno decretou estado de exceção para tentar acalmar a ira popular. Manifestantes foram duramente reprimidos pela polícia em protestos contra o aumento no preço de combustíveis.

Ao lado de seu vice-presidente, Otto Sonnenholzner, e do ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín, Moreno disse que Correa e vários de seus ex-colaboradores viajaram "ao mesmo tempo, há poucas semanas, para a Venezuela", e colocou em dúvida que tenha sido uma "coincidência".

Moreno também chamou os "correístas" de corruptos e afirmou que "estão por trás desta tentativa de golpe de Estado, com o uso e instrumentalização de alguns setores indígenas, aproveitando sua mobilização para saquear e destruir".

Confrontos com a polícia

Pouco antes da meia-noite, novos confrontos foram registrados entre a polícia e os manifestantes nos arredores do Palácio Presidencial e houve uma tentativa de invasão à Assembleia Nacional, em Quito, de acordo com uma denúncia do Congresso. 

Pneus foram queimados e pedras e coquetéis molotov foram atirados contra prédios públicos. Os protestos deixaram, até o momento, 1 civil morto, 73 feridos (incluindo 59 agentes de segurança) e 477 detidos (a maioria por vandalismo), de acordo com as autoridades. 

A Assembleia assinalou que "rejeita categoricamente os atos de vandalismo protagonizados nas imediações do Palácio Legislativo, como parte de uma tentativa de tomar a sede do Parlamento" em Quito. "É indispensável recuperar o estado de direito que nos caracteriza como país de paz", destacou a Assembleia, onde as forças políticas estão divididas e o governo não tem a maioria.

Em 16 das 24 províncias equatorianas foram registrados bloqueios nas estradas na segunda-feira, de acordo com um relatório do Serviço de Segurança Integrado ECU 911.

Ocupação de campos de produção de petróleo

Os manifestantes - que também tentaram entrar na Controladoria do Estado, situada diante do Congresso - ocuparam três campos de produção de petróleo na Amazônia, provocando uma quebra na produção de 63.250 barris por dia, informou o Ministério da Energia.

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A ministra do Interior do Equador declarou que uma ‘pessoa próxima’ a Assange estaria envolvida em um plano de desestabilização do presidente Lenin Moreno. O esquema envolveria dois russos.

As atividades em três campos da Amazônia "foram suspensas devido à ocupação das instalações por grupos de pessoas alheias à operação", o que afetou 12% da produção total do país, de 531.000 barris/dia, detalhou o ministério.

Vários setores sociais rejeitam a decisão do governo de eliminar os subsídios. A medida levou a aumentos de até 123% nos preços dos combustíveis. O galão de 3,79 litros de diesel passou de US$ 1,03 para US$ 2,30 e o da gasolina comum de US$ 1,85 para US$ 2,40. / AFP e EFE

QUITO - O presidente do Equador, Lenín Moreno, transferiu na madrugada desta terça-feira, 8, a sede do governo do país da capital Quito para a cidade de Guayaquil. A decisão é uma reação aos protestos indígenas os quais ele vincula a um plano apoiado pela Venezuela para tentar derrubá-lo.

Carro da polícia é incendiado durante protestos em Quito Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Diante da chegada à capital do país de milhares de indígenas que rejeitam o fim dos subsídios decretado pelo governo e a consequente alta do preço dos combustíveis, Moreno decidiu transferir a sede do governo, com base no estado de exceção decretado na quinta-feira para tentar sufocar a rebelião social.

Com a medida - que a princípio foi decretada por 60 dias, mas que o a Corte Constitucional restringiu para apenas 30 -, os militares foram enviados às ruas e o governo pode restringir direitos e impor censura prévia à imprensa. 

A Corte explicou que as medidas de limitação e suspensão de direitos estabelecidas no decreto de exceção serão aplicadas com relação à "liberdade de associação, reunião e livre trânsito", assim como nas requisições consideradas necessárias pelo Estado.

Seu navegador não suporta esse video.

Equatorianos continuam nas ruas apesar das medidas de contenção de protestos do governo de Lenin Moreno. A população se revoltou contra a retirada de subsídios a combustíveis que levou a um aumento de até 123% nos preços.

Ainda esclareceu que a decisão deve permitir o cumprimento dos objetivos do estado de exceção e não deve afetar "o direito dos protestos pacíficos".

Além disso, em relação ao desempenho das instituições policiais, a opinião da Corte indica que o uso da força deve ser proporcional e progressivo, e exigiu que a polícia e as Forças Armadas "cumprissem seus deveres de prevenir e proteger a integridade e direitos dos jornalistas e veículos de imprensa, dos organismos e instituições de assistência humanitária, assim como dos cidadãos em geral".

Decisão foi uma resposta do presidente ao sexto dia de mobilizações e distúrbios, provocados pela medida econômica adotada pelo governo como parte de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter créditos de US$ 4,209 bilhões para aliviar uma economia dolarizada e o alto nível de endividamento

Acusações a Maduro e Correa

Moreno acusou seu antecessor e antigo aliado Rafael Correa - que mora na Bélgica - e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de querer desestabilizar seu governo. "O sátrapa do Maduro ativou com Correa seu plano de desestabilização", afirmou Moreno em um discurso na rede nacional de rádio e TV.

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O presidente Lenin Moreno decretou estado de exceção para tentar acalmar a ira popular. Manifestantes foram duramente reprimidos pela polícia em protestos contra o aumento no preço de combustíveis.

Ao lado de seu vice-presidente, Otto Sonnenholzner, e do ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín, Moreno disse que Correa e vários de seus ex-colaboradores viajaram "ao mesmo tempo, há poucas semanas, para a Venezuela", e colocou em dúvida que tenha sido uma "coincidência".

Moreno também chamou os "correístas" de corruptos e afirmou que "estão por trás desta tentativa de golpe de Estado, com o uso e instrumentalização de alguns setores indígenas, aproveitando sua mobilização para saquear e destruir".

Confrontos com a polícia

Pouco antes da meia-noite, novos confrontos foram registrados entre a polícia e os manifestantes nos arredores do Palácio Presidencial e houve uma tentativa de invasão à Assembleia Nacional, em Quito, de acordo com uma denúncia do Congresso. 

Pneus foram queimados e pedras e coquetéis molotov foram atirados contra prédios públicos. Os protestos deixaram, até o momento, 1 civil morto, 73 feridos (incluindo 59 agentes de segurança) e 477 detidos (a maioria por vandalismo), de acordo com as autoridades. 

A Assembleia assinalou que "rejeita categoricamente os atos de vandalismo protagonizados nas imediações do Palácio Legislativo, como parte de uma tentativa de tomar a sede do Parlamento" em Quito. "É indispensável recuperar o estado de direito que nos caracteriza como país de paz", destacou a Assembleia, onde as forças políticas estão divididas e o governo não tem a maioria.

Em 16 das 24 províncias equatorianas foram registrados bloqueios nas estradas na segunda-feira, de acordo com um relatório do Serviço de Segurança Integrado ECU 911.

Ocupação de campos de produção de petróleo

Os manifestantes - que também tentaram entrar na Controladoria do Estado, situada diante do Congresso - ocuparam três campos de produção de petróleo na Amazônia, provocando uma quebra na produção de 63.250 barris por dia, informou o Ministério da Energia.

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A ministra do Interior do Equador declarou que uma ‘pessoa próxima’ a Assange estaria envolvida em um plano de desestabilização do presidente Lenin Moreno. O esquema envolveria dois russos.

As atividades em três campos da Amazônia "foram suspensas devido à ocupação das instalações por grupos de pessoas alheias à operação", o que afetou 12% da produção total do país, de 531.000 barris/dia, detalhou o ministério.

Vários setores sociais rejeitam a decisão do governo de eliminar os subsídios. A medida levou a aumentos de até 123% nos preços dos combustíveis. O galão de 3,79 litros de diesel passou de US$ 1,03 para US$ 2,30 e o da gasolina comum de US$ 1,85 para US$ 2,40. / AFP e EFE

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