O presidente indonésio Abdurrahman Wahid acusou seus adversários políticos de traição e admitiu pela primeira vez que o processo de impeachment, a ser realizado em agosto, pode acabar com sua carreira política. Em 1.º de agosto, a Assembléia do Povo deve se reunir para uma sessão especial e começar o julgamento político de Wahid, que está sendo acusado de corrupção e improbidade administrativa. A assembléia ordenou que Wahid esteja presente para ser julgado e se defender. Na segunda-feira, o ainda presidente indonésio disse ser ilegal forçá-lo a comparecer ao tribunal, pois caso ele atenda às exigências dos parlamentares, a Indonésia pode afundar em uma onda de tumulto. "Se isso acontecer, e certamente acontecerá, porque existe um ato de traição, então esta sessão vai derrubar o presidente e nosso país será dividido", disse Wahid, em tom de ameaça. Em outubro de 1999, Wahid foi aceito pelo Parlamento como o primeiro presidente da Indonésia eleito democraticamente em mais de quatro décadas. As relações do presidente com os parlamentares, entretanto, azedaram rapidamente, por causa de decisões políticas consideradas errôneas e pela incapacidade do novo presidente de resgatar o país da crise econômica. Além disso, pesam sobre Wahid denúncias de participações em esquemas multimilionários de corrupção, as quais ele diz serem obra de seus adversários políticos, que pretendem tirá-lo do poder. Wahid acredita ainda poder continuar no governo convocando eleições parlamentares, mas não disse como isso ajudará na manutenção do cargo, tampouco quando essas eleições serão realizadas.
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